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CAPÍTULO II Os Principais Conceitos da Investigação

4. A Autoridade do Professor

Segundo Fernandes (1988:185), o sistema político não detém, apenas o monopólio da força ou até da violência, deve surgir aos olhos dos cidadãos com uma legitimidade-validade. As teorias sociológicas desenvolvidas por Durkheim (1868-1917) e Weber (1864-1920), contribuiram para a análise da legitimação do poder do Estado. Durkheim, identificou a legitimidade do poder com os tipos de solidariedade social, nomeadamente «mecânica» e «orgânica». No primeiro, a autoridade de que se reveste o poder surge como uma emanação da consciência comum. O Estado encontra na religião o seu fortalecimento. O segundo tipo de

solidariedade surgiu no contexto de uma mudança na estrutura social operada pela divisão do trabalho social e do desenvolvimento da ciência. Neste âmbito, a função do Estado como “orgão central” transforma-se à medida que as diversas funções representativas da sociedade se desenvolvem. Neste domínio, a racionalização que advém do saber científico constitui um sistema fundamental de legitimação do poder político (op. cit:187).

A análise de Max Weber tem um enfoque na problemática da dominação. Os diversos sistemas de legitimação do poder político são analisados através das formas de dominação, numa articulação com o ordenamento jurídico. Neste âmbito, Max Weber propôs três tipos puros de dominação legítima: racional, tradicional e carismática. As formas de dominação concebidas por Max Weber são importantes na compreensão da mudança social, bem como na identificação de características particulares de poder ou autoridade. Por exemplo, o tipo de

dominação tradicional corresponde à “autoridade tradicional” que tem por base uma “crença

na santidade das tradições”. Esta crença conduz a um sistema de legitimação e a uma habituação consolidada nas condutas sociais. Este tipo de dominação tem um apoio da comunidade, sendo a sua lógica interna a própria inércia social. O tipo de dominação racional ou burocrática difere do anterior. Apoia-se na crença da legalidade, da ordem estatuída para o exercício da autoridade. Max Weber considera que esta forma de dominação está na origem da formação dos Estados modernos. Sendo um tipo de dominação racional e legal, o Estado exerce a sua autoridade através de um quadro administrativo burocrático. Os direitos e deveres são definidos estatutáriamente, no funcionamento dos serviços. Os funcionários da administração pública e dos serviços necessitam de uma formação adequada com vista a serem selecionadas e recrutadas para os respetivos cargos. Neste âmbito existe uma hierarquia de funcionários da administração do Estado que se regem por procedimentos burocráticos. Por último, Max Weber concebeu, ainda a forma de dominação «carismática» que se baseia nas características de santidade, heroísmo ou exemplaridade de uma pessoa e às ordenações que criou ou revelou (op. cit:193).

Os alunos com baixo desempenho escolar apresentam, normalmente problemas de assiduidade e desmotivação desenvolvendo uma cultura anti-escola. Ao desinteressam-se pela escola, muitos acabam por abandonar os estudos. Podem apresentar problemas psicológicos, nomeadamente de frustração e falta de auto-estima, bem como comportamentos anti-sociais, dentro e fora das escolas. Segundo Wilson & Hernstein (1985 in Hayden & Blaya 2002)

existe uma correlação entre o baixo desempenho académico, faltar às aulas, desinteresse e delinquência juvenil. O governo Inglês tomou uma medida de combate ao absentismo escolar denominada Crime and Disorder Act (1998). Neste âmbito, as polícias tinham mais poderes para lidar com os alunos faltosos, de maneira que quando fossem encontrados nas ruas, sem a permissão dos pais, eram levados de volta às escolas. Em 1999, realizaram-se os Contratos Casa-Escola, onde constavam as responsabilidades das famílias, das escolas e das crianças, relativamente ao tempo que deviam estar na escola. Esta medida de intervenção policial, nomeadamente do Estado, no cumprimento da assiduidade dos alunos às aulas evidencia que o Estado moderno tem uma legitimidade e uma autoridade e pode recorrer à lei e à força, nomeadamente na educação.

O professor como líder de um grupo ou turma exerce um poder e uma autoridade que é inerente à função que desempenha, no contexto da aprendizagem e na gestão do ambiente da turma. Os alunos, por sua vez estão organizados em grupos de pares, sendo estes grupos na fase da adolescência bastante “fortes”. Neste âmbito, os professores têm, muitas vezes que saber antecipar os comportamentos em função da pressão do grupo e serem capazes de usar os incentivos sociais para os motivar (White 1977:158). A perspetiva social da aprendizagem, no contexto da sala de aula tem sido objeto de várias teorias e metodologias que procuram caracterizar o clima da sala de aula através de vários aspetos, nomeadamente os estilos de

liderança dos professores, relações de poder, de autoridade, entre outros.

A autoridade segundo uma perspetiva intersubjetiva consiste num poder que um indivíduo exerce sobre o outro ou que o outro atribui a uma certa forma de relação que se constitui “em força” (Guillotte 1999:48). No entanto, não pressupõe uma repressão ou violência sobre o outro, mas uma atitude coerciva, no sentido de que faz agir a outra pessoa, de um modo a que ela faça o que se lhe dita. No contexto educativo, a autoridade será legitimada pelo desenvolvimento pessoal, o cumprimento e interesse daquele sobre o qual se exerce a autoridade.

No que respeita às formas de autoridade Lobrot (cit. in Guillote 1999) distingue três tipos:

autoridade primária, também chamada de parasita; autoridade secundária, denominada administrativa; autoridade libertadora ou democrática. No primeiro tipo procura-se obter

vantagens de carácter pessoal desprezando-se os sujeitos e as organizações de que fazem parte. O segundo, denominada autoridade administrativa, também procura vantagens pessoais

e materiais, mas faz isso de uma maneira indireta gerindo e administrando as coletividades. Distingue-se, pelo seu carácter funcional e dá origem a uma hierarquia de funcionários que de certa maneira inventou o Estado, a burocracia e a administração pública. Nesta conjuntura, os indivíduos que têm um diploma são os dirigentes, por serem os mais habilitados a manter a coesão de uma comunidade. No entanto, a autoridade do Estado, nem sempre é consensual para os cidadãos que mostram o seu descontentamento de várias maneiras, sejam greves, críticas, reivindicações, indo contra um certo autoritarismo do Estado.

Nas escolas, também existe um tipo de autoridade administrativa que limita, em grande medida as ações dos agentes educativos e dos estudantes. A falta de expectativas dos estudantes em influenciarem a administração escolar pode dar origem, a que muitos estudantes se tornem indiferentes ao trabalho escolar e à escola, onde aprendem saberes como “consumidores” sem que possam participar na construção dos mesmos. Neste contexto, segundo Lobot (in op.cit:55) a autoridade escolar é um “projeto autoritário” porque se funda sobre um sentimento de responsabilidade para com aqueles que estão a cargo da instituição. Por outro lado, este tipo de autoridade não é neutro, na medida em que visa constranger a atividade do outro, procurando obter efeitos psicológicos inibindo as experiências positivas e o acesso a formas superiores (criativas, hedonismo). Neste âmbito, a autoridade escolar tem uma lógica ou perspetiva legalista, na medida em que a gestão dos comportamentos se faz com o recurso à lei. O terceiro tipo de autoridade, libertadora ou democrática é considerado como anti-autoridade, porque se procura limitar ao máximo, o campo de autoridade utilizando-o, apenas onde ele é absolutamente necessário (op. cit: 53).

Uma outra análise sobre o exercício da autoridade dos professores na sala de aula, no contexto de um grupo ou turma, nomeadamente através do exercício de uma liderança foi desenvolvida, nos anos 30, por Kurt Lewin. Neste âmbito definiu três estilos de liderança:

estilo laisser-faire; autoritário; democrático. No estilo laisser-faire, os professores exercem

um controlo indireto sobre os alunos, sendo a segurança emocional, tendencialmente mais baixa. Os alunos distraem-se facilmente e são desordeiros, dando origem a um ambiente com alguma ansiedade. No que respeita à aquisição de competências, se o grupo for capaz de adquirir uma estrutura torna-se muito automotivado. No modelo de liderança autoritário, a ansiedade sobre o que se deve fazer é baixa, em virtude do professor exercer um controlo direto e ter padrões e normas standard. Os alunos sentem pouca satisfação social, em virtude

de serem bastante orientados. No entanto, se os alunos não se opuserem às diretivas dos professores a eficiência do grupo é grande. Neste estilo de controlo os alunos aprendem bem, no entanto desenvolvem poucas competências sociais ou para aprender de uma forma independente da supervisão do professor. No estilo de liderança democrático, os alunos e os professores planeiam em conjunto as atividades, dando origem a dois tipos de sentimentos: por um lado, de frustração se o grupo sentir que o que planeiam não se concretiza; por outro lado, de satisfação se o grupo sentir que está a progredir e que há interações amigáveis. Em termos de eficiência, este padrão de controlo permite uma aceitação dos objetivos, mesmo quando o professor está ausente. No que respeita à aquisição de conhecimentos é elevada, desde que haja liberdade de expressão e as ideias e os sentimentos sejam considerados. No entanto, os resultados, em geral não são maiores, do que sob um estilo de liderança

autoritário (Lewin 1965).

A lei regula as relações sociais nas escolas, nomeadamente através da aplicação do Regulamento Interno. Este documento escolar é um quadro normativo adaptado a cada organização e recorre-se a ele, cada vez que é necessário prevenir e corrigir os desvios de comportamento dos alunos. Nos casos mais graves recorre-se à lei penal, apenas no caso dos jovens terem no mínimo dezasseis anos de idade. Os jovens com menos de dezasseis anos estão sujeitos a outras medidas corretivas, nomeadamente de reinserção social educativa, em Centros Educativos. Em Portugal, a Lei 401 do Código Penal de 1982 previa a criação de Centros para estes jovens, no entanto muitos não foram criados. Deste modo, muitos jovens com comportamentos agressivos e que estão ineputáveis por crimes estão a estudar nas escolas comuns e praticam comportamentos de bullying.

A intervenção social e o acompanhamento destes jovens merecem uma atenção cuidadosa por parte dos vários sistemas sociais, nomeadamente de uma cooperação entre os ministérios da Educação, Justiça, Segurança Social e Saúde. A prevenção através da educação é a metodologia de intervenção mais adequada, nomeadamente tendo em conta uma perspetiva multissistémica onde se articulam várias entidades, nomeadamente família, escola e comunidade. Esta perspetiva tenta compreender os jovens como pessoas em desenvolvimento. Neste âmbito, os comportamentos anti-sociais dos adolescentes são passíveis de modificação e podem ser sujeitos a programas de intervenção específicos. Neste contexto pode-se e deve- se evitar ao máximo, a institucionalização dos jovens, na medida em que tem já um carácter

pré-prisional, normalmente com um ambiente violento onde pode haver crimes mais graves. A seleção dos jovens para serem institucionalizados deve obedecer a critérios muito seletivos, sendo desejável criar estabelecimentos de carácter intermédio, onde os jovens com comportamentos anti-sociais possam ser educados. Normalmente, estes jovens pertencem a famílias pobres, com carências e problemas de vária natureza, com fatores de risco, nomeadamente hábitos alcoólicos, toxicodependentes, pais com antecedentes criminais, com violência doméstica, entre outros.

O exercício da autoridade dos professores, nas escolas é um tema complexo, tendo em conta vários fatores, nomeadamente institucionais, as leis e regulamentos vigentes, os estilos de

liderança dos professores, com a sua personalidade e as características pessoais e sociais dos

alunos que frequentam a escolaridade obrigatória. As dificuldades dos professores, em gerirem todos os fatores ou variáveis que existem são muitas, nomeadamente devido a mudanças legislativas, falta de estruturas de apoio nas escolas, problemas sociais dos alunos e a diversidade de características multiculturais dos alunos, de uma grande parte das escolas públicas, na atualidade. Neste âmbito coloca-se uma questão de carácter prático, nomeadamente de saber, de que forma os professores podem exercer a sua autoridade numa turma, nomeadamente com a diversidade social e cultural dos alunos. Qual o melhor estilo de liderança? Que estratégias se podem desenvolver? Como podem alguns professores manter um ambiente numa turma calmo e outros não o conseguem?

Tendo em conta os aspetos mencionados pode-se considerar vários pontos de vista ou perspetivas, salientando-se duas: uma abordagem de carácter funcional do sistema educativo e da organização escolar, de aplicação das regras; uma abordagem psicológica e social, nomeadamente das características da personalidade dos professores no exercício de liderança de um grupo ou turma. Neste domínio, ambas estão presentes no exercício da autoridade dos professores nas turmas. A maneira como se mobilizam estas variáveis é um aspeto da maior importância, na manutenção da ordem e no cumprimento das regras escolares.

Considerando que as turmas em geral, sobretudo nas escolas de ensino público têm alunos com características pessoais e sociais muito diversificadas, nomeadamente tendo em conta a educação familiar poderá haver algumas situações problemáticas, de comportamentos de indisciplina e violência dos alunos que os professores têm dificuldade em resolver. Neste

âmbito não existe, apenas uma solução, mas um conjunto de estratégias de intervenção em vários domínios e contextos que se podem adotar para que os professores consigam exercer a autoridade e manter um bom ambiente escolar, imprescindível para uma aprendizagem das matérias e a convivência social.

Os professores podem desenvolver, nas suas turmas, algumas estratégias simples que permitem uma dinamização das aulas como por exemplo mudar os alunos de lugar durante algum tempo, quebrar barreiras, criar grupos e estreitar relações, promovendo dinâmicas de grupos.

No que respeita ao Regulamento Interno das escolas, é importante que os professores comuniquem as regras aos alunos com clareza, de modo a conseguirem uma melhor compreensão. Será desejável que os alunos participem na elaboração e debate do Regulamento Interno, para que possam interiorizar as regras, os direitos e os deveres que nele constam. Sendo o professor, o representante mais direto na aplicação das normas de funcionamento das aulas exerce uma regulação dos comportamentos dos alunos. Neste âmbito, os professores podem adotar estratégias de prevenção dos comportamentos de indisciplina e violência dos alunos, na sala de aula.

A autoridade como um valor e uma condição indispensável ao funcionamento das sociedades é uma questão essencial, no respeito pelos direitos humanos. Quando existem conflitos e violência, seja entre duas pessoas, num grupo, numa instituição, num país há várias questões que são analisadas, sendo muitas vezes a autoridade ou falta dela que está na origem ou na solução dos problemas. Neste âmbito, o recurso à lei constitui muitas vezes a principal forma de se solucionarem os conflitos e as relações humanas. Neste contexto, as sociedades europeias têm evoluído, no sentido de uma legalização ou controle, cada vez maior, das relações humanas, sociais e económicas. Esta questão é particularmente importante, no que respeita aos conflitos nas escolas.

Os conflitos de bullying (pares), entre os jovens e os professores e outros membros da comunidade educativa carecem de medidas ajustadas à idade legal dos intervenientes, normalmente menores de idade. Neste sentido, têm surgido movimentos sociais de deslegalização dos conflitos, nomeadamente escolares. Neste âmbito surgiram novas formas alternativas de resolução dos conflitos, nomeadamente a mediação e a justiça restaurativa. A

segurança e a paz social são valores fundamentais na vivência escolar. No entanto, quando surgem conflitos nas escolas é necessário que haja uma reparação dos direitos dos ofendidos ou das vítimas.

A maneira como os professores exercem a autoridade em contexto escolar está regulamentada, nomeadamente através da Lei nº 51/2012 de 5 de Setembro que define o Estatuto do Aluno e Ética Escolar. O Capítulo V, Seção I (Artigo 42º) tem o seguinte teor: “1) A lei protege a autoridade dos professores nos domínios pedagógico, científico, organizacional, disciplinar e de formação cívica: 2) A autoridade do professor exerce-se dentro e fora da sala de aula, no âmbito das instalações escolares ou fora delas, no exercício das suas funções; 3) Consideram-se suficientemente fundamentadas, para todos os efeitos legais, as propostas ou as decisões dos professores relativas à avaliação dos alunos quando oralmente apresentadas e justificadas perante o conselho de turma e sumariamente registadas em ata, as quais se consideram ratificadas pelo referido conselho com a respetiva aprovação, exceto se o contrário daquela expressamente constar; 4) Os professores gozam de especial proteção da lei penal, relativamente aos crimes cometidos contra a sua pessoa ou o seu património, no exercício das suas funções ou por causa delas, sendo a pena aplicável ao crime respetivo agravada em um terço nos seus limites mínimo e máximo”6.

Na análise deste documento, em particular dos artigos sobre a autoridade dos professores e as responsabilidades dos pais e encarregados de educação salienta-se, o carácter genérico do exercício da autoridade dos professores nas escolas, comparativamente ao maior detalhe das responsabilidades dos encarregados de educação que constam nos Artigos (43º,44º,45º). Neste âmbito, este documento estabelece, sobretudo os direitos e deveres dos alunos do ensino básico e secundário e o compromisso dos pais e encarregados de educação na sua educação e formação, embora também se refira aos restantes membros da comunidade educativa (professores e pessoal não docente).

O tema da autoridade dos professores tem suscitado um debate, tanto ao nível nacional, como internacional, nomeadamente na comunidade académica, na esfera política e nos media. Uma questão que tem suscitado alguma controvérsia, diz respeito ao reforço ou diminuição da autoridade dos professores. Em virtude do agravamento dos comportamentos de indisciplina e

6 Disponível em:

violência dos alunos, em muitas escolas e de um aumento de medidas disciplinares defende- se, em alguns países, nomeadamente em Inglaterra, um reforço da autoridade dos professores, na aplicação das medidas disciplinares, como forma de atuação e prevenção destes comportamentos. Num debate público sobre a indisciplina dos alunos ingleses, na sala de aula defendeu-se um agravamento das medidas disciplinares. Nos programas de televisão referidos por Claire Fox, os jovens apresentavam-se como vítimas dos adultos, das polícias e da sociedade, nomeadamente referindo a dificuldade de falta de perspetivas de conseguir um trabalho.

Os fenómenos de violência juvenil ocorridos em Inglaterra, em Agosto de 2011, chocaram a opinião pública, em virtude dos graves problemas que causaram e o modo como as autoridades policiais atuaram. Neste âmbito refere-se que as políticas que se têm adotado, em Inglaterra revelaram-se ineficazes para responder aos problemas da indisciplina nas escolas. Por vezes, a resposta aos problemas consiste em aumentar os poderes das escolas, atuando muitas vezes de forma desproporcionada perante alguns dos problemas. Tanto as escolas, como as polícias decretaram “tolerância zero” aos comportamentos desviantes. Os professores tiraram cursos de estratégias para lidar com os comportamentos dos alunos. Algumas escolas tomaram medidas mais duras e fecharam as portas à hora do almoço, para que os jovens não provocassem problemas na vizinhança.

Considera-se que a expansão destas medidas disciplinares são contraproducentes e raramente atingem o caminho do que determina a autoridade dos professores. Salienta-se, ainda que os novos poderes concentraram a sua atenção nos pais, mais do que nas crianças. Como exemplo, referem-se as medidas legislativas adotadas, em que as escolas podem agir contra os pais em tribunal e aplicar grandes multas. Neste âmbito, adota-se uma posição crítica, relativamente ao facto de haver uma política de penalização dos pais, nomeadamente pelos professores nos casos de indisciplina e violência escolar. Por outro lado, o conflito entre os professores e os pais é percecionado pelos jovens que podem tomar uma posição, no sentido de aumentar o conflito. Pese embora, uma relação de poder desigual entre os professores e os pais, na gestão da autoridade na organização escolar, sendo a responsabilidade do professor, pelo comportamento dos alunos maior, do que dos pais devem ajudar-se mutuamente na educação dos jovens. Neste sentido considera-se que se deve apostar na educação e na