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O JOGO, O NOSSO ADVERSÁRIO E A ARTE DA TRANSFORMAÇÃO ESPIRITUAL

O ADVERSÁRIO

A mudança verdadeira é tão difícil porque, como em qualquer jogo, enfrentamos um adversário no jogo da Criação, um adversário que tenta constantemente influenciar e

controlar o nosso comportamento.

Aprendemos que, devido ao Pão da Vergonha, o Receptor queria merecer a Luz e ser a causa de sua própria plenitude. Uma maneira de obter uma compreensão ainda mais

profunda do Pão da Vergonha é considerar qual é o objetivo de um jogo.

Em qualquer competição atlética, o objetivo é vencer. Pode ser um grande time ou mesmo uma pequena equipe da terceira divisão do interior. Se você perguntar a qualquer jogador o que eles estão tentando realizar, ele dirá que é ganhar o jogo. Mas será que o objetivo é

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Suponha que um cabalista evocasse uma fórmula mágica que permitisse ao seu time vencer absolutamente todos os jogos. Não importa o que acontecesse, você ganharia sempre. Jogo após jogo. Uma temporada atrás da outra. O resultado seria sempre

predeterminado, e sempre haveria a mesma vitória garantida.

Como seria isto, na verdade? Você rapidamente descobriria que o jogo havia se tornado extremamente chato. O incentivo estaria perdido.

Será, então, que podemos realmente dizer que o objetivo final é ganhar? O que realmente queremos de um jogo é o risco, o desafio, e até mesmo a possibilidade de perder. Mais do

que ganhar, é o teste de nossa habilidade que faz tudo valer a pena.

É o conceito de perder que dá definição, existência e sentido ao conceito de vencer. Nós "tínhamos tudo" no Mundo Infinito. Exceto uma coisa: a capacidade de adquirir, de merecer, e de ser a causa da plenitude que a Luz nos concedia. Assim, rejeitamos a Luz

para nos tornarmos como a Luz — para nos tornarmos os criadores de nossa própria plenitude.

Queríamos a oportunidade de jogar por nós mesmos o jogo da Criação, de arriscar perder, temporada após temporada, vida após vida, em troca desta chance única de ganhar tudo e trazer o troféu para casa. Só então poderíamos ter a possibilidade de conhecer sentimentos genuínos de realização e felicidade. Só então poderíamos verdadeiramente maximizar o

nosso poder de ser proativos. Se não nos testássemos até o nível mais alto possível, a semente proativa divina dentro de nós jamais floresceria completamente.

Como atletas olímpicos espirituais, devemos nos treinar mental e espiritualmente para que a parte divina de nossa natureza possa se desenvolver e se manifestar. Este treinamento satisfaz a nossa necessidade de merecer e de criar a Luz em nossa vida, e erradicar o Pão

[70] A FIRMA

Um homem constrói a partir do nada uma firma que se torna uma corporação multimilionária. Depois de dirigir a firma durante 25 anos, ele decide se demitir de seu

cargo de diretor executivo. Ele passará a ser presidente do conselho, um cargo mais honorário do que prático.

Vendo que sua filha é abençoada com talentos iguais aos seus, o homem outorga a ela a propriedade de 50 por cento do negócio, e também o cargo que lhe pertencia. No entanto, a promoção causa um problema para a jovem. O sangue, o suor e as lágrimas de seu pai — e não o seu próprio — construíram a companhia, e apesar de o pai ter dado a companhia a

ela por amor, admiração e respeito, a jovem sente como se tivesse recebido uma esmola.

A filha obviamente adoraria ter a propriedade de metade da empresa e o cargo de diretora executiva, mas, sob as condições corretas. Ela então concebe um plano. A companhia emprega milhares de pessoas e, por isso, na verdade ninguém sabe quem ela é. Ela decide

pedir um emprego no setor de estoque. Trabalha duro durante vários meses. Depois de algum tempo, ganha uma promoção. Mais tarde, ganha outra. Continua trabalhando

extremamente duro ao longo dos anos, e através de incontáveis horas de esforço, determinação, e com a cabeça para os negócios que herdou, ela aprende todos os aspectos operacionais, à medida que sobe a escada do sucesso. Enfim, ela trilha o seu caminho até o

topo da firma e se torna presidente e diretora executiva.

Qual a diferença entre ter herdado a propriedade do negócio e ter subido todos os postos? A diferença é que, na sua própria cabeça, a filha não tinha merecido de fato a propriedade

até ter labutado seu próprio caminho até o topo, vindo de baixo.

A filha sabia que uma vez que tivesse alcançado a liderança através de suas próprias ações, poderia desfrutar de tudo que seu pai tinha pretendido para ela. Além disso, só através

desse processo o objetivo do pai estaria realizado por completo.

É importante entender que em nenhum momento durante a subida da filha pela escada da corporação o pai poderia ter interferido. Se a sua filha tivesse sentido qualquer dor ou

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revés, ou mesmo se tivesse sido despedida, o pai teria que se manter fora do caminho e permitir que ela resolvesse as coisas por si própria, não importando o quanto isto pudesse

ser doloroso.

Mas o pai tinha confiança em sua filha. Afinal, ele a criou e sabia que ela era abençoada com as mesmas características que ele próprio possuía. Sabia que uma vez que tivesse

trilhado seu caminho até o topo pelo próprio mérito, ela chegaria a verdadeiramente conhecer e apreciar o maravilhoso sentimento de realização e plenitude de ser proprietário

da companhia.

Nesta história, a filha é uma metáfora para nós — o Receptor — e o pai é uma metáfora para a Luz. O Receptor precisa expressar sua natureza proativa herdada para remover o Pão da Vergonha. Para sermos proativos, temos que primeiro ser reativos. E para sermos

reativos, precisamos do desafio. Para fazer com que essa transformação de reativo para proativo seja significativa, válida e completa, precisamos de um adversário poderoso para

nos testar.

Quem é o nosso adversário?

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