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5 Reservas e produção de petróleo e gás natural

6.2 Atividades nas fases de Exploração e Produção

Concluída a etapa de licitação, os contratos de concessão são assinados pela ANP, em nome da União, e as empresas e consórcios vencedores, que passam a ter o direito a exercer as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural nas áreas contempladas. A partir desta etapa, a ANP passa a acompanhar a execução dos contratos, que refletem as condições da oferta vencedora da licitação, como o compromisso de realizar o Programa Exploratório Mínimo, pagamento do Bônus de Assinatura e compromisso com a aquisição de bens e serviços de fornecedores nacionais (Conteúdo Local).

Além disso, são previstas também todas as demais disposições estabelecidas na Lei n° 9.478/97, como, por exemplo: pagamento de Royalties, vigência, duração do contrato, prazo e programas de trabalho das fases de exploração e produção, responsabilidade dos concessionários, obrigatoriedade de adoção das medidas necessárias para a conservação dos reservatórios, segurança das pessoas e proteção ao meio ambiente e das melhores práticas da indústria e obediência às normas e procedimentos técnicos e científicos pertinentes (ANP, 2011a).

Os contratos de concessão prevêem duas fases, conforme estabelecido na Lei n°

9.478/97: exploração e produção. A fase de produção compreende duas etapas:

desenvolvimento e produção, propriamente dita.

Neste trabalho são consideradas as empresas que tornaram-se concessionárias para exercer atividades de exploração e produção nas áreas concedidas mediante as Rodadas de Licitações promovidas pela ANP, bem como as empresas que tornaram-se concessionárias em decorrência de Cessão de Direitos (in/ farm-out) de contratos de concessão estabelecidos.

Os dados apresentados nesta seção utilizam como referência as atividades realizadas até o final de 2010, disponíveis no Anuário Estatístico da ANP. Até esta data, 747 áreas estavam concedidas, sendo 345 blocos na fase de exploração, 82 campos na etapa de desenvolvimento da fase de produção e 320 campos na etapa de produção da fase de produção.

6.2.1 Atividades na fase de Exploração

Na fase de exploração, as concessionárias executam diversas atividades para adquirir novos dados da área sob concessão, realizam estudos geológicos e geofísicos e perfuram poços exploratórios, objetivando descobrir e identificar jazidas de petróleo ou gás natural. As atividades realizadas nesta fase estão em conformidade com o compromisso assumido pela empresa no Programa Exploratório Mínimo proposto na licitação. Se houver alguma descoberta de petróleo ou gás natural, o concessionário deve realizar a avaliação para determinar sua

quando, a critério da concessionária, contiver petróleo ou gás natural em condições que, a preços de mercado, torne possível o retorno dos investimentos previstos para a próxima fase do contrato: produção (ANP, 2011a).

Conforme estabelecido na Lei n° 9.478/97, em caso de êxito na fase de exploração, ou seja, quando a descoberta é considerada comercial, a concessionária submete à aprovação da Agência, os planos e projetos de desenvolvimento e produção, contendo a proposta de trabalho e a previsão de investimentos para estas etapas.

Somente após aprovação da Agência reguladora, a empresa pode prosseguir para a próxima fase do contrato.

No ano de 2010, foram perfurados 789 poços no Brasil - 568 em terra e 221 no mar, representando um decréscimo de 7,6% em relação ao ano anterior. No entanto, foram realizadas 49 descobertas nas áreas em exploração, que correspondem a um crescimento de 32,4% em relação a 2009. Foram 16 descobertas em terra e 33 em mar (ANP, 2011b).

Os contratos de concessão celebrados pela ANP, mais recentemente, estabelecem que a fase de exploração tem duração entre 3 e 7 anos. Por outro lado, os contratos decorrentes das primeiras Rodadas, possuem fase de exploração, em alguns casos, com duração de até 9 anos. A duração desta fase é definida em função do tipo de bacia e ambiente (onshore ou offshore) e é estabelecida no edital da licitação. Neste estudo, 84% dos blocos na fase exploração correspondem a concessões ocorridas a partir da Sexta Rodada de Licitações, realizada em 2004. No entanto, é importante lembrar que, em alguns casos, como dificuldade na obtenção das licenças ambientais, a fase de exploração pode ser prorrogada, mediante autorização do órgão regulador, à pedido da concessionária.

Os 345 blocos exploratórios sob concessão dividem-se da seguinte forma (ANP, 2011b):

92 blocos explorados somente pela Petrobrás;

100 blocos explorados pela Petrobrás em parcerias com concessionárias nacionais e estrangeiras;

109 blocos explorados por outras concessionárias nacionais, atuando sozinhas ou através de consórcios (exclui a participação da Petrobrás);

29 blocos explorados por concessionárias estrangeiras, atuando sozinhas ou através de consórcios e

15 blocos explorados por consórcios formados por empresas nacionais e estrangeiras (exclui a participação da Petrobrás).

Considerando a participação percentual por empresa, nacional ou estrangeira, em todas as concessões, nos 345 blocos na fase de exploração, foram obtidas as seguintes participações:

21% explorados por empresas estrangeiras;

36% explorados por empresas nacionais e 43% explorados pela Petrobrás.

6.2.3 Atividades na fase de Produção

A fase de produção ocorre após a descoberta ser considerada comercial e tem início na data em que a concessionária declara à Agência reguladora interesse em desenvolver o campo. De acordo com os contratos de concessão da ANP, esta fase tem duração prevista de 27 anos e compreende o conjunto de operações necessárias para extrair o petróleo ou gás natural de uma jazida.

Antes de ser iniciada a produção, propriamente dita, a concessão passa pela etapa de desenvolvimento da produção, que é definida na Lei n° 9.478/97 como o conjunto de operações e investimentos realizados pela concessionária destinados a viabilizar as atividades de produção do campo de petróleo ou gás natural. Após conclusão das atividades de desenvolvimento do campo, o contrato prossegue para a etapa de produção, em que é efetivamente iniciada a produção do petróleo ou gás natural.

2011b):

47 campos em desenvolvimento pela Petrobrás;

19 campos em desenvolvimento por consórcios formados pela Petrobrás e outras empresas nacionais e estrangeiras, sendo maior o número de parcerias da estatal com empresas estrangeiras;

5 campos em desenvolvimento por empresas nacionais, atuando sozinhas ou através de consórcios (excluída a participação da Petrobrás);

9 campos em desenvolvimento por empresas estrangeiras, atuando sozinhas ou através de consórcios;

2 campos em desenvolvimento por consórcios entre empresas nacionais e estrangeiras (excluída a participação da Petrobrás).

Considerando a participação percentual por empresa, nacional ou estrangeira, nas concessões na etapa de desenvolvimento, foram obtidas as seguintes participações para os 82 campos:

7,6 % empresas nacionais;

23,7 % empresas estrangeiras, e 68,7% Petrobrás.

Em relação aos 308 campos41 na etapa de produção, a atuação das empresas dividiu-se da seguinte forma (ANP, 2011b):

264 campos correspondem a concessões para a Petrobrás;

17 campos correspondem a concessões para consórcios entre Petrobrás e outras concessionárias nacionais ou estrangeiras, sendo predominante a participação de empresas estrangeiras;

7 campos correspondem a concessões para empresas nacionais, que atuavam sozinhas ou através de consórcios (excluída a participação da Petrobrás);

41 Foram considerados apenas os campos originados a partir de blocos com risco exploratório. Os campos com acumulações marginais foram excluídos desta análise.

12 campos correspondem a concessões para outras empresas estrangeiras atuando sozinhas ou através de consórcios;

8 campos correspondem a concessões para consórcios entre empresas nacionais e estrangeiras (excluída a participação da Petrobrás).

Utilizando a participação percentual de cada empresa, nacional ou estrangeira, nas concessões na etapa de produção, nos 308 campos foram obtidos os seguintes resultados:

3,7 % empresas nacionais;

8,3 % empresas estrangeiras; e 88 % Petrobrás.