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Doc 1 – A sociedade do século

A. O estilo de vida da burguesia

Uma boa parte da riqueza acumulada ao longo do século XIX destinou-se a transformar, em todas as dimensões, as condições e hábitos materiais (…). Viver como um burguês era rodear-se de uma habitação confortável no mobiliário, no serviço e, inclusivamente, no espaço urbano (…). No interior das suas casas, o mobiliário, as utilidades domésticas e demais objetos de uso e consumo pretendiam ter uma aparência elegante e um certo luxo, comum a todas as classes ricas europeias. Aí se desenvolvia uma vida familiar agradável, dedicada às leituras, música, e ao culto social de fazer e receber visitas e às obras de caridade. A criadagem, que em muitos casos era numerosa, contribui para manter esta vida familiar fora de qualquer preocupação doméstica. (…) Viver como um burguês era, também, fazer da vida familiar um cenário e um prolongamento da vida das suas empresas e das suas propriedades – nunca, como agora, o património e a família tinham mantido um vínculo social tão estreito. Era preparar os filhos para o futuro governo da economia familiar, com uma formação académica e mundana. (…) Verificava-se o mesmo gosto pelo luxo e pela boa vida, por gostos idênticos de vestuário, cada vez mais sujeito à moda de Paris ou de Londres, pelo seu interesse quanto às mesmas atividades recreativas e pelos mesmos espetáculos (o baile, o teatro, a ópera, os desportos e os jogos de sorte-azar).

Ángel Bahamonde Magro, Grande História Universal, vol. XXIII, Lisboa, Ediclube, 1985.

B. As condições de vida das classes populares

Nos meios rurais, amplas camadas de trabalhadores agrícolas e de pequenos proprietários viram piorar as suas condições de vida e de trabalho, como consequência da extensão da agricultura capitalista e da rutura das formas tradicionais de aproveitamento de terras comuns. Para a população rural que se deslocou para as cidades, o impacto da marginalização urbana foi brutal, sucedendo o mesmo com os artesãos, na sua transferência para o mundo do trabalho dependente, dentro das fábricas. (…) A disciplina industrial foi um dos motivos de maior rejeição popular, que travou a coesão, no espaço e no tempo, da classe proletária. As horas de trabalho, longe de diminuírem (…). A economia familiar assentou, cada vez mais, no trabalho conjunto de todos os membros: homens, mulheres e crianças. A alimentação tornou-se mais escassa e pobre. (…) O mercado funcionou sempre contra o trabalho, de tal forma que o colocava próximo nos níveis de subsistência.

Ángel Bahamonde Magro, Grande História Universal, vol. XXIII, Lisboa, Ediclube, 1985.

1.1 Para responder a cada um dos itens de 1 a 4, selecione a(s) opção(ões) que lhe parece(m) mais

adequada(s).

1.1.1 Segundo o autor do documento 1A, no século XIX, as cidades:

(A) cresceram a um ritmo acelerado com espaços diferentes para a burguesia e o operariado,

onde era visível o contraste do poder económico e das condições de vida.

(B) mantiveram o seu ciclo de crescimento com a criação de espaços adequados para receber a

população rural e outros meios de assistência e diversão.

(C) cresceram mas mantiveram a sua estrutura inicial em que os diferentes grupos sociais

conviviam entre si e comungavam de forma igualitária os espaços.

(D) mantiveram o seu tamanho inicial, mas de forma gradual foram-se reestruturando com

espaços diferentes destinados aos mais ricos e aos mais pobres.

1.1.2 Segundo o autor do documento 1A, no século XIX, a mentalidade burguesa:

(A) acreditava e defendia a propriedade e a família vendo o trabalho, o esforço, a poupança e o

mérito como os meios que permitiam o bem-estar material, a diferenciação e a ascensão social.

(B) era focalizada no luxo e na ostentação sem preocupações com os custos que o divertimento

e as modas poderiam custar, pois pretendiam demonstrar a sua riqueza.

(C) defendia os contrastes sociais, acreditando que os indivíduos eram diferentes à nascença e

que a riqueza determinava o grupo social a que cada indivíduo pertencia.

(D) era focalizada na caridade e na promoção de bem-estar económico e social a todos os

membros da sociedade independentemente da sua riqueza ou origem.

1.1.3 Quando o autor do documento 1B se refere «à sua transferência para o mundo do trabalho

dependente, dentro das fábricas», está a falar do proletariado que se define por:

(A) agrupar numa classe social todos aqueles que são donos dos meios de produção e vende o

fruto do seu trabalho e investimento gerando continuamente lucros que voltam a investir.

(B) serem todos aqueles que sendo assalariados só têm a caridade para subsistir e que existem

desde que as sociedades se estruturaram e desenvolveram economicamente.

(C) agrupar numa classe social todos aqueles que apenas dispõem da sua força de trabalho

para obterem uma remuneração que lhes permita subsistir.

(D) serem todos aqueles que têm a sua atividade e são detentores de algum meio económico

1.1.4 «As horas de trabalho, longe de diminuírem (…). A economia familiar assentou, cada vez

mais, no trabalho conjunto de todos os membros: homens, mulheres e crianças. A alimentação tornou-se mais escassa e pobre.» Esta situação levou ao surgimento do movimento operário, isto é:

(A) a uma forma de luta dos operários, organizada através de associações de entreajuda,

manifestações, greves ou de movimentos sindicalistas que visavam a defesa dos interesses dos profissionais.

(B) a uma forma de luta organizada através de associações de entreajuda, manifestações,

greves ou de movimentos sindicalistas que visavam a defesa dos interesses da burguesia industrial.

(C) a organização de assalariados associados numa instituição específica, sindicatos, que

defendem os interesses e os direitos dos donos dos meios de produção.

(D) a uma doutrina política e social que pretende chegar à igualdade social e à repartição da

riqueza segundo a fórmula «de cada um como puder, para cada um segundo que necessitar».

1. Analise os seguintes documentos.

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