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CAPÍTULO 3 ASPECTO AMBIENTAL DO USO DE FONTES ORGÂNICAS

3.2 Material e Métodos

3.2.1 Aspecto ambiental

Para o desenvolvimento do estudo do aspecto ambiental do uso das fontes orgânicas de nutrientes foram utilizados três índices: a) índice de risco ambiental – IRA, composto pelos

91 atributos fósforo do solo (formas lábeis e moderamente lábeis), cobre e zinco disponíveis no solo e uma avaliação da percepção de técnicos a respeito do impacto ambiental do uso de diferentes fontes de nutrientes e preparos do solo; b) índice de diversidade – ID, composto pelo índice de Simpson e; c) índice de carbono e nitrogênio – ICN, composto pelos teores de carbono orgânico e nitrogênio total do solo.

O aspecto ambiental do uso das fontes de nutrientes foi avaliado através da figura de um triângulo, resultante de um gráfico radial composto por três raios, onde em cada raio está alocado um dos índices acima mencionados, bem como pela área desta figura e seu intervalo de confiança.

3.2.2 Avaliações do experimento

Os detalhes do desenho experimental e tratamentos encontram-se no material e métodos do capítulo 1 – Aspecto técnico.

3.2.2.1 Formas lábeis e moderadamente lábeis de fósforo total (inorgânico + orgânico)

Formas lábeis e moderadamente lábeis de fósforo foram extraídas com resina trocadora de ânions (inorgânico) e NaHCO3 0,5 mol L-1 (inorgânico e total) conforme

fracionamento proposto por Hedley et al.(1982) com modificações de Condron et al. (1985). O fósforo inorgânico dos extratos alcalinos foi analisado pelo método de Dick & Tabatabai (1977) e nos extratos foi determinado o fósforo total por digestão com persulfato de amônio mais ácido sulfúrico em autoclave (USEPA, 1971). O fósforo nos extratos ácidos foi determinado conforme a metodologia de Murphy & Riley (1962). O fósforo orgânico resultou da diferença entre fósforo total e fósforo inorgânico. As determinações foram realizadas ao final do nono ano de condução do experimento, nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20 e 20- 40 cm (Apêndice P).

3.2.2.2 Cobre e zinco disponíveis

Os teores de zinco (Apêndice Q) e cobre (Apêndice R) disponíveis no solo foram determinados no laboratório de análises de solos da Epagri de Chapecó/C EPAF que utilizou a

92 metodologia de Tedesco et al. (1985), em amostras coletadas ao final do nono ano de experimento, nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm.

3.2.2.3 Mesofauna do solo

Uma avaliação da mesofauna do solo foi realizada em amostras coletadas ao final do nono ano de condução do experimento. A metodologia está baseada no trabalho de Quadros (2004). As amostras de solo para estudo da mesofauna edáfica foram coletadas aproximadamente seis meses após a realização dos preparos de solo e da aplicação das fontes de nutrientes, procurando-se, assim, evitar avaliar as alterações na mesofauna logo após a aplicação dos tratamentos e, sim, buscar-se alguma variação a médio prazo com o uso dos mesmos. Duas amostras de solo foram coletadas aleatoriamente por parcela, utilizando-se um trado tipo caneco com 7 cm de diâmetro e 12 cm de profundidade. As amostras foram acondicionadas em potes plásticos para posterior extração da fauna. Por se tratar de um solo muito argiloso e com forte agregação, antes da ext ração dos organismos, as amostras foram saturadas com aproximadamente 400 mL de uma solução dispersante (1:10) à base de hexametafosfato de sódio (37,5 g L-1) mais bicarbonato de sódio anidro (7,94 g L-1), permanecendo por no mínimo quinze minutos imersas no dispersante e, posteriormente, submetidas ao processo de flutuação. Cada amostra foi colocada em balde de 10 L, completando-se o volume com água e agitando-se manualmente com cuidado. Após aproximadamente um minuto, a água mais o sobrenadante foram vertidos em um jogo de peneiras de 2 mm (9 mesh) e 0,3 mm (48 mesh) de abertura, repetindo-se o processo por no mínimo cinco vezes ou até que a água estivesse clara. O material recolhido na peneira de 48 mesh foi armazenado em álcool 70%. A contagem da fauna edáfica e a identificação ao nível de grandes grupos taxonômicos (em geral a ordem) foi efetuada manualmente após observação em microscópio estereoscópio com aumento de até 40 vezes. Os resultados das duas sub-amostras por parcela foram somados e os resultados da mesofauna edáfica (número de organismos por amostra composta) nos vinte e cinco tratamentos são apresentados no Apêndice S.

Aos resultados da mesofauna edáfica foi aplicado o índice de diversidade de Simpson por parcela, conforme a equação (Gliessman, 2001):

93

(

)

− − = =Diversidade N(N 1)/ ni ni 1 IS (3.1)

onde: IS é o índice de diversidade de Simpson; N é o número de indivíduos e ni é o número de indivíduos da espécie i.

Dados complementares a respeito da avaliação da mesofauna edáfica no experimento poderão ser obtidos em Pandolfo et al. (2004, submetido).

3.2.2.4 Carbono orgânico total e nitrogênio total

O carbono orgânico total do solo (COT) foi determinado segundo EMBRAPA (1979) e o nitrogênio total do solo (NT) segundo Tedesco et al. (1985) e foram determinados no nono ano de condução do experimento, nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm (Apêndice T).

3.2.2.5 Avaliação da percepção de técnicos a respeito do impacto ambiental do uso de fontes de nutrientes e preparos do solo

Dois questionários foram enviados para serem respondidos por 35 técnicos, onde um diz respeito ao impacto ambiental do uso de fontes de nutrientes (Apêndice U) e outro ao impacto ambiental dos sistemas de preparos de solo (Apêndice V). A escala de avaliação utilizada pelos consultados para a resposta foi de 100 quando, na avaliação pessoal, o impacto ambiental negativo era muito grande, a zero quando não havia impacto ambiental negativo para a situação apresentada. Para a valoração, os dados foram transformados em escala inversa. Sobre as fontes de nutrientes, foram consultados: quanto a problemas ocasionados pelo uso das fontes de nutrientes; quanto ao gasto de energia fóssil até a produção das fontes e; quanto às externalidades (outras que não perguntadas). Em adendo a estas perguntas, outras duas foram adicionadas com objetivo de avaliar a testemunha (sem adição de fontes de nutrientes, porém cultivado com as culturas comerciais) e foi relacionada ao risco de degradação das propriedades químicas, físicas e biológicas e quanto ao risco de comprometimento da qualidade da água no meio rural e urbano. Sobre o impacto ambiental dos sistemas de preparos de solo foram consultados: quanto ao risco de erosão do solo; quanto ao risco de escoamento superficial; quanto ao consumo de combustível fóssil; quanto ao risco

94 de degradação da qualidade do solo; quanto ao uso de agroquímicos e; quanto às externalidades do uso destes preparos.

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