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1 INTRODUÇÃO

2.4 Modelo de Negócios

2.4.2 Definição de Modelo de Negócios

Entre os vários trabalhos na literatura da área existem muitas construções individuais sobre o conceito de Modelo de Negócios. Isto revela que a academia enfrenta o dilema da falta

de consenso para chegar a um acordo sobre este conceito, (MORRIS; SCHINDEHUTTE;

Nesta perspectiva, autores como MAGRETTA (2002) e CHESBROUGH E ROSENBLOOM (2002) afirmam que o conceito de Modelo de Negócios é ainda subdesenvolvido devido a que a literatura acadêmica sobre este tema é fragmentada, e as contribuições existentes foram desenvolvidas de acordo com o interesse de cada pesquisador.

Apesar das diferenças conceituais entre os pesquisadores, existem alguns temas emergentes, nomeadamente: (1) há um reconhecimento generalizado (implícito e explícito), que o conceito Modelo de Negócios é uma nova unidade de análise distinto do produto, empresa, indústria, ou de rede, que é centrada em uma empresa focal, mas seus limites são mais amplos do que os da empresa; (2) modelos de negócios enfatizam um nível de sistema e uma abordagem holística para explicar como as empresas "fazem negócios" e; (3) os modelos de negócios procuram explicar tanto a criação de valor e captura de valor.

Entre a grande variedade de definições na literatura acadêmica e na prática sobre o termo Modelo de Negócios, indica-se a seguir as mais relevantes:

TIMMERS (1998) define modelo de negócios como:

“Modelo de Negócios é uma arquitetura de produto ou serviço e do

fluxo de informações, incluindo uma descrição dos vários atores do negocio e seus papeis, uma descrição dos benefícios potenciais e das fontes de receita”.

Esta definição foi o primeiro conceito popular do termo Modelo de Negócios, surgido na década dos ’90. O autor é bastante explícito sobre os aspectos que um modelo de negócio deve conter em um contexto de negócios de e-commerce.

AMIT; ZOTT (2001) afirmam que:

"Um modelo de negócios mostra o conteúdo, estrutura e governança das transações projetadas de forma a criar valor através da exploração de oportunidades de negócio."

O modelo proposto pelos autores contém três elementos de design: conteúdo, estrutura e governança das transações. O "conteúdo de transação" descreve as informações e os bens que estão sendo trocados, bem como os recursos e as capacidades necessárias para permitir o intercâmbio. A "estrutura de transação" aborda a forma como os atores estão ligados uns com os outros durante a execução de transações. Além disso, são considerados a sequência de transações (ou seja, o processo de criação de valor) e o mecanismo de como o valor é criado. A "operação governança" lida com atores encarregados de monitorar e controlar os fluxos de informação, de mercadorias e de recursos. Esta definição de modelo de negócio é flexível o suficiente para ser aplicada a diferentes setores.

Por outro lado, desde uma perspectiva mais estratégica com destaque na visão das organizações, MAGRETTA (2002) define o modelo de negócios como:

"... As histórias que explicam como as empresas trabalham”. Esta definição acentua clientes potenciais e sua valorização bem como o modelo de receita de um negócio. Além disso, o modelo de negócios descreve a lógica econômica que mostra como entregar valor aos clientes a um custo adequado, ou seja, a forma como o valor é criado de forma eficiente.

Para MORRIS; SCHINDEHUTTE; ALLEN (2005):

" ... Um modelo de negócio é uma representação concisa de como

um conjunto inter-relacionado de variáveis de decisão nas áreas de estratégia de risco, arquitetura e economia são dirigidas a criar vantagem competitiva sustentável em mercados definidos".

Os autores avaliam a relação entre o modelo de negócios e estratégia, e argumentam que um bom modelo de negócios captura a lógica de núcleo e a estratégia dominante de um empreendimento.

Para OSTERWALDER; PIGNEUR (2005):

"Modelo de negócio é uma ferramenta conceitual que contém um grande conjunto de elementos e seus relacionamentos; permite expressar a lógica de negócios de uma empresa específica. Ou seja, é uma descrição do valor que uma empresa oferece a um ou vários segmentos de clientes, e descreve também a arquitetura da empresa e sua rede de parceiros para a criação, comercialização e distribuição deste valor para gerar fluxos de receita rentáveis e sustentáveis".

De acordo com OSTERWALDER; PIGNEUR (2005), o domínio de pesquisa de modelo de negócios ainda está em sua fase embrionária. A principal contribuição dos autores está na criação de novos conceitos e ferramentas que podem ajudar os gestores com a captura, a compreensão, comunicação, design, análise e mudança da lógica de negócios.

CHESBROUGH (2007) argumenta que:

"... O modelo de negócio é a lógica heurística que liga o potencial

técnico com a realização do valor econômico".

Os autores vão além da criação de valor, levando em consideração aspectos organizacionais. Com base nas varias definições encontradas na literatura, para o propósito desta investigação, define-se Modelo de Negócios como a lógica da organização, i.e. a maneira

como ela opera e como ela cria valor para os seus stakeholders.

Um ponto importante a se destacar do trabalho de (LINDER; CANTRELL, 2000) é as três perspectivas diferentes que os autores identificaram quanto ao uso do termo “Modelo de Negócios”. Os autores assinalam que quando se fala de “Modelo de Negócios” este termo pode estar sendo usado para se referir a três tipos diferentes de coisas: Componentes de modelos de negócios, modelos de negócios reais de operação, e o que nós chamamos de modelos de mudança.

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