• Nenhum resultado encontrado

CONTROLO DE QUALIDADE DOS TRABALHOS

EQUIPAMENTO E DE QUALIDADE DOS TRABALHOS

II. CONTROLO DE QUALIDADE DOS TRABALHOS

Como foi dito, na parte do curso relativa às Fases de um Empreendimento, a entidade empreiteira, uma vez que lhe tenha sido comunicado que a obra lhe foi adjudicada, inicia os trabalhos preliminares para vir a proceder à execução da obra.

É exactamente a partir desta fase inicial da empreitada que deverá fazer-se o Controlo dos Trabalhos, ou seja, da Execução, pela entidade ou entidades encarregadas dessa função. O controlo para vir a ser bem montado e eficaz, deverá iniciar-se, ou pelo menos começar a organizar-se, logo na fase preliminar de Execução da Empreitada. Esses trabalhos, desenvolvidos por vezes de forma pouco objectiva, já têm alguma importância pois, se os mesmos se iniciarem com total ausência de controlo, poderão originar vícios ou deficiências logo no começo dos trabalhos que serão bastante mais difíceis de reparar quando a obra estiver mais desenvolvida e todas as frentes já em plena laboração.

Portanto, é preciso estar atento a este facto, o início das actividades deve ser, desde logo, acompanhado pelo Controlo, primeiro duma forma ainda pouco desenvolvida, mas já minimamente estruturada, que gradualmente se irá desenvolvendo e adaptando às necessidades sentidas pela obra em toda a sua plenitude e multiplicidade de frentes. Insiste-se, este trabalho de controlo de execução é muito difícil de manter e principalmente de se tornar eficaz se a obra já se encontrar em estado adiantado do seu desenvolvimento, com várias frentes em laboração e, provavelmente, alguns "vícios" de ausência de controlo instalados. Aquelas dificuldades serão maiores quanto maior e mais complexa for a obra.

Neste item irão ser abordados, para diversos tipos de obras, os casos mais comuns e correntes de execução, onde a efectivação de um controlo para as diversas actividades ou, pelo menos, para as mais importantes, deverá ser um objectivo bem determinado a ser atingido pelas entidades encarregues desse mesmo controlo.

Na exposição dos princípios e Métodos de Controlo que irá fazer-se, seguem-se as actividades características de controlo, ou seja, aquelas actividades onde o controlo é imprescindível e que, pela sua natureza, intervém na maioria das obras.

a) - Actuação do controlo

O Controlo de Execução (Trabalhos) deve actuar, em princípio, na globalidade da Empreitada mas há operações que, pela sua importância, exigem um controlo mais rigoroso, mais cuidado e mais acompanhado. Nestes casos é por isso exigida uma

93/233 participação maior e mais assídua das entidades envolvidas. Nestas condições, o controlo deverá incidir em todas as grandes actividades que compõem uma Empreitada, com especial incidência naquelas que, pelo seu volume ou pela sua natureza, assim o exijam.

Como se referiu no item anterior, o Controlo de Execução deve ser instalado logo na fase inicial da Empreitada e, por isso, deverá actuar desde logo nos primeiros trabalhos que venham a ser realizados tais como, a Implantação, a Instalação de Frentes, a Montagem, Vedação e Sinalização do Estaleiro, etc.

Aqui irão ser tratados os problemas relativos à integração e colocação desses elementos em obra e, por outro lado, o modo, a forma e a oportunidade de execução daquelas operações, tendo em conta o que, normalmente, é estipulado no Projecto e nos Cadernos de Encargos relativos à Empreitada.

O Controlo, não actuando directamente sobre a escolha dos processos construtivos, que normalmente são da competência da entidade empreiteira, deverá, porém, debruçar-se sobre as características seguintes:

• Adequabilidade; • Dimensionamento; • Funcionalidade.

Adequabilidade - Os processos construtivos devem ser adequados ao fim em vista, para a realização da parte da obra ou das actividades que a integram, no cumprimento das regras de bem construir e de acordo com as indicações, localização, dimensões, etc., que estejam indicadas em Caderno de Encargos e em Projecto.

Dimensionamento - Este aspecto diz respeito à natureza do trabalho a realizar e para a qual o processo construtivo a adoptar deverá, tanto quanto possível, possuir a dimensão ajustada. Esta passa, muitas vezes, pela natureza e número dos Efectivos Humanos e de Equipamento que são mobilizados para executar determinada actividade do que realizando-a talvez mais rapidamente o que, em princípio, é desejável mas, por outro lado, não a executará com o rigor necessário. É, pois, do compromisso entre estes dois requisitos que nascerá o dimensionamento ajustado. Funcionalidade - Esta característica é importante pois, embora exista adequabilidade e dimensionamento na execução da actividade, esta pode não estar a ser realizada pelo modo mais funcional, pelo que, à entidade encarregue do controlo, caberá sempre uma actuação visando um acerto da funcionalidade que melhor se ajuste às circunstâncias da obra ou da própria actividade.

Tendo em conta que estas características deverão corresponder aos fins previstos e nomeadamente indicados em Projecto e Caderno de Encargos, deverá o controlo ter uma actuação tal que permita detectar os desvios ou incorreções de execução que sejam eventualmente cometidos, no sentido de que estes possam, em devido tempo, ser criteriosamente corrigidos ou, no caso de operações cuja repetição seja vulgar, evitar a acumulação e repetição de erros ou defeitos de execução.

Na descrição que seguidamente se faz da actuação do controlo de execução, ir-se-á seguir uma ordem pela qual, pelo menos em princípio, as várias operações são habitualmente realizadas na execução da Empreitada.

94/233 b)- Tolerâncias

As tolerâncias são um dos problemas mais importantes com que se debatem, na generalidade, as entidades encarregadas de efectuar o controlo da execução.

Estando a ser realizada a Empreitada, uma das questões que se coloca é o de saber quais as folgas que podem ser aceites na execução. Como facilmente se compreenderá, as Tolerâncias servem para fixar os limites, para mais ou para menos, que podem ser aceites durante a execução, relativamente às dimensões e demais indicações de projecto, que são sempre necessários a quem tem de considerar o trabalho como satisfazendo ou não ao previsto (no Projecto e no Caderno de Encargos).

Como se vê facilmente, as tolerâncias a adoptar dependem, em todas as obras e em muito, do tipo ou tipos de materiais em jogo; por exemplo, as tolerâncias para um betão serão diferentes das de um enrocamento. Dependem, também, da natureza das estruturas ou estrutura em execução pois, quanto maior for a sua importância ou responsabilidade, maior terá de ser o rigor imposto e, portanto, menos margem haverá para a fixação de tolerâncias.

Por outro lado, as tolerâncias dependem, também, do Processo Construtivo encarado, o qual é muitas vezes intrínseco ao tipo de estrutura ou localização particular da zona da obra a executar; por exemplo, é menor a tolerância exigida a um trabalho executado acima do nível da água do que ao mesmo trabalho executado abaixo do nível da água.

As Tolerâncias são normalmente indicadas para cada um dos tipos de obras que compõem uma Empreitada e também para cada material (pelo menos os principais) que integram a execução dessas Obras ou Empreitadas. Esta indicação é feita normalmente no Caderno de Encargos, sendo estipulados os seus valores em termos absolutos ou relativos e com maior ou menor detalhe consoante a natureza, importância e características específicas dos trabalhos em causa.

Em casos excepcionais, podem ser estabelecidas tolerâncias particulares, tais como: • Ausência de Tolerâncias nos documentos de Projecto;

• Dificuldade específica e inesperada de execução de certos trabalhos;

• Extensão do âmbito da Empreitada para trabalhos não previstos inicialmente; • Inadequabilidade de Tolerâncias ou Processos de Medição anteriormente

adoptados.

As Tolerâncias, se tal se vier a revelar necessário, poderão ser modificadas ou ajustadas no decorrer da Empreitada se as diversas entidades, Dono da Obra e Empreiteiro, concluírem que será a via mais lógica e prática de resolver alguns diferendos que possam ter surgido durante a execução. Neste curso, para cada uma das actividades ou operações envolvidas na execução de uma Empreitada, serão estabelecidas as tolerâncias correspondentes, sendo-o também para os materiais que venham a ser incorporados em obra durante essas actividades ou operações

As Tolerâncias, por sua vez, poderão ser estabelecidas não só quanto às características dos Materiais, ou seja, as suas qualidades, formas, dimensões, teores

95/233 de impurezas, etc., como também para a forma, dimensões e outras características das Obras ou partes da obra que constituem uma Empreitada.

III. CONTROLO DE ENROCAMENTOS