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A percepção espacial

No documento Metodologia do Ensino da Matemática (páginas 31-36)

O termo percepção espacial pode ser definida como a capacidade de se reconhecer e discriminar estímulos no espaço, e assim, a partir do espaço, interpretar estes mesmos estímulos associando-os às experiências vividas anteriormente.

IMPORTANTE:

A maior parte das informações recebidas pelo corpo é proveniente do meio ambiente e acabam penetrando nas pessoas através do sistema visual, pois é a visão que se desenvolve como resultado de diversas experiências acumuladas.

O estudo da percepção é desenvolvido com base na psicologia, na filosofia e na física, e por este motivo pode explicar o fato de não haver uma definição final aceita, podendo ainda existir alterações conforme as tarefas a serem realizadas. Esta ausência de uma definição final não nos impede, no entanto, que sejam consideradas todas as relações existentes entre a percepção e a geometria.

As próprias características das atividades matemáticas envolvidas no estudo da geometria primária fazem delas o condutor ideal para que ocorra uma aquisição de experiências de percepção visual, assim como fornece aos professores excelentes oportunidades de se observar e, até mesmo, detectar desde cedo os percentuais de educandos com problemas.

Desta forma, uma compreensão mais clara das habilidades da percepção espacial fará que seja possível preparar programas de conteúdos da geometria e, ainda, selecionar as atividades que poderão melhorar a percepção visual dos estudantes.

Com os avanços da ciência e da tecnologia surgem mudanças e novas concepções de se ver o mundo. Desta forma, com mudanças e transformações constantes, a sociedade passa a ser caracterizada como

uma sociedade do conhecimento, com inovações e informações sendo processadas de uma maneira mais rápida e de forma contínua.

Assim, faz-se necessária uma formulação imediata de ações educativas coerentes, que deem prioridade para a formação reflexiva e consciente dos educadores. Formação esta que é de fundamental importância para a compreensão da geometria.

A explicação de que algumas partes dos conteúdos trabalhados não são apenas para ter uma aplicação no cotidiano, mas para se pensar matematicamente, desenvolvendo o raciocínio, podendo ser considerada a mais importante também.

REFLITA:

Partindo de uma manipulação de objetos do espaço físico, a criança vai atribuindo características que depois podem ser visualizados mentalmente.

Após construir as imagens mentais, por meio de um processo de interiorização das suas ações, pode ser representado o seu espaço, dando significado aos objetos por meio das palavras, dos gestos e dos desenhos.

Figura 8: Os objetos e a geometria

Fonte: Pixabay

A  geometria espacial  se preocupa em estudar as figuras geométricas no espaço, entendendo espaço como o lugar onde podem ser encontradas todas as formas de propriedades geométricas e em mais de duas dimensões.

IMPORTANTE:

Existe uma concepção no sentido de que a criança constrói seu conhecimento e seus conceitos ao ter um contato concreto com os objetos de estudo, neste caso específico, com as figuras geométricas.

Por isso, a formação docente é considerada como o caminho para uma profissionalização que possa ter base em um sentido crítico e reflexivo com capacidade de conduzir os estudantes pelos caminhos do desenvolvimento intelectual.

Considera-se que é na primeira infância, aquela que ocorre até por volta dos 2 anos de idade, que uma criança desenvolve as percepções sobre o espaço. Este tipo de processo acontece de forma diversa, pelo fato de que a criança vai conceber uma quantidade de espaços, sendo os espaços tátil, auditivo, visual e oral.

IMPORTANTE:

A capacidade de percepção espacial é considerada a habilidade para se perceber os seus relacionamentos com o entorno ao seu redor, que são os processos externos, e com a própria pessoa, que são os processos internos.

A percepção espacial é vista como aquela que tem a sua composição com base em dois processos: os exteroceptivos, que são aqueles que criam as representações sobre o espaço por meio dos sentimentos; e, os interoceptivos, que são aqueles que criam as representações sobre o nosso corpo, com um posicionamento e uma orientação.

O espaço é considerado tudo aquilo que rodeia as pessoas, podendo ser os objetos, os elementos, as próprias pessoas, entre outras diversas coisas. Além disso, o espaço faz parte também do nosso pensamento, pelo fato de que nele é o lugar onde são reunidas todas as experiências, de modo a se obter as informações adequadas a respeito das características do entorno.

Ao se falar em percepção do espaço, geralmente é feita uma alusão ao espaço que rodeia as pessoas, com os objetos, os elementos e as próprias pessoas. Porém, este termo espaço deve incluir também a parte do pensamento, onde são reunidas todas as experiências vividas.

Com uma boa capacidade de percepção espacial fica fácil perceber o entorno das pessoas e o relacionamento com ele. Esta percepção espacial consiste ainda em entender os relacionamentos entre dois ou mais objetos quando alteram suas posições em um determinado espaço. 

Ajuda ainda a se pensar em duas ou três dimensões, o que permite a visualização de objetos desde várias perspectivas até reconhecê-los independentemente da perspectiva que sejam observados.

Essas formas de capacidade de percepção espacial são importantes e úteis para pessoas de todas as idades, não só na fase dos estudos, pois são utilizadas constantemente, seja quando as pessoas estão caminhando, quando se vestem ou, até mesmo, quando desenham.

Já uma percepção espacial deficiente pode afetar as maneiras que as pessoas focam ou percebem os relacionamentos do corpo com o seu entorno. Por exemplo, a percepção espacial funciona constantemente para que as pessoas não acabem colidindo contra paredes, portas e outros objetos.

Ao dirigir um veículo, o carro deve ser mantido na pista e não pode ser estacionado em qualquer lugar. Nestes casos, devem ser considerados a distância, o posicionamento e as dimensões dos outros objetos com relação a si mesmo.

Ao desenvolvermos a percepção espacial,  acabamos por desenvolver também a consciência espacial de localização das coisas ao nosso redor.  Para isso, se faz necessário perceber a  localização dos objetos e, ainda, os conceitos de distância, de velocidade e de posicionamento, sejam eles para cima ou para baixo e por cima ou por baixo.

REFLITA:

Assim, uma boa percepção espacial consiste na habilidade de se situar, se mover, de tomar múltiplas decisões, analisar as situações e as representações do que está acontecendo ao nosso redor e no relacionamento que o corpo tem com tudo isso.

Por exemplo, a percepção espacial é necessária para organizar objetos diversos, como caixas, livros e outros em prateleiras, estantes ou quaisquer locais. Ao fazer esta organização é realizada mentalmente as combinações possíveis dos posicionamentos e escolhido a que mais se adapta às necessidades daquele momento.

A percepção espacial também acaba sendo conhecida como senso espacial, o ensino da matemática nas escolas inicia geralmente pela contagem e pelos números, isto é, pela aritmética. No entanto, o mais natural seria começar pela geometria, pelo fato de que as crianças percebem primeiramente as formas, as cores e os sons, e não os números e as quantidades.

É sabido que primeiras noções da infância, como os conceitos de perto e longe, dentro e fora, são adquiridas com um auxílio direto da percepção espacial, por este motivo deveriam receber uma atenção especial do ensino e da escola.

Estes fatos atribuem uma grande importância ao que a percepção espacial influencia no desenvolvimento infantil, tornando-se maior ainda se for considerado que a criança utiliza essas percepções para ler, escrever, desenhar, andar, jogar, seja com objetos diversos ou com o próprio corpo, pintar ou, ainda, escutar música.

A percepção espacial de uma criança não serve apenas como um auxílio na exploração de formas geométricas, embora, quanto maior ela for e mais idade tiver, mais fácil será a aprendizagem da geometria.

Habilidades que podem favorecer a

No documento Metodologia do Ensino da Matemática (páginas 31-36)

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