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A sistematização do conteúdo jogo no 3º ano do Ensino Fundamental

A SISTEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO JOGO NO ENSINO FUNDAMENTAL

4.3 A sistematização do conteúdo jogo no 3º ano do Ensino Fundamental

O conteúdo jogo abordado no 3º ano do Ensino Fundamental I teve como objetivos: oportunizar a aprendizagem e o conhecimento das habilidades motoras e suas classificações; promover a aprendizagem e o conhecimento das habilidades locomotoras, com ênfase nas formas de esquivar: com ou sem deslocamento, em pé, sentado, deitado; oportunizar a aprendizagem e o conhecimento dos jogos populares; conhecer os jogos de outras regiões; saber os jogos dos familiares; conhecer as regras dos jogos populares; praticar jogos populares com corda; criar e recriar as regras dos jogos.

As aulas aconteceram em sala de aula, na quadra da escola e no pátio, com abordagens teóricas e práticas. Os materiais utilizados nas aulas foram: cordas, elásticos, mesas, cadeiras e/ou bancos, arcos, cones (médios e pequenos), bolas (grandes e pequenas), giz de cera, bolas de gude.

Para avaliação: Saber o entendimento dos escolares sobre a habilidade locomotora esquivar e suas formas de realizar, com ou sem deslocamento, em pé, sentado, deitado; observar se os escolares conhecem e realizam a habilidade com dificuldade ou facilidade; saber quais jogos populares eles conhecem e que utilizam a habilidade esquivar; realizar questionamentos sobre jogos populares e jogos com cordas; realizar a avaliação da escrita, fala e do desenho em sala de aula; observar cooperação, respeito e superação por parte de alguns escolares.

4.3.1 – Aula 01

Para a turma do 3º ano, foram desenvolvidos três planos de aulas, e cada plano referiu-se a duas aulas por semana, com duração de uma hora e quarenta minutos, ocorrendo no primeiro e segundo horário.

Os materiais utilizados foram: arcos, cones (pequenos e grandes), cordas, bancos, mesa, cadeiras, tapetes de EVA , rede de voleibol, os sacos plásticos e as bolas pequenas (tênis). Este último material, com o intuito de promover atividades abordando as habilidades manipulativas.

Por ser uma turma mais numerosa e de faixa etária maior, observamos que os escolares se expressam melhor e apresentam um conhecimento mais amplo sobre as atividades que propomos para eles. A roda de conversa na sala foi bem proveitosa, apesar de percebermos os escolares inquietos e ansiosos para irem à quadra. Essa situação é aceitável, já que a aula de Educação Física é considerada por eles um momento de se libertar do ambiente de “sala de aula” e “das cadeiras”. a aula de Educação Física, eles podem se expressar com seus gestos corporais sobre o que conhecem do assunto abordado, como expressar sentimentos de prazer, sendo um momento de integração e compartilhamento com os colegas através do se movimentar.

Os estudantes do PBID-EF perceberam essa inquietação e resolveram levar os escolares para a quadra. esse espaço, foi desenvolvida a atividade “Brincando de saltar”, em que os escolares deveriam se deslocar, inicialmente, cada um de uma vez, para experimentar as várias formas de se

Imagem 05: Estudantes do PIBID-EF e escolares na aula de EF, turma do 3º ano

locomover e saltar pelos materiais.

aula teve como tema central as habilidades locomotoras elementares, que são: “andar, correr, escorregar, girar, rolar, rastejar, saltar, escalar, esquivar, deslizar, quadrupejar”. Essas habilidades constam no livro “Educação Física e Organização Curricular” dos autores Palma, Oliveira e Palma (2010, p. 92), na proposta de sistematização para o 3º ano do Ensino Fundamental I.

Os obstáculos foram montados com arcos dispostos no chão, para que os escolares saltassem de diferentes formas (com um pé, com os dois pés juntos, alternando os pés, etc); cordas presas nas extremidades e estendidas, para que os escolares passassem por cima ou por baixo, (rastejando, de quatro apoios, saltando com um pé, com os dois, etc); rede de voleibol sobre dois bancos para passar por cima ou por baixo; banco para

subir e caminhar (utilizando o elemento equilíbrio), correr e saltar; cones para percorrer entre eles; cones e bolas pequenas, em que os escolares deveriam realizar atividade de arremesso, abordando a habilidade manipulativa; parede da quadra para escalar, realizando um curto percurso e em altura média.

Observa-se que as variações das habilidades perspectivaram a experimentação de diversas formas de se movimentar dos escolares, não s o “saltar”, mas também as diferentes possibilidades do “saltar”. O autor Hildebrandt-Stramann (2009, p. 29) acrescenta:

a experiência sempre significa despedir-se do conhecido e do familiar. Por isso, o novo experimentado, no início, parece mais ou menos estranho e só através do exercício e da repetição, pouco a pouco, se incorpora e se torna familiar.

Coadunando com a ideia do autor, esclarecemos que a experiência vivida pelos escolares possibilitou conhecer, ampliar e aprender sobre o saltar, não se restringindo aos seus movimentos básicos, mas também expandindo a experimentação e oportunizando a criação.

Durante toda a atividade, houve diálogos dos estudantes do PIBID-EF com a supervisora e professora de Educação Física. As conversas tinham o intuito de passar orientações de como reconstruir uma atividade em que os escolares já não tinham mais interesse e prazer de realizar naquele momento. Afirmamos que o importante é sempre estar observando os escolares, para

Imagem 06: Estudantes do PIBID-EF e escolares na aula de EF, turma do 3ºano

perceber e compreender a interação deles com os objetos e com o contexto vivido. Para isso devemos verificar nos escolares suas expressões corporais, os gestos e as falas, pois eles expõem seus interesses e motivações pela prática.

Com relação a esse envolvimento dos indivíduos em movimento com o meio, Hildebrandt- Stramann (2009, p. 27) explica que “o movimento baseado na experiência sempre liga dois polos a um relacionamento mútuo, do qual o movimento recebe seu estímulo e seu interesse: isso faz com que aquele que se movimenta se comunique com seu meio ambiente material e social”.

Para motivar a prática, alguns objetos foram utilizados pelos escolares para outras atividades. Dessa forma, eles pediram permissão para usar, e os estudantes do PIBID-EF liberaram. Observamos que os escolares, com os arcos, realizaram diversos movimentos, manobras e manipulações conhecidas por eles, como: lançar os arcos para cima, lançar o arco ao solo; realizar rolamento; e, em grupo, usaram os arcos para girar nos tornozelos, nas mãos e nos braços, entre outras atividades.

No momento em que os escolares usavam os brinquedos livremente, percebemos a criação de movimentos. Segundo ias (2012, p. 102) “está no jogo da criança a manifestação da criação”. Observamos que a atividade proposta estava limitando os escolares nos usos dos brinquedos apresentados. Dessa forma, Dias (2012) afirma que devemos respeitar a cultura infantil, para que ocorra a manutenção da essência humana, na sua integridade e expressão pura do ser.

Com relação aos brinquedos, os arcos, Kishimoto (2010, p. 18) “sup e uma íntima relação com a criança” e acrescenta que, no seu uso, há uma ausência de regras que organizem a sua utilização, e quem determina e organiza essas regras é a própria criança, a partir da sua necessidade e vontade.

Em um dado momento da prática, alguns escolares começaram a se dispersar e não queriam mais participar. Resolvemos modificar o cenário e as atividades, para atrair os escolares. Os estudantes do PIBID-EF perceberam que os escolares estavam se dispersando e, após a modificação, sempre mantendo o foco no assunto abordado, os escolares apresentaram interesse por essa nova atividade.

Os estudantes do PIBID-EF relataram que sentem dificuldade em criar outras atividades quando acontece de os escolares perderem o interesse pelo que estava sendo realizado. A justificativa é que apresentam pouca percepção e experiências para realizar as modificações e criações de novos cenários.

A aula encerrou com o toque da campainha e, naquele momento, os escolares foram para a sala. Não houve tempo para realizarmos as perguntas, e esse momento ficou para a próxima aula.

4.3.2 – Aula 02

No dia 08 de novembro, os estudantes do PIBID-EF realizaram a terceira e a quarta aula com a turma do 3º ano. Entendendo que essa aula é uma continuidade da anterior, os estudantes do PIBID-EF, já familiarizados com os escolares, entraram na sala e realizaram um momento de perguntas sobre as atividades que estes tinham realizado e aprendido na aula anterior.

Alguns escolares descreveram o que haviam feito na última aula, citaram também os materiais que tinham sido usados. Essa lembrança é importante e é um ponto positivo para a nossa organização das aulas, pois percebemos que estas estão sendo significativa, e os escolares estão apreendendo os conhecimentos passados.

Consideramos importante lembrar que a aprendizagem acontece pela ação corporal, pois todo o nosso corpo está envolvido na situação. As atividades práticas realizadas e debatidas estão proporcionando a aprendizagem dos escolares sobre o conteúdo jogo. O autor Assmann (1999) afirma que a aprendizagem é um processo corporal. Com isso é relevante afirmar que o processo lúdico das práticas envolve os escolares, sendo práticas prazerosas, em que não ocorrem cobranças de realizar o movimento correto e mecânico, mas sim, cada um faz da sua maneira a atividade proposta, de acordo com as suas possibilidades corporais e com seu tempo de aprendizagem.

Nessa perspectiva, Dias (2005, p. 112) explica que “com a variação de experiências e aç es que tenham significado e estejam as suas necessidades, a criança dinamizará a sua condição cognitiva, aprimorando, assim, as suas possibilidades de aprendizagem”. esse modo, demos continuidade aos nossos planos de aulas, orientados e visando à compreensão e à aprendizagem do conteúdo jogo.

A turma, em vários momentos da aula, demonstrou indisciplina e desrespeito entre ela mesma e com os profissionais que estavam na sala. Nesse dia, na sala de aula, ocorreu desrespeito de um escolar com um estudante do PIBID-EF. O escolar falou algo grosseiro, não sendo tolerado pelo grupo e, no mesmo momento, resolvemos chamar a sua atenção.

A Educação Física tem a responsabilidade de educar para a vida, de formar sujeitos críticos e ampliar os conhecimentos dos escolares, objetivando o progresso destes. Como educadores, devemos intervir nessas situações, posicionando-nos conscientemente, sabendo que nossos ensinamentos visam à evolução e formação de cidadão, crítico e reflexivo. Dessa forma, a intervenção na cena de desrespeito deve sempre acontecer, para que os escolares não entendam que esse tipo de atitude e comportamento é comum e aceitável, com qualquer pessoa do ambiente escolar e do ambiente externo.

realizarem a prática proposta, que iniciou pelo jogo “ ono da rua”. Perguntamos aos escolares se eles conheciam esse jogo e se alguém, conhecendo, sabia explicar como se joga. Um escolar se pronunciou, falando e demonstrando como era o jogo. Em seguida, os escolares que estavam observando também começaram a falar. Finalizamos a rodada de perguntas, pedindo para eles se organizarem em duas colunas; uma ficaria do lado direito da quadra, atrás de uma linha amarela demarcada no chão, e a outra, do lado esquerdo, também antes de uma linha amarela no chão. Não importava o número de escolares de cada lado, o foco foi fazer com que eles se organizassem sozinhos. Após essa organização, os estudantes do PIBID-EF informaram que esse jogo teria alguns objetos espalhados no meio da “rua” e que nem o pegador nem os fugitivos poderiam tocar nos objetos.

Como todos sabem, o jogo “ ono da rua” acontece em um local que possibilita marcarmos, no chão, duas linhas ou em um espaço que já possua essas duas linhas marcadas, fazendo com que, entre elas, tenha-se um espaço, que será chamado de rua. essa “rua” ficará o seu “dono” (o pegador), enquanto os demais (fugitivos) ficarão distribuídos nos dois lados que separam a rua (linhas demarcadas no chão, com giz ou uma corda), e estes tentarão passar de um lado para o outro lado, sempre cruzando a rua, sem serem capturados pelo “dono” (o pegador). Caso algum escolar seja tocado, este passará a ser o pegador. A atividade “ ono da rua” é um jogo popular que possibilita os escolares vivenciarem diferentes maneiras de locomover-se.

A atividade iniciou com os escolares realizando a travessia como eles consideravam melhor, ou seja, bem à vontade, dentro das possibilidades e conhecimentos de cada um, obedecendo às regras. Quando relatamos que cada escolar tem a liberdade de realizar a atividade a sua maneira, Hildebrandt-Stramann (2009, p. 27) explica que

cada pessoa tem que realizar suas próprias experiências. Isso significa que devem existir situações de movimento e experiência para a solução e domínio de problemas nessa área, do ponto de vista do aprendiz. As ações devem referir-se unicamente a esses aprendizes, pois somente assim podem levar a um sentido.

Após esse momento de descobertas, espontaneidade e criação, os estudantes do PIBID-EF resolveram aplicar uma variação nas regras da atividade, visando abordar a habilidade motora, saltar e modificar o jogo. Outro fator para ocorrerem as alterações é de possibilitar diferentes formas de jogar esse jogo, desafiando os escolares e, assim, oportunizando novas alternativas para realização da prática. Com as alterações nós almejávamos a descoberta e criação pelos escolares de outras formas de saltar, como, por exemplo, saltar com um só pé, com os dois pés, entre outras formas.

Sugerimos, em seguida, que eles poderiam saltar de mãos dadas, realizando os movimentos das pernas da forma como eles haviam realizado na atividade anterior. E, por fim, propusemos aumentar o número de pegadores e transformar a atividade em um “pega-pega ajuda”. Observamos que, a cada modificação, os escolares apresentavam desenvoltura na sua realização e, desse modo, fomos inserindo mudanças mais complexas e que provocassem nos escolares superação e novas habilidades diante dos obstáculos.

segunda atividade foi “Pega-pega gavião”. esse jogo existem três personagens: o “gavião” (pegador), os “pintinhos” e a “mãe galinha”. o espaço da atividade, na quadra, ficam, em suas extremidades, os “pintinhos” e, do outro lado, a “mãe galinha”. o meio, entre os “pintinhos” e a “mãe galinha”, fica o “gavião” (o pegador), que tem a missão de pegar os “pintinhos”, que terão de ir em direção “mãe galinha”. O jogo inicia quando a “mãe galinha” chama os “pintinhos”: - “Oh meus filhinhos, venham cá!”, e eles respondem: - “Eu não vou não! O Gavião quer me pegar!”. o jogo a quantidade de chamada pode ser combinada entre os “pintinhos” e a “mãe galinha”, sem o “gavião” saber. E, em certo momento, os “pintinhos” saem correndo em direção “mãe galinha”, atravessando a quadra, e o “gavião” desloca-se e tenta pegá-los.

o jogo original, quem for pego será o “gavião”. Porém no jogo organizado pelos estudantes do PIBID-EF foram inseridas algumas variações, como: 1) quem for pego pelo “gavião” se torna também pegador, junto com o colega “gavião”. essa forma, o jogo caracterizou-se como um “pega-pega ajuda”. 2) Foi dado para o “gavião” um arco (bambolê) de plástico, em que ele s poderia pegar os “pintinhos” lançando o arco sobre eles. 3) os “pintinhos” teriam que se deslocar em dupla, estando o “gavião” ainda com o arco.

O jogo possibilitou trabalharmos a dimensão atitudinal, já que os escolares realizaram trabalho em grupo. Outro ponto importante foi tornar a atividade mais atrativa e dinâmica, aumentando o grau de dificuldade, inserindo um objeto na atividade (o arco), além de fazer os escolares realizarem a travessia em dupla. E, por fim, a atividade foi modificada tornando-se um pega-pega ajuda, sendo um jogo cooperativo e colaborativo.

4.3.3 – Aula 03

No dia 22 de novembro, sendo o terceiro plano de aula, o tema da aula foram Jogos populares, tendo como subtema jogos com corda, atendendo ao quadro proposto pelo livro

Imagem 07: Estudantes do PIBID-EF e escolares na aula de EF, turma do 3º ano

de Palma, Oliveira e Palma (2010, p.95).

Os estudantes do PIBID-EF iniciaram a aula na quadra, fazendo uma roda de conversa, objetivando realizar perguntas direcionadas aos escolares: o que sabem sobre jogos populares? Quais jogos populares conhecem e já praticaram algum jogo popular? Os escolares se remetem a atividades esportivas como jogo. Com isso citaram futebol e basquete como jogos populares. Alguns responderam os jogos tica-tica, academia, soltar pipa.

A compreensão de que esporte e jogo são as mesmas atividades geram essas respostas. Porém não podemos esquecer que a cultura dentro e fora da escola é que os termos jogo e esporte são utilizados para todas as atividades, sendo, portanto, sinônimos, não havendo distinção entre as palavras e as atividades propriamente ditas.

Os estudantes do PIBID-EF iniciaram a aula com a atividade denominada de Zerinho, que se constitui de uma atividade com corda em que normalmente participa um grande número de pessoas. Os autores Freire e Scaglia (2008, p. 93) descrevem-na da seguinte forma:

É uma brincadeira de corda em que, em vez de pulá-la, as crianças passam por baixo dela, sem interromper seus movimentos. Os participantes podem andar ou correr, conforme sua habilidade. O professor deve desafiá-los a passar pela corda um a um, sem pará-la e sem que ocorram batidas vazias, isto é movimentos da corda sem que passe alguma criança (daí o nome da brincadeira). Se ocorrer, a contagem volta ao zero.

Inicialmente, organizamos os escolares para que todos participassem da prática individualmente. Em seguida, os estudantes do PIBID-EF solicitaram que os escolares passassem em dupla e de mão dadas. Em seguida, colocamos os escolares em trio e, por fim, em quarteto, objetivando realizar uma atividade em grupo.

Observamos que esse tipo de atividade proporciona aos escolares uma melhor

Imagem 09: Estudantes do PIBID-EF e escolares na aula de EF, turma do 3º ano

Imagem 08: Estudantes do PIBID-EF e escolares na aula da EF, turma do 3º ano

interação entre eles, um momento de colaboração e cooperação.

Percebe-se que, logo após abordarmos as habilidades motoras e manipulativas, foi possível evoluir no conhecimento tratado, dessa forma, evoluímos para trabalhar atividades mais complexas e que atendessem tanto as habilidades como os jogos populares. Em seguida, desenvolvemos atividades que utilizavam o material corda e, então, chegamos à atividade com o grande grupo, promovendo a socialização e a realização de um jogo cooperativo.

Na atividade em grupo, os escolares vivenciam um momento de diálogo e reflexão em conjunto, com o intuito de selecionar o melhor momento de passar a corda. Observa-se que alguns escolares não conseguiram na primeira tentativa, porém o espírito de superação e união do grupo fez com que eles dialogassem entre si e conseguissem realizar a atividade. Assim, eles se sentiram motivados a cada etapa vencida e, cada vez mais, buscaram se desafiar, ocorrendo superação e colaboração.

Depois desse momento, os estudantes do PIBID-EF resolveram propor que todos os escolares se juntassem para passar pela corda. Esse momento foi uma experiência diferente e desafiadora para os escolares, já que nunca haviam experimentado a situação de todos, de uma só vez, realizarem o jogo. Segundo Hildebrandt-Stramann (2009, p. 28), “uma experiência se faz quando alguma coisa se contraria em relação a algo conhecido e habitual, quando alguma coisa é desviada do rotineiro”. Dessa forma, mudando o padrão do jogo pula corda, gerou um sentimento de desafio e superação por todos os escolares.

A atividade foi realizada e, na primeira tentativa, eles não conseguiram, contudo informamos que eles teriam mais de uma tentativa. Assim, foi realizado mais vezes o jogo, até que todos conseguissem passar de uma só vez pela corda. Pelos relatos dos escolares, a atividade promoveu um momento muito divertido e animado, em que o desejo do grupo, de se superar, foi a motivação, não desistindo do objetivo.

Nesse momento, citamos Freire (2005), o qual expõe que, quando experimentamos diversos jeitos de resolver cada situação (sozinho ou em grupo), encontramos o mais adequado e descobrimos a nós mesmos. Essa descoberta se apresenta como autonomia, personalidade e atitude do ser e do grupo diante de um desafio. O autor acrescenta

O jogo constitui um terreno bastante fecundo para a provocação de novos possíveis, consequentemente, mais chances de escolha, portanto mais autonomia e identidade, por que o jogo é, sem dúvida alguma, um campo particularmente favorável, não exatamente para a criação do conflito, mas para seu enfrentamento e superação. (FREIRE, 2005, p. 106)

A segunda atividade realizada na aula foi a denominada Reloginho. Os estudantes do PIBID- EF explicaram como aconteceria a atividade, e mesmo a grande maioria conhecendo, não conseguiu

fazer a relação do nome do jogo com a sua prática. Nesse jogo utilizamos uma corda grande, onde demos nós nas extremidades, para ficar mais pesada, e assim se tornou mais fácil para girar. Em seguida, solicitamos aos escolares que formassem um círculo e, no centro, ficou um dos estudantes do PIBID-EF para girar a corda, que deveria ser paralela ao chão, representando o ponteiro de um relógio. Os escolares teriam que pular quando a corda passasse por eles e, para dificultar, o estudante do PIBID-EF foi aumentando a velocidade. Assim, os escolares foram sendo acertados pela corda. Quem era acertado deveria ir para o centro girar a corda. Depois de um tempo, os estudantes do PIBID-EF encerraram o jogo e apresentaram a terceira atividade.

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