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Métodos relacionados ao CEP prevalecem em indústrias como automobilística e eletrônica. São amplamente difundidas nestes segmentos industriais como parte fundamental de seus manuais de qualidade que impõe aos seus fornecedores a utilização das cartas CEP como garantia do desempenho do processo e consequentemente garantia das características de qualidade dos produtos (HAYES e ROMIG, 1977; CHAMBERS; WHEELER, 1992; LEAVENWORTH e GRANT, 2000; ASQ/AIAG, 2005; OAKLAND, 2008; MONTGOMERY, 2009, 2010; DZULINSKI, 2012; HACK, 2012; KORZENOWSKI, 2012).

Esta implantação em cadeia, do fornecedor para montadora, se reflete em um fator critico de sucesso relacionada à implantação desta técnica, uma vez que a literatura propõe uma abordagem integrada de gestão para implantação, manutenção e potencialização das cartas de controle (CHAMBERS; WHEELER, 1992; GRIGG e WALLS, 2007; OAKLAND, 2008; MONTGOMERY, 2009, 2010; DZULINSKI, 2012).

Publicações recentes demonstram uma vantagem derivada da implantação do CEP que não está diretamente relacionado aos ganhos no processo. Os autores pontuam que o aprendizado organizacional dos conceitos do Pensamento Estatístico constitui um benefício derivado da implantação e ainda é considerado por outros autores como um FCS em programas de melhoria de uma forma geral. A expansão dos conceitos de Shewhart é fundamental para reconhecer de forma ampla os benefícios do pensamento estatístico dentro dos contextos operacional, estratégico e gerencial das empresas e está diretamente relacionado à melhoria da qualidade (BESTERFIELD, 1986; CHAMBERS; WHEELER, 1992; ASQ/AIAG, 2005; GRIGG e WALLS, 2007; OAKLAND, 2008; HOERL e SNEE, 2010; ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010; DZULINSKI, 2012).

No contexto da MC, ao longo das últimas décadas a literatura tem mostrado os benefícios derivados da implantação das cartas de controle. Em um curto período de tempo é possível melhor a eficiência do processo. Além disso, a análise do processo permite a posteriori verificar formas melhores de trabalhos e contribuir para o desenvolvimento das melhorias, facilitando a visualização de problemas e domínio sobre os riscos do processo (HOERL 1997; ASQ/AIAG, 2005; GRIGG e WALLS, 2007; ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010; RUPA; EVANS, 2012).

A redução dos desperdícios é outro dos benefícios amplamente citado na literatura. Por ser uma ferramenta que busca monitorar o processo, pode-se intervir no mesmo minimizando as perdas causadas por itens desconformes, evitando também assim retrabalhos ou descartes de produtos finais ou matérias primas (CHAMBERS; WHEELER, 1992; ASQ/AIAG, 2005; OAKLAND, 2008; HOERL e SNEE, 2010; ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010; RUPA; EVANS, 2012).

Um dos grandes trunfos da empresa Motorola na década de 1980 foi o desenvolvimento do Seis Sigma baseado no princípio da redução da variabilidade. Ganhos de competitividade foram obtidos pela empresa por meio da redução dos itens não conformes e garantia da vida útil dos produtos. Neste período, os concorrentes da Motorola não apresentavam os mesmos níveis de desempenho na fabricação dos produtos o que levou a empresa a uma posição de destaque e assim manter sua competitividade nos anos seguintes (CHAMPAGNE e DUDZIC, 2002; MONTGOMERY, 2010; FIRKA, 2011; SORIANO; LIZARELLI; OPRIME, 2015).

A literatura indica que o ganho de competitividade derivado do desempenho do processo é atingido quando a técnica é aplicada corretamente, mas existem outros benefícios que estão diretamente relacionados a isto, dentre eles destacam-se: a medição do desempenho e a produtividade do processo, o monitoramento, cálculo de precisão, diagnóstico de falhas, reconhecimento de padrões, interpretação do desempenho por meio visuais, auxilio na identificação da causa raiz dos problemas, uma simplificação na análise de dados, estimativa de ponto de mudança e dos parâmetros do processo e análise de capacidade do processo (ASQ/AIAG, 2005; MONTGOMERY, 2010; ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010; FIRKA, 2011; RUPA; EVANS, 2012; GONZALEZ, 2013).

Ainda relacionado ao ganho de competividades das empresas, a literatura apresentada indica que o CEP cria evidências para a auditoria do desempenho do processo, assim contribui também para aprimorando do cumprimento de questões legais

na indústria automobilística (ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010; BEVILACQUA et. al., 2011; DZULINSKI, 2012; RUPA; EVANS, 2012; SORIANO e OPRIME, 2014).

Nesse mesmo setor, itens de segurança, tais como freios, cintos de segurança, airbags, dentre outros, demandam a necessidade de se manter o registro do processo produtivo por meio das cartas de controle para que em um eventual problema estes parâmetros de processo sejam comparados isentando ou não o fornecedor do componente de possíveis responsabilidades, caso o item venha a falhar (BEVILACQUA et. al., 2011; DZULINSKI, 2012; SORIANO e OPRIME, 2014).

Alguns componentes como o airbags são difíceis e inviáveis de serem inspecionados 100% quanto a sua funcionalidade, uma vez que o dispositivo é acionado. Neste sentido, o processo produtivo deve garantir que não ocorram falhas nestes itens durante a fabricação. Entretanto, outros itens podem e devem ser inspecionados, como é o caso do cinto de segurança e demais itens que não envolvam testes destrutivos, porem inspecionar não é uma atividade que agrega valor ao produto. Sendo assim, um controle eficiente do processo diminui ou até, em muitos casos, elimina a necessidade de inspecionar (DZULINSKI, 2012; SORIANO e OPRIME, 2014).

O CEP pode auxiliar também no monitoramento do desempenho de matérias-primas gerando assim um maior domínio sobre o processo produtivo, consequentemente altera os setups de máquinas para que o produto final seja padronizado (BURR, 1976, HAYES e ROMIG, 1977; BEVILACQUA et. al., 2011; DZULINSKI, 2012).

Um dos benefícios estratégicos do CEP consiste na promoção e cooperação entre as diferentes unidades organizacionais e níveis, compartilhando e documentando o conhecimento da organização. (ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010; RUPA; EVANS, 2012). Neste sentido, este apoio dos níveis estratégicos da organização deve articular as melhorias do processo.

Para tanto é fundamental que estes objetivos estratégicos sejam difundidos para os demais níveis da organização, isto favorece a comunicação e o aprendizado organizacional. Além de um benefício à articulação da comunicação também e um fator de sucesso para a sobrevivência das abordagens de melhoria contínua e sucesso organizacional (BURR, 1976; ASQ/AIAG, 2005; ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010).

O principal e fundamental beneficio derivado da implantação eficiente do CEP está nos seus reflexos diretos para a satisfação dos clientes. Uma vez que produtos mais confiáveis do ponto de vista de sua durabilidade, margem para redução do preço final, propiciados pela redução de custos, são questões que influenciam positivamente na percepção das características de qualidade dos produtos pelos clientes (DZULINSKI, 2012; SORIANO e OPRIME, 2014).