• Nenhum resultado encontrado

Os Fidler e os Ázima foram os precursores, nas décadas de 50 e 60, do entendimento psicodinâmico da ação em terapia ocupacional. A compreensão

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

de que o fazer humano é carregado de conteúdo simbólico foi o caminho percorrido pelos autores.

Essas ideias foram organizadas em torno da teoria psicanalítica freudiana. Mais especificamente em torno das relações objetais.

Partindo do questionamento à expressividade contida nas ações, argumentavam, esses autores, que deveria ser evidente a oportunidade

existente para a expressão de sentimentos, atitudes, idealizações, em um nível não-verbal, na compreensão do inconsciente, à medida que as atitudes,

emoções e ideias mostradas na ação são "menos passíveis de vir sob a defesa de mecanismos de representação intelectuais mais concretos" (FIDLER e FIDLER, 1960, p. 13).

Na perspectiva da ação ser mais reveladora do inconsciente que a palavra, a atividade ganha uma dimensão de expressividade, simbolismo.

Quando se usa a terapia ocupacional "como processo psicoterapêutico, deve seguir-se necessariamente que o produto sendo feito e o trabalho de fazê-lo são considerados secundários ao julgamento de como o produto e o processo de fazê-lo afetam suas relações com os outros. A ocupação passa então a ser a ferramenta da manipulação de suas relações com outras pessoas e não o objetivo primordial em si" (FIDLER e FIDLER, p. 14).

Em outras palavras, para os autores, o valor do uso da atividade simplesmente não está na dinâmica da atividade, mas na psicodinâmica da ação do sujeito que a realiza. Tornando-se dessa forma mais importante e mais significante que a atividade em si a relação que o executante estabelece, de maneira que a realização de uma atividade serve ao propósito da inter-relação.

Ao mesmo tempo em que afirmam a expressão de sentimentos, atitudes e ideias através da execução da atividade, dão importância central ao

estabelecimento de um relacionamento terapeuta paciente.

Como podemos observar nas palavras dos Fidler (p. 17) — "as modalidades disponíveis numa situação de terapia ocupacional são, em primeiro, a relação entre o terapeuta e o paciente, em segundo, a atividade".

Aqui a atividade, assim como o terapeuta, são recursos terapêuticos, para os quais o paciente pode agir e reagir.

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

Para que se possa melhor compreender o uso da atividade enquanto meio de expressão, tomaremos por base as expressões que definem tal uso encontradas nos trabalhos desses autores.

Temos então: livre produção, material projetivo, criação livre, criação dirigida.

O termo livre produção, refere-se às atividades que não possuem de início uma estrutura, como, por exemplo, a argila, como também àquelas que podem ter forma definida (escultura, pintura).

O princípio para a compreensão da livre produção é o de liberdade de escolha do objeto/material e técnica de manipulação. Aqui a escolha e o caminho para a realização da atividade são feitos pelo próprio paciente, sem a interferência do terapeuta.

A livre produção é mais comumente utilizada com propósito diagnóstico, pois fornece dados sobre o indivíduo que a realiza. "Faz operar os modos tátil e corporal das relações objetais..., aumentando o acesso à projeção (AZIMA e AZIMA, 1979, p. 117). Nesse contexto, passam então a constituir o que os autores denominam material projetivo.

Para a aplicação do material projetivo, Ázima e Ázima mais

detalhadamente que os Fidler, propõem alguns critérios e procedimentos que devem ser observados. São divididos em quatro fases.

A primeira fase, a preparação, diz respeito basicamente à maneira de o paciente abordar o objeto, que objeto seleciona e as atitudes para com as pessoas que estão vivendo o processo com ele (terapeuta e pacientes).

A segunda fase, de produção e acabamento, compreende o processo vivenciado pelo paciente, desde quando inicia a manipulação dos objetos disponíveis, numa certa direção, na construção ou destruição. Esta fase pode ser dividida em duas sub-fases: de livre criação e de criação dirigida.

Na fase de livre criação, o paciente é deixado livre frente aos objetos, para escolher e proceder como quiser.

Portanto não há direcionamento por parte do terapeuta. Na fase de criação dirigida, um objeto é definido pelo terapeuta e selecionado para o paciente. A partir do objeto, que lhe é oferecido este é deixado livre para sua manipulação.

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

Na terceira fase, denominada associação, o paciente, após terminada a sua criação, é levado a fazer livre-associação sobre o objeto.

A quarta e última fase, de interpretação, caracteriza-se pelo momento em que, após criado o objeto e efetuadas as associações livres, o terapeuta passa a interpretar os acontecimentos.

Ressaltam os autores que a interpretação nesse momento deve ser compreendida enquanto interpretação diagnostica, não terapêutica.

Até agora falamos das atividades que podem ser entendidas enquanto desestruturadas, porém tanto os Fidler quanto os Ázima acreditam que os objetos mais claramente definidos e estruturados, ou seja, as atividades estruturadas, possibilitam experiências de manipulações úteis, pois essas atividades oferecem numerosas oportunidades de comunicação e expressão.

O modo de o paciente segurar e usar um determinado objeto, o

significado da escolha de uma atividade ou projeto assim como a natureza de suas ações são compreendidos pelos autores como claros indícios de suas defesas e problemas interpessoais. Essas são questões que podem ser investigadas e trabalhadas com o uso de atividades estruturadas.

Aqui as atividades estruturadas têm valor pela relação e limites que determinam o fazer.

Outra compreensão da atividade expressiva aparece nos trabalhos desenvolvidos pela psiquiatra e terapeuta ocupacional Nise da Silveira;

segundo ela, o atelier de pintura a "fez compreender que a principal função das atividades na terapêutica ocupacional seria criar oportunidade para que as imagens do inconsciente e seus concomitantes motores encontrassem formas de expressão" (1981, p. 13).

Essa autora acredita que as atividades plásticas (expressivas) permitem ao homem proceder ao relacionamento e à fixação das coisas significativas, tanto nas suas experiências internas quanto nas externas.

Nise fundamenta seu trabalho na psicanálise junguiana, compartilhando com Jung a ideia de que, por intermédio da pintura, "o caos aparentemente incompreensível e incontrolável da situação total é visualizado e objetivado (...) O efeito deste método decorre do fato de que a impressão primeira, caótica ou aterrorizante, é substituída pela pintura que, por assim dizer, a recobre. O

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

tremendum é exorcizado pelas imagens pintadas, torna-se inofensivo e familiar e, em qualquer oportunidade que o doente recorde a vivência original e seus efeitos emocionais, a pintura interpõe-se entre ele e a experiência, e assim mantém o terror à distância" (apud SILVEIRA, 1981, p. 135).

Segundo tal compreensão, as atividades de pintura e desenho

(expressivas) permitem ao doente viver um processo que lhe possibilitará dar forma às desordens internas vividas. De maneira que são instrumentos que permitem ao mesmo tempo organizar a desordem interna e reconstruir a realidade, pois, na medida em que as "imagens do inconsciente" vão sendo objetivadas nos desenhos e pinturas, tornam-se possíveis de serem tratadas.

ATIVIDADE = CRIAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO

a) Visão marxista do homem e da natureza

Como se sabe, Marx não se ocupou com o desenvolvimento da evolução humana num plano individual, ao contrário, ele procurou estudar o desenvolvimento da relação entre homem e natureza sem, entretanto,

confundi-lo com ela. De acordo com o seu pensamento, o homem é um ser que por essência necessita objetivar-se de modo prático, material, produzindo um mundo humano. Através da produção, o homem projeta-se no mundo dos objetos produzidos por seu trabalho, assim como integra a natureza no mundo humano, convertendo-a em natureza humanizada.

Para Marx, o desenvolvimento do homem na história é determinado por contradições permanentes em seu curso. A evolução humana ocorre, portanto, dentro da história, sendo a história compreendida como "o processo da criação do homem por si mesmo, pela evolução, no processo de trabalho" (FROMM, 1979, p. 33.).

"O homem se define essencialmente pela produção, e desde que começa a produzir, o que só pode fazer socialmente, já está na esfera do humano" (VASQUEZ, 1977, p. 420). Dessa forma, um entendimento do comportamento individual jamais pode ser concebido a não ser como produto social. Pois, de modo contrário, estaremos concebendo os indivíduos

isoladamente, e o caráter social reduz-se apenas à retirada de algumas de

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

suas características comuns elevadas ao nível da natureza universal, comum a todos.

Concluindo, a concepção marxista do homem e da natureza nos traz a luz do entendimento do homem enquanto ser social e histórico, homem que produz, cria e transforma a natureza e a si mesmo, através do seu trabalho.

b) Atividade humana: a práxis

Adolfo Sanches Vásquez procura distinguir a atividade propriamente humana da atividade em geral, com o propósito de esclarecer a afirmação:

"Toda práxis é atividade, mas nem toda atividade é práxis".

Atividade em geral é entendida como o ato ou conjunto de atos em virtude do qual um sujeito ativo (agente), que pode não ser humano, que efetivamente age ou atua modificando uma determinada matéria-prima, traduzindo-se num resultado ou produto, que é essa matéria mesma já transformada pelo agente. Enquanto "atividade propriamente humana só se verifica quando os atos dirigidos a um objeto para transformá-lo se iniciam com um resultado ideal ou finalidade e terminam com um resultado ou produto efetivo real" (VASQUEZ, p. 187).

De acordo com esse entendimento, as atividades biológicas e instintivas não podem ser consideradas como especialmente humanas, pois estas não transcendem o seu nível meramente natural. A atividade humana é então aquela que "se desenvolve de acordo com finalidades, e essas só existem através do homem, como produtos de sua consciência..." (grifo nosso) (VÁSQUEZ, p. 189). Dessa maneira, a atividade da consciência deve ser compreendida como a relação entre o pensamento e a ação, mediados pela finalidade a qual o homem se propõe.

A intervenção da consciência é que distingue a atividade propriamente humana de outras meramente naturais, é ela que faz o resultado apresentar-se duas vezes e em tempos diferentes — como resultado ideal, como produto real.

A atividade prática como atividade propriamente humana se manifesta no trabalho, na criação artística ou na práxis revolucionária. Através desse entendimento, podemos dizer que a atividade prática, portanto, é real, objetiva ou material. "O objeto da atividade prática é a natureza, a sociedade, ou os

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

homens reais. A finalidade dessa atividade é a transformação real, objetiva, do mundo natural ou social para satisfazer determinada necessidade humana"

(VASQUEZ, p. 194).

Como se sabe, a práxis pode assumir diversas formas, dependendo da matéria-prima sobre a qual a atividade prática é exercida. Entretanto nos detemos, em apenas duas formas, as que consideramos fundamentais: práxis produtivas e práxis criadora.

A atividade prática produtiva é aquela que se efetiva mediante o trabalho do homem com a natureza. Entretanto, sendo o homem um ser social, notemos que esse processo só se realiza em determinadas condições sociais.

Através do trabalho, o homem transforma um objeto de acordo com uma finalidade utilizando-se de meios ou de instrumentos adequados e, ao

materializar uma finalidade, ele se objetiva no produto.

"A práxis produtiva é assim a práxis fundamental, porque nela o homem não só produz um mundo humano ou humanizado, no sentido de um mundo de objetivos que satisfazem necessidades humanas e que só podem ser produzidos à medida que se plasmam neles finalidades ou projetos humanos, como também no sentido de que na práxis produtiva o homem se produz, forma ou transforma a si mesmo" (VASQUEZ, p. 197-8).

Uma outra forma de práxis é a criadora, onde a finalidade não mais é determinada por uma necessidade prático-utilitária, mas por uma necessidade humana de expressão e objetivação. O homem é um ser que em suas relações necessita estar sempre encontrando novas soluções para as situações de vida que se apresentam. Desta forma, tem de estar constantemente inventando ou criando na medida de suas necessidades — "Ele só cria por necessidade; cria para adaptar-se às novas situações ou para satisfazer novas necessidades"

(VÁSQUEZ, p. 248).

No verdadeiro processo criador, a relação entre atividade da consciência e sua realização "se apresenta de modo indissolúvel" (p. 248).

A materialização como resultado, numa prática criadora, não se reduz a uma simples duplicação do que já idealmente pré-existia. Nesse processo, a finalidade estabelecida pela consciência se apresenta como finalidade aberta, fazendo que o processo prático se realize de forma aberta e ativa. Sabemos

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

que o resultado definitivo pré-existia idealmente, contudo "o definitivo é

exatamente o real e não o ideal (projeto ou finalidade original)" (VASQUEZ, p.

249).

Portanto, a finalidade original só pode se transformar no decorrer de um processo ao final do qual não se alcança tudo o que se havia projetado.

A práxis criadora é, portanto, aquela onde há uma unidade entre finalidade da consciência e seu resultado — unicidade e irrepetibilidade do produto.

Torna-se ainda importante ressaltar que nessas práxis a prática não se contrapõe à teoria e que o único sentido existente dessa contraposição ou separação entre teoria e prática é a oposição que existe entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, em um regime capitalista.

c) A importância da concepção marxista da atividade humana para a terapia ocupacional

O terapeuta ocupacional lida com um homem real, que apresenta conflitos advindos de um mundo da primazia do trabalho enquanto maior lugar onde se cristaliza a exploração humana. Nesse mundo, o homem é alijado da verdadeira compreensão de suas atividades práticas, quaisquer que sejam elas. Portanto, se existe uma profissão que se propõe trabalhar com as dificuldades e os problemas enfrentados pelo homem no transcorrer da sua vida, esta deve estar compromissada com um entendimento da atividade humana somente enquanto práxis, pois de outra maneira estará apenas reforçando a divisão entre trabalho teórico e trabalho manual.

À nosso ver, a terapia ocupacional deve oferecer ao indivíduo um atendimento voltado às questões não apenas da disfunção mas,

principalmente, do homem enquanto ser essencialmente social, através do entendimento da relação homemnatureza, oriundo da sua atividade prática. A participação do cliente nesse processo é exatamente o oposto de passivo. Ele, ao contrário, é um agente-ativo, fazedor de suas mudanças, partner em terapia.

A compreensão da terapia ocupacional, através dessa prática, nos faz acreditar num significado de terapia que leva o homem a lidar com sua

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

realidade de vida, podendo assim promover a transformação de si mesmo e do meio social no qual está inserido.

Concepção "Ingênua" e Concepção Crítica da Terapia Ocupacional

Quando nos preocupamos em explicar o processo de terapia

ocupacional, corremos o risco de apresentá-lo sob apenas uma perspectiva, o que remeteria à questão de uma verdade única, universal.

Poderíamos aqui apresentar as diferentes formas de processos de terapia ocupacional, sob a ótica das técnicas específicas de cada um deles, os quais, à guisa de ilustração, podemos mencionar: desenvolvimentista,

psicodinâmico, comportamental, cinesiológico, integrativo sensorial, de aprendizagem, de estimulação precoce etc.

Entretanto, observamos que sob esta ótica a tarefa torna-se um tanto complicada, pois sobrevêm o risco de nos perdermos num emaranhado de formas, identificando sê-as tantas quantos são os terapeutas ocupacionais que porventura se conseguir enumerar.

Uma análise dessa natureza só poderia ser efetuada se investigássemos o processo de terapia ocupacional à margem do contexto social em que é realizado.

Portanto, para evitar os riscos apontados, vamos trabalhar com as visões de homem, de sociedade e sua relação com o processo de terapia ocupacional.

Quando tratamos de indagar, sob essa perspectiva, como acontece o processo terapêutico ocupacional, chegamos a um ponto onde aparecem, em linhas gerais, três posições opostas e, ao que parece, inconciliáveis.

Temos então que, para a primeira posição, o processo acontece de forma natural, espontaneamente, na situação entre terapeuta e cliente, mediatizada pela atividade. Para a segunda, o processo é um artifício das rígidas condições em que se desenvolve, às quais o paciente tem de adaptar- se. Para a terceira, o processo é por definição criativo, transformador,

questionador do contexto em que se efetiva.

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

Tais posições foram encontradas quando investigamos como é visto o homem e a sociedade — a primeira posição toma como pressuposto a concepção humanista; a segunda, a concepção positivista; e a terceira, a concepção dialética.

Vejamos como cada uma das posições se apresenta.

MODELO DO PROCESSO DE TERAPIA OCUPACIONAL HUMANISTA A principal característica do trabalho, nesse modelo, é a inexistência de padrões preestabelecidos para o seu desenvolvimento. Isto é, não há uma sequência de fatos ou procedimentos a seguir. Portanto, as conhecidas e tão consagradas divisões do processo de terapia ocupacional em

encaminhamento, entrevista inicial, avaliação, elaboração de programa de tratamento, intervenção, etc., aqui não têm lugar.

O terapeuta parte do pressuposto que ninguém melhor que o cliente para determinar os caminhos a percorrer para retomar uma vida saudável, o estado de saúde. Tal fato advém da crença num homem que é único.

A saúde é concebida como um estágio de equilíbrio na relação do homem com seu ambiente; a doença, portanto, decorre do desequilíbrio nessa relação.

Nessa concepção, a "saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de afecção ou doença".

O processo é centrado na relação terapêutica, tornando-se a relação, portanto, o instrumento de trabalho do terapeuta ocupacional. Busca-se criar um ambiente acolhedor, onde o cliente possa descobrir-se e encontrar-se com o outro.

O cliente traz à sua maneira de viver, a história de suas aprendizagens e o clima afetivo no que se tem realizado. Cabe ao terapeuta a tarefa de tomar essa relação como medida, ser o facilitador para a aprendizagem de novas formas, oferecendo um modelo de relação, onde seja possível aprender,

ensaiar, errar, ensinar, realizar no aqui e agora aquilo que em outro espaço não teve lugar.

A atividade também é compreendida enquanto um outro, concreto e com linguagem própria, linguagem que o cliente em ocasiões deverá escutar.

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

Possibilita-se, assim o reconhecimento desse caminho de idas e vindas, caminho no qual não mais ocupará um lugar passivo, ao contrário, um novo caminho.

Dentro desses princípios, o primeiro encontro entre terapeuta e cliente tem por propósito o esclarecimento de questões como: o porquê de procurar a terapia, quais as expectativas e que tipo de ajuda pode ser oferecida ao cliente.

Após explicitar essas questões, o caminho a seguir tanto pode ser pela

continuidade da entrevista (primeiro contato) como pela inserção do cliente na realização de uma atividade.

Voltamos a ressaltar, não existe um momento específico para a

realização de uma avaliação; esta acontece a cada encontro (atendimento), é contínua, acompanha o processo. Aqui, as observações constantes substituem as tradicionais provas e testes. Quando porventura o terapeuta propõe o uso de algum instrumento de investigação, o objetivo é o de possibilitar o

conhecimento de como o cliente se coloca no mundo e que imagem tem de si, da sua existência.

Os primeiros contatos permitem ao terapeuta elaborar, configurar uma imagem do cliente, esboçar quem é o cliente e quais os seus desejos, suas vontades. Esse referencial, dado pelo cliente (expresso ou percebido) irá permitir a direção a ser tomada no processo.

É na conjugação do perfil do cliente aos seus desejos em confronto com a sociedade no tocante ao que esta lhe oferece como também ao que espera dele que o terapeuta esboça as características das atividades a serem

realizadas.

No transcorrer dos encontros, permanece a preocupação com as observações para maior conhecimento do cliente, juntamente com o processo de tratamento.

O processo de terapia ocupacional visa, assim, ao autoconhecimento, o qual é trabalhado através da realização de atividades e reflexões com respeito tanto às relações estabelecidas no decorrer de cada encontro, como a esse fazer.

Nesse modelo de processo, aconselham-se os atendimentos grupais, pois essa é a forma mais constante de estar no mundo. Entretanto, o trabalho

INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TERAPIA OCUPACIONAL

de grupo aqui tem a conotação do que costumamos chamar em terapia ocupacional de grupo de atividades.

O grupo de atividades é uma forma de trabalho grupai, onde várias pessoas são atendidas num mesmo espaço, cada qual desenvolvendo o seu próprio projeto, compartilhando, entretanto, uma mesma dinâmica interpessoal.

O fazer, nessa situação, é discutido em termos das relações acontecidas consigo e com os outros participantes, como, por exemplo, as relações de cooperação.

A essa altura, pode-se perguntar pelo referencial utilizado pelo terapeuta para efetivar o processo terapêutico ocupacional.

Observa-se que nesta proposta de trabalho, o terapeuta é um profundo

Observa-se que nesta proposta de trabalho, o terapeuta é um profundo

Documentos relacionados