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4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Apresentação e análise dos resultados

4.1.1 Resultados de propriedades no estado fresco

4.1.1.2 Densidade de massa

Os resultados de densidade de massa média no estado fresco das argamassas fabricadas estão apresentados na Figura 24 e os resultados individuais em detalhe estão apresentados no Apêndice B.

Figura 24 – Densidade de massa média no estado fresco

Fonte: Elaborada pela autora.

Verifica-se na Figura 24 que os resultados de todas as argamassas produzidas com areia de britagem apresentaram valores de densidade de massa maiores do que a produzida com areia natural, exceto a argamassa com a incorporação de 75% e 100% de areia de britagem G.

- Análise estatística

A Tabela 24 apresenta a significância obtida das análises de variância da densidade de massa nas argamassas produzidas com a incorporação das areias britadas A, D e G. As tabelas de análises de variância encontram-se no Apêndice B.

Tabela 24 – Análise de variância da densidade de massa das argamassas

Fator Análise de significância

Areia A Areia D Areia G

% areia de britagem S S S

Fonte: Elaborada pela autora.

Legenda: S – Significativo; NS – Não significativo.

1855 1875 1895 1915 1935 1955 1975 1995 0% 25% 50% 75% 100% Densid ade d e mas sa (Kg /m³ ) Teor de substituição

Nota-se na Tabela 24 que a utilização das areias de britagem A, D e G interfere significativamente na densidade de massa no estado fresco das argamassas confeccionadas. Esses resultados estão em conformidade com os resultados obtidos por Pandolfo et al. (2005), Tristão et al. (2005), Silva (2006), Sampaio e Bastos (2009), Guacelli (2010), Freitas (2010), Rosa (2013) que afirmam que o acréscimo de densidade de massa se deve à massa específica do agregado miúdo. Este fato pode ser explicado devido as areias de britagem A e D apresentarem maiores valores de massa específica, 2670 kg/m³ e 2520 kg/m³ respectivamente, do que a areia natural, 2506 kg/m³.

As argamassas com a incorporação de areia G obtiveram menores valores de densidade de massa em relação à argamassa de referência à medida que aumentava o seu teor de substituição. Essa ocorrência é devido o agregado miúdo de britagem G apresentar menor valor de massa específica, 2434 kg/m³, do que a areia natural, 2506 kg/m³.

Silva (2014) também comprovou em sua pesquisa que a diminuição significativa da densidade de massa tanto no estado fresco como no estado endurecido estava relacionada com o aumento do teor de substituição de areia natural por agregados de resíduos plásticos, pois estes agregados apresentaram menores valores de massa específica do que a areia natural.

Pandolfo et al. (2005), Tristão et al. (2005), Silva (2006), Sampaio e Bastos (2009), Guacelli (2010), Freitas (2010), Rosa (2013) ainda dizem que esta situação pode ser explicada devido às areias britadas possuírem maiores percentuais de microfinos do que a areia natural, pois os finos ocupam os vazios entre os grãos de areia, aumentando assim a compacidade das argamassas com incorporação de areia de britagem. Arnold (2011) verificou em seu estudo que o aumento da densidade de massa está relacionado com a adição de fíler o que contribui para um melhor empacotamento das partículas.

Conforme a ABNT NBR 13281:2005, a faixa de classificação das argamassas de referência e das com areias de britagem A, D e G segundo a densidade de massa no estado fresco foi a D5.

4.1.1.3 Teor de ar incorporado

A Figura 25 apresenta os resultados de teor de ar incorporado das argamassas com as areias britadas A, D e G. No Apêndice C estão apresentados os resultados brutos desse ensaio.

Figura 25 – Teor de ar incorporado das argamassas

Fonte: Elaborada pela autora.

Ao analisar a Figura 25 nota-se que todas as argamassas confeccionadas com a areia de britagem obtiveram valores menores de ar incorporado do que a argamassa com 100% de areia natural, exceto a argamassa com 100% de areia britada G que obteve valor similar ao da argamassa de referência. As argamassas com areias britadas A e G obtiveram um acréscimo nos valores de teor de ar incorporado à medida que se aumenta o teor de substituição de areia natural por essas areias. Já as argamassas com a utilização de areia de britagem D apresentaram um decréscimo nos valores de teor de ar incorporado à medida que se aumenta o teor de substituição de areia natural por essa areia. Dessas argamassas, as com inclusão de areia britada G foram as que obtiveram maiores valores de teor de ar incorporado.

- Análise estatística

A Tabela 25 apresenta a significância obtida das análises de variâncias do teor de ar incorporado nas argamassas produzidas com as areias de britagem A, D e G, tais análises se encontram no Apêndice C.

5,4 5,8 6,2 6,6 7,0 7,4 7,8 8,2 8,6 0% 25% 50% 75% 100% T eor de a r inco rp o rado (% ) Teor de substituição (%)

Tabela 25 – Análise de variância do teor de ar incorporado das argamassas

Fator Análise de significância

Areia A Areia D Areia G

% areia de britagem NS S NS

Fonte: Elaborada pela autora.

Legenda: S – Significativo; NS – Não significativo.

Percebe-se na Tabela 25 que a incorporação de areia de britagem A e G não afeta significativamente no teor de ar incorporado nas argamassas confeccionadas ao contrário das argamassas com areia britada D.

Pandolfo et al. (2005), Tristão et al. (2005), Silva (2006), Sampaio e Bastos (2009), Guacelli (2010), Freitas (2010) consideram que essa ocorrência é devido ao maior teor de material pulverulento existentes nas areias de britagem em relação ao da areia natural. Outro fator que pode ser considerado é a utilização da cal em argamassas de revestimento, pois esse material diminui os teores de ar incorporados (ROSA, 2013).

Os baixos valores de teores de ar incorporado constatados nas argamassas produzidas com areias britadas A e D são devido aos elevados valores de densidade de massa no estado fresco encontrados nessas areias. Já as argamassas com areia de britagem G apresentaram maiores valores de teores de ar incorporado devido aos seus menores valores de densidade de massa no estado fresco. Isso também foi comprovado por Silva (2006), Arnold e Kazmierczak (2009) e Guacelli (2010) em seus estudos.

Outro fator que explica esses resultados é destacado por Silva (2006) ao afirmar que o teor de ar incorporado é inversamente proporcional ao teor de água. As argamassas com areia de britagem G obtiveram maiores valores de ar incorporado e menores consumo de água enquanto as com areia britada A obtiveram menores valores de ar incorporado e maiores teores de água.

4.1.1.4 Retenção de água

Os resultados obtidos da capacidade de retenção de água nas argamassas produzidas com as areias de britagem A, D e G estão apresentados na Figura 26. Os resultados brutos desse ensaio estão apresentados no Apêndice D.

Figura 26 – Valores médios obtidos do ensaio de retenção de água

Fonte: Elaborada pela autora.

Observa-se na Figura 26 que as argamassas formuladas com areia de britagem apresentaram valores de retenção de água elevados embora sejam menores que o valor da argamassa com areia natural. A argamassa com a incorporação de 100% de areia de britagem G foi a que obteve maior proximidade com o valor de retenção de água da argamassa de referência.

- Análise estatística

A Tabela 26 apresenta a significância retirada das análises de variância de retenção de água nas argamassas produzidas com as areias de britagem A, D e G. As tabelas de análises de variância estão apresentadas no Apêndice D.

Tabela 26 – Significância de retenção de água das argamassas

Fator Significância

Areia A Areia D Areia G

% areia de britagem NS NS NS

Fonte: Elaborada pela autora.

Legenda: S – Significativo; NS – Não significativo.

Observa-se na Tabela 26 que o uso de areia de britagem A, D e G não é considerado significativo na retenção de água das argamassas confeccionadas. Rosa (2013) afirma que os valores elevados de retenção de água é um fator positivo para explicar a boa plasticidade da mistura e redução de fissuras já que a mistura não perderá água abruptamente para o meio. Para Alves (2005), a retenção de água está relacionada com os materiais que apresentam uma área de superfície específica elevada e uma maior superfície molhada, sendo estes responsáveis por

91 92 93 94 95 96 0% 25% 50% 75% 100% Ret enção d e águ a (% ) Teor de substituição (%)

gerar um aumento de tensão superficial, o qual tende a manter a água absorvida pelas partículas.

Segundo Guimarães (2002), Morales e Tristão (2011), Mattana (2013) e Rosa (2013), a utilização da cal hidratada CH-I é a grande responsável por elevados valores de retenção de água, pois a utilização desse material, que também foi utilizado nesse estudo, traz benefícios como o aumento da resistência à penetração de água favorecendo a trabalhabilidade da argamassa, bons resultados de resistência à compressão e a tração além de aumento da compacidade da argamassa.

As argamassas com areia de britagem foram classificadas quanto ao requisito de retenção de água como classe U5 e a de referência como a U6 segundo determinações da ABNT NBR 13281:2005.

4.1.2 Resultados de propriedades no estado endurecido

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