4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.2. Cruzamento de Variáveis
Esta característica, dos serviços de primeiros socorros serem mais rápidos que as autoridades de trânsito, não é negativa, apenas mostra que existe um descompasso entre o tempo de resposta dos dois órgãos. Pode-se dizer que isto ocorre, devido à falta de comunicação entre as equipes de saúde e de trânsito, como também, ao instinto das pessoas de acionarem primeiro o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Corpo de Bombeiros.
poucos valores extremos influenciando estes indicadores. Os parâmetros de curtose e assimetria mostram que a amostra é mesocúrtica e assimétrica a direita.
Tabela 08: Parâmetros Descritivos Referente a Idade de Condutores do Sexo.
Masculino.
Parâmetro Valor
Média 40,2959
Erro padrão 0,532073
Mediana 38
Modo 31
Desvio padrão 13,65885 Variância da amostra 186,5643
Curtose -0,09895
Assimetria 0,645221
Mínimo 16
Máximo 82
Contagem 659
Fonte: O Autor (2021).
Já na identificação da influência do sexo feminino na idade dos condutores acidentados, também foi utilizado o mesmo número de blocos e de intervalo da Figura 09. A Figura 16, mostra a distribuição da idade desse público.
Figura 16: Histograma da Idade dos Condutores do Sexo Feminino.
Fonte: O Autor (2021).
Com variação de 19-77 anos (Tabela 09), a mediana e a moda encontram-se a baixo da média, indicando assimetria a direita. De forma análoga ao sexo masculino,
0 9
21 29
17
12 11
9 5
1 3
0 0
5 10 15 20 25 30 35
17 23 29 35 41 47 53 59 65 71 77 83
o desvio padrão e a variância indicam que existe variabilidade nos dados moderada, com poucos valores extremos influenciando estes indicadores. Os parâmetros de curtose e assimetria mostram que a amostra é mesocúrtica e assimétrica a direita.
Tabela 09: Parâmetros Descritivos Referente a Idade de Condutores do Sexo Feminino.
Parâmetro Valor
Média 38,82051
Erro padrão 1,231022
Mediana 35
Modo 30
Desvio padrão 13,31554 Variância da amostra 177,3037
Curtose 0,115915
Assimetria 0,865897
Mínimo 19
Máximo 77
Contagem 117
Fonte: O Autor (2021).
4.2.2. Sinalização - Bairro
No que se refere ao estado da sinalização de trânsito, tanto a vertical, quanto a horizontal, os agentes avaliaram com base em 4 critérios: Inexistente, onde não existe sinalização no local do acidente; Ilegível, onde a sinalização estava com falhas que impossibilitaram a sua visualização; Incompleta, ocorre quando parte da sinalização está instalada e sem falhas, mas precisa ser complementada; Perfeito Estado, é sinalização que foi completamente instalada e não possui falhas que impossibilitem a visualização.
Já os Boat´s onde estes campos não foram preenchidos corretamente, eles foram considerados como Não Identificados. Assim, a Tabela 10 foi desenvolvida:
Tabela 10: Descrição da Sinalização por Bairros.
BAIRRO QTD.
ACIDENTES INEXISTENTE ILEGÍVEL INCOMPLETA PERFEITO ESTADO
NÃO IDENTIFICADO
Alto do Moura 3 0 2 1 0 0
Andorinha 5 2 2 1 0 0
Boa Vista 28 5 12 3 8 0
Caiucá 6 1 4 1 0 0
Cedro 5 0 5 0 0 0
Centenário 2 0 2 0 0 0
Distrito
Industrial 4 1 3 0 0 0
Divinópolis 26 0 20 1 5 0
Indianópolis 63 4 44 5 8 2
Jardim Boa
Vista 4 1 2 0 0 1
Jardim
Panorama 6 2 4 0 0 0
Joao Mota 2 0 2 0 0 0
Jose Carlos de
Oliveira 4 1 2 1 0 0
Kennedy 11 2 8 1 0 0
Luiz Gonzaga 1 0 1 0 0 0
Maria
Auxiliadora 3 1 1 1 0 0
Mauricio de
Nassau 104 3 63 8 28 2
N. Senhora das
Dores 80 1 45 6 27 1
N. Senhora das
Graças 1 0 1 0 0 0
Nova Caruaru 2 0 1 1 0 0
Petrópolis 22 1 18 2 1 0
Pinheirópolis 4 0 3 1 0 0
Rendeiras 6 1 2 2 1 0
Riachão 3 0 2 0 1 0
Salgado 24 2 17 2 3 0
Santa Rosa 5 0 3 1 1 0
São Francisco 20 0 16 2 2 0
São Joao da
Escócia 3 1 1 1 0 0
Universitário 23 1 15 3 4 0
Vassoural 9 1 6 1 1 0
Fonte: O Autor (2021).
Em relação aos acidentes que ocorreram em locais com inexistência de sinalização, observam-se variações de 0-5 ocorrências, referente 6% do total de acidentes. Em bairros como o Andorinha, este valor corresponde a 40% do total de acidentes, mas o número total neste bairro foi baixo (5 acidentes), então não é possível afirmar que esse valor está relacionado a causa dos incidentes. Para isto, são necessárias mais avaliações para afirmar esta relação, mas elas não são a proposta deste estudo.
A ocorrência de sinistros com a sinalização ilegível, ocorreram em 64% do total das localidades. Apesar de existirem bairros com 100% de ocorrência de acidentes com sinalização ilegível, os índices de acidentes nestes locais foram baixos. De forma análoga ao ocorrido no Andorinha, não é possível afirmar uma relação de causa e efeito dessa variável neste bairro. Apesar disto, Boa Vista, Divinópolis, Indianópolis, Maurício de Nassau, Nossa Senhora das Dores, Petrópolis, Salgado, São Francisco e Universitário apresentam, aproximadamente, entre 50-80% do total de acidentes em
locais com sinalização ilegível. O que indica uma a sinalização como uma das causas dos acidentes nestes bairros.
4.2.3. Pavimento - Bairro
A Tabela 11 explana sobre o tipo de pavimento existente no local, na época do acidente. Nos BOAT´s, só foi possível realizar afirmações se o acidente ocorreu em via asfaltada ou pavimentada com blocos de paralelepípedo.
Tabela 11: Descrição do Pavimento por Bairros.
BAIRRO QTD.
ACIDENTES
ACIDENTE NO ASFALTO
ACIDENTE NO PARALELEPÍPEDO
NÃO IDENTIFICADO
Alto do Moura 3 2 1 0
Andorinha 5 1 1 3
Boa Vista 28 16 10 2
Caiucá 6 4 2 0
Cedro 5 4 1 0
Centenário 2 1 1 0
Distrito Industrial 4 3 1 0
Divinópolis 26 22 4 0
Indianópolis 63 54 6 3
Jardim Boa Vista 4 1 2 1
Jardim Panorama 6 5 0 1
Joao Mota 2 2 0 0
Jose Carlos de
Oliveira 4 2 2 0
Kennedy 11 4 7 0
Luiz Gonzaga 1 0 1 0
Maria Auxiliadora 3 0 3 0
Mauricio de Nassau 104 96 5 3
Nossa Senhora das
Dores 80 77 1 2
Nossa Senhora das
Graças 1 0 1 0
Nova Caruaru 2 0 1 1
Petrópolis 22 15 6 1
Pinheirópolis 4 3 1 0
Rendeiras 6 5 1 0
Riachão 3 3 0 0
Salgado 24 12 11 1
Santa Rosa 5 5 0 0
São Francisco 20 13 7 0
São Joao da
Escócia 3 0 3 0
Universitário 23 17 5 1
Vassoural 9 8 1 0
Fonte: O Autor (2021).
Nesta análise, nas localidades do Alto do Moura, Boa Vista, Caiucá, Cedro, Distrito Industrial, Divinópolis, Indianópolis, Jardim Panorama, João Mota, Maurício de Nassau, Nossa Senhora das Dores, Petrópolis, Pinheirópolis, Rendeiras, Riachão, Salgado, Santa Rosa, São Francisco, Universitário e Vassoural apresentaram mais acidentes em vias asfaltadas.
Já nos bairros Jardim Boa Vista, Kennedy, Luiz Gonzaga, Maria Auxiliadora, Nossa Senhora das Graças, Nova Caruaru e São João da Escócia ocorreram mais acidentes em vias pavimentadas com paralelepípedos.
Nos locais de acidentes no Andorinha, Centenário e José Carlos de Oliveira não houve predominância de um tipo de pavimento em relação ao outro.
Em 19 sinistros, não foi possível averiguar o revestimento do pavimento, este valor equivale a 5,15% do total.
A partir destas observações, afirma-se que os acidentes em vias asfaltadas correspondem a 77,32% do total de ocorrências, já nas vias com paralelepípedos, este percentual é de 17,53%.
4.2.4. Vítima - Bairro
O detalhamento destes acidentes está presente na Tabela 12:
Tabela 12: Descrição dos Acidentes com Vítimas por Bairros.
BAIRRO QTD.
ACIDENTES
QTD DE VÍTIMAS
QTD ACIDENTES S/
VÍTIMAS
QTD ACIDENTES C/
VÍTIMAS
QTD DE ACIDENTES S/
SABER O NÚMERO VÍTIMAS
Alto do Moura 3 0 3 0 0
Andorinha 5 2 3 2 0
Boa Vista 28 10 18 10 0
Caiucá 6 1 5 1 0
Cedro 5 1 3 1 1
Centenário 2 0 2 0 0
Distrito
Industrial 4 2 2 2 0
Divinópolis 26 4 21 4 1
Indianópolis 63 21 42 21 0
Jardim Boa
Vista 4 1 3 1 0
Jardim
Panorama 6 2 4 2 0
Joao Mota 2 0 2 0 0
Jose Carlos de
Oliveira 4 1 3 1 0
Kennedy 11 4 6 4 1
Luiz Gonzaga 1 0 1 0 0 Maria
Auxiliadora 3 1 2 1 0
Mauricio de
Nassau 104 31 72 31 1
Nossa Senhora das Dores
80 16 64 16 0
Nossa Senhora das Graças
1 0 1 0 0
Nova Caruaru 2 2 0 2 0
Petrópolis 22 5 16 5 1
Pinheirópolis 4 1 3 1 0
Rendeiras 6 1 5 1 0
Riachão 3 0 3 0 0
Salgado 24 7 17 7 0
Santa Rosa 5 2 3 2 0
São Francisco 20 4 15 4 1
São Joao da
Escócia 3 1 2 1 0
Universitário 23 6 17 6 0
Vassoural 9 1 8 1 0
Fonte: O Autor (2021).
Na Tabela 12, a coluna “BAIRRO” descreve as áreas de estudo que se relacionam com as variáveis:
• Quantidade de Acidentes.
• Quantidade de Vítimas.
• Quantidade de Acidentes sem Vítimas.
• Quantidade de Acidentes com Vítimas.
• Quantidade de Acidentes sem Saber o Número de Vítimas.
Destacam-se os bairros: Nova Caruaru (2 acidentes) e Distrito Industrial (4 acidentes), em que, respectivamente, 100% e 50% dos acidentes resultaram em vítimas. Logo após, com 40% dos acidentes com vítimas, aparecem Andorinha (5 acidentes) e Santa Rosa (5 acidentes). Já os bairros: Alto do Moura (3 acidentes), Centenário (2 acidentes), João Mota (2 acidentes), Luiz Gonzaga (1 acidente), Nossa Senhora das Graças (1 acidente) e Riachão (3 acidentes); não apresentaram vítimas.
Estes dez bairros, apresentam números percentuais extremos de acidentes com vítimas, mas eles possuem baixa incidência de sinistros, o que pode caracterizá-los como casos isolados. Para que haja esta conclusão, seria necessário investigar
estes BOAT´s a fundo e verificar in loco se existem causas que justifiquem estes altos índices, mas esta não é a finalidade deste estudo.
Ao verificar os números de: Maurício de Nassau (104 acidentes), Nossa Senhora das Dores (80 acidentes) e Indianópolis (63 acidentes); nota-se que eles apresentaram, respectivamente, 30%, 20% e 33% de acidentes com vítimas. As demais localidades apresentaram percentuais que variam entre 11% e 36% e frequência de até 28 acidentes.
4.2.5. Tipo de Acidente – Bairro
Para continuar o detalhamento (Tabela 13), foi necessário padronizar as respostas dos agentes de trânsito, pois as mesmas eram preenchidas com diversos termos técnicos. Com base na NBR 10697 da ABNT (2020), os acidentes de trânsito em Caruaru foram classificados em 8 tipos. Em cada classificação foi atribuído um código de identificação para simplificar a análise.
Tabela 13: Classificação dos Acidentes de Trânsito.
CÓDIGO DO ACIDENTE TIPO DE ACIDENTE
01 ATROPELAMENTO
02 CAPOTAMENTO
03 CHOQUE
04 COLISÃO
05 ENGAVETAMENTO
06 TOMBAMENTO
07 OUTROS
08 SEQUENCIA
Fonte: ABNT (2020) apud Autor (2021).
A partir das observações, chegou-se à Tabela 14:
Tabela 14: Relação dos Tipos de Acidentes por Bairros.
BAIRRO QTD. ACIDENTES 01 02 03 04 05 06 07 08
Alto do Moura 3 0 0 0 3 0 0 0 0
Andorinha 5 0 0 0 5 0 0 0 0
Boa Vista 28 1 0 0 27 0 0 0 0
Caiucá 6 0 0 0 6 0 0 0 0
Cedro 5 0 0 0 5 0 0 0 0
Centenário 2 0 0 1 1 0 0 0 0
Distrito Industrial 4 0 0 0 4 0 0 0 0
Divinópolis 26 0 0 1 25 0 0 0 0
Indianópolis 63 3 1 4 51 2 2 0 0
Jardim Boa Vista 4 0 0 0 4 0 0 0 0
Jardim Panorama 6 0 0 0 6 0 0 0 0
Joao Mota 2 0 0 0 2 0 0 0 0
Jose Carlos de Oliveira 4 0 0 0 4 0 0 0 0
Kennedy 11 0 0 0 11 0 0 0 0
Luiz Gonzaga 1 0 0 1 0 0 0 0 0
Maria Auxiliadora 3 0 0 0 3 0 0 0 0
Mauricio de Nassau 104 1 0 4 97 1 0 0 1
Nossa Senhora das Dores 80 3 0 2 71 0 0 3 0 Nossa Senhora das Graças 1 0 0 0 1 0 0 0 0
Nova Caruaru 2 0 0 0 2 0 0 0 0
Petrópolis 22 1 0 1 20 0 0 0 0
Pinheirópolis 4 0 0 0 4 0 0 0 0
Rendeiras 6 0 0 2 4 0 0 0 0
Riachão 3 0 0 0 3 0 0 0 0
Salgado 24 0 0 2 22 0 0 0 0
Santa Rosa 5 0 0 0 5 0 0 0 0
São Francisco 20 0 0 0 19 1 0 0 0
São Joao da Escócia 3 0 0 1 2 0 0 0 0
Universitário 23 0 0 1 21 0 0 0 0
Vassoural 9 0 0 3 6 0 0 0 0
Fonte: O Autor (2021).
A partir de uma análise criteriosa das características dos acidentes, percebe-se que as colisões são os sinistros mais frequentes. Os demais acidentes ocorrem com baixa frequência e em 15 bairros foi o único tipo de acidente. Observa-se também que o bairro Maurício de Nassau possui o maior número de acidentes, de vítimas que sofreram danos físicos e de colisões. Destacam-se também os bairros Nossa Senhora das Dores e Indianópolis com 80 e 63 acidentes, respectivamente e 71 e 51 colisões nesta ordem.
Nos dados em questão, existem divergências nas quantidades dos bairros Nossa Senhora das Dores e Universitário, foram registrados 80 e 23 acidentes, respectivamente, porém em cada um deste bairros, um acidente deixou de ser totalmente descrito no BOAT. Esta informação serve de complementação ao leitor, pois o acidente ocorreu, só não foi ser tipificado.
4.3. Decisão Multicritério