• Nenhum resultado encontrado

Na turma A (T1/A a T27/K), os textos recolhidos representam produções que os informantes realizaram ao longo do 1º semestre, e que, na lista infra, se apresentam pela ordem cronológica de produção. O corpus recolhido nesta turma é constituído por textos narrativos produzidos a partir de instruções escritas e orais14 dadas pela professora:

a) Instrução oral - Em pares, cada um/a conta o seu fim-de-semana, para o/a colega redigir um texto narrativo;

b) Instrução oral - Fale do que gosta de fazer nos seus tempos livres (fins-de-semana, feriados…);

c) Instrução escrita - Conte as suas férias do Natal numa carta pessoal/informal (esta tarefa teve uma preparação prévia na aula – a análise de uma carta em que uma rapariga contava as suas férias a uma amiga);

d) Sem instrução - trabalho que o estudante fez por sua iniciativa;

e) Instrução escrita- (enunciados do exame final do 1.º semestre):

- Tema A: Escreva uma carta a um amigo (ou amiga) a contar como passou as suas férias de Verão;

- Tema B: Descreva o seu lugar preferido para passar um fim-de-semana (em Portugal ou no seu país).

Quanto à turma B (T28/L a T30/N) e à turma C (T31/O a T39/V), o corpus é constituído apenas pelas composições feitas nos exames finais do 1º semestre, que tiveram lugar em Janeiro de 2009. Para realizarem esta prova, os alunos tinham de respeitar algumas directrizes:

A turma B tinha o seguinte enunciado:

- Seleccione UMA das alíneas (a) ou (b) ou (c) e escreva um texto claro e correcto, com um total mínimo de 120 palavras.

a) Já esteve numa situação em que alguém fez uma coisa com boa intenção, mas o resultado foi muito mau? Conte o que aconteceu.

25

b) Muitas vezes, quando ficamos mais velhos, muda também o modo como vemos as coisas e as pessoas à nossa volta. Concorda com esta afirmação? Dê exemplos, do texto15 e de outras situações que conhece.

c)“Sabia que se deve oferecer o lugar às pessoas idosas” (linha 10/11 (do texto do exame)). Esta é uma regra de comportamento social que existem em Portugal e noutros países, mas as regras sociais variam de cultura para cultura. Já teve contacto com estas diferenças entre culturas? Relate um ou mais exemplos da sua experiência.

No caso da turma C, foi proposto o seguinte enunciado:

- Seleccione UMA das alíneas (a) ou (b) ou (c) e escreva um texto claro e correcto, com um total mínimo de 100 palavras.

a)“João teve uma ideia, uma ideia tão luminosa que não dormiu toda a noite”. Continue a história”

b) Na história que acabou de ler, João fez uma viagem de autocarro sem saber para onde ia.

Conte uma viagem que fez, referindo:

- destino, época do ano, meio de transporte, companhia, alojamento e pequenas surpresas.

c) João fica impressionado com uma invenção fantástica apresentada por um homem sábio com barbas brancas:

- Apresente uma pessoa que admira, descrevendo aspectos físicos, características da sua personalidade e a razão por que tem a sua admiração.

A extensão dos textos da turma A, com excepção do enunciado de exame, é variável, tendo em conta que são exercícios que foram, na sua maioria, realizados em sala de aula. Já as produções das turmas B e C e as composições de exame da turma A têm uma extensão similar, pois que os alunos tinham de respeitar um total mínimo de cem palavras.

26

1.3. Os informantes

No Curso Anual de Língua e Cultura Portuguesas para Estrangeiros, a única exigência que as condições de inscrição estabelecem é que os candidatos à frequência do curso tenham a idade mínima de 16 anos, o que cria uma grande heterogeneidade de públicos no que diz respeito aos seus conhecimentos prévios.

Sendo, portanto, as condições de inscrição no curso pouco selectivas, são muito diversas as experiências pessoais dos alunos aquando da sua chegada: grau de instrução, hábitos de aprendizagem, idade, motivação, personalidade, capacidades individuais e conhecimentos prévios.

Esta realidade aplica-se, naturalmente, à população que produziu o corpus que vai ser analisado. À data do início do curso, o conhecimento que cada um tinha da Língua Portuguesa era, tal como os outros aspectos já citados, muito variável, pois os objectivos e as oportunidades de aprendizagem de cada aluno eram distintos (cf. Cap. 1, 1.). No entanto, foram todos colocados no nível Elementar16, por não terem um nível de proficiência que lhes permitisse comunicar eficazmente em situações da vida quotidiana. Em quase todos os casos, isto foi indicado pelo próprio aluno, ou, muito raramente, pelo teste de seriação feito antes do início das aulas.

Pela descrição da população, pode deduzir-se que também são muito diversificadas as oportunidades de aprendizagem que tiveram ao longo do semestre. Porém, não é possível avaliar com exactidão qual a integração que cada um teve na sociedade portuguesa e as consequentes oportunidades de input e de interacção com falantes nativos em meio natural. Pode, no entanto, sublinhar-se que, em maior ou menor grau, todos estiveram em contexto de imersão, até por viverem durante pelo menos 6 meses em Portugal.

No que diz respeito ao contacto formal com a Língua Portuguesa, durante as quatro horas lectivas semanais, que tiveram na cadeira de Composição do 1º semestre, é importante ter em conta que os métodos utilizados pelos professores, no seu ensino, não foram uniformes (cf. Cap. 3, 4.).

16

Os alunos foram divididos em três turmas consoante o nível de proficiência que tinham da língua-alvo. Com efeito, os alunos da turma A correspondem a verdadeiros principiantes; os da turma B são falsos principiantes, isto é, já têm algum conhecimento da língua-alvo e os da turma C são aprendentes que são quase não principiantes, por já terem um conhecimento da LE mais aprofundado do que os alunos da turma B.