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COM DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE LESÃO DOS NERVOS PERIFÉRICOS EM MEMBROS INFERIORES: RELATO DE CASO

Rodrigo Jonas de Souza1, Ana Tereza Gonçales Nicolosi Soares2, Marcelo Renato Guerino3

Resumo Órteses são equipamentos não invasivos aplicados externamente ao corpo humano, utilizadas no tratamento de pessoas com lesões, problemas congênitos, processo de envelhecimento e também destinado a pacientes com déficit neurológico, visando corrigir padrões inadequados de membros e a prevenção de irregularidades de partes do corpo. O objetivo do presente estudo consiste em analisar o efeito da utilização de uma órtese dinâmica de tornozelo desenvolvida para realização e a manutenção da dorsiflexão de pé, associada ao tratamento fisioterapêutico, em um paciente com diagnóstico clínico de lesão dos nervos Tibial D e Fibular comum D, e apresentando hipoestesia nos dermátomos correspondentes as áreas dos nervos Tibial D e Fibular comum D.

Para isso foi utilizado como forma de avaliação a prova de função muscular, a goniometria e a medida de circunferência pela perimetria. O tratamento foi realizado com sessões de fisioterapia, com duração média de 01(uma) hora, totalizando 40 (quarenta) sessões e orientações para o uso diário por no mínimo 08 (oito) horas de uma órtese desenvolvida para dorsiflexão de pé. Ao final das 40 (quarenta) sessões, foi possível observar grande evolução no quadro do paciente, pois com o tratamento fisioterapêutico conseguiu-se aquisição de força muscular em todo MID, ganho de ADM em quadril, joelho e tornozelo D e com o auxílio da órtese desenvolvida conseguiu-se a manutenção da ADM do tornozelo adquirida com o tratamento.

Palavras Chave: Fisioterapia. Órtese. Lesão de nervos periféricos. Utilização de órtese em Membros Inferiores.

Abstract Fibularis communis D and presenting hypoesthesia in dermatomes corresponding areas Tibialis nervus D and D.

Fibular communis. For that, was used as an assessment tool to test muscle function, joint motion, and measure the circumference perimetry. The patient was treated with physiotherapy sessions, lasting an average of 01 (one) hour, totaling forty (40) sessions and guidance for daily use for at least eight (08) hours of a stent developed for dorsiflexion of the foot. At the end of forty (40) sessions, we observed significant evolution in the context of the patient, as with physical therapy, we were able to acquire muscle strength throughout MID, ADM gain in hip, knee and ankle D and with the assistance of stent developed able to maintain ADM ankle acquired with treatment.

Keywords: Physiotherapy. Bracing. Injury to peripheral nerves. Use of orthoses in lower limbs.

1 Acadêmico do 8º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos – FAESO – Ourinhos/SP - rodrigojonassouza@gmail.com

2 Docente/Supervisora de Estágio na área de neurologia adulto e infantil da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos – FAESO – Ourinhos/SP - ana.tereza@faeso.edu.br

3 Docente/Pesquisador da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Marília/SP, Docente da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos – FAESO – Ourinhos/SP, Avaliador INEP/MEC - marceloguerino@hotmail.com

1 – INTRODUÇÃO

A lesão nervosa periférica altera as funções musculares, pois interrompem a comunicação neuromuscular e leva a fenômenos degenerativos que comprometem definitivamente a sua funcionalidade (POSSAMAI, SIEPKO, ANDRÉ, 2010)

O nervo tibial passa pela fossa poplítea, aprofundando os músculos Gastrocnêmico e Sóleo. Devido a esta posição profunda e protegida, este nervo dificilmente é lesado, mas quando isto ocorre resulta em complicações motoras, pois os músculos na região posterior da perna e na face plantar são paralisados, assim os músculos opostos realizam a dorsiflexão na articulação talocrural e evertem o pé nas articulações subtalar e transversa do tarso, causando ainda perda da sensibilidade na face plantar (MOORE, 2001).

Uma lesão completa do nervo fibular comum segundo Ferreira (2001) gera uma paralisia da dorsiflexão, eversão de pé e extensão dos dedos, resultando no pé caído ou pé eqüino, com a marcha característica em elevação forçada do joelho, a fim de evitar que a ponta do pé bata no solo. Existe ainda perda da sensibilidade abaixo dos lados anterior e lateral da perna e do dorso do pé e dedos, incluindo o lado medial do hálux.

A constante posição do pé em flexão plantar (pé caído) pode ocasionar uma contratura de cadeia muscular em face posterior do MI lesionado, visto que um individuo com controle neuromuscular normal ao realizar atividade de vida diária, os tecidos moles (músculo, tecido conectivo e pele) e articulações alongam-se e encurtam–se continuamente, porém, a mobilidade ou flexibilidade é mantida. Se por qualquer motivo a movimentação normal de alguma parte do corpo fica limitada, ocorre o encurtamento adaptivo (retração) dos tecidos moles e articulações. Se permanecer a imobilidade por um determinado tempo, ele perde sua flexibilidade assumindo a posição encurtada na qual foi mantido causando perda da ADM (amplitude de movimento), que pode ser tratado com exercícios de alongamentos ativos e passivos, restaurando a flexibilidade (KISNER, COUBY, 1998).

A fisioterapia tem a finalidade de tratar o paciente em todas as fases da reabilitação, principalmente para evitar possíveis comprometimentos secundários, tais como melhorar a mobilidade funcional do paciente, ganho de controle motor, força, resistência física e equilíbrio (UMPHRED, 2004).

Com o tratamento fisioterapêutico é possível reduzir ou eliminar a limitação funcional e a deficiência, melhorando a qualidade de vida, através de exercícios de treinamento sistemático e planejado de movimentos corporais, posturais ou atividades físicas com o objetivo de proporcionar aos pacientes os meios de tratar ou prevenir

comprometimentos físicos, evitando ou reduzindo fatores de risco relacionados à saúde, aprimorar o estado de saúde geral, o preparo físico ou sensação de bem-estar (UMPHRED, 2004).

Reduzir as alterações anatomo-histo-fisiológicas por consequência de atrofia muscular é um dos grandes desafios dos fisioterapeutas, os quais buscam constantemente métodos alternativos durante o processo de reabilitação física (WAGATSUMA, FIJIMOTO, YAMADA, 2002).

Pesquisas salientam que o uso de órteses no auxílio ao tratamento fisioterapêutico de disfunções neurológicas tem obtido aumento significativo, devido às mesmas estarem sujeitas ao desenvolvimento de deformidades acarretando limitações funcionais por apresentarem padrões patológicos e movimentos articulares anormais devido à presença do controle motor anormal (AGUIAR; RODRIGUES, 2004).

Órteses são equipamentos não invasivos aplicados externamente ao corpo humano, utilizadas no tratamento de pessoas com lesões nervosas, problemas congênitos, processo de envelhecimento e também destinado a pacientes com déficit neurológico, seus modelos podem variar de simples a complexos, estáticas e dinâmicas, podendo ser moldadas no paciente (sob medida) ou pré-fabricadas (RODRIGUES, et al., 2007).

As órteses estáticas impedem o movimento e proporcionam o repouso articular (FRANCISCO, 2004). Já as órteses dinâmicas ou órteses cinéticas como também são conhecidas, empregam segundo Umphred (2004) mecanismos tipo mola que aplicam tração por tempo prolongado para ganhar amplitude de movimento (ADM), realizando o movimento passivamente, com o objetivo de alongar os tecidos moles para restaurar o arco de movimento articular (tecido cicatricial, retrações tendíneas), substituir força muscular ausente ou fraca, na busca de sempre manter o equilíbrio muscular.

Este equipamento terapêutico se destaca devido à especificidade de cada indivíduo, assim este equipamento poderá ter objetivos diversos, como estabilizar ou imobilizar, impedir ou corrigir deformidades, proteger contra lesão, substituir ou aumentar uma função de maneira que se promova uma melhora na qualidade de vida (TROMBLY, 2005; FESS, 2002).

Ao proceder à elaboração de uma prescrição de órtese, é necessário definir os segmentos anatômicos envolvidos, realizar a descrição do controle biomecânico desejado e indicar o tipo de material a ser utilizado, é importante atentar durante a avaliação do paciente

o déficit funcional, a integridade neuromuscular, a força muscular, presença de contratura articular e o prognóstico da doença (CARVALHO, 2011).

O objetivo do presente estudo consiste em analisar o efeito da utilização de uma órtese dinâmica de tornozelo desenvolvida para realização de dorsiflexão de pé, associada ao tratamento fisioterapêutico em um caso de paciente com diagnóstico clínico de lesão dos nervos Tibial D e Fibular comum D, com discrepância e alterações das circunferências entre os membros inferiores, provavelmente devido ao mecanismo da fratura do fêmur, bem como os resultados obtidos e o foco na progressão do paciente submetido ao tratamento com o auxílio de um produto de baixo custo, funcionalidade, dimensão e peso reduzido, para compensar a ação da gravidade e proporcionar posicionamento adequado.

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