• Nenhum resultado encontrado

O povoamento estudado possui área de 43,579 hectares em um plantio misto de Pinus taeda e Pinus elliottii, com 16 anos de idade no momento da coleta dos dados. Inicialmente foram plantadas 1.111 árvores por hectare (espaçamento 3 m x 3 m) e realizados desbaste aos 9 e aos 12 anos, restando em média, no momento da medição, 444 árvores por hectare.

5.2.1 Censo ou Inventário a 100%

O censo ou enumeração total é a abordagem de 100% dos indivíduos da população.

Com a medição de todos os indivíduos, obse os valores reais da população, ou seja, têm-se os têm-seus parâmetros (PÉLLICO NETTO; BRENA, 1997). Assim, foi realizado o censo na área total do povoamento (43,579 ha), onde foram medidos os diâmetros a 1,3 m do solo (d) e alturas totais (h) de todas as árvores encontradas no povoamento, além das mesmas serem classificadas de acordo com códigos de qualidade listado na TABELA 1.

O diâmetro a 1,30 m do solo (d) das árvores foi medido com suta, tomando sempre duas medidas perpendiculares no tronco. A altura total das árvores foi medida com hipsômetro Vertex IV. Os procedimentos de medição foram realizados seguindo as recomendações presentes na literatura de forma a obter medições com um mínimo de erros.

TABELA 1 - CÓDIGOS DE QUALIDADE PARA CLASSIFICAÇÃO DAS ÁRVORES MEDIDAS NO CENSO

Código Descrição

1 Morta

2 Quebrada

3 Bifurcação abaixo de 1,30 m

4 Bifurcação acima de 1,30 m

5 Ataque de roedores

6 Ataque de macacos

7 Torta

8 Tronco danificado

5.2.2 Inventário por amostragem

Após o censo foram realizados inventários por amostragem na população. O método empregado foi o de área fixa, com parcelas de 600 m² de área. Foram instaladas parcelas circulares (raio de 13,82 m) e retangulares (20 m x 30 m). Em cada parcela foram medidos todos os diâmetros (d) e a altura total (h) das 10 primeiras árvores mais a altura das árvores dominantes. A definição das árvores dominantes foi de acordo com o conceito proposto por Assmann, selecionando-se, portanto, as 6 árvores de maiores diâmetros por parcela.

A definição do tamanho da parcela foi em função da metodologia já empregada pela empresa REMASA em seus inventários. Considerando também que parcelas de 600 m² representam um tamanho adequado para representar a variação do povoamento, sendo uma área maior da que normalmente tem-se utilizado em povoamentos florestais.

Os procedimentos de instalação das parcelas foram padronizados como demostrado na FIGURA 1. As parcelas circulares e retangulares foram instaladas sobrepostas, considerado um ponto central como referência, as coordenadas deste ponto foram definidas em laboratório, conforme o processo de amostragem empregado.

FIGURA 1 – ESQUEMA DEMOSTRANDO A INSTALAÇÃO DAS PARCELAS CIRCULARES E RETANGULARES

20 m

13,82 m

30 m

A instalação das parcelas não levou em consideração a distribuição do espaçamento do local e sim o padrão mencionado. Optou-se por esta metodologia devido à grande irregularidade de espaçamento apresentada pelo povoamento (FIGURA 2), considerando que os desbastes realizados na área ocorreram de forma muito irregular, sendo encontradas áreas mais adensadas e outras bem espaçadas onde não era possível a identificação do espaçamento.

Outro fator considerado foi a topografia acidentada onde se encontrava o povoamento, fato que certamente influenciou na sua implantação, resultando em linhas de plantio irregulares.

FIGURA 2 – PARCELA INSTALADA EM LOCAL MENOS ADENSADO (A); PARCELA INSTALADA EM LOCAL MAIS ADENSADO (B)

A B

Os processos de amostragem utilizados foram o aleatório e o sistemático. A localização de cada unidade amostral, segundo o processo de amostragem, foi definida em laboratório com base no mapa do povoamento. As coordenadas geográficas do centro das parcelas foram utilizadas para sua localização em campo.

Foram implementadas 3 intensidades amostrais ou frações amostrais para cada processo de amostragem. A intensidade amostral representa a parte da população que irá compor a amostra e sua determinação ótima depende das características do povoamento e do limite de erro amostral estabelecido para o inventário. Em geral, em áreas extensas a fração de amostragem raramente ultrapassa 2% da população. Todavia, em áreas menores, esse percentual pode ser maior. Levando em consideração estas observações, foram avaliadas as frações amostrais de 5%, 2% e 1% para compor a amostra do inventário, resultando, respectivamente, em 37, 15 e 8 parcelas medidas. A distribuição das unidades amostrais, para o processo de amostragem aleatório e sistemático, está representada na FIGURA 3.

FIGURA 3 - DISTRIBUIÇÃO ALEATÓRIA (A) E SISTEMÁTICA (B) DAS PARCELAS AMOSTRADAS NO POVOAMENTO PARA AS FRAÇÕES AMOSTRAIS DE 5%, 2% E 1%

A B

Para a amostragem aleatória foram empregadas as 3 intensidades amostrais ou frações de amostragem (PÉLLICO NETTO e BRENA, 1997), avaliadas utilizando apenas unidades amostrais circulares de 600 m², que resultaram em 3 configurações de inventário:

AC5 - processo aleatório, unidade amostral circular, fração amostral de 5%;

AC2 - processo aleatório, unidade amostral circular, fração amostral de 2%;

AC1 - processo aleatório, unidade amostral circular, fração amostral de 1%.

Para a amostragem sistemática foram empregadas as 3 frações amostrais avaliadas além de parcelas circulares e retangulares de 600 m², resultando em 6 configurações de inventário:

SR5 - processo sistemático, unidade amostral retangular, fração amostral de 5%;

SR2 - processo sistemático, unidade amostral retangular, fração amostral de 2%;

SR1 - processo sistemático, unidade amostral retangular, fração amostral de 1%;

SC5 - processo sistemático, unidade amostral circular, fração amostral de 5%;

SC2 - processo sistemático, unidade amostral circular, fração amostral de 2%;

SC1 - processo sistemático, unidade amostral circular, fração amostral de 1%.

5.2.3 Agrupamento em classes de diâmetro e cubagem

Com base no inventário a 100%, foram determinadas 9 classes de diâmetros para a população. A amplitude das classes foi de 5 cm, definidas com base no diâmetro médio (𝑑̅) e no desvio padrão (s) do povoamento, conforme descrito por Machado e Figueiredo Filho (2006). A partir desse método consegue-se amostrar 99,99% da amplitude diamétrica do povoamento com distribuição normal, assim, para a abrangência de toda a variação diamétrica da população sob análise, as classes foram definidas como descrito na TABELA 2.

TABELA 2 – CÁLCULO DOS LIMITES DAS CLASSES DIAMÉTRICAS DA POPULAÇÃO Classe de d (cm) Limites das classes

Centro de classe

Inferior Superior

1 𝑑̅ - 4,5s 𝑑̅ - 3,5s 𝑑̅ - 4s

2 𝑑̅ - 3,5s 𝑑̅ - 2,5s 𝑑̅ - 3s

3 𝑑̅ - 2,5s 𝑑̅ - 1,5s 𝑑̅ - 2s

4 𝑑̅ - 1,5s 𝑑̅ - 0,5s 𝑑̅ - 1s

5 𝑑̅ - 0,5s 𝑑̅+ 0,5s 𝑑̅

6 𝑑̅+ 0,5s 𝑑̅ + 1,5s 𝑑̅ + 1s

7 𝑑̅ + 1,5s 𝑑̅ + 2,5s 𝑑̅ + 2s

8 𝑑̅ + 2,5s 𝑑̅ + 3,5s 𝑑̅ + 3s

9 𝑑̅ + 3,5s 𝑑̅ + 4,5s 𝑑̅ + 4s

A definição do número de árvores para cubagem teve como base as classes de diâmetro definidas pelo censo, assim foram cubadas 102 árvores distribuídas em todo o povoamento e abrangendo todas as classes de d presentes na população. O número de árvores em cada classe foi proporcional a frequência de árvores observada em cada uma (TABELA 3). O volume das árvores cubadas foi calculado pela fórmula de Smalian, medindo-se diâmetros nas alturas absolutas de 0,1 e 1,30 m e nas alturas relativas a 10%, 15%, 25%, 35%, ..., 95% da altura total.

TABELA 3 - NÚMERO DE ÁRVORES AMOSTRADAS NAS CLASSES DE DIÂMETRO DO POVOAMENTO

Classe de d (cm) N° de Árvores

12 |– 17 6

17 |– 22 11

22 |– 27 14

27 |– 32 16

32 |– 37 16

37 |– 42 14

42 |– 47 14

47 |– 52 7

52 |– 57 4

Total 102

5.3 CARACTERÍSTICAS DO POVOAMENTO