• Nenhum resultado encontrado

3 A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES E

3.3 A violência sexual contra crianças e adolescentes no currículo

Após análise das propostas de trabalho e dos relatórios do EQP e do SPE, percebeu-se a participação das escolas públicas da cidade de Imperatriz no enfrentamento da violência sexual, conforme foi apresentado na seção anterior. Diante dessas informações, surgiu a necessidade de identificar junto às duas equipes, que influência o debate acerca da VSCCA vêm exercendo sobre o currículo das escolas do ensino fundamental.117 Isso foi possível a partir de uma entrevista118 aberta do tipo qualitativa que foi aplicada aos sujeitos partícipes das equipes.

Foi possível perceber nas falas dos investigados a forma como a SEMED, por intermédio dos dois projetos, orienta e acompanha as escolas no combate à violência. Para o SOE/EQP119, as ações voltadas ao enfrentamento da VSCCA

117 A primeira questão aplicada às duas equipes da SEMED foi: 1) Que influência o debate acerca

da violência sexual contra crianças e adolescentes vem exercendo sobre o currículo das escolas de ensino fundamental da cidade de Imperatriz?

118 A entrevista foi realizada com três questões abertas.

119 A equipe do SOE/EQP é composta por um número mínimo de orientadoras educacionais, sendo

vêm sendo realizadas nas escolas por meio de oficinas pedagógicas, palestras informativas e preventivas direcionadas aos alunos do 6º ao 9º ano, aos pais e responsáveis; distribuição de folders para a comunidade escolar com informações sobre a prevenção; encaminhamentos de suspeita de casos de abusos aos órgãos competentes como CT, MP, CREAS, CAPS120, CRAS e Casas-Abrigos, além de participação em audiências públicas e atendimentos individualizados (SOE/EQP, 2012)121. Sendo assim, interpretou-se que, a SEMED tem a intenção de que as escolas desdobrem as ações que são desenvolvidas pelas equipes, possibilitando novos conhecimentos no sentido de aprenderem a incluir com autonomia própria o tema da violência sexual no currículo escolar por meio de construções de conhecimentos que necessitam ser orientados dinamicamente pela própria vida escolar e da comunidade local.

Para a equipe do SPE (2012) 122 as ações voltadas ao enfrentamento da VSCCA que vêm sendo realizadas nas escolas públicas municipais de Imperatriz- MA são desenvolvidas por meio de um trabalho que envolve professores e alunos objetivando uma reflexão voltada para a prática de uma sexualidade saudável. As temáticas trabalhadas abrangem desde saúde sexual, saúde reprodutiva, DST/HIV/AIDS, relações de gênero, diversidade sexual, raças e etnias, álcool e outras drogas. O trabalho é desenvolvido por meio de oficinas dialógicas possibilitando aos participantes discutirem suas realidades. Alguns temas tais como: gravidez na adolescência, abuso e violência sexual são discutidos e dão suporte para que a escola os inclua no currículo escolar.

O SPE intenciona que a escola possa ser influenciada no sentido de

não tem tido possibilidades de acompanhar todas as escolas da rede municipal. A partir da formação em 2009, ocorreu o acúmulo de responsabilidades para a equipe do SOE, com a implantação do “Projeto Escola que Protege”. Por isso, a equipe está identificada nesta pesquisa como SOE/EQP e atualmente tanto o SOE/EQP como o SPE, vem desenvolvendo ações diversificadas, mas o SOE/EQP atua diretamente no enfrentamento da violência sexual enquanto o SPE prioriza na formação, a orientação acerca da sexualidade.

120 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Núcleo de Atenção Psicossocial é um serviço de

saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. Objetiva oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

121 Descrição elaborada conforme as respostas dos componentes da equipe do SOE/EQP da

SEMED.

promover ações que contemplem no currículo escolar os temas123 discutidos pela

equipe, competindo à escola inseri-los na proposta curricular tendo em vista que o currículo tem de ser constituído por um conjunto de experiências vivenciadas na escola ou sob supervisão da mesma.

Percebe-se nas respostas dos sujeitos pesquisados que o trabalho realizado no sentido de desenvolver as ações voltadas ao enfrentamento da VSCCA orientadas pelos dois projetos, na maioria das escolas públicas municipais da cidade de Imperatriz-MA, ainda são ações temporárias. No entanto, diante do que afirmam as equipes, é importante considerar que, inicialmente é a escola quem se encontra na ponta da rede de proteção às crianças e adolescentes e constitui-se em um local privilegiado para intervenções preventivas, uma vez que crianças e adolescentes passam grande parte do seu tempo e de sua vida nessa instituição.

Sendo assim, por mais temporárias, que sejam as ações de orientação e acompanhamento dos dois projetos, compete à escola encontrar possibilidades de enfrentar o fenômeno e, consequentemente, aprender a fazer parte da rede de proteção. Como o currículo não deve ser uma mera colagem objetiva de informações, pois estas são sempre frutos de determinados agrupamentos sociais, que decidem o que será transmitido nas salas de aula, é imprescindível que a escola compreenda o saber não como algo dado, mas sim enquanto uma realidade que necessita ser criticamente examinada (APPLE, 2006). Por isso, apesar de os momentos de sensibilização, orientação e formação promovidos pelas equipes do SOE/EQP e SPE ocorrerem temporariamente em algumas escolas, espera-se que a própria escola encontre meios de inserir o tema da violência sexual no currículo escolar, valorizando as vozes dos sujeitos que fazem parte de suas realidades, no sentido de concretamente existir quem as escute, tendo em vista que vozes todos os sujeitos já às têm, o que falta mesmo é a disposição para escutá-las (APPLE, 2008).

A função política da educação como possibilidade de construção da prática da cidadania, no sentido de promover ações socializadoras de forma a não reproduzir os padrões de violação aos direitos humanos, necessita ser destacada

e compreendida pela escola no processo de enfrentamento da VSCCA. É importante que além da capacitação dos profissionais da educação, seja também incluso o acompanhamento no cotidiano da escola. Para a SEMED algumas escolas de ensino fundamental da rede municipal já fazem a inclusão do fenômeno da violência sexual nas práticas pedagógicas, desenvolvendo ações tais como: projetos, palestras, encontros, reuniões, aulas promovidas por alguns professores que se empenham com a temática da violência etc., mas não são todas as escolas da rede municipal que se comprometem com essa problemática.

Nesse contexto, percebe-se que a maioria das escolas se cala frente ao fenômeno da violência. Discutir sobre a VSCCA é ainda um desafio que necessita ser superado para uma ação efetiva dos direitos humanos (OLIVEIRA; MARTINS, 2007). Nessa situação específica cabe à escola posicionar-se a fim de garantir a integridade “básica de seus alunos – por exemplo, as situações de violência sexual contra crianças e adolescentes por parte de familiares devem ser comunicadas ao Conselho Tutelar ou autoridade correspondente” (BRASIL, 1997b, p. 125).

A escola é um local privilegiado tanto para a discussão da temática da VSCCA, quanto para a sua denúncia. É papel da escola, juntamente com outras instituições sociais, assumir o compromisso de defesa de crianças e adolescentes de maneira coletiva, buscando articular uma rede eficiente de proteção. Para que a criança ou o adolescente, vítima da violência sexual possa ter confiança a ponto de poder comunicar ao professor ou a outro profissional da educação, as situações indicadoras de abuso sexual que tenha vivenciado ou caso esteja vivenciando, o enfrentamento da violência sexual necessita ser organizado dentro da própria escola. No entanto, orientar para a prevenção ainda é um dos melhores caminhos que a escola pode percorrer.

Partindo-se do princípio de que o currículo não é um rol de conteúdos prontos a serem transmitidos para os alunos, mas contempla as experiências que são vivenciadas em torno da construção do conhecimento124, percebe-se na

124 A segunda questão aberta elaborada para as equipes da SEMED foi: 2) Partindo-se do

princípio de que o currículo não é um rol de conteúdos prontos a serem transmitidos para os alunos, mas contempla as experiências que são vivenciadas em torno da construção do conhecimento, de que maneira o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes vem sendo tratado na escola?

resposta125 do SOE/EQP (2012) que a equipe tem responsabilidade em fazer

acompanhamentos às escolas que se comprometem ou se comprometeram a partir de 2009 em desenvolver ações de enfrentamento da VSCCA desde a formação no EQP, oferecida pela UFMA.

A equipe tem incentivado a realização de projetos internos pela própria comunidade escolar, pois o sentido da formação é de ser permanente, ou seja, as escolas que participam das formações têm possibilidades de aprender a incluir no próprio calendário escolar, no plano de ações, no projeto político pedagógico (PPP), nas propostas de trabalho etc., ações voltadas para o enfrentamento da VSCCA, de forma que aprendendo a desdobrar essas ações, a escola de alguma forma insira no currículo, o tema da violência sexual, a partir de diversas possibilidades tais como: diálogo, debates, leitura de textos, projetos etc.

O planejamento de estratégias de atendimento para outras demandas educacionais e sociais, além da VSCCA, faz com que o SOE/EQP se torne às vezes frágil ou impotente diante de algumas situações, porque se envolve com muitos problemas que são encaminhados para a SEMED, como indisciplina escolar, dificuldades de aprendizagem e casos ou suspeitas de casos de violência sexual, negligência etc. Assim, a fragilidade fica caracterizada também pela falta de formação e acompanhamento das práticas pedagógicas nas escolas, pois cada escola deveria se envolver com o enfrentamento a partir da sensibilização com o tema, planejando estratégias dentro de sua própria realidade, mas nem todas as escolas querem desdobrar as ações por iniciativa própria.

O projeto objetivava estender a formação para todas as escolas. No entanto, das 119126 escolas da rede municipal, o SOE/EQP desenvolveu ações, e algumas ações temporárias, apenas em 12 escolas nas quais os participantes da formação se comprometeram com a causa da VSCCA.

O SOE/EQP (2012) menciona que vem dando continuidade por meio de algumas ações, buscando o combate e prevenção de toda forma de violência. No

125 Descrição elaborada conforme as respostas dos componentes da equipe do SOE/EQP da

SEMED.

126 No percurso da pesquisa, posteriormente, e principalmente na última seção desta dissertação,

ficou evidenciado que de 119 escolas municipais de Imperatriz, 12 realizam algumas ações. Dessas 12 escolas, 7 desenvolveram ações temporárias, 5 projetaram ações de enfrentamento da VSCCA, 2 concretizam algumas ações desde 2009 por conta das orientações do EQP, e 1 escola desdobra algumas ações por causa das orientações do SPE. Dentro do número de escolas, desenha-se nesta investigação, que a inclusão do tema da VSCCA, no currículo escolar, foi considerada somente em três escolas.

entanto, não é possível visualizar ainda o tipo de continuidade que caracteriza concretamente o combate e a prevenção da VSCCA dentro das escolas municipais. Essa inquietação movimenta esta pesquisa para outra fase no sentido de compreender o papel do educador no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes e relacionar as ações da política nacional de enfrentamento da VSCCA voltadas à qualificação do educador com a participação efetiva dos mesmos nesse enfrentamento a partir da atuação no âmbito escolar. Mas isso será abordado apenas na próxima seção.

Para o SPE127 (2012), seu trabalho possibilita formas de as escolas terem crianças e adolescentes mais esclarecidos. Desenvolve atividades128 nas escolas por meio de seminários e dramatização, possibilitando diálogos para promoção de alguns esclarecimentos pessoais de alunos que buscam participar desses momentos realizados nas escolas.

De acordo com o que foi sinalizado129 pela pesquisa, a equipe do SOE/EQP (2012) trabalhou de 2010 a 2012130 com coordenadores, supervisores e gestores

sobre o tema da violência, sendo que, em 2012, foi realizado um trabalho em parceria com o Ministério Público, no qual se realizou uma formação com professores e professoras do Ensino Fundamental contra o Trabalho Infantil Doméstico, por se compreender que esse contexto também favorece a violência física e, por muitas vezes, a sexual.

A SEMED entende que vem desenvolvendo ações no sentido de contribuir que as escolas implementem as orientações oficiais sobre à inclusão do tema da VSCCA no currículo escolar, competindo à escola desdobrar as ações no sentido de promover a inclusão do tema da violência sexual no currículo escolar. Para tanto, os profissionais que atuam dentro das escolas precisam de motivação permanente para se envolverem com formação que promovam estudos que são sinalizados dentro da própria realidade, conforme o problema que enfrentam.

127 Descrição elaborada conforme as respostas dos componentes da equipe do SPE da SEMED. 128 É possível enxergar que o SPE só se compromete com as escolas que fazem adesão voluntária

com trabalhos sobre os temas que discutem e que têm disponibilidade própria para realizar alguns trabalhos de exposição, tais como projetos, feira de ciências, discussão em sala de aula, debates etc.

129 A terceira questão aberta elaborada para as equipes da SEMED foi: 3) As escolas vêm

desenvolvendo ações no sentido de implementar as orientações oficiais que se voltam à inclusão do tema da violência sexual contra crianças e adolescentes no currículo escolar?

130 Descrição elaborada conforme as respostas dos componentes da equipe do SOE/EQP da

Nesta perspectiva, é importante considerar que os educadores necessitam se engajar no sentido de querer estudar a própria realidade para que encontrem formas de lidar com o tema da violência dentro do currículo escolar.

De toda forma, percebe-se que falta um envolvimento maior com a causa da VSCCA. É importante que todos os educadores se engajem no enfrentamento do fenômeno e que realmente possam aprender a planejar ações que sejam desenvolvidas nas escolas e que não sejam apenas pontuais como, por exemplo, no dia 18 de maio ou na semana que contempla esse dia.

O SPE (2012) afirma131 que a cada ano são disponibilizadas oportunidades de professores serem mobilizados no sentido de aprimorarem seus conhecimentos para desenvolverem trabalhos com alunos dentro das próprias escolas. Embora não trabalhe diretamente com a temática da VSCCA, tem propostas de discutir a respeito da “Vulnerabilidade e da Prevenção” no que se refere à sexualidade, orientações com pais sobre a educação sexual dos filhos etc., e assim tem possibilidades de criar várias estratégias de contemplar o fenômeno da violência sexual na perspectiva da prevenção.

A SEMED espera que, com os encaminhamentos dos dois projetos, as escolas possam aprender a desenvolver ações que incluam no currículo escolar os temas abordados, dentre eles as orientações que são voltadas para o tema da violência. Percebe-se que mesmo diante do esforço das duas equipes, a inclusão do tema da VSCCA no currículo das escolas públicas municipais da cidade de Imperatriz ainda anda a passos lentos.

É importante considerar que os programas e os projetos que têm sido estabelecidos e implementados no Brasil com o objetivo de estruturar a rede de proteção às crianças e aos adolescentes vítimas de violência sexual, possuem diversas frentes de atuação, sendo a prevenção um foco muito importante na medida em que busca adiantar-se à ocorrência da violação dos direitos. E as escolas da rede municipal de Imperatriz são orientadas no sentido de trabalhar com a prevenção por intermédio dos encaminhamentos dos dois projetos da SEMED.

No Brasil, muitos trabalhos de capacitação de educadores para o enfrentamento da VSCCA têm sido colocados em prática e seus resultados são

avaliados com o intuito de torná-los cada vez mais eficientes. No entanto, muitos dados divulgados sobre esses programas e outros trabalhos que buscam proteger crianças e adolescentes, desenvolvidos com os profissionais da educação, indicam a dificuldade dos educadores, em abordar o tema da VSCCA no interior da própria escola (OLIVEIRA; MARTINS, 2007); (FRANCISCHNI; SOUZA NETO, 2007).

É extremamente necessária que a escola seja influenciada pelo debate acerca da VSCCA de forma que concretamente ocorram modificações no currículo escolar. Os profissionais da educação precisam aprender a lidar com o enfrentamento desse fenômeno. A prevenção primária desse tipo de violência tem como objetivo principal atingir a população de modo geral. Sua meta é desenvolver estratégias, programas e campanhas com vistas a reduzir a incidência e a ocorrência de novos casos de violência (AZEVEDO; GUERRA, 1995). Por isso a escola é o local adequado para o desenvolvimento de ações de enfrentamento da violência e necessita incluir no currículo essa temática.

Goldberg (1988) apresenta uma proposta de prevenção primária à violência sexual dentro da comunidade escolar quanto à educação sexual que necessita estar claramente relacionada com a promoção dos direitos humanos e com a construção da cidadania na escola. A proposta para a educação sexual compromete educadores, principalmente professores, em muitas lutas que são também sociais: a luta contra a desigualdade, o preconceito, a violência sexual etc., e esse tipo de direcionamento e comprometimento, de certa forma, a SEMED vem fazendo com as escolas da rede municipal por meio do SOE/EQP e SPE.

Ainda existem poucas preocupações, por exemplo, acerca da reflexão sobre o descompasso entre o tipo de formação oferecida nas universidades e as necessidades reais da sociedade brasileira (KOSHIMA; XAVIER; AMORIM, 2006). A atuação dos profissionais da educação no enfrentamento da VSCCA depende muito das possibilidades reais que eles possuem para lidar com essas questões, pois necessitam de apoio pessoal e profissional disponibilizados no próprio espaço de trabalho, para desenvolverem conhecimentos e habilidades profissionais para aprenderem a enfrentar a violência sexual da forma mais adequada.

Algumas políticas públicas atuais procuram promover a defesa dos direitos e a proteção de crianças e adolescentes que são ou foram vítimas de violência, do abuso e/ou exploração sexual e estas políticas públicas precisam contar com

ações conjuntas, que envolvam uma rede de proteção, dentre elas, destacam-se a área da educação, saúde, assistência social, cultura e justiça, e essa rede tem a intenção de garantir às crianças e aos adolescentes a integração social por meio do convívio familiar e comunitário. É perceptível que as ações de enfrentamento à VSCCA em âmbito escolar encontram suporte na CF e no ECA. O artigo 227 da CF rege que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988).

O artigo 245 do ECA de forma explícita obriga legalmente o médico, o professor e os profissionais que atendem crianças e adolescentes no âmbito da saúde e educação a efetivar as denúncias de maus tratos às autoridades competentes nos casos confirmados ou mesmo que sejam apenas suspeitas.

Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência (BRASIL, 1990).

É comum os profissionais da educação, que atuam com crianças e adolescentes, ao tomarem conhecimento de agressões sexuais, manterem o silêncio por conta do choque que a notícia causa, por medo ou pelo sigilo. Porém,

Documentos relacionados