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I. PROCESSOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PELO Parfor

1.3 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM SÃO PAULO DE OLIVENÇA

1.3.1 Contexto municipal de formação de professores

Em relação ao percentual de Funções Docentes com curso superior no Município de São Paulo de Olivença, a Tabela 8, a seguir, mostra que, no ano de 2011, do total de professores que atuavam na Educação Infantil, apenas 45,5% tinham formação superior, sendo que todos exerciam suas funções na Pré-Escola.

Do total de docentes que exerciam suas funções no Ensino Fundamental, o percentual de graduados era de 42,6%. Nos anos iniciais, 35,4% dos professores possuíam ensino superior e nos anos finais o percentual era de 45,8%. No Ensino Médio, o percentual de professores com formação superior era de 76,9%, enquanto os que atuavam na Educação de Jovens e Adultos totalizava 37,8%.

Tabela 8- Percentual de Funções Docentes com Curso Superior – Município de São Paulo de Olivença 2011, 2012 e 2013

Percentual de Funções Docentes com curso superior por etapa/modalidade de ensino Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino

Médio

Educ. Prof. EJA

Educ. Esp. Ano Total Creche Pré-

Escola Total Anos Iniciais Anos Finais 2011 45,5 - 45,5 42,6 35,4 45,8 76,9 - 37,8 - 2012 23,3 28,6 22,7 45,7 39,7 53,5 100,0 - 34,1 - 2013 32,5 50,0 31,5 39,7 28,0 58,5 100,0 - 26,6 -

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de BRASIL, 2014a.

A Tabela 8 mostra, também, o percentual de Funções Docentes com curso superior no Município de São Paulo de Olivença no ano de 2012. Do total de professores que atuavam na Educação Infantil, apenas 23,3% tinham formação superior. Na creche os professores graduados eram 28,6% do total e na Pré-escola, 22,7%. Do total de docentes que exerciam suas funções no Ensino Fundamental, o percentual era de 45,7%. Dentre os professores que atuavam nos Anos Iniciais, 39,7% possuíam formação superior e 53,5% dos que lecionavam nos Anos Finais eram graduados. No Ensino Médio, o percentual de professores com formação superior era de 100%. Já a parcela dos docentes que atuavam na Educação de Jovens e Adultos totalizava 34,1%.

Ainda, conforme dados dispostos na Tabela 8, no ano de 2013, no Município de São Paulo de Olivença, percebe-se que apenas 32,5% dos docentes que exerciam suas funções na Educação Infantil tinham formação superior. Os professores graduados que atuavam em creche representavam 50% e os que atuavam na Pré-escola 31,5%. Em relação ao Ensino Fundamental, o percentual de docentes com formação superior era de 39,7%, sendo que, os graduados que trabalhavam nos anos iniciais eram 28%. Já os que atuavam nos anos finais eram

58,5%. Na Educação de Jovens e Adultos o percentual de funções docentes era de 26,6% com formação superior.

Ao analisarmos os percentuais dos três anos apresentados na Tabela 8, é possível perceber que existe uma oscilação em cada nível de ensino. Na educação infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental os números mostram que houve uma queda no percentual de professores com formação superior, passando de 45,5%, em 2011, para 32,5%, em 2013, na Educação Infantil, e de 35,4%, em 2011, para 28%, em 2013, nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Já nos anos finais do Ensino Fundamental, percebe-se que houve um aumento no percentual de professores com formação superior que atuam nesse nível de ensino, passando de 45,8%, em 2011, para 58,5%, em 2013. Isso pode ser explicado, provavelmente, pela prática comum, por parte das secretarias municipais de educação e dos gestores escolares, quando na lotação dos professores, priorizarem os professores que já possuem uma formação superior nos níveis de ensino mais elevados, mesmo que a formação do professor não seja específica para aquele nível. Ou seja, mesmo que os professores tenham formação superior específica para trabalharem com os anos iniciais, na hora do preenchimento da lotação, esses professores são lotados para ministrarem aulas nos anos finais do Ensino Fundamental. É igualmente comum, lotar professores que possuem formação superior na área de Ciências Naturais para ministrarem aulas de matemática e vice-versa. Ou ainda, lotar professores com formação em Geografia para ministrarem aulas de História. É nesta direção que o Parfor busca suprir essa demanda de formação de professores que atuam fora da área de sua formação, bem como de formação inicial aos professores que não possuem formação superior.

Gráfico 1- Porcentagem de Professores da Educação Básica com curso superior

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de BRASIL, 2014a.

O Gráfico 1 indica a evolução do percentual de Professores da Educação Básica com curso superior no Brasil, no Estado do Amazonas e no Município de São Paulo de Olivença. Percebe-se que, em 2008, em toda dimensão nacional, 67,1% dos professores possuíam formação superior, no Estado do Amazonas esse percentual atingia apenas 58,9%, enquanto no Município de São Paulo de Olivença, o percentual era de apenas 35,9%.

No ano de 2010, o Brasil atingiu um percentual de 68,9% de seus professores com formação superior, o Estado do Amazonas elevou o seu percentual para 65,5% e o Município de São Paulo de Olivença atingiu 39,9%. No ano de 2012, o Brasil alcançou um percentual de 73,1% de seus professores com formação superior, o Estado do Amazonas elevou para 71,2% o percentual de seus professores com formação superior e o Município de São Paulo de Olivença elevou para 41,3%. A meta do Plano Nacional de Educação é que, no ano de 2015, todos os professores que atuam na Educação Básica possuam graduação. Pela evolução do percentual de professores com graduação, em especial no Estado do Amazonas e no Município de São Paulo de Olivença, é possível perceber que a meta lançada pelo PNE não será atingida. A Tabela 9 mostra a Formação Acadêmica dos Professores Indígenas do município de São Paulo de Olivença no ano de 2013.

Tabela 9- Formação Acadêmica dos Professores Indígenas do Município de São Paulo de Olivença - 2013

Ensino Fundamental Completo EFETIVOS 06 CONTRATADOS ---- TOTAL 06

Ensino Médio Completo 142 118 260

Graduados 43 19 62

Pós-Graduados 35 03 38

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de São Paulo de Olivença (2013).

A Tabela 9 revela um dado preocupante em relação a formação acadêmica dos professores indígenas do Município de São Paulo de Olivença. Pelos dados apresentados, pela Coordenação Municipal de Educação Escolar Indígena da Secretaria Municipal de Educação do Município de São Paulo de Olivença, constata- se que, dos 366 professores indígenas existentes na Rede Municipal de Ensino, somente 62 são graduados e 38 possuem Pós-Graduação, o que corresponde a 27,32% do seu total. Outro dado é que, ainda, existem seis professores com o Ensino Fundamental completo. A maioria, ou seja, 260 professores indígenas possuem o Ensino Médio Completo, o que corresponde a 71% do total.

A tabela mostra, ainda que, dos 260 professores indígenas que possuem o Ensino Médio Completo, 118 pertencem ao regime temporário, ou seja, regime de contrato. Independentemente dos professores serem efetivos ou contratados, todos os professores que possuem Ensino Médio completo podem ter acesso ao Parfor. Já os professores que possuem apenas o Ensino Fundamental não podem ter acesso, pois ainda têm de cursar o Ensino Médio. Em conversa com o Secretário de Educação do Município de São Paulo de Olivença, houve a informação de que não há nenhuma política para avanço de estudo destes professores para que também possam ter direito a acessarem o Parfor. Ressalta-se aqui, mais uma vez, que a análise sobre a educação indígena não é prioridade do meu estudo de pesquisa. Porém, a apresentação destes dados evidencia a problemática da ausência de docentes com formação superior no Município.

A seguir, apresentaremos o Parfor no Município de São Paulo de Olivença.