O LP contemporâneo
O
O LPLP Chelpa FerroChelpa Ferro III III evidencia claramente evidencia claramente como o disco de artista é valorizado a partir da como o disco de artista é valorizado a partir da decadência da mídia fonográ
decadência da mídia fonográ��ca como experiên-ca como experiên- cia musical predominante, fenômeno que se mani- cia musical predominante, fenômeno que se mani- festa consistentemente nessa década. O
festa consistentemente nessa década. O LPLP teve teve como realizador a Galeria Múltiplo, uma galeria como realizador a Galeria Múltiplo, uma galeria que comercializa tiragens limitadas de obras de que comercializa tiragens limitadas de obras de pequeno formato de artistas consagrados. Na oca- pequeno formato de artistas consagrados. Na oca- sião do lançamento, o baterista Stephane San Juan sião do lançamento, o baterista Stephane San Juan se apresentou com a instalação
se apresentou com a instalação Acusma Acusma no Teatro no Teatro Tom Jobim, onde também seriam comercializados Tom Jobim, onde também seriam comercializados os
os LPLPs. Foram prensadoss. Foram prensados 300300 discos, um número discos, um número vil se
vil se comparadcomparado ao o ao gigantismo do mercado fono-gigantismo do mercado fono- grá
grá��co dos anosco dos anos 19801980. O preço de cada disco, no. O preço de cada disco, no entanto
entanto, s, seria inconcebível mesmo para eria inconcebível mesmo para os gerentesos gerentes das
das majorsmajors do passado. do passado. Se somente os discos
Se somente os discos raros pudessem atingir talraros pudessem atingir tal valor
valor na época na época em que em que eram aberam abundantes undantes (ou mesm(ou mesmoo descartáveis), o mercado da arte contemporânea descartáveis), o mercado da arte contemporânea consegue hoje, por meio da escassez e da reitera- consegue hoje, por meio da escassez e da reitera- ção da importância do artista no circuito nacional ção da importância do artista no circuito nacional
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cialmente desenvolvidas fora fundamental para a cialmente desenvolvidas fora fundamental para a consolidação dos dois gêneros, que teve como con- consolidação dos dois gêneros, que teve como con- sequência um novo mercado de
sequência um novo mercado de fonogramas especí-fonogramas especí-
�
�cos para o remix: discos de bases, cos para o remix: discos de bases, batidas, samplesbatidas, samples e outros efeitos que
e outros efeitos que poderiam ser recombinados.poderiam ser recombinados.
O LP contemporâneo
O LP contemporâneo
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O LPLP Chelpa FerroChelpa Ferro III III evidencia claramente evidencia claramente como o disco de artista é valorizado a partir da como o disco de artista é valorizado a partir da decadência da mídia fonográ
decadência da mídia fonográ��ca como experiên-ca como experiên- cia musical predominante, fenômeno que se mani- cia musical predominante, fenômeno que se mani- festa consistentemente nessa década. O
festa consistentemente nessa década. O LPLP teve teve como realizador a Galeria Múltiplo, uma galeria como realizador a Galeria Múltiplo, uma galeria que comercializa tiragens limitadas de obras de que comercializa tiragens limitadas de obras de pequeno formato de artistas consagrados. Na oca- pequeno formato de artistas consagrados. Na oca- sião do lançamento, o baterista Stephane San Juan sião do lançamento, o baterista Stephane San Juan se apresentou com a instalação
se apresentou com a instalação Acusma Acusma no Teatro no Teatro Tom Jobim, onde também seriam comercializados Tom Jobim, onde também seriam comercializados os
os LPLPs. Foram prensadoss. Foram prensados 300300 discos, um número discos, um número vil se
vil se comparadcomparado ao o ao gigantismo do mercado fono-gigantismo do mercado fono- grá
grá��co dos anosco dos anos 19801980. O preço de cada disco, no. O preço de cada disco, no entanto
entanto, s, seria inconcebível mesmo para eria inconcebível mesmo para os gerentesos gerentes das
das majorsmajors do passado. do passado. Se somente os discos
Se somente os discos raros pudessem atingir talraros pudessem atingir tal valor
valor na época na época em que em que eram aberam abundantes undantes (ou mesm(ou mesmoo descartáveis), o mercado da arte contemporânea descartáveis), o mercado da arte contemporânea consegue hoje, por meio da escassez e da reitera- consegue hoje, por meio da escassez e da reitera- ção da importância do artista no circuito nacional ção da importância do artista no circuito nacional
e internacional, reproduzir arti
e internacional, reproduzir arti��cialmente os meca-cialmente os meca- nismos de valorização de um objeto ultrapassado nismos de valorização de um objeto ultrapassado reprodu
reproduzido em série. O disco zido em série. O disco de artista, ao contrá-de artista, ao contrá- rio do disco convencional, já nasce com sua escas- rio do disco convencional, já nasce com sua escas- sez planejada de antemão, portanto é necessário sez planejada de antemão, portanto é necessário que seja rarefeito para que se torne precioso. Hoje, que seja rarefeito para que se torne precioso. Hoje, oo disco de artista é uma espécie de fênix exclusivdisco de artista é uma espécie de fênix exclusivistaista rara de se ver, já que não lhe é
rara de se ver, já que não lhe é exigido nenhum tipoexigido nenhum tipo de distribuição que dê a ele
de distribuição que dê a ele alguma presença na vidaalguma presença na vida pública. É um objeto que se valoriza às custas de pública. É um objeto que se valoriza às custas de umum agressivo progresso tecnológico, cujo passado de agressivo progresso tecnológico, cujo passado de crises sucessivas e um punhado de glórias lhe dão crises sucessivas e um punhado de glórias lhe dão um ar um tanto fantasmagórico.
um ar um tanto fantasmagórico. Ausência
Ausência
Se a força produtiva da música se esgotou nos discos, Se a força produtiva da música se esgotou nos discos, eles [...] transformam o mais recente som nostálgico em eles [...] transformam o mais recente som nostálgico em um saber ultrapassado que quer convencer que ainda um saber ultrapassado que quer convencer que ainda está por vir. Assim no entanto, um teólogo poderia se está por vir. Assim no entanto, um teólogo poderia se sentir frustrado ao chegar à conclusão de que a “vida” sentir frustrado ao chegar à conclusão de que a “vida” no rigor de seu sentido – o nascer e morrer das cria- no rigor de seu sentido – o nascer e morrer das cria- turas – não pode ser transferida para nenhuma arte. turas – não pode ser transferida para nenhuma arte. O teólogo também poderia querer negar que a arte O teólogo também poderia querer negar que a arte somente emerge quando as aparências da
somente emerge quando as aparências da presença dapresença da vida abando
vida abandonam o nam o objeto; qobjeto; que as obue as obras de ras de arte somenarte somentete se tornam “verdadeiras”, fragmentos de linguagem, se tornam “verdadeiras”, fragmentos de linguagem, quando a vida as deixa,
quando a vida as deixa, talvez somente por meio de suatalvez somente por meio de sua decadência e da arte em si. [...] (
decadência e da arte em si. [...] (ADORNOADORNO,,20022002, p., p.280280))
Um tipo de notícia sumiu dos jornais nessa Um tipo de notícia sumiu dos jornais nessa década: as manchetes de venda de
década: as manchetes de venda de discos. A econo-discos. A econo- mia desses objetos não
mia desses objetos não mais habita o quotidiano damais habita o quotidiano da impre
imprensa; com essa nsa; com essa perda de relevância nas mudan-perda de relevância nas mudan- ças que a tecnologia digital impôs no mercado, não ças que a tecnologia digital impôs no mercado, não se encontram mais os debates que revelavam publi- se encontram mais os debates que revelavam publi- camente as estratégias e sucessos das gravadoras. camente as estratégias e sucessos das gravadoras. Deu-se lugar, no entanto, para discutir a decadência Deu-se lugar, no entanto, para discutir a decadência da mídia fonográ
da mídia fonográ��ca, às tentativas desesperadas daca, às tentativas desesperadas da indústria de conter a pirataria durante a década de indústria de conter a pirataria durante a década de
2000
2000, para divulgar a lentidão com a qual as , para divulgar a lentidão com a qual as grava-grava- doras
doras ��zeram sua convergência para a era digital ezeram sua convergência para a era digital e para as redes sociais na década de
para as redes sociais na década de 20102010. Se há um. Se há um lastro positivo nessa crise, que parece ser de lastro positivo nessa crise, que parece ser de��nitivanitiva para a mídia física, é uma revalorização da experi- para a mídia física, é uma revalorização da experi- mentação musical, do ao vivo, da aproximação do mentação musical, do ao vivo, da aproximação do artista com seu público, da prática artística quoti- artista com seu público, da prática artística quoti- diana e prolífera em detrimento das políticas que diana e prolífera em detrimento das políticas que favoreciam cifras e não a liberdade de criação. É favoreciam cifras e não a liberdade de criação. É possível a
possível a��rmar que essa é a decadência pela qualrmar que essa é a decadência pela qual conseguimos enxergar o disco de artista hoje conseguimos enxergar o disco de artista hoje comocomo um objeto arqueológico, como já previa Adorno. um objeto arqueológico, como já previa Adorno.
Dessa maneira, a situação atual do mercado Dessa maneira, a situação atual do mercado fonográ
fonográ��co constrói um pano de fundo capaz deco constrói um pano de fundo capaz de transformar o signi
transformar o signi��cado dos discos de artista quecado dos discos de artista que foram feitos em épocas mais otimistas. O teor ques- foram feitos em épocas mais otimistas. O teor ques- tionador desses trabalhos, sob a extinção do mer- tionador desses trabalhos, sob a extinção do mer- cado dos discos,
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e internacional, reproduzir arti
e internacional, reproduzir arti��cialmente os meca-cialmente os meca- nismos de valorização de um objeto ultrapassado nismos de valorização de um objeto ultrapassado reprodu
reproduzido em série. O disco zido em série. O disco de artista, ao contrá-de artista, ao contrá- rio do disco convencional, já nasce com sua escas- rio do disco convencional, já nasce com sua escas- sez planejada de antemão, portanto é necessário sez planejada de antemão, portanto é necessário que seja rarefeito para que se torne precioso. Hoje, que seja rarefeito para que se torne precioso. Hoje, oo disco de artista é uma espécie de fênix exclusivdisco de artista é uma espécie de fênix exclusivistaista rara de se ver, já que não lhe é
rara de se ver, já que não lhe é exigido nenhum tipoexigido nenhum tipo de distribuição que dê a ele
de distribuição que dê a ele alguma presença na vidaalguma presença na vida pública. É um objeto que se valoriza às custas de pública. É um objeto que se valoriza às custas de umum agressivo progresso tecnológico, cujo passado de agressivo progresso tecnológico, cujo passado de crises sucessivas e um punhado de glórias lhe dão crises sucessivas e um punhado de glórias lhe dão um ar um tanto fantasmagórico.
um ar um tanto fantasmagórico. Ausência
Ausência
Se a força produtiva da música se esgotou nos discos, Se a força produtiva da música se esgotou nos discos, eles [...] transformam o mais recente som nostálgico em eles [...] transformam o mais recente som nostálgico em um saber ultrapassado que quer convencer que ainda um saber ultrapassado que quer convencer que ainda está por vir. Assim no entanto, um teólogo poderia se está por vir. Assim no entanto, um teólogo poderia se sentir frustrado ao chegar à conclusão de que a “vida” sentir frustrado ao chegar à conclusão de que a “vida” no rigor de seu sentido – o nascer e morrer das cria- no rigor de seu sentido – o nascer e morrer das cria- turas – não pode ser transferida para nenhuma arte. turas – não pode ser transferida para nenhuma arte. O teólogo também poderia querer negar que a arte O teólogo também poderia querer negar que a arte somente emerge quando as aparências da
somente emerge quando as aparências da presença dapresença da vida abando
vida abandonam o nam o objeto; qobjeto; que as obue as obras de ras de arte somenarte somentete se tornam “verdadeiras”, fragmentos de linguagem, se tornam “verdadeiras”, fragmentos de linguagem, quando a vida as deixa,
quando a vida as deixa, talvez somente por meio de suatalvez somente por meio de sua decadência e da arte em si. [...] (
decadência e da arte em si. [...] (ADORNOADORNO,,20022002, p., p.280280))
Um tipo de notícia sumiu dos jornais nessa Um tipo de notícia sumiu dos jornais nessa década: as manchetes de venda de
década: as manchetes de venda de discos. A econo-discos. A econo- mia desses objetos não
mia desses objetos não mais habita o quotidiano damais habita o quotidiano da impre
imprensa; com essa nsa; com essa perda de relevância nas mudan-perda de relevância nas mudan- ças que a tecnologia digital impôs no mercado, não ças que a tecnologia digital impôs no mercado, não se encontram mais os debates que revelavam publi- se encontram mais os debates que revelavam publi- camente as estratégias e sucessos das gravadoras. camente as estratégias e sucessos das gravadoras. Deu-se lugar, no entanto, para discutir a decadência Deu-se lugar, no entanto, para discutir a decadência da mídia fonográ
da mídia fonográ��ca, às tentativas desesperadas daca, às tentativas desesperadas da indústria de conter a pirataria durante a década de indústria de conter a pirataria durante a década de
2000
2000, para divulgar a lentidão com a qual as , para divulgar a lentidão com a qual as grava-grava- doras
doras ��zeram sua convergência para a era digital ezeram sua convergência para a era digital e para as redes sociais na década de
para as redes sociais na década de 20102010. Se há um. Se há um lastro positivo nessa crise, que parece ser de lastro positivo nessa crise, que parece ser de��nitivanitiva para a mídia física, é uma revalorização da experi- para a mídia física, é uma revalorização da experi- mentação musical, do ao vivo, da aproximação do mentação musical, do ao vivo, da aproximação do artista com seu público, da prática artística quoti- artista com seu público, da prática artística quoti- diana e prolífera em detrimento das políticas que diana e prolífera em detrimento das políticas que favoreciam cifras e não a liberdade de criação. É favoreciam cifras e não a liberdade de criação. É possível a
possível a��rmar que essa é a decadência pela qualrmar que essa é a decadência pela qual conseguimos enxergar o disco de artista hoje conseguimos enxergar o disco de artista hoje comocomo um objeto arqueológico, como já previa Adorno. um objeto arqueológico, como já previa Adorno.
Dessa maneira, a situação atual do mercado Dessa maneira, a situação atual do mercado fonográ
fonográ��co constrói um pano de fundo capaz deco constrói um pano de fundo capaz de transformar o signi
transformar o signi��cado dos discos de artista quecado dos discos de artista que foram feitos em épocas mais otimistas. O teor ques- foram feitos em épocas mais otimistas. O teor ques- tionador desses trabalhos, sob a extinção do mer- tionador desses trabalhos, sob a extinção do mer- cado dos discos,
cado dos discos,��ca ainda mais acentuado e revelaca ainda mais acentuado e revela
como os discos de artista atuais fazem proveito do como os discos de artista atuais fazem proveito do pessimismo desta década para adquirir um valor pessimismo desta década para adquirir um valor especial, localizado em algum ponto entre a nostal- especial, localizado em algum ponto entre a nostal- gia e o oportunismo colecionista.
gia e o oportunismo colecionista.
É preocupante, entretanto, a contradição que a É preocupante, entretanto, a contradição que a exclusividade desses objetos provoca: se os núme- exclusividade desses objetos provoca: se os núme- ros massivos dos discos do passado, sob a pena ros massivos dos discos do passado, sob a pena da in
da in��uência do marketing psicanalítico, criavamuência do marketing psicanalítico, criavam conexões afetivas entre um número muito grande conexões afetivas entre um número muito grande de pessoas por meio da
de pessoas por meio da música, os discos de artista,música, os discos de artista, na sua ausência completa na vida pública, pouco na sua ausência completa na vida pública, pouco suscitam qualquer ruído para fora das
suscitam qualquer ruído para fora das coleções par-coleções par- ticulares que lhe dão
ticulares que lhe dão lar.lar.
Bibliogra
Bibliogra
��aa
ADORNO
ADORNO,,TTeodoreodorWW. (. (20022002).). Essays on Music.Essays on Music. Organizado Organizado por Richard Leppert. Traduzido por Susan H. Gillespie, por Richard Leppert. Traduzido por Susan H. Gillespie, Berkley e
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1964--19741974. Organizado por Luciano Figueiredo, Rio de. Organizado por Luciano Figueiredo, Rio de Janeiro: Editora
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COELHO, Frederico Oliveira. (, Frederico Oliveira. (20102010).). Eu, brasileiro, confessoEu, brasileiro, confesso minha culpa e meu pecado:
minha culpa e meu pecado: cultura marginal no Brasil dascultura marginal no Brasil das décadas de
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como os discos de artista atuais fazem proveito do como os discos de artista atuais fazem proveito do pessimismo desta década para adquirir um valor pessimismo desta década para adquirir um valor especial, localizado em algum ponto entre a nostal- especial, localizado em algum ponto entre a nostal- gia e o oportunismo colecionista.
gia e o oportunismo colecionista.
É preocupante, entretanto, a contradição que a É preocupante, entretanto, a contradição que a exclusividade desses objetos provoca: se os núme- exclusividade desses objetos provoca: se os núme- ros massivos dos discos do passado, sob a pena ros massivos dos discos do passado, sob a pena da in
da in��uência do marketing psicanalítico, criavamuência do marketing psicanalítico, criavam conexões afetivas entre um número muito grande conexões afetivas entre um número muito grande de pessoas por meio da
de pessoas por meio da música, os discos de artista,música, os discos de artista, na sua ausência completa na vida pública, pouco na sua ausência completa na vida pública, pouco suscitam qualquer ruído para fora das
suscitam qualquer ruído para fora das coleções par-coleções par-