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A ampliação da rede física escolar do município: 1943 a

3.11. Arquitetura, técnica e ciência

No artigo intitulado “O problema escolar e a arquitetura” e que se tornou emblemático na divulgação das atividades da CE do Convênio Escolar, Hélio Duarte tenta estabelecer uma relação direta entre proposta pedagógica e arquitetura, justificando as soluções que nortearam sua contribuição dentro da CE (figura 31).

rocurando quitetura para uma nova pedagogia.

Fonte: DUARTE, 1951, p. 6.

Essa forma de concepção de escolas será uma marca fundamental dos arquitetos vinculados à CE. Será comum encontrar projetos em que os arquitetos demonstram conhecer teorias da pedagogia e justificar, em texto ou com desenhos, a adoção de determinadas formas espaciais, materiais construtivos e dimensionamentos nas escolas públicas tendo como referência tais teorias.

No seu artigo “Arquitetura escolar”, Ernesto Mange faz uma descrição pormenorizada dos objetivos que ele acreditava serem os mais importantes para a construção do que ele denominou como sendo “arquitetura experimental”. O texto procura descrever os aspectos quantitativos e qualitativos que deveriam ser utilizados para realizar um projeto arquitetônico com um nítido embasamento científico-matemático. No seu artigo, bastante revelador, e também na entrevista com ele realizada, estão os assuntos mais pertinentes: a pedagogia, a

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Desenho incluído no artigo “O problema escolar e a arquitetura, p evidenciar a contribuição da ar

ambientação psíquica e bio-psicológica, os problemas térmicos e higiênicos. Por experimentação podemos deduzir que o autor se refere à prática científica, na qual é necessário utilizar algum método para determinar um objeto de análise e sobre ele aplicar ou dele extrair um conhecimento materialmente utilizável. Neste caso, o próprio autor indica algumas soluções arquitetônicas que poderiam solucionar os problemas que seriam identificados nos aspectos citados anteriormente. Como exemplo, descreve-se abaixo como a ambientação psicológi

io volume. Assim para uma criança normal de 1,20m de altura, om relação a um adulto médio, as sensações dos volumes estarão na relação

c = altura da criança

c = volume da criança

a criança [grifo do autor]. Exagerando-se

m pouco já foi dito; principia a estar bem para a criança quando começa a

ovas conquistas técnicas e científicas está exposta em artigo pub

sso a arquitetura fosse se modificando no sentido de atender

ca tem uma forma de ser solucionada matematicamente:

Como exemplo típico do fator arquitetônico de enorme valor na ambientação psicológica podemos citar a escala. [grifo do autor]. A escala dos “elementos” e do “todo” da obra deve subordinar-se a êsse imperativo. Advém, daí, dada a extensão dos programas, uma dificuldade séria. Devemos sempre ter em mente que a avaliação sensível dos volumes será feita pela criança em função do seu própr c de 3 para 1. hc / ha = 1,20 / 1,70 ≅ 0,7 h ha = altura do adulto Vc / Va ≅ (0,7)³ ≅ ⅓ V Va = volume do adulto

Essas considerações levam à diminuição das alturas dos compartimentos e à tratamentos especiais das suas superfícies, visando harmonizar as dimensões funcionais dos volumes à escala d

u

tornar-se ruim para o professor...24

O interesse de Mange em caracterizar a arquitetura moderna como aquela que deveria ser a mais adequada ao seu tempo, absorvendo as n

licado na revista Politécnica:

Já na atualidade são inúmeros os exemplos de obras condenáveis, sob o prisma que ora nos interessa. Porque, sobretudo desde a metade do século XIX, a ciência e a técnica progrediram de forma extraordinária: portanto aumentou o acervo de conhecimentos acerca das relações “homem-ambiente” e novas técnicas de execução foram postas ao serviço do arquiteto. Natural seria que par e pa

24

sempre à sua função essencial, com base nos novos conhecimentos e nas

25

A presença do conhecimento técnico e científico, das mais diversas áreas, é uma

questões relativas à funcionalidade, ao custo e à forma dos projetos. Mange elabora, no

novas técnicas .

presença constante nas obras realizadas desde 1934 até a década de 1950, estendendo-se a

riquíssimo artigo acima citado, um gráfico que seria capaz de explicar a relação entre utilidade, custo, raciona

materiais mais caros certo império da plástica provocam esse afastamento das duas curvas.

rva da arquitetura tradicional está

26.

O texto trata da arquitetura em geral, estendendo-se aos projetos de escolas que ele

revela também alguns dos cálculos que utilizava para realizar seus projetos. Sua crítica era

lidade e ciência na arquitetura (gráfico 2):

Consideremos a figura 20. – O eixo vertical é uma escala de utilidade, que representa a soma dos valores obtidos ao responder, às “funções específicas de proteção e utilidade”. O eixo horizontal é uma escala de custos, mão de obra e materiais. As obras de arquitetura atendendo ao gráu de utilidade conseguido (escala, qualidade, etc.) e ao custo correspondente, dão origem às três curvas traçadas. O afastamento que há entre a curva da obra 100% racional e da obra moderna uma utilidade U2>U3. Evidentemente, se última não atinge e não deverá talvez atingir os caracteres de creação totalmente

científica e racional [grifo meu]. O emprego de certos

e

Pelos motivos expostos atrás, a cu

evidentemente ainda mais afastada da curva racional

Gráfico 2

fez, incluindo as escolas para o SENAI. Em depoimento obtido para esta pesquisa Mange

que os projetos eram feitos sem um controle preciso das razões que determinam o desenho no

Relação entre utilidade e custo

Fonte: Separata da Revista Politécnica (155):15, out. 1949.

25

Separata da Revista Politécnica (155):4, out. 1949.

26

projeto

vínculo que os arquitetos dessa geraç

estabelecer entre o con

g t: -- Casualidade mecânica - Arquivos

15 - 16 - 17. Cousinet: - Estudo em equipe - Fichas 11 - 17. Freinet: Cinema

A preocupação

de branco exceto a arede que circunda o quadro negro, que é côr de laranja. Assim, a atenção do ponto onde se coloca

Em outro mom

V. durante o

até ao ácido) morrem em 10 minutos de exposição aos ultra-violeta, vê-se

, como em uma janela. Sua preocupação com a aplicação de conhecimentos técnico- científicos na arquitetura estava presente na entrevista que concedeu a esta pesquisa.

O arquiteto Aluísio Rocha Leão, em um projeto de escola primária para o Jóquei Clube de São Paulo27, que não foi executado, faz uma importante relação entre autores da pedagogia moderna, como Jean Piaget, John Dewey e Celestin Freinet e a aplicação na arquitetura dessa escola. Essa maneira de descrever o projeto revela o forte

ão – em especial os que projetavam escolas desde 1936 – procuravam hecimento científico de diversas áreas e a arquitetura.

O estudo dos métodos pedagógicos e das suas aplicações no projeto arquitetônico seria objeto de um posterior artigo sobre o assunto. No momento citaremos os autores e os principais métodos estudados e indicaremos o local na presente escola onde se pode vêr sua aplicação:

Claparéde: - Princípio de educação funcional 14 - 15 - 20 23 - 24 - 26 - 28. John Dewey: «O ambiente escolar deve possuir meios que tornem possível a

solicitação de atividades concretas» - 7 - 13 - 14 - 15 - 20 - 23 - 24 26 - 28.