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1 OS USOS FEITOS DO SAERJINHO, EM LÍNGUA PORTUGUESA, NA

1.1 O Saerjinho no panorama das avaliações de desempenho

1.1.1 Como se dá a aplicação das provas e a divulgação dos resultados do

Na intenção de se descrever o Saerjinho como uma avaliação diagnóstica e formativa, parte das avaliações bimestrais, a pesquisadora realizou uma entrevista com um membro da equipe de gestão da Escola X a respeito dos processos que envolvem a aplicação das provas, assim como da divulgação dos resultados aos professores. Nesta subseção, estão apresentados os resultados dessa pesquisa exploratória.

Antes das aplicações, os gestores escolares são convocados a participarem de reuniões de treinamento junto à Diretoria Regional Pedagógica da Regional Médio Paraíba. Nessas reuniões, os gestores recebem as informações relativas à aplicação, incluindo as datas marcadas para a retirada e para a entrega dos envelopes com as provas e os cartões resposta. No dia da retirada das provas, o gestor assina um documento se responsabilizando pela guarda dos pacotes até o dia marcado para a entrega. Os pacotes são entregues em caixas de papelão, de acordo com a quantidade de turmas avaliadas. Além da quantidade de provas referente aos alunos matriculados, a escola recebe uma quantidade extra, como reserva técnica, caso faltem cadernos ou haja cadernos danificados. Escolas em que há matrículas de alunos com necessidades especiais recebem, também, provas adaptadas a essas necessidades. Todas essas informações referentes à quantidade de alunos por turma e de alunos com necessidades especiais são retiradas do sistema informatizado da Seeduc/RJ chamado Conexão Educação.

A aplicação do Saerjinho ocorre durante o período de aulas, em dias marcados com antecedência e divulgados no calendário escolar já no início do ano. Considerando os últimos anos de aplicação e os últimos calendários escolares, observou-se que as provas eram marcadas para terças, quartas e quintas feiras. Às terças, os alunos de todas as séries avaliadas faziam as provas de Língua Portuguesa e de Matemática; às quartas, os alunos do 6° e do 9° do EF e de todos os anos do EM faziam as provas de Ciências da Natureza – Biologia, Química e Física – e Ciências Humanas – História e Geografia; as quintas eram reservadas para quaisquer emergências quanto à aplicação e, não havendo, eram dias normais de aula. Conforme o quadro 1, os alunos do 3° ano do EM e do Curso Normal, em 2015, fizeram, também, uma prova de redação no primeiro bimestre.

O quadro 2, elaborado pela pesquisadora a partir de suas observações na gestão escolar e da entrevista com o membro da equipe de gestão da Escola X, apresenta a quantidade de questões de cada prova.

Quadro 2 – Quantidade de questões por componente curricular Componente

curricular 5° ano EF 6° ano EF 9° ano EF Ensino Médio

Curso Normal/ EJA- EM e EF/Autonomia-

EM e EF11 Língua Portuguesa 22

questões questões 22 questões 26 questões 26 26 questões Matemática 22

questões questões 22 questões 26 questões 26 26 questões Ciências da Natureza - 21 questões 27 questões 27 questões - Ciências Humanas - 14

questões questões 18 questões 18 - Fonte: Elaborado pela autora (2016).

O caderno com as questões de Língua Portuguesa e Matemática é impresso em quatro modelos diferentes, e os de Ciências da Natureza e Ciências Humanas, em três, para diminuir a possibilidade de os alunos copiarem as respostas dos colegas. As questões são as mesmas, mas organizadas em ordem diversa em cada um dos modelos de caderno.

11 As modalidades não fazem as provas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas porque há

Nos dias de aplicação do Saerjinho, há a indicação da gestão regional para que nenhum outro tipo de avaliação ou evento seja marcado, de forma a não interferir nas dinâmicas, evitando possíveis transtornos. À porta de cada sala é fixada uma lista com os nomes dos alunos que farão a prova nela, de acordo com as matrículas registradas no sistema Conexão Educação. Ao final da aplicação, que dura, no mínimo, uma e, no máximo, duas horas, com 20 minutos extras para o preenchimento do cartão resposta, os alunos são liberados. Nos dias em que há provas de redação, os alunos têm quatro horas para realizarem as provas.

As provas são aplicadas pelos professores que estão trabalhando nos dias marcados, de acordo com os horários das turmas. Cada professor assina um termo de sigilo/frequência e compromisso e o Formulário de Rastreamento de Unidade (FRU) ao receber, do gestor escolar, o pacote da turma lacrado, de quem também recebe as orientações quanto à aplicação. No pacote, vêm os cadernos para cada aluno da turma, os cartões-resposta, um manual com orientações sobre os procedimentos, uma lista de presença para que os alunos assinem e um Formulário de Controle de Aplicação (FCA).

Nesse FCA, constam as informações principais quanto à aplicação, como a quantidade de alunos presentes e faltantes, a quantidade de cadernos utilizados e a transferida de/para outra turma, a quantidade de cadernos com defeito e as eventuais ocorrências durante a aplicação. O professor aplicador assina esse documento e informa seu número de matrícula e de CPF. No rodapé do FCA, há um canhoto que deve ser preenchido e destacado pelo professor ao final da aplicação.

Ao devolver o envelope lacrado ao gestor, contendo os cartões resposta utilizados e não utilizados, a lista de presença e o FCA preenchido, o professor assina novamente o FRU e apresenta o canhoto do FCA ao gestor, que o assina para que o professor guarde como comprovante de que participou da aplicação. No envelope devolvido lacrado ao gestor, nas edições de 2015, constavam, na etiqueta de identificação, espaços para que o professor aplicador informasse seu nome completo e seu número de CPF.

Os cadernos de questão utilizados e não utilizados são guardados pelo gestor por um período determinado pela gestão da rede, que normalmente compreende o prazo necessário para que uma eventual aplicação fora do dia estipulado possa ocorrer. Nas últimas edições, o caderno podia ser entregue já na sexta feira, que era o prazo para a publicação dos gabaritos oficiais. Após esse período, os gestores são

orientados a devolver os cadernos de questão aos professores para que os utilizem durante as aulas. Na primeira página do caderno de questões há a reprodução de um cartão resposta, para que o aluno possa copiar ali as respostas registradas no cartão oficial.

Os resultados do Saerjinho são divulgados bimestralmente a cada unidade escolar, por meio de acesso a uma plataforma online, conforme apresenta a figura 1, na qual é possível visualizar os resultados gerais do estado do Rio de Janeiro, da Regional e da escola, em todas as disciplinas, anos de escolaridade e modalidades avaliadas.

Figura 1 – Tela de acesso aos resultados do Saerjinho

Fonte: CAEd (2015a).

Os resultados da escola são divulgados em relatórios gerados separadamente pela plataforma, por modalidade, ano de escolaridade, disciplina e turma avaliada. Em cada relatório de turma, há a indicação de erros e de acertos para cada aluno avaliado em cada uma das habilidades propostas na prova, conforme figura 2.

Figura 2 - Relatório com indicação de erros e acertos por aluno e por habilidade avaliada

Fonte: CAEd, 2015a.

As habilidades avaliadas em cada um dos três bimestres estão à disposição das equipes gestoras e dos docentes, no documento Matriz de Referência, que segundo a Seeduc/RJ, é formada por um conjunto de descritores que nascem da associação entre os conteúdos curriculares e operações mentais, desejáveis, desenvolvidas pelos alunos em cada período de escolarização avaliado. Depois de desenvolvida a Matriz de Referência, expressa por um conjunto de habilidades, constroem-se os itens de um teste de avaliação em larga escala, que tem o objetivo de aferir o nível de aprendizagem dos alunos (RIO DE JANEIRO, 2015a).