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3. METODOLOGIA

3.7. Análise Multicritério

No intuito de fornecer aos gestores públicos, da autarquia responsável pelo trânsito, informações suficientes para planejar e tomar decisões mais eficientes para esta cidade, este estudo fornecerá um ordenamento da criticidade da acidentalidade de trânsito dos bairros de Caruaru. Para isso, o método Promethee II foi escolhido porque classifica às alternativas, hierarquizando-as, sob a visão multidimensional da acidentalidade. Almeida e Costa (2002) e Souza et. al (2020) explanam em seus estudos que esta ferramenta classifica as alternativas através dos fluxos positivos, negativos e líquido, sendo importante para classificar os bairros, através de uma ordem decrescente.

3.7.1. Indicadores de Criticidade

Dentro da abordagem multicritério, é preciso definir os indicadores de criticidade. Foram escolhidos 5 indicadores após as etapas descritiva e exploratória, são elas:

• Quantidade de Acidentes / Quilometragem

• Quantidade de Acidentes com Vítimas / Quantidade de Acidentes

• Quantidade de Acidentes com Vítimas / Quilometragem

• Sinalização

• Pavimento

Os indicadores 1, 2 e 3 são quantitativos e extraídos diretamente do banco de arquivos. Considerando-se a malha viária da zona urbana, o primeiro indicador mostra a número de acidentes por quilômetro. O segundo indicador representa o percentual de acidentes que geraram vítimas com lesões em relação ao total de ocorrências. De forma análoga, o terceiro apresenta o número de acidentes em que, pelo menos uma pessoa sofreu lesão física, decorrente do acidente, por quilômetro.

Já os indicadores 4 e 5 são qualitativos e foram mensurados pelo gestor da autarquia através da escala Likert. Assim, foram elaborados questionários com relação aos indicadores de criticidade, onde a nota 1 é a melhor que um bairro pode obter neste indicador e a nota 9 é a pior possível (Quadro 01).

Quadro 01: Questionário.

BAIRRO

Qual nota o gestor atribui para a qualidade do pavimento das vias

públicas no bairro?

Qual a nota que o gestor atribui para a qualidade da sinalização de trânsito no

bairro?

Aeroporto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Agamenon

Magalhães 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Alto do Moura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Andorinha 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Boa Vista 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Caiucá 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Cedro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Centenário 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Cidade Alta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

... 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Fonte: O Autor (2021).

O quarto indicador afere a qualidade e a disposição da sinalização de trânsito vertical e horizontal. Para orientar na escolha do gestor, seguiu-se as recomendações do estudo de Fujii (2017), onde o melhor cenário de um bairro neste indicador, seria onde todas as vias, em que as sinalizações verticais e horizontais se fazem necessárias, devam estar presentes e em excelente estado de conservação. O pior cenário neste indicador, seria onde não existe tipo de sinalização vertical e horizontal em nenhuma via (FUJII, 2017)

Já o ultimo calcula a qualidade do pavimento das vias públicas da parte urbana da cidade. O melhor cenário de um bairro neste indicador, seria onde todas as vias são pavimentadas com asfalto liso (sem fissuras, sem ondulações e buracos) ou paralelepípedos/intertravados (sem blocos soltos e nem ondulações) (BRASIL, 2006).

O pior cenário neste indicador, seria onde não existe qualquer tipo de pavimento em nenhuma via (BRASIL, 2006).

Com base nas respostas do gestor, foi possível seguir com a análise multicritério.

3.7.2. Racionalidade do Decisor

Para utilização do modelo de hierarquização PROMETHEE II, foi necessário identificar se o gestor possui racionalidade não compensatórias. A racionalidade da compensação permite que as diversas soluções possíveis sejam avaliadas através de seu desempenho geral. Por meio da ponderação de valores (trade-off), é possível encontrar um equilíbrio entre o desempenho ruim de uma possível solução e o desempenho excelente de outra solução. Contrariamente, na racionalidade não compensadora, esse tipo de equilíbrio não existe. Este ponto é importante para a definição do método multicritério a ser utilizado. Para isto, foram realizadas seis perguntas ao gestor:

• Se no bairro A, o índice QUANTIDADE DE ACIDENTES / QUILÔMETRO é ALTO, este valor pode ser compensado se o índice VÍTIMAS / QUANTIDADE DE ACIDENTES for BAIXO?

• Se no bairro A, o índice QUANTIDADE DE ACIDENTES / QUILÔMETRO é ALTO, este valor pode ser compensado se o índice QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUILÔMETRO for BAIXO?

• Se no bairro A, o índice QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUANTIDADE DE ACIDENTES é ALTO, este valor pode ser compensado se o índice QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUILÔMETRO for BAIXO?

• Se no bairro A, o índice QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUANTIDADE DE ACIDENTES é ALTO, este valor pode ser compensado se o índice QUANTIDADE DE ACIDENTES / QUILÔMETRO for BAIXO?

• Se no bairro A, o índice QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUILÔMETRO é ALTO, este valor pode ser compensado se o índice QUANTIDADE DE ACIDENTES / QUILÔMETRO for BAIXO?

• Se no bairro A, o índice QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUILÔMETRO é ALTO, este valor pode ser compensado se o índice QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUANTIDADE DE ACIDENTES for BAIXO?

Onde:

QUANTIDADE DE ACIDENTES / QUILÔMETRO - A razão entre o número absoluto de acidentes no bairro A e a área do bairro A.

QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUANTIDADE DE ACIDENTES - A razão entre a quantidade de pessoas que sofreram danos físicos decorrentes de trânsito no bairro A e o número absoluto de acidentes de trânsito no bairro A.

QUANTIDADE DE VÍTIMAS / QUILÔMETRO - A razão entre a quantidade de pessoas que sofreram danos físicos decorrentes de trânsito no bairro A e a área do bairro A.

Para estas perguntas, existiram duas opções de respostas:

• Se SIM, essa alternativa pode ser considerada uma alternativa "mediana" com relação ao risco de acidentes de trânsito.

• Se NÃO, essa alternativa não pode ser considerada uma alternativa

"mediana" com relação ao risco de acidentes de trânsito.

Avaliando as respostas do decisor, percebe-se que a racionalidade é compensatória. Portanto, dada a problemática de ordenamento e a racionalidade

não-compensatória, foi escolhida o método PROMETHEE II para encontrar a hierarquia dos bairros de Caruaru sobra a acidentalidade de trânsitos.

3.7.3. Análise de Riscos

A fim de facilitar o cálculo do método Promethee II, foi utilizado o software Visual Promethee (licença livre). Com ele, foi possível inserir os pesos de cada critério, definir se os indicadores eram de maximização ou minimização e exportar os resultados da análise e identificar quais bairros devem ser priorizados pela autarquia. Para os indicadores, foram definidas as seguintes ordenações:

• Quantidade de Acidentes / Quilômetro - Maximização, pois irá evidenciar os piores desempenhos neste indicador.

• Quantidade de Acidentes com Vítimas / Quantidade de Acidentes - Maximização, pois irá evidenciar os piores desempenhos neste indicador.

• Quantidade de Acidentes com Vítimas / Quilômetro - Maximização, pois irá evidenciar os piores desempenhos neste indicador.

• Sinalização - Maximização, pois irá evidenciar os piores desempenhos neste indicador.

• Pavimento - Maximização, pois irá evidenciar os piores desempenhos neste indicador.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

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