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Apropriação dos resultados do PROEB no ano de 2013 na Escola Estadual JF

2.2 Procedimentos e detalhes da realização da pesquisa na Escola Estadual

2.2.2 Apropriação dos resultados do PROEB no ano de 2013 na Escola Estadual JF

A pesquisadora atua na escola há quatro anos, possibilitando que se verifique como ocorreu a apropriação do PROEB na unidade, nos últimos três anos, permitindo uma comparação e análise do processo ao longo destes anos.

Neste ano, a escola não desenvolveu ações próprias de apropriação de resultados. Observou-se que não houve nenhuma manifestação da diretora e da especialista em divulgar os dados do PROEB, já que na época da chegada dos mesmos, nenhuma ação foi tomada neste sentido.

Buscando informar-se, em 2013, com a diretora sobre os materiais e possíveis oficinas para apropriação de resultados, a pesquisadora foi informada pela própria diretora que ela havia recebido os materiais e os tinha arquivado, visto que, naquele momento a escola passava por reformas, que consumiam grande parter de seu tempo, não lhe deixando tempo livre para tratar de outras questões, tais como o processo de apropriação de resultados.

Apesar de a escola não ter tido ações próprias no que tange aos dados, ocorreu um mutirão realizado pela SRE no estado. As atividades das unidades escolares foram paralisadas para que ocorresse a análise dos dados das avaliações externas, proporcionando assim aos profissionais da área a devida discussão.

Em agosto do mesmo ano, a SRE desenvolveu o mutirão de apresentação dos dados, os quais deveriam ser analisados pela escola em momentos oportunos, com base nos materiais apresentados e disponíveis sobre o PROEB que a escola recebera e também disponibilizados no site do SIMAVE.

Para confirmar essa ação que se estendeu pelas escolas do estado de MG, segundo publicado em site próprio da Secretaria de Educação de Minas Gerais, constatou-se que esse momento nas unidades escolares foi para

[...] pensar o presente planejando o futuro da educação em Minas. [...] os alunos não circulam pelos ambientes escolares, mas continuam sendo o foco dos educadores mineiros. Em vez das aulas, professores e equipes pedagógicas se reúnem em suas escolas para discutirem os resultados em avaliações educacionais, as metodologias de ensino e adequar o Plano de Intervenção Pedagógica. A data em que são suspensas as atividades letivas é conhecida como „Dia D – Toda escola deve fazer a diferença‟ e é realizada nas redes estadual e municipais de ensino do interior de Minas Gerais. (MINAS GERAIS, 2013).

Esperava-se que fosse um momento de apropriação e reconhecimento dos dados das avaliações externas na escola em questão. Apesar de a ênfase do governo destacar a data como momento de discussão dos resultados e planejamento de estratégias, não se observaram essas ações no ambiente escolar.

Nas datas determinadas, ocorreram oficinas por disciplina, isoladamente, promovida pelos analistas de educação da SRE. No primeiro dia, as oficinas versavam sobre estratégias em sala de aula, opções de planos de aula e materiais a serem explorados pelo professor. No segundo dia, a discussão nas oficinas girava em torno de documentos oficiais adotados pela SRE naquele ano (resoluções, leis vigentes, etc.).

Ainda sobre o assunto, outro site destaca as ações esperadas nestas datas:

Para a primeira semana de aula dos alunos da rede estadual de ensino em agosto, após o recesso escolar, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) prepara a realização do „Dia D‟. O momento educacional ocorrerá em duas datas. No dia 7 de agosto, haverá o dia chamado „Toda escola deve fazer a diferença‟, momento em que as escolas farão uma discussão para repensar as estratégias de ensino e adequar o plano de intervenção pedagógica. Já no dia 10 do mesmo mês, esse plano será apresentado à comunidade escolar para que ela também possa apresentar suas sugestões. Este dia é denominado de „Toda a comunidade participando‟. (MINAS GERAIS, 2013). Nos dois dias, as ações esperadas para serem executadas pela comunidade escolar e entorno não foram realizadas de fato na escola pesquisada. Ou seja, o dia separado para análise dos dados e planejamento de estratégias para seu uso, conforme orientação encontrada no site da Secretaria de Educação de Minas Gerais para o ano de 2013 foi utilizado diferentemente pela Escola Estadual JF.

Não houve um trabalho voltado para os dados por parte da gestão e dos docentes. Naquele momento, como já evidenciado, os dados foram visualizados durante o mutirão e, depois, não mais retomados.

Importante é ressaltar que, no ano de 2013, a especialista educacional que atendia a escola estava em fase de organização de seus documentos para se aposentar e seu trabalho e exigências na escola eram disciplinares e organizacionais.

Ao acompanhar o trabalho da então especialista foi possível dimensionar a atuação da mesma no cotidiano na escola da seguinte maneira:

 Cuidava da entrada, saída e movimentação geral dos alunos na escola, ou seja, desde a chegada ao momento da saída;

 Atendia pais e responsáveis para tratar da disciplina dos alunos;

 Em dias de conselho de turma, organizava toda a reunião, verificava um a um os diários de classe e os assinava na presença dos professores.

Ela possuía controle sobre a disciplina dos alunos e sobre os cadernos de chamadas e notas dos professores.

Naquele ano, na escola, não ocorria ainda um trabalho com os dados das avaliações externas por iniciativa própria da escola e de sua equipe gestora. A referida especialista era efetiva no cargo e já trabalhava na unidade há mais de dez anos.

No final de 2013, a escola recebeu uma nova especialista, designada, após a aposentadoria da especialista educacional anterior.

A servidora designada responsabilizou-se, preferencialmente, pelo fluxo de alunos. A partir da observação realizada na escola, verificou-se que ela se ocupava a maior parte do tempo com os alunos, deixando várias de suas atribuições, no campo pedagógico, de lado.

Sua rotina na escola se dava da seguinte maneira:

 Chegava às sete horas da manhã e cuidava da entrada dos alunos e da acomodação dos estudantes em suas respectivas salas de aulas;

 Caminhava por todas as salas verificando a disciplina por volta das duas primeiras aulas, ou seja, até aproximadamente oito horas e trinta minutos;  Atendia aos pais de alunos que porventura procuravam a escola;

 Atendia aos alunos que eram retirados de sala por motivos de indisciplina pelos professores;

 Realizava reuniões pedagógicas com os professores, todas de cunho disciplinar e de conclusão do bimestre.

Dessa forma, ela manteve controle da disciplina dos alunos e ganhou o respeito deles. Contudo, o trabalho com os professores não foi realizado com os dados das avaliações do PROEB. Foram poucas as reuniões realizadas com os professores, sendo realizadas em alguns sábados letivos marcados no calendário

escolar e com duração máxima de duas horas. Ela deixou o cargo no final do ano, já que era designada.

No mesmo ano de 2013, como ocorreu o mutirão realizado pela SRE, a escola não mais trabalhou com os dados da referida avaliação externa.