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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.5 MATERIAIS ESTUDADOS

2.5.3 Ágata

A ágata é uma variedade micro a criptocristalina de quartzo, consiste de SiO2 e pertence, portanto, ao grupo dos silicatos. Sua dureza varia de 6,5 na Escala Mohs, sua densidade varia de 2,49 a 2,64, sua fratura é conchoidal e, quando está estruturada em camadas, zonas de fraqueza podem ocorrer paralelamente a estas (ZENZ, 2005).

A ágata possui, muitas vezes, porosidade de 0,15 a 0,45%, fator que possibilita a introdução de pigmentos em sua estrutura. Por este motivo, este material gemológico é muito utilizado em artefatos e é muito vendido como chapas em diversas cores.

Sobre a formação da ágata surgem diversas teorias. Uma delas defende a idéia de que uma solução rica em sílica entrou em uma cavidade de determinada rocha através de dutos. Esta solução é depositada em camadas e, em alguns casos, preenchendo a cavidade da rocha em questão. Muitas vezes, esta cavidade é deixada em aberto, e a superfície interna é preenchida por pequenos cristais de quartzo, ou toda cavidade pode ser preenchida por quartzo cristalino (WEBSTER, 1983). Entretanto, nem esta teoria nem outras teorias discutidas até os dias de hoje sobre a formação da ágata foram completamente comprovadas ou determinadas.

Segundo Schumann (2006), a ágata do Rio Grande do Sul possui uma coloração acinzentada, sendo, por este motivo, destinada à prática do tingimento. Também definida como uma calcedônia com bandas, ocasionalmente mesclada com um pouco de opala branca, a ágata pode conter bandas de cores distintas ou de tom uniforme. Sua transparência é variável: de quase transparentes a opacas. A maioria, em forma de discos, é translúcida.

Zenz (2005) afirma que, inclusões de outros minerais entre os microcristais da ágata, ou calcedônia, ocasionam cores diversas. Estas inclusões podem somar um total de 0,5 % de seu peso total. Outras substâncias, além destas inclusões, são outros minerais que podem ter-se inserido nas cavidades dos geodos de ágata, como por exemplo, o quartzo macrocristalino incolor (cristal-de-rocha), ametista, opala, entre outros.

A ágata é encontrada possuindo alguns milímetros a vários metros de circunferência, em rochas vulcânicas pobres em sílica. Se o interior da cavidade não fica cheio de ágata, podem formar-se cristais bem desenvolvidos no espaço restante, como por exemplo, cristal de rocha, ametista, quartzo fumê, entre outros, conferindo à rocha a denominação de drusa.

2.6 MÉTODOS DE CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS GEMOLÓGICOS

A caracterização de minerais e demais materiais gemológicos é um procedimento importante para identificação destes materiais e verificação de sua procedência. Conforme os equipamentos utilizados e a tecnologia disponível, é possível a verificação de sua autenticidade, analisar sua composição e estrutura interna para o aproveitamento deste recurso mineral de forma otimizada. A alguns anos atrás, a caracterização de minerais e materiais gemológicos era pouco empregada em rejeito de empresas de beneficiamento. O material era descartado sem conhecimento das suas características físicas, químicas, mineralógicas e, consequentemente, da resposta do mineral ao processo de beneficiamento. Esta situação vem mudando nos últimos anos, e isto pode ser devido a questões ambientais e escassez de minério (BORGES, LUZ & FERREIRA, 2008). O conhecimento dos rejeitos minerais pode vir a favorecer seu aproveitamento como subproduto na própria indústria, ou em outro segmento industrial. Assim, com o reuso, minimiza-se o impacto ambiental e inova-se em produtos.

O estudo da composição dos materiais gemológicos, mais especificamente da opala e da ágata, serve para verificação e análise do tipo de rejeito que existe nos garimpos de Salto do Jacuí, uma vez que, a olho nu, observa-se que a maior parte deste material é de cor branca.

Através das análises efetuadas no material estudado, da avaliação dos fatores envolvidos no processo de usinagem CNC, tipo de ferramentas utilizadas, dos avanços e parâmetros do processo e da avaliação posterior à usinagem, obtém-se no resultado o reflexo desta interação. Verifica-obtém-se então, a relação entre estes parâmetros e a resistência do material gemológico ao fresamento.

A caracterização de materiais gemológicos envolve também o estudo das inclusões. Duarte et. al (2003) sugere que o estudo das inclusões é de extrema importância. Inclusão, segundo Schumann (2006), são imperfeições no interior da gema, que pode ser uma matéria estranha ou uma irregularidade na rede interna do cristal. Na maioria das vezes, somente uma análise microscópica pode identificar essas inclusões. Duarte et. al (2003) afirma que inclusão, em gemologia, abrange, além das inclusões sólidas e fluidas, fraturas secas e preenchidas, zonação de cor, linhas de crescimento, clivagem e geminados, dentre outras. O estudo das inclusões fornece subsídios para identificação da origem da gema, na distinção entre gemas naturais e sintéticas. Contribui ainda para a previsão de efeitos ópticos e indica quais técnicas empregar para melhoria da qualidade da gema. Além disso, certos arranjos espaciais em que ocorrem as inclusões podem determinar a melhor forma de lapidação.

Para Juchem & Brum (2008), a análise de inclusões é o método mais utilizado e mais seguro para determinar se a gema é natural ou sintética, uma vez que as demais propriedades físicas e ópticas podem ser idênticas à de sua equivalente natural.

Augustin (2004) efetuou uma pesquisa sobre a opala de Salto do Jacuí. As análises laboratoriais das gemas serviram para caracterizar química e mineralogicamente os diferentes tipos de opala existentes na região.

Microscopia eletrônica de varredura (MEV), fluorescência de raios-X, difração de raios-X (DRX), a leitura do índice de refração e a medida da microdureza, foram realizados para a avaliação da superfície do material, da composição, da cristalinidade e outras características inerentes ao material.

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