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1 O CONSELHO DE CLASSE: DA ORIGEM AO CONTEXTO ATUAL DAS

1.2 A estrutura da SEE/SRE: competências e diretrizes para o conselho de

1.2.2 A Integração do PIP na Dinâmica Avaliativa dos Conselhos de Classe

uma prática hierarquizada do vértice do sistema até chegar às escolas mineiras.

Nas atuais orientações sistêmicas às escolas, pela Resolução SEE/MG nº 2197/2012, verifica-se a solicitação para atenção à gestão pedagógica levando-se em conta que: o aluno é o centro das atenções pedagógicas, a eliminação da reprovação escolar, o comprometimento com as intervenções necessárias através do PIP, que deve ser elaborado a partir dos resultados das avaliações do SIMAVE/PROEB. Compreende-se que os professores levam para o conselho de classe as vivências da implementação das práticas normativas e seus questionamentos quanto a estas inserções e a integração em seus planejamentos pedagógicos.

Como parte da política educacional mineira, o PIP passou a ser parte das dinâmicas pedagógicas e sua integração a esse capítulo se fez necessário como será esclarecido na sequência deste texto.

1.2.2 A Integração do PIP na Dinâmica Avaliativa dos Conselhos de Classe

A partir de 2007, as políticas educacionais mineiras revelaram maiores investimentos na participação da escola através do PIP- Programa de Intervenção Pedagógica. Inicialmente, implantado nos anos iniciais do ensino fundamental, foi considerado exitoso pela SEE/MG e como responsável por atingir a meta de 6.0 pontos no IDEB, prevista para 2022 conforme consta no GUIA SEE/MG (2013). Por esta razão foi ampliado para os anos finais do ensino fundamental, a partir de 2012, como uma estratégia de suporte às escolas, por meio dos professores de cada componente curricular que foram capacitados para trabalharem os Conteúdos Básicos Comuns e as intervenções pedagógicas junto aos planejamentos docentes nas escolas estaduais. O referido programa foi resultado da política educacional mineira implementado em todas as escolas públicas estaduais de Minas Gerais como suporte pedagógico à equipe escolar na busca pela qualidade do ensino, objetivando garantir a aprendizagem do aluno e elevar o desempenho da escola. A atenção da SEE/MG destinou-se à criação do PIP, desde o início, para planejamentos a serem elaborados pelas unidades escolares, tendo como referencial os resultados das avaliações sistêmicas do SIMAVE/PROEB.

A operacionalização deste instrumento (PIP) acontecia em etapas, iniciando- se com a divulgação e discussão dos resultados das avaliações na Secretaria, SRE e Escolas. A comunicação dos resultados ocorria por meio de materiais físicos (boletins e cadernos) e virtuais às Regionais e às escolas, o que demorava muito, considerando que as avaliações do SIMAVE/PROEB aconteciam em novembro e os resultados eram apresentados, aproximadamente, em Maio/Junho do ano seguinte, com definição para o “Dia D” acontecer nas escolas nos meses de julho ou agosto.

Consta desta estratégia a realização do “Dia D- Toda escola deve fazer a diferença”, em que toda a comunidade escolar era convocada a discutir os resultados das avaliações internas e externas de cada escola e as metas a serem acordadas junto ao Sistema Educacional Mineiro, sob a coordenação do diretor escolar. Nesta proposta, a comunidade escolar era motivada a refletir sobre a aprendizagem dos alunos, reavaliar e planejar ações interventivas elaborando e aprovando seu Plano de Intervenção Pedagógica.

Percebeu-se, nessas estratégias, uma prática interventiva que não ocorria no processo, mas nos resultados já consolidados e com perspectivas de alteração a cada novo planejamento. Buscou-se a partir de então, o entendimento da possibilidade de atuação do conselho de classe como alternativa de uma instância interventiva mais próxima dos resultados de aprendizagem (bimestralmente), para um exercício mais frequente de verificação dos aspectos quantitativos do desempenho escolar dos alunos. Tem-se como hipótese que uma prática restauradora poderá fortalecer este colegiado em suas funções de monitoramento do ensino e da aprendizagem.

Neste caminho, são muitos os questionamentos quanto às práticas dos conselhos de classe que direcionaram a observação de pesquisa para: o acompanhamento e verificação do desempenho dos alunos (se estão na pauta das discussões mais importantes ou das decisões pedagógicas da escola), a articulação do conselho de classe com os demais segmentos do sistema (representado pela equipe da SRE) por esta prática e suas intervenções.

Na interseção das práticas, as avaliações internas deveriam ser fonte de informações para as escolas e de acompanhamento da SRE na busca pela redução da discrepância entre os resultados das avaliações escolares internas e resultados das avaliações sistêmicas. É dentro desta abrangência que se situa a performance das práticas do conselho de classe e da credibilidade de sua eficácia na escola,

expondo se os profissionais desta instituição o concebem apenas como mais uma reunião pedagógica, como uma obrigatoriedade de cumprimento do módulo II ou como uma instância avaliativa de importância pedagógica sob uma visão dimensionadora de sua repercussão, como se espera comprovar nesta pesquisa.

Pressupõe-se que, a equipe pedagógica (gestor, especialistas e docentes) ao interligar as ações desenvolvidas na escola às avaliações externas, aos efeitos da transparência proporcionados a partir de sua divulgação e ao reconhecimento destes resultados diante das avaliações internas da escola, possibilitará direcionamentos ao gestor escolar para uma liderança perspicaz e mobilizadora para uma nova realidade. Neste sentido, o PIP deveria ocupar espaço/ lugar nas discussões coletivas no cerne dos planejamentos, incorporar-se aos conselhos de classe, diminuir a distância entre a teoria e a prática, sendo reavaliado pela equipe a partir dos resultados produzidos, confrontando-o aos diagnósticos das práticas cotidianas das escolas.

Considerou-se, portanto, que as práticas estratégicas de intervenção poderão ser redimensionadas nos planejamentos das escolas com base nas experiências do PIP6 no sentido da instrumentalizar a equipe gestora e os profissionais para a

implementação e monitoramento da Proposta Pedagógica. Sobre esses investimentos e condições de operacionalização, pode-se constatar, a seguir, na apresentação da abrangência de atuação da SRE/Carangola, sua estruturação e como se processam as orientações da SRE/DIVAE junto às escolas estaduais de sua circunscrição.