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2 A GESTÃO ESCOLAR E OS FATORES CONDICIONANTES DA EFETIVIDADE NO COLÉGIO ESTADUAL PRINCESA ISABEL

2.4 Considerações sobre o desempenho do C E Princesa Isabel e as responsabilidades da SEEDUC

Retomando as questões iniciais que motivaram a proponente para a realização do presente trabalho, com base na observação indireta, entrevistas e questionários e fundamentada pelo referencial teórico, pode-se concluir que as transformações ocorridas na escola coincidem com a mudança de sua equipe

gestora, que passou a ser compartilhada e participativa, estando relacionada ao comprometimento e à participação da comunidade escolar, possibilitando, com isso, a realização de transformações importantes no espaço escolar.

Após a realização das entrevistas com a diretora do C.E. Princesa Isabel, pode-se constatar que a referida escola, com a mudança da gestão escolar, passou a ter um clima favorável à aprendizagem por ter à frente uma liderança efetiva.

Tendo em vista essa modificação, os resultados da pesquisa demonstraram que as práticas de gestão da escola são condizentes com as responsabilidades da gestão escolar no processo de melhoria da qualidade de ensino. Entende-se, com isso, que ela criou condições para que a escola se tornasse eficaz em relação ao desempenho dos alunos, obtendo, inclusive, um aumento significativo nos índices dos resultados das avaliações internas e externas.

Com relação à efetividade, há a preocupação dos integrantes da escola e dos alunos não somente com os resultados de desempenho, mas com todo o contexto externo, político, social e econômico nas atividades inerentes à escola. Para os alunos e professores, houve uma mudança significativa do clima escolar, com uma

equipe diretiva que passou a estimular a participação e o comprometimento de todos os atores envolvidos nos processos educacionais, em busca de metas claramente compartilhadas.

Quando analisado o perfil da gestão, percebe-se que a equipe faz uso dos três perfis do gestor: o pedagógico, administrativo e relacional, entendendo que o primeiro deles é o demandante e os administrativos e relacional, demandados, uma vez que precisam funcionar para dar subsídio ao pedagógico.

Com relação à gestão compartilhada e participativa, os pais e responsáveis responderam que a gestão democrática da equipe escolar criou oportunidades para a efetiva participação desses representantes nas reuniões.

Além disso, os alunos demonstraram satisfação por estudarem no colégio, sentindo-se preparados para o futuro, uma vez que houve quase que 100% de concordância nos questionários quando indagados sobre esse tema. Entretanto, no item objetivo e visão educacional compartilhada, 60% dos alunos concordaram parcialmente, visto que não participam efetivamente das decisões da escola, por não existir um Grêmio Estudantil na instituição.

Outro ponto questionável foi em relação ao incentivo positivo, uma vez que 40% dos alunos concordaram plenamente, 35% parcialmente e 25% não

concordaram. É necessário, portanto, que a escola realize um trabalho que envolva os alunos, elevando sua autoestima e criando expectativas de futuro, e não apenas monitorando resultados das avaliações externas e internas. Com relação à parte pedagógica não houve críticas, uma vez que a escola oferece programas e projetos de acompanhamento.

Com relação aos funcionários, há uma avaliação positiva, embora seja

necessário incluí-los no processo educacional, orientando o seu papel na escola e na ação educacional.

Com relação à questão problema até que ponto a melhoria do desempenho do C. E. Princesa Isabel nas avaliações externas e internas a coloca na condição de uma escola efetiva, o colégio vem realizando ações, através da nova equipe diretiva, em conformidade com a literatura apresentada no decorrer do presente trabalho, bem como utilizando as metodologias, estratégias e política educacional indicada pela SEEDUC/RJ.

A comparação entre as respostas dadas nas entrevistas e nos questionários e pela observação indireta e as ideias de Polon (2012), Lück (2001) e Falcão (1997) sugere que o C.E. Princesa Isabel seja, de fato, eficaz, eficiente e efetiva.

Eficaz pelo desempenho obtido nas avaliações internas e externas que, a partir dos estudos de Polon (2012), considera escola eficaz aquela na qual os resultados dos alunos vão além do aprendizado típico de escolas frequentadas por aqueles de origem social semelhante.

Eficiente, segundo Luck (2011), por estar organizada e articulada em suas ações, com a participação de toda a comunidade escolar, fazendo bom uso de seu tempo e utilizando os recursos e emprego das competências humanas em prol da aprendizagem de seus alunos.

Dessa forma, sendo a escola eficaz e eficiente ela será também efetiva, pois, segundo Lück (2011), na integração entre eficácia e eficiência, a escola pode ser considerada como efetiva. Verifica-se que o C.E. Princesa Isabel vem demonstrando reconhecer a importância das influências do contexto externo, confirmando, assim, o nível de comprometimento da escola com os anseios sociais, características estas apresentadas pela escola analisada.

Tendo em vista o exposto, é preciso considerar também as responsabilidades da SEEDUC/RJ frente ao desempenho de escolas como a estudada. Isso porque o colégio não é totalmente autônomo e independente da Regional Serrana I. Ele não

apenas faz parte dessa rede, como dela depende e é influenciado por um conjunto de políticas, diretrizes e regulamentos definidos em nível macro.

Entretanto, a continuidade do trabalho realizado no colégio também depende do apoio e atenção da SEEDUC/RJ. É necessário que a secretaria assuma a responsabilidade de um tratamento diferenciado, de forma estratégica, para essas escolas que, apesar de não alcançarem a meta designada, trabalham de forma consciente e adequada às demandas da secretaria no tocante à gestão escolar, transformando-as em um espaço de crescimento e desenvolvimento do aluno como cidadão.

Torna-se imperioso, portanto, que esse órgão central identifique escolas como o C.E. Princesa Isabel para a realização de um trabalho diferenciado, sem se limitar apenas aos resultados de avaliações externas, uma vez que elas são apenas uma parte de um processo muito mais complexo.

Vale ressaltar ainda que, enquanto Diretoria Regional Pedagógica, cabe à equipe concretizar trabalhos como o realizado com o C.E. Princesa Isabel para identificação de outras escolas com o mesmo perfil de gestão e ações exitosas, já que a meritocracia envolve mais que resultados e a análise qualitativa não é apreendida através apenas de avaliações externas, como demonstrado no decorrer do presente trabalho através das pesquisas e das ações da referida escola.

Com base nessas constatações e das apuradas durante o período de campo, com entrevistas, questionários e observações indiretas, foi identificado uma demanda, não somente da gestão escolar, mas da própria comunidade, que aponta para a implementação do Ensino Médio Integrado ao Profissionalizante, Dupla Escola, e essa demanda é exequível.

Em função dessa demanda direcionada para a pesquisadora, optou-se por elaborar um Plano de Ação com o oferecimento do Ensino Médio Integrado Profissionalizante (Dupla Escola), que é apresentado no próximo capítulo.

3 ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO PROFISSIONALIZANTE: EM BUSCA DA