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Tratemos de compreender em profundidade o significado do momento his- tórico atual. Salta-nos primeiramente à vista o seu aspecto negativo, que é o mais próximo e já se encontra em ação. Trata-se de um processo de destruição dos valores do passado, conquistados com muito esforço nos últimos milênios. Assistimos à dispersão dos mais preciosos tesouros da espiritualidade, que são premissa indispensável para uma sábia direção da conduta humana. Paralela- mente, nada vemos ser reconstruído no lugar daquilo que está sendo destruído espiritualmente. Não surgem nem se afirmam novos valores deste tipo em substituição aos antigos, de maneira que se fica num vazio. A espiritualidade está em liquidação, pois suas velhas formas, cada vez menos adaptadas à men- te moderna, não convencem mais, não se sabendo ainda substituí-las por ou- tras novas, racionais e científicas. Para suprir a falta de provas, as religiões apresentam suas verdades de um modo fideístico, com base em mistérios, nu- ma forma absolutista e autoritária, afastando o homem de hoje, que vai assim em busca de outras verdades, mais positivas, de natureza científica, demons- tradas e utilizáveis na prática. Hoje se pretende colocar o problema da vida de uma forma diferente do passado, sobre bases claras e concretas, e não sobre abstrações teóricas, colocadas fora da realidade da vida. No entanto sucede que, entre o velho que não serve mais e o novo que ainda deve ser construído, a conduta humana fica desorientada, faltando-lhe diretivas superiores, razão pela qual ela segue à deriva, retrocedendo involutivamente em direção à ani- malidade. Assim os progressos da técnica são usados ao contrário, fazendo-se deles um meio não para alcançar fins superiores, mas sim para engordar no bem-estar ou para aniquilar a todos com uma guerra atômica. Então, no meio de tanto progresso, o mundo fica à mercê dos impulsos elementares, que se prestam muito mais a fazê-lo perder-se do que a salvar-se.

Procuremos compreender o que está acontecendo. Quando um fenômeno chega à sua maturação, ele tende irresistivelmente a se precipitar na conclusão e, tal como um parto, deve necessariamente realizar-se. Neste sentido, a vida oferece os meios e estimula os impulsos necessários, preparando tudo para que ele se cumpra com facilidade. No entanto, se o ser, em vez de seguir a Lei até ao fundo, negar-se a isto, todo o processo, no qual ele se encontra envolvido, desmorona sobre ele mesmo. Assim, tudo que estava preparado para um avan-

ço em direção ao melhor transforma-se num retrocesso em direção ao pior. Este é o tremendo perigo que pesa sobre a humanidade de hoje, ou seja, que ela se arruíne por não querer fazer bom uso dos novos poderes conquistados. Tais meios, para não se tornarem mortíferos nas mãos de um inconsciente, teriam a necessidade de serem dirigidos por uma nova sabedoria, ainda mais consciente e efetiva do que a dos séculos passados. No entanto, sucede que, justamente neste momento, não temos nada além dos rudimentos do antigo conhecimento, nem sabemos como substituí-lo. O perigo é grave, porquanto, absorvida nos detalhes e sem se dar conta do que acontece nas linhas gerais, a humanidade está jogando e arriscando o seu futuro destino. Neste ponto do caminho da evolução, ela se encontra numa bifurcação. Se responder ao apelo ascensional da vida, ela subirá a um plano biológico ou nível evolutivo mais avançado, alcançando um estado de maior civilização, com menos luta, difi- culdade e dor. Se não responder ao chamado, ela retrocederá a um plano bio- lógico ou nível evolutivo mais atrasado, voltando ao estado selvagem do pri- mitivo e à correspondente dura forma de existência. O momento é crítico, por- que está em jogo uma salvação imediata, positiva e controlável neste mundo, aquela que todos compreendem e tomam a sério, porque não é uma fé discutí- vel, mas sim uma realidade biológica. Se a humanidade não aceitar a tarefa, recusando-se a atender ao convite, ela poderá amanhã chorar sobre as suas ruínas, porque, em vez de dar um passo adiante, para evoluir em direção ao melhor, terá retrocedido um passo, involuindo em direção ao pior. Quem co- nhece a estrutura das leis da vida sabe que tudo isto pode suceder.

O tema da descida dos ideais interessa neste momento, sobretudo porque ele nos expõe o programa a ser realizado, além de representar, evolutivamente, uma antecipação de estados mais avançados, que esperam ser realizados por nós no futuro. Chegou a hora da escolha, o momento da curva decisiva, para dar o salto numa direção ou em outra. Procuramos aqui compreender o que está acontecendo, orientados pelo tratado já desenvolvido nos precedentes vo- lumes da nossa Obra, porque, sem a premissa de um sistema filosófico- científico completo, não é possível se chegar a conclusões positivas. As espe- taculares realizações da ciência nos mostram que algo de excepcional se está preparando na história da humanidade. Alguma coisa está se movendo nas vísceras do fenômeno evolutivo. Por isso, inconscientemente, o mundo se en- contra numa ansiosa agitação, desconhecida no passado. Se o salto falha, não se sabe como nem onde se irá cair. E é perigoso uma tentativa às cegas. Seria

necessário nos movermos orientados no seio do organismo fenomênico uni- versal, dentro do qual existimos e de cujas reações não podemos prescindir, para, através do conhecimento das consequências do que fazemos, sabermos o que deve ser feito. É imprescindível sermos sábios e previdentes. Mas só pode- remos sê-lo com conhecimento e consciência. Tentando realizar em nossos volumes uma síntese universal, tratamos de dar uma contribuição neste senti- do. Tudo isto é urgente, porque o fenômeno evolutivo, uma vez que exerce pressão para se realizar, corre em direção à conclusão do atual período – que é o início de um outro – para se resolver, seja qual for a nossa escolha, ou a fa- vor da humanidade, com o seu progresso, ou contra ela, para seu dano e retro- cesso. O deslocamento em direção a novos equilíbrios já está iniciado. En- quanto a vida avança, o homem, sem compreender o que está sucedendo, resis- te com a sua velha forma mental, amarrado ao seu passado. Diante dele há uma estrada cheia de luz, ao longo da qual a vida o impulsiona. Mas ele conti- nua olhando para trás, na direção de um mundo cheio de trevas. Este é o tem- pestuoso contraste entre os impulsos opostos do momento atual. Contudo nin- guém pode mudar a fundamental razão do ser, que é evoluir, nem pode parali- sar o irrefreável anseio de progresso, do qual é constituída a vida. Quem tem inteligência, consciência e meios deveria ajudar no sentido de fazer avançar o mais rapidamente possível neste caminho, através do qual, por meio da supe- ração, alcança-se a salvação.

A humanidade deve escolher entre as duas direções a tomar. O caminho es- tabelecido é apenas um, mas pode-se percorrê-lo para frente, evoluindo, ou para trás, involuindo. Adiante encontram-se os mais requintados valores de ordem psíquica e espiritual. Hoje, o homem tem nas mãos poderes jamais pos- suídos. Mas que uso fará deles? Irá empregá-los para se tornar sempre mais rico, egoísta e corrompido, regredindo ao plano animal, ou, pelo contrário, irá utilizá-los para ascender a um plano mais alto, transformando-se cada vez mais num ser de pensamento e consciência? Estes poderes podem ser utilizados nestas duas direções. Eles permitem um salto de grandes proporções para fren- te, porém, se forem mal usados, podem levar a um grande retrocesso involuti- vo. Ou se constrói um novo edifício, ou se fica a descoberto entre as ruínas do velho. Este é um desses momentos da evolução nos quais o ideal e sua realiza- ção assumem um valor especial, diferente do costumeiro. Isto significa que o ideal não é mais, como se julga normalmente, algo de utópico, não positivo, estranho à realidade prática, mas, pelo contrário, ele se introduz nesta realida-

de como uma necessidade vital, trazendo um programa a ser realizado com urgência. Trata-se de um plano necessário para a salvação do mundo, a fim de evitar que este se perca no retrocesso e de, principalmente, fazê-lo avançar ao longo do caminho da evolução.

O que está em jogo é imenso. Existe a perspectiva de uma era de bem-estar, com um novo tipo de civilização, que, libertando o homem da escravidão do trabalho, poderá com isto oferecer-lhe novas atividades, muito mais elevadas, inteligentemente orientadas e realizadas por um biótipo humano mais evoluí- do, com outra forma mental. Isto é o que está amadurecendo na profundidade do fenômeno da evolução. É verdade que a vida não apresenta ao ser tais pro- blemas, nem solicita semelhantes desenvolvimentos, quando ainda não chegou a hora. Antes de chegar o devido momento, a vida prepara longamente o fe- nômeno, fornecendo-lhe as condições adequadas, protegendo-o e ajudando-o depois, para que ele possa realizar-se. Mas, quando tudo está pronto e o mo- mento da sua realização amadureceu, a vida exige do ser um esforço proporci- onal às suas capacidades, responsabilizando-o caso falte da parte dele a respos- ta adequada, condição na qual ela deixa recair sobre ele as consequências. En- tão a lei de Deus se apropria do fenômeno, e o ser, não tendo poder para torcê- la, pode somente torcer a si mesmo, alterando sua própria posição em relação a ela. Verifica-se, assim, o chamado fenômeno do retrocesso involutivo. A Lei castiga automaticamente aqueles que, ao chegar o momento no qual tudo ama- dureceu e está pronto para avançar, não aceitam a oferta e, buscando fazer mau uso dela, seguem o impulso evolutivo no sentido inverso, no qual os novos meios, em vez de serem utilizados para subir em direção ao S, são aproveita- dos para descer em direção ao AS. Querendo com isso repetir o motivo da primeira revolta, é inevitável que as consequências sejam as mesmas. Assim o ser se precipita de cabeça no abismo, tendo de ficar ali sepultado, emborcado, como sucedeu a primeira vez, enquanto não realizar o trabalho de regresso ascensional.

Não há dúvida que, hoje em dia, a técnica científica e a organização indus- trial permitem cada vez com menor trabalho alcançar uma maior produção, isto é, com menor esforço um maior bem-estar. Já se fala de dar, além do sá- bado, também a sexta-feira e de reduzir as horas de trabalho dos outros quatro dias. Ora, o perigo reside no fato de que tal abundância de tempo e enriqueci- mento de meios não sejam usados em sentido evolutivo, como um capital para realizar um trabalho mais elevado, mas sim em sentido involutivo, como um

capital a ser dissipado em satisfações de tipo inferior, abandonando-se na des- cida e embrutecendo-se na materialidade, ao invés de facilitar um impulso mental e espiritual. Saberá o homem fazer bom uso do aumento de poder que ele hoje tem nas mãos? Depois de longos milênios de estagnação, durante os quais a humanidade jazia em posição estática, julgadas definitivas, chegou o momento no qual tudo tende a se dinamizar e se pôr em movimento, seguindo um princípio oposto, para se deslocar e alcançar novas posições. Mas o cami- nho está traçado pela Lei e, como já deixamos entrever, não pode ser percorri- do a não ser ao longo do percurso involutivo-evolutivo. Ou se avança em dire- ção ao S, ou se retrocede em direção ao AS. O perigo reside no fato de que, em vez de seguir no sentido de melhorar, dirigindo-se em direção ao S, este mo- vimento se realize no sentido de piorar, deslocando-se para o AS. No 1o caso caminha-se para a salvação; no 2o caso, para a perdição.

O fato não é novo na história e, se bem que em proporções menores, já ocorreu. Poderia suceder com toda a humanidade o mesmo fato ocorrido no passado com as classes sociais que chegaram à fase de aristocracia, em que, assegurada a vitória, fica estabilizada a posição privilegiada na riqueza e no ócio. Então, ao atingir tal ponto de sua ascensão, aquelas classes sociais, em vez de continuarem o esforço evolutivo, deixaram-se descansar, gozando o fruto do trabalho de conquista anterior. Sucedeu então que, cessando o esforço e o exercício, elas perderam a capacidade e com isto o poder. Assim, iniciou- se a corrupção, o enfraquecimento e a descida destas castas, dando lugar a outras classes sociais, que sobem do fundo, onde se sofre e se luta, mas se aprende e se avança. Esta é a história da ascensão, florescimento e queda das civilizações. Antigamente, este fenômeno abarcava somente um limitado gru- po humano, ficando para algum outro a possibilidade de substituí-lo, tão logo aquele decaísse. No caso atual, porém, o fenômeno se estenderia a toda a hu- manidade, uma vez que, brevemente, com a técnica e o trabalho, ela acabará por se encontrar nas condições de abundância na qual se encontrava o império romano em seu apogeu ou a aristocracia francesa antes da revolução. O perigo está em que agora, se toda a humanidade chegar a elevar o seu nível econômi- co, se difundam nela as perigosas características dos ricos, anteriormente limi- tadas a uma só classe social, as que corrompem e destroem, por inconsciência dilapidadora, no ócio e bem-estar gratuito. Isto é o que poderá suceder para a humanidade se ela não souber transformar a abundância, fruto dos seus novos

poderes produtivos, num instrumento para um renovado esforço a fim de con- tinuar avançando, em vez de preguiça e gozo.

Superado o trabalho material, o novo labor deveria ser de tipo intelectual, cultural, espiritual. Após se haver libertado da antiga forma de esforço penoso, que o embrutecia, atando-o à necessidade de satisfazer as suas necessidades mais elementares, seria indispensável que o homem, para não retroceder, con- tinuasse ainda a sua atividade, mas dirigindo-a no sentido de conquistas mais altas. No entanto, ele é o mesmo de antes, conservando a mesma forma men- tal. Permanece para ele, portanto, o perigo de continuar a se comportar como no passado e, assim, em vez de se encaminhar em direção a mais altas con- quistas, começar a se exceder nas satisfações de tipo inferior, seguindo os seus impulsos de involuído, entregando-se ao abuso e excedendo-se na satisfação dos instintos mais atrasados, em vez de se dedicar à conquista de um progresso ulterior. É possível, então, vir-se a despertar e fortalecer a besta, em vez de se construir o anjo ou o super-homem.

O bem-estar, assim, posto nas mãos de um determinado tipo biológico, ain- da não bastante consciente para saber fazer bom uso dele, poderá produzir mais mal do que bem. Esta condição, portanto, constituirá um dano para tal indivíduo, e não uma vantagem, porque a sua atividade, encaminhando-se em direção extrovertida em vez de introvertida, irá dirigir-se não ao desenvolvi- mento da parte espiritual, mas apenas à multiplicação de comodidades do cor- po, como fim em si mesmo, fator evolutivamente de escassa importância. To- mar o bem-estar material não como meio de progresso, mas como principal objetivo da vida, é prostituição do espírito, emborcamento de posições, conti- nuação do caminho em descida em vez de em ascensão. Assim, ao ideal se substituirá o utilitarismo; à fé criadora, o céptico cinismo; à fraternidade, o egoísmo; ao progresso, a estagnação. O perigo está em que o bem-estar termi- ne transformando-se em retrocesso, num requinte e potencialização de anima- lidade. Tanto progresso será inútil, se a humanidade quiser entregar-se ao ideal de viver somente para gozar a vida, detendo-se numa exteriorização como fim em si mesma, em vez de fazer do progresso um meio para alcançar uma interi- orização que utilize os valores materiais para desenvolver os espirituais.

Se o momento é perigoso, ele é, no entanto, também maravilhoso, porque oferece possibilidades desconhecidas noutros tempos. O que impele a vida sempre para diante é um irrefreável anseio em direção à felicidade. É o S que sempre chama e atrai de longe. Não se pode encontrar a felicidade, senão evo-

luindo em direção ao S. O erro consiste em buscá-la de modo inverso, involu- indo em direção ao AS. Ao se caminhar para trás, a fim de se satisfazer com o pior em vez de com o melhor, acaba-se por encontrar, ao invés de alegria, dor. Ora, necessita-se de muito mais sabedoria para dirigir um automóvel ou um avião, a fim de não matar ninguém, do que uma simples carroça! Eis o que se pode conseguir com tais meios! Existirá hoje, porém, tal sabedoria, ou teremos de conquistá-la duramente, errando e pagando? Temos, com a libertação do trabalho material, a possibilidade de dispor de muito tempo, mas que uso sabe- remos fazer de semelhantes vantagens? É rara a presente oportunidade, e cum- pre-nos aproveitar as circunstâncias atuais, pois não será fácil que venham a se repetir. O homem se encontra perante perspectivas ilimitadas, não só com li- berdade e poder, mas também responsabilidade, desconhecidos nos séculos passados, tendo-se lançado velozmente em direção a radicais mudanças de vida, com imensa possibilidade de novas realizações, que implicam em pro- porcionais consequências de alegria ou dor. Damo-nos conta, porventura, de que desastre representaria para a humanidade ela não saber fazer bom uso de tais possibilidades, usando-as, pelo contrário, no sentido de degradação? Que imensa dor, pois, constituiria cair e ter de ficar embaixo! Que tremendo traba- lho seria necessário para voltar a subir, a fim de reconquistar a posição atual! Nada disto é fantasia, pois tudo está estabelecido pelas leis que regulam a téc- nica da evolução.

Nunca se deve deter o esforço para evoluir. A supressão das dificuldades a superar e do esforço necessário para vencer e fazer avançar a vida, acaba por corrompê-la e corroê-la. Estabelecida a satisfação de todas as necessidades e desejos, restam o vazio, a inaptidão e a decadência, por falta desse dinamismo vital no qual se apoia a técnica construtiva das qualidades. Quem renuncia à sua contínua autoconstrução se destrói. Pode-se controlar, tanto na vida indivi- dual como na história, quais resultados produz o fácil bem-estar. Tal posição de favor, a qual, no passado, liquidava apenas uma classe social, hoje pode estender-se a toda a humanidade, o que significará a sua destruição em massa. A salvação está em continuar o trabalho com atividades mais elevadas, de ca- ráter intelectual e espiritual, utilizando a libertação das necessidades materiais para levar a vida a um plano mais alto. Saberá o homem fazê-lo, ou preferirá corromper-se na inércia, recusando-se a acelerar o passo em direção a mais elevados níveis biológicos? Neste sentido, a prosperidade pode constituir um perigo, um alimento agradável, mas venenoso. Saber ser rico é muito mais

difícil e arriscado do que ser pobre. Seria uma coisa nova na história ver uma sociedade rica que não se arruíne.

Cada conquista perde valor, se não serve para avançar. O caminho da subi- da está feito para ser percorrido. A lei é progredir. A evolução é uma pista onde não é possível se deitar para dormir. A vida reside no movimento. Se ela para, chega a morte. Todo o universo é movimento e apoia-se no movimento. Hoje, o homem possui os meios para realizar um grande progresso. Se isto não suceder, a responsabilidade será sua, assim como as consequências. Que o momento esteja maduro para transformações profundas é mostrado pelo estado de agitação em que a humanidade se encontra. Sente-se, difundida, uma insa- tisfação em relação ao passado e uma preocupação em renovar-se a todo custo. Todos os valores tradicionais estão submetidos a revisão. Mesmo que não se saiba qual deva ser o novo, o velho está em liquidação. Faz-se o vazio pela indiscriminada avidez de encher a vida com novos modos de pensar e agir. Estamos ainda na fase da tentativa, em que as novas formas nas quais se quer modelar a nossa existência ainda não apareceram, caminhando-se às cegas à procura de alguma coisa completamente diferente, à qual, apesar de não sa-

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