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No presente capítulo, faz-se referência e ligação entre os resultados obtidos através da apresentação dos resultados e a fundamentação teórica consultada para a elaboração deste trabalho.

2- Discussão dos Resultados

Inicialmente pode-se mencionar, que as conclusões deste trabalho de investigação, bem como os seus potenciais contributos e limitações, baseiam- se na revisão da literatura e dos resultados obtidos a partir do questionário apresentados aos vários grupos focais sobre a prática desportiva dos adolescentes.

Em relação aos resultados observados no estudo, qualitativo, optou-se por apresentar apenas os aspectos mais salientes, tendo em conta os objectivos enunciados e a sua relevância para a compreensão da prática desportiva dos adolescentes.

Em conformidade com os resultados, a partir do estudo quantitativo realizado, mediante a aplicação dos questionários, pode-se observar que 56,5% dos indivíduos que constituem a amostra, afirmavam adorar realizar prática desportiva e que 72,6 %, ou seja a maioria da amostra mencionou praticar actividade física fora do horário escolar.

O que vai ao encontro do referido por Devis (2000), que menciona que dificilmente, as pessoas poderão levar uma vida plena sem a oportunidade de algum exercício e interacção com o mundo. A actividade corporal faz parte das necessidades fundamentais do indivíduo.

Não se evidenciaram diferenças, entre os géneros no que se refere aos comportamentos activos e ao gosto por praticar actividades desportivas.

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Segundo Hoefer, Mckenzie, Sallis,(2001 ref. por Mota & Sallis, 2002), a escolha de actividades físicas estruturadas e competitivas, está mais dependente da condição socioeconómica da família.

Através da análise dos resultados, pode-se verificar que a categoria mais representada com 23,8% foi a 4 (6º ano/ motoristas, cozinheiros, etc) para os pais, e a categoria 2 (Bacharelato/12ºano) foi a mais referida (29,1%) para as mães. Ou seja, a condição socioeconómica que parece prevalecer é a média.

No que diz respeito as actividades desportivas praticadas pela amostra, conclui-se que estas são principalmente o ciclismo, o futebol, o basquetebol, o ténis, a natação, o gira-volei, o futsal, o voleibol, o tag-rugby, a dança, o ping- pong, a escalada, ginásio, atletismo e pauliteiros. Quase todas as actividades físicas estruturadas e competitivas, embora pela análise dos resultados se verifique, com maior relevância, que a escolha desse tipo de actividade está mais relacionada com a disponibilidade de meios e condições oferecidas, do que propriamente a condição socioeconómica dos pais.

Relativamente aos factores que influenciam a prática da actividade física, de um modo geral, verifica-se que um dos factores mais relevante é gostar muito de actividade física com 42 % da amostra, seguida pela razão para divertir e ocupar tempo livre com 16% de respostas, seguida de perto com 14% das respostas para manter a forma física.

Na realidade é importante mencionar, que a actividade física não é mais do que um padrão de comportamento, que influência estilos de vida e modos de estar que incrementados, no quotidiano propiciam uma vida mais saudável e com mais qualidade. Por este motivo e conforme menciona o autor Biddle (1986,ref.por Corbin, 1987), manter as crianças motivadas para a actividade física e desportiva é a chave da sua continuidade na área.

Em relação aos obstáculos, que mais limitavam a adesão à prática, os grupos consideraram que estas se situavam ao nível do próprio adolescente, dos pais

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e das actividades. No que se refere aos obstáculos criados pelos pais, a amostra aponta como principal motivo, os meus pais não me podem levar lá; no que se refere aos próprios adolescentes o motivo mais apontado é a falta de tempo e no que se refere as actividades a falta de conhecimento de sítios, onde possam praticar as actividades torna-se o principal motivo. Ou seja, pode- se concluir que os principais obstáculos devem-se a dificuldades no acesso a espaços e/ou instalações desportivas.

Os resultados dos questionários da amostra deste trabalho, vão de encontro ao estudo realizado por Pires (1993), onde se pode concluir que os três motivos principais que influenciam as pessoas a praticar desporto são, o desejo de exercício físico, para o divertimento, para ocupar os tempos livres e para proporcionar bem-estar. Por sua vez, os motivos que levam as pessoas a não praticar desporto são essencialmente, a falta de tempo livre, o desinteresse pela prática desportiva, a idade, a saúde e a ausência de instalações apropriadas.

Relativamente a relação existente entre os clubes e a escola, foi classificada pela maioria como muito boa, e no que refere a relação dos clubes com a câmara e com a junta de freguesia de bastante boa. Na relação dos clubes, com a autarquia no domínio do desporto, quer a nível da competição como a nível de lazer e ocupação de tempos livres, pode-se concluir que a maioria dos inquiridos classificou como sendo muito boa.

No que diz respeito a relação dos clubes com a escola, a nível de competição a maioria da amostra quantificou a relação como sendo suficiente, já em relação ao lazer e ocupação dos tempos livres como muito boa.

Bento (1998), afirma que um plano de ordenamento global da cidade, terá que incluir o desporto numa reflexão moderada por preocupações de saúde, de qualidade de vida e de humanização. A necessidade fundamental de movimento não deve ser depreciada, portanto as autarquias não podem deixar de integrar nas cidades espaços de exercitação lúdica e corporal.

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Segundo o mesmo autor, a frequência da prática desportiva depende, entre outros factores, do tempo despendido na deslocação para uma instalação desportiva. E torna-se natural que não seja procurada, quando a duração da permanência na actividade física for inferior ao tempo despendido, no trajecto para a realização do mesmo.

Em termos globais, pode-se considerar que este estudo pode contribuir para um maior conhecimento sobre a prática desportiva nos adolescentes, uma vez que identifica factores que podem modificar as circunstâncias actuais. Assim, o proporcionar da prática desportiva em conjunto com os amigos, e o disponibilizar equipamentos desportivos constituem factores determinantes para aumentar a prática da actividade física e, consequente diminuição do sedentarismo.

Penso que as escolas e o sistema educativo, em particular, terão um papel determinante se valorizarem estes factores e iniciarem, de forma sistemática, a prática da actividade física em níveis de escolaridade inferiores aos níveis estudados, na presente investigação. Acreditamos que os professores de Educação Física são os agentes que reúnem as melhores condições para introduzir alterações e dinamizar um processo de mudança conducente ao aumento da prática desportiva, à diminuição do sedentarismo e, em consequência, a melhorias significativas nas condições gerais de saúde dos adolescentes.

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CAPÍTULO

VI

CONCLUSÕES

E

PROPOSTAS

DE

INVESTIGAÇÃO

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