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II. FATORES RELACIONADOS À EFICÁCIA ESCOLAR DO INSTITUTO DE

2.4 Fatores intraescolares do Instituto de Educação Eber Teixeira de Figueiredo

2.4.6 Conselho de Classe Participativo

Desde a criação do Instituto de Educação Eber Teixeira de Figueiredo, os fundadores almejavam oferecer aos alunos do curso de Formação de Professores uma escola democrática e com prática dialógica. Neste sentido, construíram um PPP nestas bases. Para cumprir a missão almejada, a escola optou por oferecer aos estudantes um Conselho de Classe Participativo, o qual acontece bimestralmente, sendo dinamizado pela equipe pedagógica e conta com a participação da direção, coordenação pedagógica, orientação educacional, pessoal da secretaria escolar, professores, alunos e pais e ou responsáveis de alunos de todos os segmentos de ensino.

Somente depois da implementação da GIDE é que o Conselho de Classe das demais instituições de ensino de Bom Jesus do Itabapoana passou a contar com a presença do aluno representante. Nessas instituições o tempo de realização do conselho dura, em média, trinta minutos por turma, sendo assim realizado: o aluno representante faz a leitura de um formulário, preenchido anteriormente na turma, que aborda questões pedagógicas e de infraestrutura, ouve e anota as orientações apresentadas para repassar a turma e retira-se. Os docentes e a Coordenação Pedagógica dão sequência à reunião tratando os dados obtidos.

No Instituto de Educação, baseado nas informações fornecidas pelas Coordenadoras Pedagógicas, pela Orientadora Educacional, e ainda, pela observação de atas dos referidos conselhos, foi possível identificar que o Conselho de Classe Participativo conta com três etapas: O Pré-Conselho, o Conselho de Classe e o Pós-Conselho.

Antes do encontro com os pais é realizado um pré-conselho, que consiste em uma reunião da equipe pedagógica com os professores das turmas, para preenchimento da Ficha do Conselho de Classe. Nesta ficha são feitos os apontamentos que serão tratados no Conselho de Classe.

O Conselho de Classe conta com a presença de todos os alunos da turma durante a reunião. Na ocasião, o representante da turma expõe as observações

feitas por eles durante o bimestre. Essa avaliação fica registrada em uma Ficha Avaliativa, que é preparada pela Equipe Pedagógica e distribuída para cada turma, para preenchimento, sob a orientação do professor conselheiro de turma e do aluno representante. Esta ficha é apresentada no Conselho de Classe Participativo para conhecimento e análise de todos os participantes (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO EBER TEIXEIRA DE FIGUEIREDO, 2014).

A Equipe Pedagógica, a Direção e os Professores escutam as reivindicações, sugestões, críticas e fazem as explicações e apontamentos necessários, na tentativa de resolver as situações apresentadas (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO EBER TEIXEIRA DE FIGUEIREDO, 2014).

As Coordenadoras Pedagógicas da instituição informaram que, nas reuniões do Conselho de Classe do Ensino Fundamental - anos finais, e do Ensino Médio Regular, todos os pais são convidados a participar, juntamente com os professores, alunos e funcionários que são acolhidos pela equipe gestora. No início da reunião é lida uma mensagem. Logo após, fala-se sobre a importância da participação de todos os representantes dos segmentos da comunidade escolar, pois é um momento de reflexão, avaliação pedagógica e institucional. A seguir, a Direção estimula a participação dos pais e alunos no sentido de apontar pontos positivos e negativos da Instituição como um todo, ou seja, o que existe de bom na escola e os aspectos que precisam ser melhorados. Todas as observações feitas pela Comunidade Escolar são registradas em ata, para posterior análise e possível implementação (INSTITUTO DE EDUCAÇÃO EBER TEIXEIRA DE FIGUEIREDO, 2014).

Após as colocações dos pais e alunos representantes é feita a leitura da Ficha Avaliativa, sob a orientação do professor conselheiro, que foi escolhido anteriormente, dentre os professores da turma por eleição realizada pelos alunos. Os demais professores da turma ficam à disposição dos responsáveis, fornecendo informações e ressaltando os aspectos em que o aluno precisa melhorar no que se refere à aprendizagem e disciplina. A fim de que não haja constrangimento, os assuntos sobre alunos que apresentam algum tipo de problema mais sério, em nível de aprendizagem, relacionamento, hábitos e atitudes, são atendidos no final. Assim, oportuniza-se um diálogo individualizado com pais e alunos.

De acordo com informações da Equipe de Coordenação Pedagógica, depois da realização do Conselho Participativo, a equipe organiza-se e busca

soluções para os problemas apresentados pelos alunos. Na reunião seguinte, o Conselho de Classe avalia, junto com os alunos que participaram do Conselho anterior, se as medidas tomadas sanaram as problemáticas levantadas, como, por exemplo: se a falta de professor foi resolvida, se alguma questão de infraestrutura foi atendida, se as dificuldades de aprendizagem em relação à defasagem de conteúdo foi observada e, ainda, oferecida alguma estratégia para amenizar e ou sanar o problema.

2.5 Considerações para o Plano de Intervenção

As análises do capítulo 2 foram feitas à luz dos cinco aspectos presentes nas escolas eficazes citados anteriormente (recursos escolares, organização e gestão da escola, o clima acadêmico, formação e ênfase pedagógica), de modo a discutir as relações entre a cultura organizacional e a eficácia escolar. Mediante a definição de escola eficaz, levantamos o questionamento sobre que aspectos e/ou fatores estão associados ao sucesso escolar do Instituto de Educação Eber Teixeira de Figueiredo.

No próximo capítulo serão apresentadas propostas de uma ação corretiva para a unidade estudada, além de outra voltada às demais escolas da Regional, com o intuito de multiplicar as boas práticas de eficácia do Instituto de Educação.

Em um primeiro momento, pretende-se propor à escola uma revisão na forma de aplicação de seus questionários contextuais, dos instrumentos e a tabulação dos mesmos, bem como uma ação de revisão, assim como a atualização do seu PPP.

Pretende-se também instituir entre os gestores do âmbito da Regional Noroeste Fluminense uma discussão sobre as ações implementadas na escola estudada e, a partir deste caso, tornar possível a compreensão dos fatores ligados à eficácia escolar. Tenciona-se contribuir para que os gestores das demais instituições de ensino reflitam sobre as práticas bem sucedidas do Instituto e, na medida do possível, implementem-nas em suas escolas. Decorre daí a proposta de criação de uma Rede Colaborativa de Formação para Gestores da Rede Estadual da Regional Noroeste Fluminense - Rio de Janeiro.

III. PLANO DE INTERVENÇÃO: REELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO