• Nenhum resultado encontrado

6.5.1.2 DÍVIDA CONSOLIDADA DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA INDIRETA

No documento Processo TCE-RJ Nº /22 (páginas 129-133)

A tabela a seguir evidencia a evolução da dívida consolidada, interna e externa, da Administração Direta e Indireta do Estado do Rio de Janeiro:

Tabela 57 - Demonstrativo da Dívida Fundada da Administração Direta e Indireta 2020/2021

Discriminação

Saldo Anterior Movimento do Exercício

Valor em Circulação Emissão Reajustamento Resgate Movimentação

do RRF I

142.198.704.297 0 -10.205.314.356 329.806.759 4.429.864.095 0 127.233.719.087 Dívida Fundada

Interna Administração Direta – RRF I

24.876.892.399 0 -2.459.158.717 158.501.990 8.753.715.001

(1) 2.113.474.932 28.899.471.761

130

186.013.094.001 2.618.764.281 -11.210.183.478 488.308.748 3.398.331.255

(1) 85.002.562 (2) 180.416.699.871

186.476.772.639 2.618.764.281 -11.209.551.616 504.910.400 3.398.331.255 85.002.562 180.653.422.363 (3)

Precatórios (4) 5.023.449.021 3.475.655.775

Total da Dívida

Consolidada 191.500.221.660 184.129.078.138

Fonte: Volume 20 – Demonstrativo da Dívida Fundada Interna e Externa e por Tipo de Administração (direta e indireta).

Nota (1): no montante de R$ 8.753.715.001 transferido ao RRF FASE-I, além do principal das dívidas interna (R$ 4.429.864.095) e externa (R$ 925.519.652), estão incluídos R$ 3.398.331.255 de juros não pagos em decorrência da LC nº 159/2017, os quais restaram evidenciados na movimentação consolidada.

Nota (2): no montante de R$ 2.198.477.494 transferido do RRF FASE-I ao RRF FASE-II, além do principal da dívida (R$ 2.113.474.932), estão incluídos R$ 85.002.562 de juros não pagos em decorrência da LC nº 159/2017, os quais restaram evidenciados na movimentação consolidada.

Nota (3): de acordo com a 11ª edição do Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF), o Regime Próprio de Previdência Social não deve ser considerado na Dívida Consolidada Líquida, razão pela qual o estoque do Rio Previdência, no valor de R$ 210.986.357, foi reduzido manualmente do saldo final da dívida fundada da administração indireta, conforme Nota Explicativa da Secretaria de Estado de Fazenda.

Nota (4): posteriores a 05.05.00 da administração direta e indireta em dez/20 e dez/21.

O total da Dívida Consolidada é representado pela soma da dívida fundada direta e indireta, sendo incluídos neste cálculo os precatórios posteriores a 05.05.2000. Com as reclassificações efetuadas por meio do PRF e da Lei Complementar Federal n.º 173/20 – lei de enfrentamento ao coronavírus – o total da dívida atingiu o montante de R$ 184,13 bilhões, apresentando no exercício de 2021 variação negativa de 3,85% em relação ao exercício de 2020, com redução, em termos absolutos, de R$ 7,37 bilhões.

O montante apurado guarda paridade com o valor informado no Anexo 2 – Demonstrativo da Dívida Consolidada Líquida do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Poder Executivo, referente ao 3º quadrimestre de 2021.

A diminuição da dívida, quando da comparação com o saldo de dezembro de 2020 e dezembro de 2021, deu-se fundamentalmente em razão da aplicação de decisão do STF prolatada nos autos da ACO 3.457 e pela observância dos artigos 1º-A e 4º-C da Lei Complementar Federal n.º 156, de 28.12.2016, alterada pela Lei Complementar Federal n.º 178, de 13.01.2021, conforme a seguir:

131 Art. 1º-A. Fica dispensada a aplicação de encargos moratórios contratuais para fins de apuração do saldo devedor consolidado em 1º de julho de 2016, nos termos do § 5º do art. 1º desta Lei Complementar.

Art. 4º-C. Fica a União impedida, até 31 de dezembro de 2021, de aplicar as penalidades decorrentes do descumprimento da limitação de despesas do § 1º do art. 4º desta Lei Complementar e de exigir a restituição prevista no § 2º do referido artigo.

Os supracitados artigos implicaram alterações no contrato da Lei Federal nº 9.496/97, sendo elas:

a) dispensa de aplicação de encargos moratórios, previamente incorporados à dívida em 2017, em função da renúncia das ações judiciais que discutiam a dívida com a União;

b) impeditivo de aplicações de penalidades por descumprimento do teto de gastos, o que permitiu o alongamento do contrato da Lei n.º 9.496/97 em 240 (duzentos e quarenta) meses.

Oportuno destacar que, diante da crise fiscal, as últimas 10 (dez) Leis de Diretrizes Orçamentárias aprovadas pelo Poder Legislativo autorizaram o Poder Executivo a não fixar diretrizes para a obtenção dos recursos suficientes para pagamento dos juros da dívida.

Além disso, nos últimos 3 (três) exercícios, contrariando o observado nos 6 (seis) exercícios anteriores, o resultado primário alcançado foi positivo. No entanto, o resultado positivo foi influenciado pelos efeitos da postergação do pagamento dos serviços da dívida proporcionados pelo Regime de Recuperação Fiscal e pela liminar concedida pelo STF no bojo da ACO 3.457.

Segundo projeções da Secretaria de Estado de Fazenda – Sefaz, ao se desconsiderar a possibilidade de adesão do Estado do Rio de Janeiro ao novo Regime de Recuperação Fiscal, no exercício de 2022, apenas as despesas com serviço da dívida somariam R$ 5,26 bilhões, o que representaria um aumento de 60,92% em relação à despesa realizada no exercício de 2021 (R$

3,27 bilhões) e atingiria o ápice no exercício de 2024, com estimativas de desembolso da ordem de R$ 7,19 bilhões.

O gráfico a seguir evidencia, segundo as regras em vigor, as projeções da Sefaz no tocante ao montante que seria necessário para que o Estado do Rio de Janeiro pudesse cumprir, em dia, os compromissos assumidos por gestões anteriores quanto ao pagamento do principal (amortização) e serviços da dívida (encargos da dívida) até o exercício de 2049:

132 Gráfico 8 - Cronograma de desembolsos com amortização e encargos da dívida consolidada

R$ mi

Fonte: Secretaria de Fazenda - Disponível em:<encurtador.com.br/fprvV>

Considerando as projeções acerca do vultoso dispêndio com encargos e amortização e as atuais dificuldades para manter o equilíbrio fiscal do Estado, o incremento nas despesas com serviço da dívida para os próximos exercícios demanda cautela. Isso porque a necessidade de geração contínua de grandes superávits primários poderá comprometer a capacidade de gastos nas demais áreas, como educação, saúde, assistência social e segurança pública, entre outras.

Deve-se levar em consideração que no exercício de 2021 o resultado primário sofreu o impacto de receitas extraordinárias provenientes da Concessão de Serviço Público de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, bem como do aumento considerável da arrecadação das receitas de Royalties e Participações Especiais, fatos esses que ocorreram de forma excepcional no exercício de 2021.

133 Por fim, o Estado do Rio de Janeiro publicou, no dia 21.02.2022, no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, o Plano de Recuperação Fiscal e a questão quanto à sua homologação encontra-se sob discussão no âmbito da ACO 3.45776.

II.6.5.1.3 DEMONSTRATIVO DA DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA E

No documento Processo TCE-RJ Nº /22 (páginas 129-133)