Para correção das questões do pré-teste (tabela 1) e do pós-teste (tabela 2) foi utilizado um roteiro de correção onde cada questão correta tem peso de 1,25. As notas atribuídas foram de zero a dez e cada instrumento constou de 8 questões objetivas. Cada questão do pré-teste e do pós-teste possui 3 alternativas de múltipla escolha sendo apenas uma correta.
Para comparar os resultados obtidos no pré-teste e no pós-teste utilizamos o teste t de Student para amostras pareadas. A finalidade é verificar a diferença do desempenho deste grupo de participantes nos dois momentos distintos, antes e após a utilização do software.
Através da aplicação do teste t de Student podemos comprovar se a variação das respostas entre o pré-teste e o pós-teste são obra do acaso ou se realmente são verdadeiras e essa hipótese (o acaso) é nula. O valor-p pequeno indica que a probabilidade de obter um valor da estatística de teste como o observado é muito improvável, levando assim à rejeição da hipótese nula.
3.5.2. Instrumento de percepção
Para análise dos dados do instrumento de percepção foram definidas quais asserções são positivas para o presente trabalho por exemplo, (" A metodologia de ensino estimula o raciocínio”) ou negativa por exemplo, (“Os conteúdos abordados no
software não são relevantes à formação do enfermeiro”). Foi associada a elas uma
escala atitudinal de concordância plena à discordância plena, com termos intermediários, inclinado a concordar e inclinado a discordar, uma escala numérica de intervalo constante, que neste caso será de 5, 4, 3, 2, 1 ou 1, 2, 3, 4, 5, dependendo do fato da asserção ser positiva ou negativa ao resultado esperado na pesquisa. Visando a aplicação de estatística paramétrica, cálculo das médias, desvio padrão, alfa de Cronbach e coeficiente de correlação linear (r) os resultados foram adequados e tabulados em números absolutos de 0 a 1.
3.5.2.1. Validação das asserções
A análise de validade das asserções foi realizada por meio do cálculo do coeficiente de correlação (r) para cada asserção, que foi obtido através da fórmula a seguir:
Onde: x = pontuação na asserção, por respondente.
y = total de pontos no instrumento, por respondente. N = número de respondentes (tamanho da amostra).
É importante ressaltar que o valor de corte recomendado para o cálculo da correlação linear envolvendo a pontuação na asserção e o total de pontos no instrumento por dimensão, por respondente, é de r 0,30.
3.5.2.2. Médias das asserções
Foram calculadas a média e desvio padrão das asserções, somando-se as pontuações obtidas em cada asserção validada e dividindo pelo total dos respondentes.
3.5.2.3. Médias das dimensões
Foram calculadas a média e desvio padrão das dimensões, somando-se as pontuações obtidas em todas as asserções validadas em cada dimensão e dividindo pelo total de asserções.
r =
xy
(
x
)(
y
)
N
x
2
(
x
)
2N
y
2
(
y
)
2N
3.5.3. Confiabilidade do instrumento de percepção
Considerando que um questionário bem elaborado deve passar por análise de confiabilidade foi utilizado o coeficiente de Alfa de Cronbach22 para análise do instrumento de percepção.
O coeficiente de alfa de Cronbach foi criado por Lee J. Cronbach, em 1951. O objetivo é estimar a confiabilidade de um questionário aplicado em uma pesquisa. O alfa (α) verifica a correlação entre as respostas de um questionário através da análise do perfil das respostas dadas pelos colaboradores da pesquisa. Trata-se de uma correlação média entre as perguntas.
Dado que todos os itens de um questionário utilizam a mesma escala de medição, o coeficiente α é calculado a partir da variância dos itens individuais e da variância da soma dos itens de cada avaliador através da seguinte equação:
Considera-se que cada asserção deva abordar um assunto de cada vez, ou seja, cada asserção do instrumento de percepção aborda um assunto independente.
Ao agruparmos o instrumento de percepção em dimensões queremos dizer que as asserções agrupadas na mesma dimensão se completam e abordam assuntos semelhantes e deseja-se alta correlação entre as mesmas. No caso do instrumento de percepção utilizado neste estudo temos as dimensões:
Eficiência da metodologia para o ensino do crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 2 anos;
Disponibilidade do software; Qualidade do software;
Os dados coletados por meio da aplicação do instrumento de percepção aos participantes da pesquisa foram tabulados em planilhas eletrônicas da ferramenta Excel for Windows® e agrupados por dimensão. Os valores de referência para classificação de confiabilidade α seguem na tabela 1.
Tabela 1 – Valores de Alfa de Cronbach (α) aplicados ao instrumento de percepção (Sorocaba, 2015).
Confiabilidade Valor de Alfa de Cronbach (α)
Muito Baixa α < 0,30 Baixa 0,30 ≤ α < 0,60 Moderada 0,60 ≤ α < 0,75 Alta 0,75 ≤ α < 0,90 Muito Alta 0,90 ≤ α Fonte: autora
3.5.4. Construção e interpretação gráfica do instrumento de percepção
Os gráficos das asserções e dimensões foram elaborados com as médias atitudinais distribuídas por intervalos. Como as pontuações neste caso, podem assumir intervalos de 0 a 1, os gráficos foram divididos em 3 áreas, que foram denominadas de zonas. Os aspectos negativos foram ilustrados pelas pontuações mais baixas, então, quanto menor a pontuação, mais crítica é a situação, desta forma tem-se:
Figura 15 - Intervalo das médias
Fonte: Autora
0 – 0,33: zona de perigo (ZONA VERMELHA) 0,33 – 0,67: zona de alerta (ZONA AMARELA) 0,67 – 1,00: zona de conforto (ZONA VERDE)
3.5.5. Médias das asserções e interpretação gráfica
Caso a média da asserção apresente um valor entre 0 e 0,33 interpreta-se esta como sendo uma atitude extremamente negativa frente à asserção, e então alguma iniciativa deve ser tomada a respeito do conteúdo avaliado. Se estiver entre 0,33 e 0,67 representa um valor preocupante e deve ser visto como um alerta para asserção afetada e alguma alternativa deve ser encontrada. Já entre 0,67 e 1,00 interpreta-se como uma atitude positiva com relação à asserção e neste caso, nenhuma medida urgente precisa ser tomada.