3. ANÁLISE DE DESEMPENHO
3.2 Avaliação de desempenho e análise financeira
O mercado de seguros vem crescendo substancialmente nos últimos anos, o
que mostra a necessidade dos gestores de terem um maior controle de suas operações, por
meio da mensuração do desempenho econômico-financeiro, para que cada seguradora alcance
evolução das teorias administrativas, tendo sido tratado, principalmente, sob o enfoque da
eficiência.
Na Administração Científica, os pesquisadores levavam em conta a
organização racional do trabalho e associavam a eficiência com a máxima produtividade
industrial, já que uma da idéias básicas da escola é que quanto mais dividido for o trabalho,
mais eficiente será a empresa (MOTTA, 1991). Na teoria da burocracia existia um estreito
paralelismo entre eficiência e racionalidade. Segundo Motta (1986), a eficiência era vista
como uma forma específica de racionalidade, na qual a coerência dos meios em relação aos
fins visados traduz-se no emprego de um mínimo de esforços para a obtenção de um máximo
de resultados.
No âmbito da teoria de sistemas, Churchman (1972) faz uma discussão a
respeito da eficiência, afirmando que parece haver um objetivo dominante de todos os
administradores de sistemas que é a eficiência das operações, ou o objetivo de reduzir os
custos. Segundo o autor, do ponto de vista do enfoque sistêmico a concentração sobre a
eficiência em si pode ser um modo muito ineficiente de administrar um sistema, do ponto de
vista global, ou seja, o “melhor modo” pode não ser o modo ótimo para o sistema inteiro. Isso
porque os custos a que um administrador está sujeito são sempre custos de oportunidade no
sentido de que quando usa dinheiro, homens ou equipamentos para uma determinada
finalidade está sacrificando o uso destes para alguma outra finalidade. Sendo assim, o que
deve ser avaliado é a finalidade real. Assim, explica o autor, o enfoque científico do sistema
consiste em relacionar a quantidade de atividade de cada componente do mesmo com a
medida do seu rendimento.
Ainda nesta abordagem, Katz e Kahn (1976) afirmam que a eficiência refere-se
à quantidade de insumo de uma organização que surge como produto e à quantidade que é
de sobrevivência da organização. Quanto à eficácia organizacional, os autores definem como
a extensão em que todas as formas de rendimento para a organização são maximizadas, o que
é determinado pela combinação da eficiência da organização como um sistema e seu êxito em
utilizar os insumos de que necessita em condições vantajosas. Assim, a organização que
aumenta sua eficiência também aumenta sua eficácia como sistema viável, sendo a eficiência
apenas um aspecto de sua eficácia.
A teoria da contingência contribuiu para a discussão com novas colocações a
respeito de eficácia e eficiência. De acordo com Lawrence e Lorsch (1973), a abordagem
procura identificar as características que as empresas devem ter para enfrentar com eficiência
as diferentes condições externas, tecnológicas e de mercado. O conceito de eficácia
organizacional insere-se neste sentido, no seu relacionamento com o meio ambiente – ou seja,
na sua sobrevivência, no seu desenvolvimento e na sua capacidade de adaptação e de direção
das mudanças.
Woodward (1977) comprovou isso por meio do teste feito no relacionamento
entre a aplicação de princípios de administração e o desempenho das empresas. Não
encontrando aplicabilidade nas teorias administrativas, impôs uma estrutura da contingência,
examinando os efeitos dos tipos de tecnologia de produção na estrutura social da organização
e no sucesso da mesma. Concluiu que havia uma forma particular de organização mais
apropriada para cada situação técnica. Sendo assim, segundo a autora, uma análise das
demandas situacionais poderia levar não apenas ao desenvolvimento de melhores técnicas de
avaliação da estrutura organizacional e de planejamento consciente, mas também a uma
melhor compreensão das qualidades e habilidades pessoais necessárias em diferentes
situações industriais.
Voltando-se para a questão do desempenho financeiro, Mak (1989) afirma que
pesquisas de contabilidade gerencial. As pesquisas em orçamentação, por exemplo, moveram-
se em direção à identificação de variáveis que possuam relacionamento moderado entre
características dos sistemas de orçamentação e os resultados individuais. Similarmente, outros
estudos adotaram a organização como unidade de análise e investigaram os efeitos de
variáveis contextuais (o ambiente, por exemplo) nos projetos dos sistemas de contabilidade
gerencial. De acordo com o autor, os sistemas de contabilidade gerencial são vistos pelos
pesquisadores como estratégias de controle disponíveis à organização para controlar seu
desempenho.
Gibson et al. (1976), citados por Catelli (2001), afirmam que o problema da
eficácia está ligado ao do desempenho, que está relacionado à execução de um ato. Neste
sentido, usa-se o conceito de desempenho todas as vezes em que há expectativas
anteriormente estabelecidas. Segundo os autores, os administradores organizacionais estão
voltados para o desempenho, de acordo com a própria natureza de seu trabalho. Os autores
afirmam ainda que pode-se ver prontamente que os processos de planejar, organizar e
controlar constituem a materialização do conceito de desempenho, já que o planejamento
estabelece as expectativas, o organizador implanta essas expectativas e o controlador avalia o
desempenho das expectativas estabelecidas e implantadas. Dessa forma, a eficácia pode ser
considerada como um julgamento que os administradores fazem ao exercer a função de
controle.
Pode-se perceber que a discussão a respeito da eficiência das organizações vem
crescendo ao longo do tempo e que esta discussão se faz presente tanto no âmbito financeiro
quanto no não-financeiro. Ao longo do capítulo serão apresentados ambos os aspectos.