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Neste capítulo estão reunidos as referências e dados que abrangem a realidade da área de intervenção e que ajudaram no desenvolvimento do projeto arquitetônico.

3.1. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS

Para o desenvolvimento do projeto arquitetônico foram estudadas referências projetuais que tivessem na sua concepção o foco em sustentabilidade e o emprego da vegetação na edificação. Foram selecionados dois projetos de escola e um centro sociocultural e desportivo.

Os estudos de referência são uma base muito importante para processo de criação do projeto arquitetônico, através de pesquisas e visitas à obras com soluções arquitetônicas implantadas e em funcionamento. Para este trabalho, os estudos de referência aconteceram de duas formas: direto e indireto.

Entende-se por estudos de referência direto o processo de pesquisa com textos e imagens e, além disso, a realização da visita in loco, observando e absorvendo as soluções ali em funcionamento, neste caso, de uma edificação com os mesmos princípios e objetivos almejados. Já nos estudos de referência indiretos, as pesquisas analisam a edificação somente por imagens, fotos, desenhos técnicos, memoriais ou textos relativos à obra.

3.1.1. ESTUDO DIRETO

 Unidade de Serviço Social do Comércio de Sorocaba, São Paulo.

A unidade de Serviço Social do Comércio (SESC) de Sorocaba é um centro sociocultural e desportivo, que oferece seus serviços à comunidade sorocabana. A cidade de Sorocaba é um município do interior paulista que fica á 107 km da capital, São Paulo.

O SESC é uma entidade privada mantida por empresários do comércio de bens e serviços, que tem como objetivos proporcionar o bem-estar e a qualidade de vida ao comerciário, sua família e a sociedade. O SESC promove ações e benefícios em diversas áreas, como a educação, a saúde, o lazer e a cultura, abrangendo todas as

faixas etárias. Atualmente o SESC está presente em todos os estados e em várias cidades do Brasil23.

No município de Sorocaba o SESC se instalou a partir do ano de 1950. Procurando sempre melhorar seu atendimento, foi iniciada a construção de uma nova sede em conjunto com iniciativas do município. A cidade adquiriu novos contornos por meio de projetos urbanos, melhorando as vias públicas, com a criação de áreas de lazer, pistas de cooper e ciclovias para o estímulo à atividade física e ao transporte alternativo (Fig. 33).

O projeto da nova sede foi assinado pelos arquitetos Sérgio Teperman e Ivone Hamada. A obra teve início em março de 2008 e foi inaugurada em setembro 2012, porém o arquiteto em entrevista ao Jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba, diz: "Comecei a fazer o projeto em 1993, quando o terreno foi doado pela Prefeitura; ver isso concluído é uma grande satisfação” 24.

23 Informações no site oficial: http://www.sesc.com.br/

24 Informações no endereço eletrônico: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/417702/sesc-altera-a-rotina- cultural.

A obra de 30 mil m² foi erguida em um terreno de um pouco mais de 12 mil m², sendo sua construção planejada nos pressupostos da sustentabilidade para reduzir o impacto ecológico na área urbana, prevenindo a poluição do solo, do ar e da água, durante todas as fases da construção. Por estes motivos, a edificação está em processo de certificação como um “edifício verde”. OLEED é a certificação almejada, que está avaliando todo o ciclo construtivo desde a concepção do projeto à execução da obra da Unidade Sorocaba e que poderá obter o padrão “Prata”. Esse nível de certificação, se aprovado, atestará que a obra é mais sustentável 25.

O projeto consta basicamente de dois edifícios independentes, separados pela área de piscinas, porém ligados por uma passarela estaiada, tornando-se esta uma referência visual muito forte no conjunto arquitetônico (Figuras 33, 34).

É pela edificação de convivência, identificada nas figuras 33 e 34, que se encontra a entrada principal. Nesta edificação se concentram: a recepção, a administração e os atendimentos ao público, como os serviços médicos, cursos, espaços de lazer, de exposição e lanchonete. Nos ambientes fechados há um cuidado no acolhimento das pessoas e, para isso, as formas e soluções de iluminação e de ventilação naturais procuram assegurar o conforto térmico.

Após a recepção se tem acesso aos espaços de exposição e as salas de atendimentos voltados á saúde que ocupam o 1° e 2° pavimentos. A iluminação natural, proporcionada pelos elementos zenitais, chega até o piso do subsolo passando pelos pavimentos que são vazados, visualizados nas figuras 35 e 36. No subsolo encontra-se a lanchonete, os espaços infantis e para apresentações.

Figura 35_Foto do 1° pavimento e

subsolo. SESC Sorocaba, SP. Figura 36_Foto mostrando a iluminação zenital. SESC Sorocaba, SP.

Fonte: Autoria própria, 2013. Fonte: Autoria própria, 2013.

Próximo ao átrio com iluminação zenital foi erguido uma torre de ventilação, cujas paredes receberam placas vegetais. Com clima quente e úmido no verão, os ventos sugados por esta torre são parcialmente purificados e lançados na área da lanchonete, refrescando o ambiente (Figuras 37 e 38).

Figura 37_Foto da torre de ventilação.

SESC Sorocaba, SP. detalhe: espelho dFigura 38_Foto da torre de ventilação, ’água. SESC Sorocaba,

SP.

Entre as edificações de convivência e do ginásio foi alojada a área de piscinas e solário. Instalados em um nível abaixo da rua, acabaram se tornando um “fosso”. A solução tomada para a conexão entre as duas edificações foi a instalação de uma passarela estaiada. Construída com um mastro central de concreto e dois pisos, um inferior e outro superior, suspensos por cabos metálicos, a estrutura apresentou significativos desafios técnicos nas fases de concepção e de execução e acabou se tornando um dos elementos de maior destaque da nova unidade (Fig. 39)

Figura 39_Foto da passarela estaiada e áreas de piscina e solário. SESC Sorocaba, SP.

Fonte: http://sustentabilidade.sescsp.org.br/sobre-o-sesc-sorocaba, 2013.

No outro prédio, além do ginásio, encontram-se a academia, vestiários e no seu subsolo os estacionamentos. Um ponto interessante deste ginásio são as suas arquibancadas retráteis, que podem ser fechadas e guardadas quando ocorrem apresentações musicais e shows (Fig.40). A flexibilidade dos equipamentos também está presente no espaço para pequenas apresentações, próximo à lanchonete, na edificação de convivência, com bancos que podem ser empilhados, e se transformando- se em arquibancadas (Fig.41).

Figura 40_Foto das arquibancadas

móveis. SESC Sorocaba, SP. Figura 41_Foto dos bancos flexíveis. SESC Sorocaba, SP.

Fonte: Autoria própria, 2013. Fonte: Autoria própria, 2013.

A acessibilidade foi outro ponto muito bem aplicado através de rampas, elevadores e pela própria passarela estaiada, que dão liberdade aos portadores de

necessidades especiais e idosos para se movimentarem pelos edifícios. Os banheiros, bebedouros e corrimãos também atendem as normas de acessibilidade (Fig. 42, 43 e 44).

Figura 42_Foto do banheiro adaptado. SESC Sorocaba,

SP.