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3. CAMPANHA EXPERIMENTAL

3.2. Suportes

3.3.2. Caracterização das Argamassas no Estado Fresco

Este ensaio tem como finalidade a determinação da consistência e da trabalhabilidade da ar- gamassa no estado fresco. Segundo a norma EN 1015-3 (CEN, 1999a), que serviu de base à realização deste ensaio, a consistência é uma medida de fluidez da argamassa fresca, pois mede a deformação da argamassa quando sujeita a forças exteriores. O procedimento seguido para a realização do presente ensaio descreve-se em seguida.

Procedimento experimental

Limparam-se e humedeceram-se todos os utensílios. Colocou-se o molde cónico centrado na mesa de espalhamento. Inseriu-se a primeira camada de argamassa no molde cónico e compactou-se 15 vezes com um varão metálico (Figura 3.8a). Inseriu-se a segunda camada de argamassa e repeti- ram-se as 15 pancadas. Com uma régua metálica, rasou-se o molde (Figura 3.8b). Retirou-se o molde. Rodou-se a manivela da mesa de modo a provocar 15 pancadas em 15 segundos. Com o auxílio de uma craveira e de uma régua, mediu-se o diâmetro da argamassa espalhada em duas direcções perpen- diculares e determinou-se a sua média (Figura 3.8c).

Resultados obtidos no ensaio

Na Figura 3.9 e no Quadro 4.1 podem ser consultados os resultados do ensaio de consistência por espalhamento.

Figura 3.9 – Resultados da consistência por espalhamento

O valor médio e desvio padrão de todas as argamassas foi de 166 ± 5 mm e todas foram consi- deradas trabalháveis. Analisando a Figura 3.9 verifica-se que a argamassa sem metacaulino, NHL, obteve o maior valor de espalhamento e que a argamassa NHL_5Mk apresentou o menor valor. Tendo em conta que a quantidade de água adicionada a cada argamassa foi a mesma, depreende-se que a substituição de NHL por metacaulino diminui a consistência das argamassas.

3.3.2.2 Retenção de Água

A retenção de água de uma argamassa é a capacidade da mesma de reter a água da amassadura face à evaporação para o ambiente e à absorção pelo suporte.

O ensaio de retenção de água foi realizado em argamassas no estado fresco e teve como base a ficha de ensaio Fe 32 UNL/DEC (HENRIQUES, 2000) e a norma prEN 1015-8 (CEN, 1999). Reali- zou-se apenas uma determinação por argamassa. Para o processo, descrito em seguida, utilizou-se um molde metálico cilíndrico com 100 mm de diâmetro e 25 mm de altura, uma placa de vidro, gaze de algodão, papéis de filtro circulares e um peso de 2 kg.

Procedimento experimental

Através de uma balança de precisão 0,001g, determinou-se a massa do molde vazio (mv) e de

156 160 164 168 172 176 NHL3,5 NHL3,5_2,5Mk NHL3,5 _5Mk E sp al ham en to [m m ]

de pedreiro (Figura 3.10a) e limpou-se o molde. Determinou-se a massa do conjunto do molde e da argamassa (mc). Cobriu-se a superfície da argamassa com 2 gazes de algodão circular e por cima des- tas colocaram-se 8 papéis de filtro (Figura 3.10b). Cobriu-se o referido conjunto com uma placa de vidro e inverteu-se o molde sobre uma superfície plana. Durante 5 minutos ± 5 segundos, colocou-se um peso de 2 kg sobre o molde (Figura 3.10c). Passados 5 minutos retirou-se o peso, colocou-se con- junto na posição inicial, retirou-se a placa de vidro e pesaram-se novamente os papéis de filtro (mh).

Figura 3.10 – a) Rasagem da superfície; b) Preparação do conjunto para o ensaio; c) Conjunto com peso de 2 kg

Através da Equação 3.2, calculou-se a massa de água utilizada na argamassa colocada no mol- de:

∑ Equação 3.2

Onde:

ma [g] - massa de água utilizada na argamassa colocada no molde;

ag [g] - massa de água utilizada na argamassa;

ci [g] - massa de cada um dos restantes constituintes (i) da argamassa;

mc [g] - massa do molde com argamassa;.

mv [g] - massa do molde vazio.

Depois de calculado o valor da massa de água do molde, determinou-se a percentagem de água retida (R), através da equação

Equação 3.3

Onde:

R [%] - retenção de água

ma [g] - massa de água utilizada na argamassa colocada no molde

mh [g] - massa dos oito papéis de filtro passados 10 minutos

Resultados obtidos no ensaio

Os valores médios da percentagem de água retida e respectivos desvios padrão podem ser con- sultados na Figura 3.11 e no Quadro 4.1.

Figura 3.11 – Retenção de água

Através da Figura 3.11, observa-se que a capacidade de retenção de água é semelhante em to- das as argamassas.

3.3.2.3 Massa Volúmica Fresca

Este ensaio tem como objectivo calcular a massa volúmica das diferentes argamassas, tendo sido realizado à argamassa em estado fresco. O procedimento seguido teve por base a norma EN 1015- 6 (CEN, 1998b) e descreve-se em seguida.

Procedimento experimental

Pesou-se um recipiente cilíndrico vazio, com 1L de volume, numa balança de precisão 0,1g. Preencheu-se o recipiente até metade da sua capacidade com a argamassa a ensaiar. Inclinou-se o reci- piente para um lado e deixou-se o cair, repetiu-se este processo nos outros 3 lados – compactando-se a argamassa através da oscilação do recipiente. Encheu-se o recipiente na sua totalidade e repetiu-se o processo de compactação referido no ponto anterior. Rasou-se o topo com uma colher de pedreiro e limpou-se o recipiente com um pano (Figura 3.12). Para finalizar, pesou-se o conjunto.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% NHL3,5 NHL3,5_2,5Mk NHL3,5_5Mk R et en ção d e águ a [% ]

Figura 3.12 – Molde com argamassa no estado fresco

A massa volúmica da argamassa no estado fresco foi determinada através da Equação 3.4: Equação 3.4

Onde:

ρ [kg/m³] - massa volúmica da argamassa em estado fresco;

Mtotal [kg] - massa do recipiente cilíndrico totalmente preenchido com argamassa;

Mr [kg] - massa do recipiente cilíndrico vazio;

Vr [m³] - volume do recipiente cilíndrico.

Resultados obtidos no ensaio

No Quadro 4.1 e na Figura 3.13 apresentam-se os resultados do ensaio de determinação da massa volúmica no estado fresco. O ensaio foi realizado uma vez para cada argamassa de forma a poupar material, uma vez que a argamassa foi utilizada no teor em ar.

Figura 3.13 – Resultados da massa volúmica no estado fresco

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 NHL3,5 NHL3,5_2,5Mk NHL3,5 _5Mk M as sa vo m ic a [k g/ m ³]

Analisando a Figura 3.13 observa-se um aumento da massa volúmica com o teor em metacau- lino, apresentando a argamassa NHL o valor mais baixo e a argamassa NHL_5Mk o valor mais eleva- do. A substituição da NHL pelo metacaulino indicia assim um aumento da massa volúmica das arga- massas no estado fresco.

3.3.2.4 Teor em Ar

Este ensaio tem como objectivo determinar o teor em ar das diferentes argamassas, tendo sido realizado à argamassa no estado fresco. A determinação do teor em ar das argamassas teve por base a norma EN 1015-7 (CEN, 1998c). O procedimento experimental para este ensaio vem no seguimento do ensaio realizado no ponto anterior (ver 3.3.2.3 – procedimento experimental) e descreve-se em seguida.

Procedimento experimental

Colocou-se e compactou-se a primeira camada de argamassa em estado fresco no recipiente cilíndrico, de acordo com o procedimento descrito no capítulo anterior (ver 3.3.2.3 – procedimento experimental). Repetiu-se o processo para a segunda camada. Rasou-se o topo com uma colher de pedreiro e limpou-se o recipiente com um pano. Colocou-se a parte superior do aparelho e fixaram-se os grampos (Figura 3.14). De modo a expulsar o ar do interior, abriram-se as duas válvulas (na figura identificadas pelas letras A e B) e introduziu-se água na válvula A até que a água saísse sem bolhas pela válvula B. Bombeou-se ar para câmara superior para que o ponteiro do manómetro se fixasse um pouco abaixo do zero. Ajustou-se o ponteiro no zero. Fecharam-se as válvulas A e B e pressionou-se a válvula de escape até que o ponteiro estabilizasse. Registou-se o valor do teor de água (%) dado direc- tamente pelo aparelho.

Figura 3.14 – Equipamento para determinação do teor de ar

Resultados obtidos no ensaio

Os resultados do ensaio de teor em ar apresentam-se na Figura 3.15. Os valores obtidos podem ser consultados no Quadro 4.1.

Figura 3.15 – Resultados do teor em ar das argamassas no estado fresco

De acordo com a Figura 3.15 o teor em ar das argamassas no estado fresco tem uma evolução crescente com o aumento do teor em metacaulino.

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