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2 O PROGRAMA DE BIBLIOTECAS DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE

2.2 As ações do Programa de Bibliotecas nas escolas

2.2.1 Eixo: Informatização do Sistema

O eixo Informatização do Sistema trata da implementação de um sistema gerenciador das bibliotecas da SMED/BH. Como vimos no capítulo 1, em 2007, foi iniciado, em uma escola da regional Centro Sul, o Projeto Piloto de Automação das Bibliotecas da RME/BH com objetivo de realizar teste na implantação do software Gnuteca. Em 2011, esse projeto se estendeu para mais cinco bibliotecas também

como teste para se obter um resultado que revelasse a efetividade do sistema de colaboração entre as bibliotecas, no que diz respeito ao acervo. De acordo com o Caderno 1 do Programa de Bibliotecas,

A partir dos resultados obtidos e das análises realizadas pela Gerência de Planejamento e Informação (GPLI) da SMED/BH, da PRODABEL29

e os bibliotecários, o projeto foi concluído, visto que a nova versão do Gnuteca exigia a execução de outras customizações funcionais. (CADERNO 1 DO PROGRAMA DE BIBLIOTECAS, 2013, p.23).

A partir de então, segundo o Caderno 2, a solução encontrada para automatizar as bibliotecas da RME/BH foi a aquisição, via processo licitatório, de aplicativo para os computadores para informatização das bibliotecas escolares e, que até a publicação desse Caderno, tal aquisição estava em trâmite na SMED/BH.

Nos questionários aplicados, sete gestores escolares e cinco coordenadores pedagógicos afirmaram conhecer a existência de um sistema de informatização nas bibliotecas das escolas. Uma coordenadora justificou que a falta de auxiliar de biblioteca tem impedido a utilização dessa tecnologia de acesso. Quando questionados sobre o tema, apenas nove professores de 1º ciclo, dentre o universo de vinte e sete, afirmaram que a escola dispõe de um sistema informatizado na biblioteca. No entanto, nos exemplos de práticas pedagógicas adotadas, constata-se que raras atividades têm demandado a busca por informação na web. Um dos professores citou a criação de página na web sobre a biblioteca da escola, atualizada pelo auxiliar de biblioteca, na qual dá dicas sobre livros e filmes e atualiza o acervo de acordo com o interesse de cada faixa etária.

Outro professor destacou a postagem de informações sobre a própria escola, com fotos, notícias de eventos e pesquisas de estudantes sobre personagens de narrativas lidas, assim como de pesquisas relacionadas a projetos de estudo.

29 A PRODABEL é uma Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte S/A (ex

Cia. de Processamento de Dados do Município de BH), criada pela Lei Municipal nº 2.273/74, constituída sob a forma de sociedade anônima, de capital fechado, sendo seus acionistas, além do Município de Belo Horizonte, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP), o Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB), a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (URBEL). É uma sociedade de economia mista municipal, responsável pela gestão da informática pública da Capital Mineira. A Empresa tem como missão promover, integrar e gerenciar soluções de Tecnologia da Informação (TI). A Prodabel está presente nas mais diversas áreas de gestão da Prefeitura, como a Saúde, Educação, Turismo,

Finanças, Transporte e Inclusão Digital. (Disponível em:

Percebe-se que, na verdade, não é um sistema de informatização do acervo, mas páginas na internet para divulgação do acervo. Os profissionais da educação (gestores escolares, coordenadores pedagógicos e professores de 1º ciclo) demonstram não compreender o que é a informatização do sistema da biblioteca, acreditando apenas na questão tecnológica de acesso e divulgação de atividades via internet.

Quando aplicada a mesma pergunta ao conjunto de nove profissionais que atuam diretamente na biblioteca, sete deles, afirmaram estar cientes da existência do sistema informatizado, mas quando questionados a respeito da utilização desse recurso, três não responderam. Os quatro bibliotecários que responderam a essa pergunta citaram a criação de planilhas no excel para registrar os livros do acervo, permitindo-lhes, assim, a consulta de obras e a agilidade no controle de empréstimos e na organização dos cadastros dos livros e sua catalogação.

A Coordenadora 1 destacou a compra do software chamado Pergamum, já publicado no Diário Oficial do Município (DOM), para as bibliotecas escolares da RME/BH, o mesmo, segundo ela, utilizado pela UFMG e pela PUC. O contrato desse software prevê um ano para a implementação. Ela citou ainda que a implantação do Pergamum contribuirá tanto para o usuário, quanto para os profissionais da biblioteca. O usuário conhecerá o acervo que está disponível na rede, podendo realizar reservas e renovação no empréstimo a distância. A otimização do trabalho dos profissionais da biblioteca será consequência dessa implementação, uma vez que, é uma catalogação cooperativa, ou seja, não será preciso que todos os bibliotecários da rede cataloguem o mesmo título. Assim que um fizer a catalogação, todos os outros poderão aproveitar os dados.

Para a Coordenadora 2, a informatização

(...) vai acabar também com aquela coisa que ainda existe que é a pessoa da tarde sabe onde está o livro Chapeuzinho Vermelho a da manhã não sabe. Então a gente conta hoje muito com a cabeça da pessoa que trabalha lá, ela sabe onde está, sabe que tem, mas ela saiu de licença, aí ninguém mais sabe achar os livros. (Coordenadora 2, entrevista concedida em 12/05/2015).

De acordo com a Coordenadora 1, a Biblioteca do Professor, situada na SMED/BH, e todas as outras bibliotecas das escolas que forem abertas

posteriormente, também participarão da implementação desse software. Segundo ela,

(...) com a implementação do Pergamum, não haverá mais desculpa dos profissionais da biblioteca como, “eu não sei onde está o livro, porque a gente não tem catálogo, porque manual é complicado, porque a gente sempre perde no Windows o que fez lá, o word que eu fiz, a planilha no excel que eu fiz”.

A expectativa é a de que o tempo que será adquirido com a informatização do sistema por meio do software Pergamum poderá ser investido em envolvimento do bibliotecário com práticas pedagógicas de mediação da leitura e também com a liderança em relação às bibliotecas coordenadas.

Dentro do pacote de aquisição do software, segundo a Coordenadora 1, está prevista uma formação para os 43 bibliotecários que trabalham na rede atualmente. Segundo ela, “inserir o documento, inserir esses dados, formalmente, é de competência do bibliotecário, porque ele tem a formação acadêmica”.

Para o eixo, informatização do sistema, percebe-se a necessidade de um maior investimento, tanto para a implementação do Pergamum, como para a divulgação e potencialização desse recurso. De nada adiantará a aquisição do software se os usuários não se apropriarem do recurso para otimizar o trabalho.

A seguir, serão analisados os dados coletados na pesquisa de campo a respeito das ações do eixo Melhoria e Dinamização do Acervo nas escolas.