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Para alteração da infraestrutura normativa durante a simulação, os agentes podem en-viar comandos para alterar tanto objetos normativos, quanto espaços normativos. Um processo, que implementa a mesma interface de comunicação de um agente, recebe as mensagens dos agentes, verifica se o agente que enviou a mensagem tem direitos sufici-entes para alterar o item e realiza a atualização, conforme a Figura 4.1. As mensagens são enviadas da mesma maneira que para um agente comum, utilizando-se a infraestrutura do Jason.

agn

Environment

Norm.

Ag

Norm

agn

Normative Space Request change

Figura 4.1: Alteração Dinâmica

• create(Tipo,Id,[Property list]), para criar um novo objeto normativo ou espaço normativo; exem-plo:create("NormObj","normObj1","position:library;

condition:true");

• set(Id,[Property list]), para alterar propriedades de um item existente;

• get(Id,Property]), retorna via mensagem o valor da propriedade;

• getIds, retorna via mensagem os identificadores de itens existentes;

• implements(NormSpace.Role, Agent)), para incluir relação de imple-mentação de um agente e um papel do espaço normativo;

• remove(NormSpace.Role, Agent)), para remover relação de implemen-tação de um agente e um papel do espaço normativo;

• getImplementation(NormSpace), retorna as relações de implementação existentes no espaço normativo.

4.7 Considerações Finais

Na área de pesquisa dos sistemas multiagente normativos, vários aspectos sofistica-dos de sistemas normativos são apresentasofistica-dos, tal como um modelo explícito de sanções e enforcement das normas, além de uma base formal para representação de normas e raci-ocínio (BOELLA; TORRE; VERHAGEN, 2007; LOPEZ; LUCK; D’INVERNO, 2007;

FORNARA; COLOMBETTI, 2007). O modelo apresentado é um primeiro passo para futuramente permitir a implementação de estruturas mais complexas. Sendo a vantagem desta abordagem a possibilidade de ser diretamente utilizada no desenvolvimento de SMA práticos. A partir disso, planeja-se incorporar gradativamente aspectos mais sofisticados de sistemas normativos no futuro.

A Infraestrutura Normativa tem como função prover os meios para informar os agen-tes sobre normas em um contexto espacial específico, permitindo aos agenagen-tes raciocinar sobre normas que estes podem não ter conhecimento prévio. Assim, a infraestrutura nor-mativa não possui como característica específica a tarefa de garantir o cumprimento das normas, porém pode oferecer os meios para que agentes específicos tenham acesso a in-formações necessárias para verificar a aderência às normas por parte de outros agentes, tomando as atitudes necessárias caso seja este seu papel na organização. Como o principal objetivo do MAS-SOC é prover meios para possibilitar o desenvolvimento de simulações sociais com agentes cognitivos, o comportamento de não seguir as normas seria desejá-vel (por parte do projetista da simulação) para poder observar como os outros agentes (realizando seus respectivos papéis organizacionais) reagiriam em tais situações.

Além disso, a existência de uma infraestrutura normativa, tal como a apresentada neste capítulo implica em características e questões que merecem um estudo mais aprofundado.

Algumas das principais implicações que percebidas são apresentadas a seguir.

4.7.1 Raciocínio Normativo Limitado pela Percepção

Dado que uma norma publicada através de um objeto normativo é apenas acessível enquanto o objeto normativo é acessível, o raciocínio normativo referente àquela norma é limitado pelos limites da possível percepção do objeto normativo. Ou seja, quando um agente não segue uma norma que se espera ser seguida em um dado espaço normativo, pelo menos três razões podem ser usadas para explicar o fato: a primeira seria que o agente não percebeu o objeto; a segunda seria que o agente percebeu o objeto mas não foi capaz de compreender o conteúdo normativo do objeto; a última seria que o agente percebeu corretamente o objeto e seu conteúdo, mas decidiu não seguir a norma.

O problema de aderência às normas em situações com objetos normativos, portanto, deve levar em conta não apenas a possibilidade que agentes decidam seguir ou não as normas, mas também a possibilidade dos agentes não serem capazes de perceber correta-mente os objetos normativos e seus conteúdos. Questões como responsabilidade e outras relacionadas à obediência à normas, incorporam portanto, não apenas os aspectos usuais de racionalidade e de afetividade, mas também questões relacionadas à percepção física em ambientes concretos. A abordagem apresentada, através da ligação do ambiente, or-ganizações e sistemas normativos, destacou a importância de tais questões.

4.7.2 Adequação da Distribuição dos Objetos Normativos

Questões relacionadas à adequação da distribuição dos objetos normativos em ambi-entes normativos podem surgir, quando se trata com o tipo de infraestrutura normativa proposto. Ou seja, garantindo que o conjunto de objetos normativos está bem distribuído

e distribuído de maneira satisfatória é uma questão a ser resolvida pelos agentes respon-sáveis pela criação de objetos normativos.

Além disso, a regulação de exceções normativas também é feita com os objetos nor-mativos, por exemplo “Proibido fumar neste recinto, exceto nas áreas destinadas à fu-mantes”. Portanto, garantir que a estrutura hierárquica das normas operando em um dado espaço normativo é acessível e compreensível para os agentes presentes ou que fazem uso do espaço é uma questão para os agentes que regulam o espaço.

5 MODELO MAS-SOC

No Modelo MAS-SOC, o raciocínio dos agentes é especificado em uma versão es-tendida do AgentSpeak(L), linguagem para programação de agentes BDI introduzida em (RAO, 1996). A interpretação é feita utilizando o Jason, plataforma de agentes ba-seada em JAVA (BORDINI; HÜBNER; VIEIRA, 2005), uma apresentação básica sobre o Jason e AgentSpeak(L) podem ser encontrados no Apêndice C. Os ambientes onde os agentes se situam são especificado na linguagem ELMS, linguagem projetada para a descrição de ambientes multiagentes. Neste modelo, a descrição explícita do ambiente é uma parte importante na modelagem de um SMA, que até recentemente, era muito pouco abordado e considerado como “dado” (WEYNS et al., 2005) ao invés de ser uma parte essencial na construção de SMA.

Em (OKUYAMA; BORDINI; ROCHA COSTA, 2007a), foi apresentado um conjunto de extensões para introduzir uma infraestrutura normativa em um ambiente físico simu-lado. Através do uso desta infraestrutura, o ambiente pode ser integrado à estruturas de uma organização. É importante enfatizar que as extensões introduzidas na linguagem de descrição de ambientes não permite a descrição completa de organizações. Os conceitos de objetos normativos e espaços normativos adicionados à linguagem servem como uma forma para preencher a lacuna na descrição de ambientes e as estruturas organizacionais, permitindo assim uma melhor integração de uma organização em um ambiente.

A figura 5.1 mostra os principais componentes do MAS-SOC. Usando os códigos AgentSpeak, o interpretador Jason realiza para cada agente, seu processo de raciocínio.

Os agentes interagem no ambiente através de “corpos” definidos na especificação do am-biente em ELMS, juntamente com outros elementos do amam-biente. Existem também um conjunto de planos AgentSpeak (uma biblioteca de planos usuais) que são utilizados para facilitar a programação das simulações, representados na figura pela caixa aspk lib. Com a expansão do modelo MAS-SOC, formam introduzidas as estruturas organizacionais, que possui um agente dedicado para seu controle, permitindo a qualquer agente a con-sultar informações a este, que responderá de acordo com as permissões de cada agente.

Outra estrutura seria relacionada a infraestrutura normativa, a partir da especificação da infraestrutura normativa, um agente específico instancia os objetos normativos e espaços normativos (retângulo pontilhado) no ambiente, que pode ser atualizada durante a reali-zação da simulação, através de solicitações ao Norm. ag.

Apesar de requerer uma forma diferente de modelar um SMA, este modelo não exclui a possibilidade do uso em conjunto com outras metodologias, permitindo ao projetista utilizar uma metodologia de sua preferência. É possível modelar um SMA que tenha um ambiente ELMS utilizando diversas abordagens: iniciando pelas estruturas organizacio-nais (top-down), ou iniciando pelos agentes e suas interações (bottom-up). Em ambas abordagens, a modelagem das estruturas organizacionais e o raciocínio dos agentes irão

ELMS

precisar de um ajuste fino para que atinjam os objetivos desejados. Tanto o ajuste fino do raciocínio dos agentes quanto do modelo organizacional podem se beneficiar de uma es-trutura estável no modelo. Para isto, o modelo faz uso da descrição explícita de ambiente feita com a linguagem ELMS. O ambiente é uma parte essencial de um SMA e apesar de poder ter características muito dinâmicas, no que se refere à modelagem, seria a parte mais estável do sistema.