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A CONSTRUÇÃO DO PROJETO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AGRICULTURA FAMILIAR

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 62-64)

experiência e os resultados na UFG

A CONSTRUÇÃO DO PROJETO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AGRICULTURA FAMILIAR

E CAMPONESA E EDUCAÇÃO DO CAMPO

Inicialmente o Curso de Especialização em Agricultura Fami- liar e Camponesa e Educação do Campo envolveu uma parceria entre a Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT e a Universidade Fede-

mica, a emergência da economia solidária, suas estratégias de afi rmação e viabilidade social, ambiental e econômica. Também foi objetivo pro- blematizar as diferentes abordagens da categoria território e as teorias sobre Desenvolvimento Rural. Esse tema gerador foi desenvolvido por meio das disciplinas: “Formação de Preços e Comercialização” (20 ho- ras), “Agroindústria e Agricultura Familiar e Camponesa” (20 horas), “Organização da Produção Agrícola Familiar e Camponesa” (20 horas), “Introdução à Contabilidade Geral e aos Processos de Custeamento Rural” (20 horas), “Elaboração e Análise de Projetos” (20 horas), “Ter- ritório, Desenvolvimento e Cidadania” (20 horas) e “Socioeconomia Solidária” (20 horas).

O tema gerador “Agroecologia e Desenvolvimento Sustentá- vel” esteve centrado em compreender os conceitos, as bases científi cas da agroecologia e as técnicas de produção orgânica e agroecológica, ajustadas às necessidades, limitações e potencialidades dos agricultores familiares. Procurou-se discutir estratégias de fortalecimento da autonomia dos agricultores em relação a fornecedores externos (crédito, insumos, ener- gia, serviços e informações), melhoria da produtividade dos fatores escas- sos, bem como o compromisso com a qualidade de vida e a conservação de recursos naturais necessários à sustentabilidade das atuais e das futuras gerações. Foi estruturado em torno das disciplinas: “Agroecologia” (30 horas), “Agricultura e Saber Popular” (30 horas), “Manejo Agroecológi- co” (20 horas), “Legislação Ambiental, Biodiversidade e Uso Sustentável do Cerrado” (20 horas) e “Técnicas de Produção” (30 horas).

No tema gerador “Metodologia” procurou-se desenvolver ferra- mentas metodológicas e pedagógicas voltadas a propiciar a compreensão da realidade dos assentados e agricultores familiares; estudar o método cientí- fi co e suas diferentes abordagens, para elaborar projetos de pesquisa cientí- fi ca, desenvolver técnicas experimentais, estruturar e apresentar publicações científi cas, incluindo os aspectos técnicos de redação. Igualmente, foi obje- to desse tema gerador a Prática Metodológica do Ensino Superior (exigên- cia de ordem legal para os cursos de pós-graduação), abordando-se questões histórico-sociais e fi losófi cas. Esse tema foi desenvolvido por meio das disciplinas: “Metodologia da Pesquisa Científi ca” (30 horas), “Metodologia do Ensino Superior” (30 horas) e “Monografi a” (60 horas).

O tempo presencial foi dividido em quatro módulos (etapas), sendo que o primeiro e quarto módulos foram realizados no Estado do Mato Grosso e o segundo e terceiro módulos no Estado de Goiás. Os temas geradores orientaram as atividades presenciais em sala de aula e as atividades de campo no Tempo Comunidade.

Foi previsto para a realização do Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo, uma carga horária total de 660 horas. Esta carga horária foi cumprida integralmente por meio de ações pedagógicas planejadas para as etapas de aprendizagem nos Tempos Presencial e Tempo Comunidade. O Tempo Presencial foi estruturado em 21 disciplinas, organizadas a partir de cinco temas gera- dores: 1) Sociologia do Espaço Agrário; 2) Educação do Campo; 3) Eco- nomia da Agricultura Familiar e Camponesa; 4) Agroecologia e Desen- volvimento Sustentável e; 5) Metodologia.

O tema gerador “Sociologia do Espaço Agrário” compreendeu a análise do processo de formação e transformação do espaço agrário brasilei- ro, desde o período colonial até a contemporaneidade, tomando-se como centralidade de enfoque as formas de acesso aos recursos fundiários, rela- ções sociais tecidas e confl itos produzidos nessas relações; a análise do processo de constituição da Agricultura Familiar e Camponesa no Brasil, sua defi nição conceitual e suas principais características; as relações entre Agricultura Familiar, Camponesa e capitalismo no mundo contemporâneo; a realidade e a diversidade da Agricultura Familiar e Camponesa brasileira; e os principais impasses, alternativas e novas estratégias de viabilização eco- nômica, social e política dessa forma social de produção. Na organização curricular do Curso, esse tema gerador foi desenvolvido por meio das dis- ciplinas: “Sociologia da Questão Agrária Brasileira” (45 horas), Agricultura Familiar e Camponesa: realidade, perspectivas e desafi os” (45 horas) e “Campesinato: política e economia” (30 horas).

O tema gerador “Educação do Campo” teve por objetivo analisar os modos de vida e o trabalho camponês, suas diversas manifestações pre- sentes na sociedade contemporânea, o movimento social rural e as práticas educativas dos mediadores; a “Educação Rural” e os elementos fundamen- tais de uma “Educação do Campo” (Consultar MOLINA; AZEVEDO DE JESUS, 2004 e ANDRADE et al., 2004). Também procurou estudar os pressupostos fi losófi cos e educacionais das práticas participativas que possi- bilitam a interação de saberes dos técnicos e dos agricultores como processo social necessário à transformação do campo. Esse tema propiciou discutir os princípios conceituais e operacionais da metodologia de “sistemas agrários”, aplicando-os à realidade do campesinato e Agricultura Familiar e Campone- sa da região. Foi desenvolvido por meio das disciplinas: “Educação e Rurali- dade” (30 horas), “Metodologias Participativas” (45 horas), “Metodologia dos Sistemas Agrários” (45 horas) e “Educação do Campo” (30 horas).

No tema gerador “Economia da Agricultura Familiar e Cam- ponesa”, procurou-se analisar, sob diferentes enfoques da ciência econô-

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 2 Matriz Regional

tido de problematizar a realidade econômica, tecnológica, social e organi- zacional dos assentados e a importância da extensão rural participativa na construção do desenvolvimento sustentável. Nesse processo, o papel do professor orientador tornou-se fundamental para sugerir bibliografi as, orientar leituras e objetos de pesquisa. Os conhecimentos dos alunos, sobretudo acerca dos saberes das comunidades, tornaram-se ponto de partida para refl exões e para a construção de estratégias de desenvolvimen- to sustentável dos assentamentos rurais, nos aspectos econômico, político, tecnológico e ambiental.

Na defi nição do tema e do objeto de investigação científi ca, procurou-se respeitar a trajetória e os interesses de cada estudante, de modo a facilitar as articulações entre os conteúdos teóricos trabalhados nos temas geradores e a realidade dos agricultores. Assim, a pesquisa de campo foi considerada estratégia pedagógica e elemento metodológico que per- meou o conjunto do Curso, tornando-se referência para a organização dos Tempos Presencial e Comunidade. Nesse processo, cada estudante assu- mia a condição de sujeito da construção do conhecimento, responsabili- zando-se pelo aprofundamento teórico que orientaria a refl exão sobre a realidade vivenciada junto a assentados ou agricultores familiares.

MONOGRAFIAS: PRINCIPAIS TEMÁTICAS DE

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 62-64)

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