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1 O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO E SUA IMPLEMENTAÇÃO EM

1.3 Contexto educacional nas duas escolas selecionadas da rede pública

1.3.2 Panorama geral da Escola Y

1.3.2.2 A organização administrativa e pedagógica da escola Y

Atualmente, o quadro funcional da escola Y é composto por trinta e quatro (34) funcionários, dispostos na tabela abaixo de acordo com a função que desempenham na escola.

Quadro 4: Composição Administrativa e Pedagógica da Escola Y

Quant. Discriminação

01 Gestora 01 Pedagoga

21 Professores, todos graduados (06 especialistas)

03 Administrativos (02 com ensino médio e 01 com curso superior) 03 Serviços gerais com ensino médio

02 Merendeiras (01 com ensino médio e outra com ensino superior) 03 Vigias com ensino médio

Fonte: Projeto Político-Pedagógico da Escola Y – Elaborado pela autora (2014).

As conquistas alcançadas no decorrer de sua história vêm acumulando vários prêmios, entre eles destacam-se: o Prêmio no 3º Encontro Cívico do MEC, em 1999, “Ética e Cidadania”; recebeu o “Selo Escola Solidária” de 2005 a 2011 do Instituto Faça Parte, por desenvolver uma educação com valores e práticas que melhoram a qualidade de vida da comunidade escolar; “Prêmio Construindo a Nação” em 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011, oferecido pelo Instituto da Cidadania Brasil; e prêmios oferecidos pelo SESI pelos projetos de Cidadania desenvolvidos, contribuindo de forma efetiva para o Desenvolvimento da Cidadania no Amazonas; em 2007, conquistou o 4º lugar no Prêmio Estadual em “Gestão Escolar” e o 2º lugar em 2008, o que lhe conferiu o Diploma de “Escola Referência Nacional em Gestão Escolar”. Merece posição de destaque ainda o recebimento do “Prêmio Escola de Valor”, pelo desempenho alcançado nas avaliações externas: IDEB – 2005, 2007, 2009 e 2011; e SADEAM em 2008 e 2010, totalizando R$ 360.000,00 de premiação.

Desde 2009, a escola desenvolve Projetos do “Programa Ciência na Escola”, financiados pela FAPEAM, sendo a instituição de ensino que teve mais projetos aprovados em Parintins. Destacam-se ainda as conquistas nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas – Obmep, com alunos medalhistas e alunos com Certificado de Menção Honrosa, assim como na Olimpíada Brasileira de Astronomia – Oba.

Atualmente desenvolve projetos com os seguintes títulos: Projeto de Leitura: a feira dos textos; Projeto Educação Fiscal; Projeto Trânsito: números que salvam; Projeto Dança na Escola; Fanfarra na Escola e o Programa Mais Educação com as oficinas de: teatro, judô, tênis de mesa; percussão e orientação de estudos e leitura.

Em relação ao IDEB, a escola Y sempre conseguiu notas acima de sua média, como mostra o quadro abaixo.

Tabela 8: Desempenho no IDEB da Escola Y – Ensino Fundamental – 2013

ANOS ANOS INICIAIS ANOS FINAIS

META NOTA META NOTA

2005 - - - 3.1

2007 4.1 4.9 3.1 4.6

2009 4.4 5.0 3.3 4.9

2011 4.8 5.7 3.6 4.8

2013 5.1 5.8 4.0 4.6

Fonte: IDEB, 2013 – INEP.

Quanto ao desempenho alcançado no SADEAM nos anos de 2008 e 2010, os anos iniciais obtiveram respectivamente 4.3 e 5.3 e os anos finais, 4.3 e 4.5. Diante dessa avaliação, a escola propôs alcançar a meta em 2012 de 6.0 pontos.

De acordo com o desempenho geral das escolas estaduais do Amazonas relacionado ao desempenho de Língua Portuguesa e Matemática (SADEAM, 2013), a escola Y apresenta um bom desempenho (Quadro 7). Esses dados, quando comparados com os quatro estágios de proficiência do Desempenho Padrão dos alunos no estado, verificam que os alunos do 7º ano da escola Y alcançaram o estágio básico nas duas disciplinas em 2012, sendo que, no 9º ano em matemática, alguns alunos alcançaram a proficiência.

Tabela 9: Proficiência da Escola Y

ANO ANO/SÉRIE LÍNGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA 2011

7º ANO 220,7 226,6

2012 214,6 210,1

2012 9º ANO 250 250,5

Fonte: SADEAM, 2013.

Quanto aos índices de aprovação, reprovação e abandono, a escola apresenta-se com alto índice de aprovação desde 2007, com taxas acima de 95%; as taxas de reprovação apresentam-se em 2007 com 0,81%; 2008 com 2,1%; em 2009 com 2,27%; em 2010 com 1,4%; em 2011, 1,5%; em 2012 com 2,4%; porém essa escola conseguiu, no decorrer desses anos, manter em 0% o índice de abandono, todavia esse fato pode ter ocorrido devido à constatação de que, no livro de ata do Conselho Escolar, há alguns registros de alunos que foram aconselhados a pedir suas transferências por não se adequarem ao regimento escolar e apresentarem baixo rendimento.

De acordo com o rendimento geral das escolas estaduais (PRODAM/SIGEAM - 2013), essa escola alcançou 96,77% de aprovação dos 402 de matrículas finais; 3,23% de reprovação e 0% de abandono.

Segundo a análise dos resultados das escolas estaduais referente ao ano de 2014, realizada pela SEDUC, através do SIGEAM, a escola Y obteve 98,36% de aprovação, faltando apenas 1,92% para alcançar a meta estipulada para esse ano, que estava estimada para 99,28%; apresenta também 1,64% de reprovação e mantém o 0% de abandono. Juntamente com esses dados, contém informações sobre a proficiência das escolas, e a escola Y apresenta o seguinte resultado: Língua Portuguesa – 5º ano, 220,7 pontos; e o 9º ano, 242 pontos; e Matemática – 5º ano, 216,9 pontos; e no 9º ano, 236. Vale ressaltar que, ao comparar o resultado do 9º ano, entre os anos de 2012 e 2014, a escola apresenta uma queda em sua pontuação, contudo mantém-se no nível básico nas duas disciplinas.

Segundo os dados do QEdu (2015), a escola Y apresenta as taxas de rendimento nos anos iniciais em 2014 de 3,5% de reprovação; 0,0% de abandono e 96,5% de aprovação. Em relação aos anos finais, apresenta-se com: 1,5% de reprovação; 0,0% de abandono; e 98,5% de aprovação. Em termos quantitativos de alunos por ano, a escola depara-se com: 02 alunos reprovados no 6º ano; nenhum

no 7ª e 9º ano; e 03 no 8º ano. Quanto à aprovação, expõe-se com o quantitativo de 64 alunos no 6º ano; 106 no 7º ano; 66 no 8º ano; e 35 no 9º ano. Esse quantitativo está expresso em percentual no quadro abaixo.

Tabela 10: Taxa de Rendimento da Escola Y - ano 2014 SÉRIE/ANO REPROVAÇÃO ABANDONO APROVAÇÃO

3,0% 0,0% 97,0%

0,0% 0,0% 100,0%

3,0% 0,0% 97,0%

0,0% 0,0% 100,0%

Total – anos finais 1,5% 0,0% 98,5%

Fonte: QEdu, 2015.

A escola enfrenta dificuldades relacionadas à indisciplina, à ausência da família na escola, ao planejamento dos professores em atender de forma mais eficaz às necessidades dos alunos, à necessidade de monitorar o processo de ensino e aprendizagem. Alguns professores, de acordo com seus relatos, sentem-se incapacitados e não definem com clareza de que forma farão as avaliações de seus alunos, principalmente nas avaliações qualitativas baseadas no comportamento e frequência dos alunos, de acordo com o direcionamento dado pela coordenadoria.

Em relação às dificuldades, a pedagoga da escola traçou um plano de ação, o qual está inserido no PPP da escola, que apresenta a programação para o ano letivo de 2013, e que está sendo implementado no ano de 2014, o qual se resume em quatro metas principais.

A primeira meta é elevar a qualidade do ensino oferecido na escola. A segunda está relacionada ao fortalecimento da Gestão Participativa. A terceira é elevar o nível de envolvimento e compromisso dos profissionais, dos pais e dos alunos no processo educativo. E, por fim, a quarta meta: manter os índices de aprovação e permanência na escola em patamares elevados. Outro procedimento pedagógico implantado na escola está relacionado à questão do uso das avaliações internas, especificamente sobre a avaliação qualitativa. Essa avaliação qualitativa está centrada em três pontos específicos, critérios relacionados ao respeito (2 pontos), à responsabilidade (3 pontos) e à higiene (1 ponto), totalizando 6,0 pontos (Escola Y – Critérios para avaliação qualitativa11). Os pontos dessa avaliação

11 Os critérios e/ou as notas das avaliações quantitativa e qualitativa e objetiva e discursiva

qualitativa são adicionados às avaliações quantitativas, que são as provas de conteúdos aplicados pelos professores, as quais valem de 0 a 4,0 pontos.

Esse processo foi repassado pela Coordenadoria de Parintins a todas as escolas gerenciadas pelo estado localizadas na cidade ou no interior, dando a ideia de que 60% da nota nas avaliações são qualitativas e 40% são quantitativas, totalizando 10,0 pontos em cada avaliação do bimestre.

Diante da maneira como é tratada a avaliação qualitativa, muitos alunos podem se considerar praticamente aprovados, uma vez que a média de aprovação é 6,0, sem que seja preciso levar em consideração o acompanhamento da aprendizagem introduzida a partir do processo de ensino escolar, fato que pode ajudar a entender por que a aprendizagem do aluno não corresponde com os requisitos básicos que são exigidos para cada série.

Em uma visita à escola Y, registrada no diário de bordo no dia 26 de março de 2015, em conversa preliminar com a coordenadora e os professores, foi possível identificar que o PME é bem aceito pelos alunos e eles gostam das atividades, segundo a fala da coordenadora.

Em relação ao espaço físico, a coordenadora deixou claro que foi disponibilizada pela gestão escolar uma sala para a realização das atividades do Programa como de Orientação de estudo e Leitura, música, bem como para guardar os materiais. Além disso, foram disponibilizados o palco e a própria quadra, ficando definidos o horário e os dias específicos para o programa e para as aulas de Educação Física.

A coordenadora enfatiza que os alunos frequentam e participam bastante das atividades e que ela está sempre presente, pois, quando os monitores apresentam dificuldades, ela resolve (Diário de bordo, 2015, p. 13).

Em relação aos monitores, a coordenadora disse que é ela quem seleciona e quem tem a preocupação de escolher acadêmicos ou pessoas formadas nas áreas disponíveis, principalmente para a atividade de Orientação de Estudo, que é uma pedagoga, e para o Judô, que é um acadêmico de Educação Física. As demais atividades podem ser realizadas por pessoas que apresentem habilidades ou cursos para as áreas específicas, como as atividades de música, por exemplo.