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De acordo com Tyler (1974), a avaliação é parte importante no desenvolvimento integrante do currículo, com a finalidade de proceder a uma verificação detalhada sobre os planos de experiências de aprendizagem, se eles estão acontecendo como guia do professor para verificação, observando se o resultado está sendo o esperado após ter desenvolvido alguma estratégia de ensino.

Deve ficar claro que a avaliação torna-se, então, um processo cuja finalidade é verificar até que ponto as experiências de aprendizagem, tais como foram desenvolvidas e organizadas, estão realmente produzindo os resultados desejados, e o processo de avaliação compreenderá a identificação dos pontos fracos e fortes dos planos. Isso ajuda a aferir a validade das hipóteses básicas sobre as quais foi organizado e desenvolvido o programa de ensino, e também a aferir a validade das hipóteses básicas sobre as quais foi organizado e desenvolvido o programa de ensino [...] (TYLER, 1974, p.98)

A avaliação é um importante instrumento de reflexão para o professor, a fim de analisar a eficácia da sua metodologia e o que precisa ser melhorado no currículo.

Sendo assim, o processo de avaliação tem essencialmente como pressuposto conferir em que grau os objetivos educacionais estão sendo realmente alcançados pelo programa do currículo e do ensino; tendo como premissa necessária, a mudança desejada nos padrões de comportamento do aluno, “a avaliação é o processo mediante o qual se determina o grau em que essas mudanças de comportamento estão

realmente ocorrendo.” (TYLER, 1974, p.99)

Esta concepção da avaliação fomenta dois importantes aspectos. O primeiro implica em apreciar a mudança no comportamento do aluno e se esta mudança são os objetivos educacionais. A segunda fase é mais complexa: a avaliação tem como premissa, o acompanhamento se ocorreu ou não a mudança na fase inicial ou final do processo educativo. Conforme Tyler, (1996), o professor não estará apto para avaliar um programa de ensino, se os alunos forem testados somente no final do programa. Sem conhecer quais eram as condições do estudante no início, não é possível estabelecer um parâmetro das modificações. Além disso, todo conjunto de experiências de aprendizagem compreende certo número de critérios, que poderá ser verificado por aproximação, possibilitando, assim, ser respondido com um grau relativo de exatidão, para que possa responder com êxito, se essas experiências produzirão realmente os efeitos esperados.

Dessa forma, é necessário considerar fatores que interferem no resultado dos alunos, como as habilidades do professor em executar as atividades conforme planejado, bem como suas características e personalidade e, principalmente, as condições ambientais em que acontece a aprendizagem. Por isso, a avaliação deve servir como um instrumento norteador para o professor, na obtenção dos resultados desejados. Portanto, é necessário que haja uma avaliação no início, no final e após o programa educacional para que a mudança seja compreendida.

Conforme Tyler (1974), o processo de avaliação inicia pelos objetivos do programa educacional, tendo como propósito verificar se realmente os objetivos estão sendo alcançados. Para tanto, é necessário viabilizar procedimentos de avaliação que informem os dados relativos ao comportamento do aluno. Se for o caso de adquirir conhecimentos relevantes sobre problemas ambientais, a avaliação deverá utilizar procedimentos pertinentes que forneçam evidências quanto à aptidão do aluno, para analisar problemas decorrentes desse assunto e apontar soluções para o problema abordado. Ou seja, a avaliação deve ter correspondência com a proposta do ensino.

Após o procedimento de avaliação, a etapa seguinte é conhecer as situações propícias que dão ao aluno a oportunidade de expressar o comportamento esperado pelos objetivos educacionais. Para tanto, o professor deverá não só criar maneiras para o educando revelar sua aprendizagem, mas também encorajá-lo e solicitá-lo.

A avaliação é um poderoso instrumento para verificar os pontos fortes e fracos do programa curricular, porém, a avaliação tem outras finalidades:

O próprio fato de não ser possível fazer uma avaliação enquanto os objetivos não estejam definidos com bastante clareza para que se possa reconhecer o comportamento que se tem em mira, significa que a avaliação é um meio poderoso de clarificar objetivos educacionais, se estes já não foram clarificados no processo de planejamento do currículo. (TYLER, 1974, p.114)

A aprendizagem também é influenciada pela avaliação. Segundo Tyler (1974), a pesquisa dos Regentes da Universidade do Estado de Nova Iorque revelou que as

Regents’ examinations, que são os instrumentos de avaliação do Estado, têm mais

influência sobre o que se ensina naquela unidade da União do que os planos de curso em si mesmos. O tipo de avaliação é o fator que determina os estudos dos alunos e que influencia a elaboração do plano de ensino dos professores.

Ou seja, o foco deixa de ser o currículo de ensino para centralizar-se na avaliação. Por isso, a avaliação deve estar intimamente ligada ao currículo, a fim de que o efeito seja dar centralidade aos objetivos educacionais e não somente à avaliação, apropriando-se com um fim em si próprio.

Nesse sentido os objetivos educacionais são complexos e abrangentes, imbuídos de valores. No entanto, a avaliação deve ser um meio para identificar e revelar se estes objetivos estão sendo alcançados, bem como as devidas mudanças para tal concretização.

A avaliação como afirma Tyler (1974), também pode ser utilizada de forma contínua, ou seja, ao longo do ano, para identificar os problemas pontuais e atender às necessidades educacionais dos alunos que tenham maior dificuldade de aprendizagem e, consequentemente, repensar e replanejar o plano de ensino, para que todos os alunos tenham oportunidades de superar suas dificuldades.

Teremos que depender cada vez mais do uso de procedimentos de avaliação para identificar as modificações que estão realmente ocorrendo nos estudantes, a que respeito estamos conseguindo os nossos objetivos curriculares e a que outros respeitos devemos promover ulteriores modificações a fim de termos um programa educacional eficiente. (TYLER, 1974, p. 116)

Desta forma, a avaliação torna-se um importante instrumento de informação à comunidade escolar e aos pais sobre o sucesso desta. Isso significa que os resultados da avaliação devem ser interpretados e refletidos juntamente com a equipe escolar, para que essa leitura possa ser compreendida por todos e, coletivamente, pensem sobre os resultados da avaliação, à luz da aprendizagem dos alunos.