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d) Controlo dos aços para betão armado

Para possibilitar uma orientação relativamente ao controlo dos aços em obra, indicam- se aqui alguns critérios para controlo dos varões para utilização em betão armado, sendo os elementos apresentados, elaborados com base no estipulado na norma portuguesa (NP 332).

Secção Transversal

A NP 332, que se refere apenas a varões lisos de aços naturais de baixa resistência, prevê os seguintes diâmetros: 6, 8, 10, 12, 16, 20, 25, 32 e 40 mm.

Em Angola a possibilidade de se recorrer a empresas construtoras de outras nacionalidades, poderá conduzir ao aparecimento de varões com diâmetros diversos dos indicados, eventualmente de uso corrente nos Países respectivos.

Superfície Lateral

Dado o domínio de aplicação da norma, nada há a dizer a este respeito. Tolerâncias sobre peso nominal por metro (segundo BS 4461)

(Aço Endurecido a Frio)

Comprimentos Comerciais

Os comprimentos previstos estão compreendidos entre 5,5 e 6,5 metros e entre 11 e 13 metros.

As características geométricas dos restantes produtos existentes estão indicadas nos respectivos documentos de classificação.

Tolerâncias

As tolerâncias previstas, ainda segundo a NP 332, no que respeita à secção transversal, traduzem-se na tolerância no diâmetro.

Estas tolerâncias estão indicadas no quadro (2ª coluna). A 3ª coluna indica, em percentagem da área transversal, as variações admitidas para o diâmetro. Esta coluna serve para eventual comparação com outras normas.

Diâmetro nominal ø (mm) Lote Varão individual ø < 6 ± 6% - 11% 6 < ø < 8 ± 5% - 9% 8 < ø < 10 ± 4% - 6,5% 10 < ø + 2% - 3% - 4,5% Tolerâncias (segundo a NP 332)

47/233 Ainda segundo esta norma portuguesa, para fornecimentos iguais ou superiores a 10 toneladas, pode admitir-se uma variação até 6% entre a massa encomendada e a massa fornecida.

Características Mecânicas

Das várias características que seguidamente se discriminam, apenas se abordam a capacidade de dobragem e a capacidade de dobragem-desdobragem, pois são aquelas que mais habitualmente interessam no controlo.

As características mecânicas que interessam para os aços de betão armado, são: • Limite Elástico convencional;

• Tensão de Rotura; • Módulo de Elasticidade; • Extensão após rotura;

• Diagrama Tensões-Extensões do ensaio de tracção, até uma extensão de 10%;

• Capacidade de Dobragem-Desdobragem.

Capacidade de Dobragem

É definida pelo diâmetro mínimo do mandril, em torno do qual é possível dobrar um varão - provete segundo um ângulo de 180°, à temperatura ambiente, sem que apareçam roturas ou quaisquer fissuras transversais na zona convexa do provete. Diâmetro (mm) Tolerância (diâmetro) (mm) Tolerância (secção) (%) 6 ± 0,4 ± 13,3 8 ± 0,4 ± 10 10 ± 0,5 ± 10 12 ± 0,6 ± 10 16 ± 0,7 ± 8,8 20 ± 0,7 ± 7 25 ± 0,8 ± 6,4 32 ± 0,9 ± 5,6 40 ± 1,0 ± 5

48/233 Capacidade de Dobragem - Desdobragem

É definida pelo diâmetro mínimo do mandril, em torno do qual é possível dobrar um varão - provete, segundo um dado ângulo, e em seguida desdobrá-lo parcialmente após envelhecimento, sem que apareçam roturas ou fissuras transversais.

Os ensaios de dobragem-desdobragem devem realizar-se sobre um total de setenta e cinco varões distribuídos uniformemente por três diâmetros.

No caso de se pretender verificar a capacidade de dobragem-desdobragem para um diâmetro de mandril previamente fixado, há que retirar cinco provetes de cada uma das barras consideradas (ao longo de todo o varão) e sobre eles efectuar os ensaios.

Se todos os ensaios, para cada diâmetro, forem

satisfatórios, o diâmetro do mandril previamente fixado é o diâmetro garantido; se tal não suceder, é necessário aumentar o diâmetro até que se verifique esta condição.

Os ensaios de dobragem-desdobragem devem realizar-se sobre um total de setenta e cinco varões distribuídos uniformemente por três diâmetros. No caso de se pretender verificar a capacidade de dobragem-desdobragem para um diâmetro de mandril previamente fixado, há que retirar cinco provetes de cada uma das barras consideradas (ao longo de todo o varão) e sobre eles efectuar os ensaios. Se todos os ensaios, para cada diâmetro, forem satisfatórios, o diâmetro do mandril préviamente fixado é o diâmetro garantido; se tal não suceder, é necessário aumentar o diâmetro até que se verifique esta condição.

Homologação - Controlo

A colaboração do aço e do betão, bem como a colocação em obra das armaduras, impõe aos varões estritas exigências que não podem ser representadas por uma única característica. Função das condições de emprego e do limite elástico, os varões para betão armado devem apresentar aderência, ductibilidade, trabalhabilidade e resistência à fadiga suficientes e, em casos de necessidade, características de soldabilidade que permitam a execução de juntas soldadas.

É pois indispensável conhecer "perfeitamente" as características dos produtos a utilizar como armaduras de betão armado, o que só é possível através da realização de ensaios. Estes ensaios, para caracterização do material, têm de ser efectuados, quer antes do produto ser lançado no mercado (homologação), quer durante a fase de produção (controlos de produção e de qualidade).

A homologação de um aço para betão armado consiste em determinar se o material satisfaz às exigências prescritas para o tipo de produto em questão, através da realização de ensaios sobre amostras colhidas duma produção experimental, para além de verificar se existem as condições mínimas de equipamento e pessoal indispensáveis para que a produção do material e realização dos ensaios se façam em condições satisfatórias.

49/233 O Controlo de Produção é realizado no decurso do fabrico pelo próprio produtor, com o fim de controlar a evolução da produção e, assim, poder corrigir possíveis anomalias. Mas, o Controlo de Qualidade é também realizado ao longo da produção por uma entidade exterior, com a finalidade de verificar se o produto fabricado satisfaz às exigências prescritas. No caso de se tratar dum produto cuja produção é controlada, o controlo de qualidade limita-se, em geral, à realização de um pequeno número de ensaios para comprovar os resultados no controlo de produção e à análise e tratamento de todos os resultados existentes.

Relativamente a cada uma das operações indicadas para a caracterização dos aços, são definidos a natureza e dimensão da amostra a colher, o número e tipo de ensaios a realizar, bem como as condições de aceitabilidade do produto. As normas nem sempre exigem que os produtos utilizados como armaduras de betão armado sejam submetidos às três operações enunciadas (Homologação, Controlo de Produção e de Qualidade).

Exigências a verificar no Controlo

Em face ao que atrás fica exposto, a entidade encarregada do controlo deverá verificar os seguintes elementos:

• Tolerâncias no diâmetro ou nas secções;

• Dimensões geométricas do perfil com valores mínimos ou tolerâncias garantidas (altura, espaçamento e comprimento das nervuras);

• Limite Elástico garantido;

• Tensão de Rotura, pelo menos igual a 1,1 vezes o limite elástico garantido; • Extensão após rotura, que deve ser, pelo menos, de 8% ou 12%

respectivamente, para as bases de medida iguais a dez e a cinco vezes o diâmetro;

• Capacidade de Dobragem-Desdobragem, definida pelo diâmetro mínimo do mandril, em torno do qual se podem dobrar os varões sem que rompam ao desdobrar;

Por vezes, sendo necessária a soldadura dos varões, esta tem de ser garantida pela soldabilidade do aço, a qual deverá ser comprovada para cada um dos processos de soldadura. Para cada diâmetro a soldar, devem-se preparar cinco provetes retirados de varões diferentes. Consoante o tipo de soldadura, devem realizar-se os seguintes ensaios:

• soldadura topo a topo por resistência com projecção de partículas - ensaio de tracção - ensaio de dobragem;

• soldadura por arco eléctrico -ensaio de tracção - ensaio de dobragem com cordão;

• soldadura por gás sob pressão - ensaio de tracção - ensaio de dobragem • soldadura por pontos - ensaio de tracção - ensaio de dobragem dos dois

50/233 Os provetes devem ser preparados nas circunstâncias mais desfavoráveis que se possam verificar na prática. As condições em que se preparam os provetes para os ensaios de homologação não devem ser violadas aquando da execução de soldaduras. O aço é considerado como soldável por um dado processo, se todas as ligações efectuadas apresentarem uma resistência à tracção, pelo menos igual à de cada um dos troços soldados e, se, por outro lado, satisfizerem aos ensaios de dobragem.

Ainda no que se refere ao "Controlo de Qualidade", há a assinalar o seguinte: • Controlo interno de produção do aço;

• Fiscalização do controlo interno de produção; • Controlo de qualidade em geral;

• Controlo de qualificação de soldaduras; • Controlo de qualidade de barras soldadas.

Estes tipos de controlo devem ser feitos por uma entidade bastante habilitada, normalmente um organismo oficial, por exemplo, o L.E.M, devidamente apetrechado e credenciado para o executar. Neste curso fez-se referência a estes procedimentos, apenas do ponto de vista informativo.