• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO SETE

Reid sentou-se ao lado de Estelle, segurando a mão dela.

A faculdade estava equipada com um escritório com um curandeiro mágico. Eu nunca tinha ido a um curandeiro antes, mas Vovó tinha falado comigo sobre eles. Eles nem sempre eram muito bons em lidar com doenças físicas típicas, como um resfriado ou algo assim, mas eram as únicas pessoas que você ia querer visitar se tivesse uma doença mágica.

Imaginei que Estelle estava aqui porque o que havia de errado com ela provavelmente era de natureza mágica.

Estávamos em uma área dividida, com cortinas nos separando do resto do lugar. Como um hospital, apenas as cortinas estavam vermelhas e cobertas de símbolos mágicos e palavras latinas. Estelle estava deitada em uma cama estreita. Ela estava conectada

a um conjunto de tubos, quase como um soro.

Porém esses tubos entraram em sua boca e nariz e estavam conectados a caldeirões diferentes - um contendo uma poção verde e o outro bombeando vapor purpúreo e brilhante em seus pulmões.

— Droga, mana,— Reid estava sussurrando para ela. Ele parecia à beira das lágrimas. — Por que você teve que sair sozinha? Você sabe que não é seguro— .

— Hum, eu vou deixar vocês terem alguma privacidade,— eu disse, me afastando. Comecei a me mover pela cortina.

— Ei, não, espere,— disse Reid. — Você pode ficar. Quero dizer, não há muito sentido em nos dar privacidade. Não podemos ter uma conversa nem nada— .

— Hum, está bem.— Ele parecia perturbado.

Ele conseguiu o que queria. Eu fiquei. No entanto, eu me senti deslocada, então eu recuei e olhei para o chão em vez de olhar para Reid.

Ele ficou quieto por alguns minutos.

— Eu sempre estive perto da minha irmã,—

disse Reid de repente.

Eu olhei para cima.

Ele não estava olhando para mim. Ele estava olhando para a forma imóvel de Estelle. — Talvez seja porque somos gêmeos. Talvez seja porque nossa mãe é uma louca .

— Sua mãe também é uma louca?— Eu disse.

Eu perguntei a Logan sobre isso antes, e ele disse que tudo seria explicado. Talvez essa explicação estivesse chegando.

Agora Reid olhou para mim, juntando as sobrancelhas. — Que tipo de loouca é sua mãe?

— Ela está, hum, muito deprimida. E confusa.

Às vezes ela não sabe quem eu sou, ou às vezes ela fala com coisas que ...

— Não estão aí?

— Sim,— eu disse.

— Minha mãe também faz isso,— disse Reid. — Perto do que Estelle e eu podemos imaginar, ela estava bem até que nos deu à luz. As pessoas não

dizem isso na nossa cara nem nada, mas às vezes meu tio fica bêbado e diz coisas. Está bem claro que ele culpa a mim e Estelle por arruinar minha mãe—

.

— É o mesmo comigo,— eu disse. — É como entrar se em trabalho de parto foi demais para ela ou algo assim. E minha avó nunca fala sobre como era. Se eu pergunto a ela sobre isso, ela fica curta comigo e muda de assunto muito rápido.

Reid colocou a mão de Estelle em seu peito. — Então, isso é meio estranho.

— Sim, é,— eu disse.

Ele se levantou. — E o seu pai?

— Eu não tenho pai,— eu disse. — Quero dizer, obviamente tenho, mas não sei quem ele é.

— Sim, eu também,— disse ele.

— Você acha que tudo isso significa alguma coisa?

— Gostaria de saber se nossas mães fizeram algum tipo de mágica quando estavam grávidas, algo que nos afetou, nos fez o que somos,— disse ele. —

Talvez tenha algo a ver com nenhum de nós ter pais.

Quero dizer, minha mãe era jovem quando engravidou— .

— A minha também,— eu disse. — Mais jovem do que eu sou agora.

— Sim, a minha também,— disse ele. — Então, talvez as duas tentaram fazer ... eu não sei… feitiços de amor ou algo para fazer nossos pais se apaixonarem por eles. Talvez aqueles feitiços de amor saíram pela culatra. Embora, acho que não perguntei se sua mãe faz mágica— .

— Ela faz,— eu disse. — Eu venho de uma longa linha de bruxas .

Ele levantou a sobrancelha. — Bruxas?

Realmente?

Inclinei meu queixo. — É assim que queremos ser chamadas.

— Tudo bem,— disse ele, dando de ombros. — Nos círculos em que viajo, isso é considerado um insulto.

Dei de ombros de volta.

Ele olhou para Estelle. — Talvez não importe como conseguimos essa mágica em primeiro lugar. O fato é que temos, e é perigoso— .

— Porque os professores da faculdade nos enviam para situações perigosas,— eu disse.

— Sim,— ele murmurou, olhando para sua irmã. — Ela estava tentando salvar o mundo, e foi por isso que entrou lá sozinha. Ela pensou que se fizesse isso sozinha, poderia me proteger. E olhe para ela agora. E você sabe quem nunca suja as mãos?

— Quem?— Eu disse.

— Professor Weathersbane,— disse ele sombriamente.

— Eu meio que notei isso,— eu disse.

Ele fez uma careta. — Ei, eu sei que ainda não é meio-dia, mas você quer tomar uma bebida?

Eu considerei. — Por que não? Já faz um dia infernal.

* * *

Reid olhou para o copo quase vazio. Eram três da tarde e nós dois estávamos sentados na varanda do Cevadas e Sinos, ambos agradavelmente animados. Também pedimos um pouco de comida - o bar servia asas e frituras - porque eu precisava de um estímulo depois da mágica que havia invocado antes. — De qualquer forma, o que estou dizendo é que Weathersbane apenas senta-se atrás de sua mesa e nos ordena, e ele nunca levanta um dedo para ajudar.

— Nunca?— Eu disse.

— Nunca,— ele disse. — Ele diz que é porque somos os únicos que podem combater essas criaturas ou fechar a brecha. Supostamente, ele é completamente inútil quando tenta lutar. Mas não posso deixar de me perguntar se ...— Ele parou, olhando por cima do meu ombro.

Eu me virei para ver uma garota da nossa idade andando pela varanda em direção à nossa mesa.

Reid se encolheu.

— Quem é aquela?— Eu disse.

Mas ela estava na nossa mesa agora. Ela se inclinou, colocando as mãos na mesa e ficou bem no rosto de Reid. — Sério? Você já voltou aqui com outra garota?

Reid apontou para mim. — Ela não é uma garota. Ela é uma colega de faculdade. Estamos aqui para a faculdade— .

Exatamente como ser colega significava que eu não era uma garota?

A garota se virou para mim. — Você deveria saber que esse cara é um bastardo da realeza.

— Ei,— disse Reid, agarrando seu braço. — Nós nos divertimos, certo?

Ela o sacudiu, endireitando-se. — Oh, meu Deus, não . Eu nunca vou te tocar. Foi a minha melhor amiga Gloria. Você brincou com ela e nunca se deu ao trabalho de ligar para ela. Você nem consegue se lembrar com quais garotas dormiu e quais não?

Reid abriu as mãos. — Você sabe, em minha defesa, eu estava bêbado e, hum, você sabe, você tem um desses rostos .

A garota revirou os olhos. — Você é inacreditável.

— Sim, eu entendo,— disse ele.

Ela balançou a cabeça para ele. — Eu não estou perdendo mais tempo com você.— Ela se virou e se afastou.

— Meu melhor para Gloria,— Reid chamou atrás dela.

Eu fiquei boquiaberta com ele. — Realmente?

— O que?— ele disse.

Tomei um gole da minha cerveja. — Você é sem vergonha.

— Olha,— disse ele, — desculpe-me pela outra noite com você e comigo.

— Você sente muito?— Eu disse. — Fui eu quem fugiu de você.

— Sim, mas isso foi uma coisa boa. Eu não pensei nisso antes de fazer uma jogada. Eu nunca

faço. Quero dizer, se você fosse uma garota normal, teria se machucado e seria um inferno trabalharmos juntos daqui em diante.

— Garota normal?— Eu disse, olhando para ele.

— Sério?

— Você sabe o que eu quero dizer.

— Eu não sei, na verdade.

Ele encolheu os ombros. — Eu sou um idiota às vezes, ok? Eu não posso evitar— .

— Então quem pode?

— Eu não sei, ninguém, eu acho. Está na minha natureza. Eu ajo antes de pensar. Falo antes que eu pense. Tanto faz. Tudo o que estou dizendo é que estou feliz por as coisas estarem legais entre nós— .

Eu imaginei que elas estivessem. Honestamente, eu era capaz de não pensar no fato de que dormimos juntos até agora. Descobri que não queria pensar nisso agora. Eu me sentia um pouco envergonhada por ter ido para a cama com esse cara.

— Estamos bem, certo?— ele disse.

Tomei outro gole da minha bebida. — Certo.

— Ei.— Ele abaixou a voz e olhou diretamente nos meus olhos. — Eu não sou um cara mau. Eu tenho meus defeitos, mas não sou tão ruim assim—

.

— Você não precisa me convencer.

Ele ergueu as sobrancelhas. — Você quer transar de novo?

— Não— , eu disse. — Eu não.

— Eu apenas pensei que talvez você queria. Nós nos divertimos, certo?

— Como eu disse, não gosto de reprises,— eu disse. — Podemos parar de falar sobre isso? Não quero mais pensar nisso— . Eu basicamente queria fingir que tudo nunca aconteceu. U gh. Às vezes, tomava decisões realmente estúpidas.

— Tudo bem,— disse ele. — Vamos mudar de assunto. O que você estava fazendo quando encontrou Estelle?

— Tentando fechar a brecha,— eu disse.

— Por você mesma?

— Eu já fiz isso antes.

Os olhos dele se arregalaram. — Sério? Você pode fechar brechas?

— Eu não sei se posso ou não,— eu disse.

— Por que estamos sentados aqui bebendo?—

ele disse. — Vamos fechar a porra da brecha.

— Hum, Logan e eu vamos fazê-lo amanhã,—

eu disse. — Depois que descansarmos.

— Dane-se, vamos fazer agora. Se encerrarmos essa brecha, todos os nossos problemas desaparecerão.

— Eles vão?

Ele levantou-se. — Vamos. Vamos lá.

* * *

Foi assim que me encontrei de volta à sala da biblioteca (que era fácil de entrar, considerando que não tinha mais porta), costurando a brecha.

Era sinistro lá. Quieto.

Eu não gostei

Eu costurei. Reid cobriu a porta. Alguns skitters passaram pela brecha quando eu usei a magia para conjurar a agulha e o fio que eu precisava para

fechar a brecha, mas Reid conjurou uma arma para si mesmo com balas como a de Logan, e ele as matou a tiros.

Depois disso? Nada.

— Você está pronta?— Reid disse.

— Estou chegando lá,— eu disse. Na verdade, eu estava bem perto de terminar. A culatra estava quase costurada e fechada. Eu continuei.

— Quanto tempo mais?

— Eu não sei.— Eu olhei por cima do ombro. — Por que você pergunta?— Então eu olhei. — Onde está sua arma?

— Ela se desintegrou,— disse ele.

— O que?

— As coisas que você conjura não se desintegram depois de um tempo?

— Não— , eu disse. — Isso não.

— Nunca?

— Eu nunca vi desintegrar. Às vezes não quero mais, então desaparece, mas ...

— Como desaparecem?— ele disse.

— Eu meio que envio de volta para onde veio,—

eu disse.

— Bem, isso é legal,— disse ele. — Não é à toa que você é quem pode fechar as brechas. Você é mais poderosa que todos nós, até Estelle, e ela é muito mais poderosa que eu. O material que ela conjura permanece sólido por horas, às vezes— .

Voltei a costurar. — Eu não sabia que era mais poderosa.

— Ei, não é como se eu me sentisse ameaçado por alguma coisa. Na verdade, acho isso bem quente.

— Reid, eu não vou dormir com você novamente.

— Certo,— ele disse. — E isso é legal. Seremos melhores amigos, eu acho— .

— Sim,— eu disse, continuando a costurar.

— Amigos com benefícios?

— Reid, por favor.

— Tudo bem,— disse ele. — Então, de qualquer maneira, eu estava perguntando quanto tempo seria porque pensei que, se fosse demorar um pouco,

conjuraria outra arma, mas se fizesse isso, provavelmente chamaria mais skitters. Mas se eu não conjurasse nada, e alguma coisa viesse pela brecha, eu poderia estar desarmado e ...

— Eu terminei,— eu disse. Levantei-me, examinando meu trabalho. A brecha foi costurada.

Eu balancei minha cabeça. — Não funcionou.

— Parece fechado para mim.

— Não, você pode ver os pontos.— À minha frente, parecia que tecidos estampados com tecidos e chão e teto haviam sido costurados. — Da última vez, fechou e não havia sinal de que já esteve lá.

— Oh,— ele disse. — O que você fez diferente da última vez?

— Nada,— eu disse. — Foi exatamente o que eu fiz aqui. Quero dizer, não há criaturas chegando para lutar, então talvez ...

Rasgou.

O mundo à minha frente cresceu. Algo estava por trás da brecha. Os pontos se esticaram e depois cederam, e tentáculos atravessaram a brecha.

— Merda,— disse Reid. Ele estendeu a mão e uma arma apareceu nela.

O octo-monstro subiu à nossa realidade, seus tentáculos acenando e alcançando-nos.

Eu conjurei uma arma também.

Reid atirou na coisa. Uma explosão verde brilhante, mas quando a bala atingiu a criatura, não houve efeito.

— Droga— , disse Reid. — Eu estava enganado.

— O que você quer dizer?— Eu mirei na coisa e apertei o gatilho.

— Quando uso muito a magia, às vezes as coisas que conjuro parecem reais e ótimas, mas elas não têm efeito real no mundo.

Oh. Ótimo.

A bala da minha arma explodiu na criatura. Ele fez um barulho agudo e potente.

Eu atirei de novo.

Mas a coisa ainda estava vindo, então continuei atirando. Eu esvaziei a arma no monstro.

E então ele ficou deitado no chão, ainda tremendo, com os tentáculos espalhados no chão.

— O que diabos está acontecendo?— veio uma voz.

Reid e eu nos viramos.

Logan estava na porta.

CAPÍTULO OITO

Logan estava andando na frente da porta. — Você não entra por conta própria, entendeu?

Reid e eu estávamos na biblioteca, as cabeças inclinadas enquanto Logan gritava para nós.

— Responda-me,— disse Logan.

— Sim, tudo bem,— eu disse.

Read levantou a cabeça. — Na verdade, acho que estávamos apenas tentando consertar tudo isso.

— Quase se matando?— disse Logan. — Estelle entrou lá por conta própria e veja o que aconteceu com ela.

— Ei, golpe baixo,— disse Reid, cruzando os braços sobre o peito. — Além disso, não estávamos por conta própria. Nós estávamos lá juntos— .

Logan olhou para frente e para trás entre nós. — Certo. Juntos.

— Não como juntos ,— de repente senti a necessidade de explicar. Eu não queria que ninguém pensasse que eu estava envolvida com Reid, nem

Documentos relacionados