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O teste piloto deve ser realizado da forma mais semelhante possível ao cenário real que a pesquisa é conduzida. Desta forma, selecionou-se cinco (5) pessoas conhecidas que atuam na área de desenvolvimento ou recrutamento de desenvolvedores e foi enviado um e-mail com a

mesma mensagem que é encaminhada aos participantes reais. Os entrevistados do teste piloto receberam o e-mail, responderam o formulário e assim forneceram um feedback sobre todo o procedimento realizado.

Por fim, analisou-se os feedbacks recebidos e o questionário sofreu alguns ajustes antes de ser distribuído para os participantes. A versão final encontra-se no Apêndice A.

5 DESENVOLVIMENTO

Os formulários foram enviados por e-mail para quatrocentas e duas (402) empresas selecionadas na Grande Florianópolis, porém se obteve apenas trinta e uma (31) respostas. Cabe realçar que houve retorno de alguns e-mails que não existiam mais. Os envios ocorreram de 16 a 29 de março de 2021 e as respostas presentes nesse trabalho foram obtidas até o dia 10 de maio de 2021. Com os dados obtidos do formulário, realizou-se os passos descritos nos próximos parágrafos.

Em seguida, para a modelagem de dados, utilizou-se o software SQL Power Architect na versão 1.0.9. Implementou-se o modelo dimensional, onde o mesmo trabalha para facilitar a busca e visualização de dados.

A Figura 3 mostra a modelagem com a tabela fato como a “ft_respostas”, informando os atributos das outras tabelas dimensionais. A tabela “di_empresa” armazena as informações da empresa, como o número de colaboradores e a faixa de faturamento. A tabela “di_competências” armazena todas as competências possíveis, selecionadas no capítulo 4.

Figura 3 - Modelagem de dados

Fonte: Elaborada pelos autores.

Para organizar as competências (apêndice B), utilizou-se um nivelamento das perguntas e suas possíveis respostas, com o padrão:

X: Categoria. Exemplo: 1.0 - Competências técnicas X.X: Pergunta. Exemplo: 1.1 Linguagens de programação X.X.X: Opção de resposta. Exemplo: 1.1.1 – Javascript

Na etapa de criação do banco de dados, utilizou-se o sistema de gerenciador de banco de dados PostgreSQL, onde é criado a database, o schema e as tabelas importadas da modelagem anterior. Nesse caso, praticamente qualquer banco de dados suporta um BI, a diferença está na modelagem. Quando utilizada a modelagem dimensional, o modelo trabalha para facilitar a busca e visualização de dados. A Figura 4 mostra a database, onde pode ser identificado o schema “questionário” com as tabelas citadas na Figura 3.

Figura 4 – Database no PostgreSQL

Fonte: Elaborada pelos autores.

Depois de construída a database, é necessário tratar os dados. Nesse passo, é aplicado o ETL. A ferramenta utilizada nesse processo foi a Suíte Pentaho Data Integration na versão 9.1. Realizou-se o tratamento através de um input que pode variar entre uma database ou um arquivo excel. Ao final do processo, os dados são inseridos em um banco de dados.

No processo, criou-se quatro (4) transformações: DadosCompetencias (Figura 5), para tratamento das competências utilizadas, DadosEmpresa (Figura 6) para as informações das empresas, Transformação_Dados_Final (Figura 7), que é a principal, para tratamento das respostas do formulário e a Alterar_Competencias (Figura 8), utilizada para tratar as competências técnicas avaliadas por escala.

Figura 5 – Transformação DadosCompetencias

Fonte: Elaborada pelos autores.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 7 – Transformação Transformação_Dados_Final

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 8 – Transformação Alterar_Competencias

Fonte: Elaborada pelos autores.

A etapa de exibição dos dados, o motivo da criação do sistema de BI, é a etapa mais importante. Depois de os dados serem tratados na etapa do ETL e inseridos no banco

novamente, é a hora de exibi-los. A ferramenta utilizada nessa etapa é a Microsoft Power BI, que tem sua versão gratuita e oferece ferramentas diversificadas para a visualização dos dados. No momento da criação da dashboard, é possível definir a melhor forma de exibição de cada dado. No caso deste trabalho, os dados de competências técnicas e comportamentais foram exibidos em cards, gráficos de barras empilhadas, gráficos de rosca e gráfico de colunas agrupadas e linha com dados em porcentagem. As figuras 9, 10, 11 e 12 exibem a dashboard criada para este trabalho e os dados obtidos serão detalhados mais profundamente no capítulo de resultados.

Figura 9 – Aba de dados empresariais da dashboard dos dados da pesquisa.

Figura 10 – Primeira aba de competências técnicas da dashboard dos dados da pesquisa.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 11 – Segunda aba de competências técnicas da dashboard dos dados da pesquisa.

Figura 12 – Aba de competências comportamentais da dashboard dos dados da pesquisa.

6 RESULTADOS

Para melhor análise do cenário encontrado, é importante conhecer melhor o perfil das empresas entrevistadas. Conforme o gráfico 1, quinze (15) das empresas entrevistadas tem dez (10) ou menos funcionários na área do desenvolvimento, oito (8) tem entre onze (11) e cinquenta (50) e quatro (4) tem entre cinquenta e um (51) e cem (100) funcionários. Percebe-se que a grande maioria das empresas entrevistadas estão abaixo dos cem (100) funcionários na área do desenvolvimento. A classificação aqui utilizada tem fins somente estéticos, para tornar os dados mais legíveis. Os dados brutos se encontram o gráfico 2.

Gráfico 1 – Resultado relacionado ao número de funcionários na área de desenvolvimento (dados classificados).

Gráfico 2 – Resultado relacionado ao número de funcionários na área de desenvolvimento (dados brutos).

Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação ao porte (gráfico 3), de acordo com a classificação do BNDES, quatorze empresas entrevistadas classificam-se como pequeno porte. Tem-se nove empresas classificadas como médio porte, quatro como microempresa e apenas uma empresa como grande porte. Três entrevistados preferiram não responder essa questão.

Gráfico 3 – Resultado relacionado ao porte da empresa.

Fonte: Elaborada pelos autores.

As competências comportamentais requeridas a um profissional de desenvolvimento foram abordadas em uma única questão de múltipla escolha e as respostas estão representadas no gráfico 4.

Gráfico 4 – Resultado relacionado a competências comportamentais.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Percebe-se que com 15,79% de respostas, Autodesenvolvimento é a competência comportamental mais esperada em um profissional de desenvolvimento, seguida por Criatividade e inovação com 11,18% e Iniciativa e persistência com 10,53%. A competência com menos quantidade de respostas foi Liderança com apenas 1,97%.

O questionário abordou as competências técnicas esperadas pelas empresas de um trabalhador da área de desenvolvimento em sete perguntas diferentes. A primeira questão trata-se de uma classificação de importância de três habilidades mais abrangentes e os resultados encontram-se nos gráficos 5, 6 e 7.

Gráfico 5 – Resultado relacionado a capacidade de desenvolver e gerir dados.

Fonte: Elaborada pelos autores.

A habilidade de desenvolver e gerir dados classificou-se como “Importante” para 45,16% dos entrevistados, seguido de “Muito importante” para 41,94% dos entrevistados. Apenas 3,23% dos entrevistados classificaram a capacidade como “Não é importante”.

Gráfico 6 – Resultado relacionado a saber inovar no uso de novas tecnologias.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Houve um empate na classificação capacidade de saber inovar no uso de novas tecnologias entre “Importante” e “Muito importante” com 41,94%. Também empatou em último com 3,23% o “Não é importante” com o “Pouco importante”.

Gráfico 7 – Resultado relacionado a capacidade de pensar estrategicamente.

A capacidade de pensar estrategicamente classificou-se como “Importante” para 45,16% dos entrevistados, seguido de “Muito importante” para 41,94% dos entrevistados. Apenas 3,23% dos entrevistados classificaram a capacidade como “Pouco importante” e ninguém achou que esta habilidade não é importante.

As próximas questões abordam habilidades técnicas de uma forma mais específica, como a questão relacionada com as linguagens de programação, script e marcação requeridas. Os resultados encontram-se no gráfico 8.

Gráfico 8 – Resultado relacionado a linguagens de programação, script e marcação requeridas.

Fonte: Elaborada pelos autores.

A primeira e a segunda colocação de linguagens de programação, script e marcação requeridas são JavaScript (19,57%) e HTML/CSS (15,22%), ambas relacionadas ao desenvolvimento Front end. Em seguida encontra-se o SQL (13,04%), o Java (11,59%) e o Python (10,87%), relacionados ao desenvolvimento Back end. Por último, temos a linguagem Swift, desenvolvida pela Apple, com apenas 0,72%.

O gráfico 9 apresenta os resultados da questão referente aos frameworks, bibliotecas e ferramentas mais requeridas pelas empresas entrevistadas.

Gráfico 9 – Resultado relacionado a frameworks, bibliotecas e ferramentas requeridas.

Fonte: Elaborada pelos autores.

React.js e Angular encontram-se liderando a listagem com 15,46% e 12,37%, respectivamente, sendo ambos frameworks utilizados no desenvolvimento Front end. Node.js, um software relacionado tanto ao Front end quanto ao Back end, aparece em terceiro lugar com 9,28%, empatado com React Native e Vue.js (9,28%), ambos frameworks de Front end. Ao final, aparece ASP.NET empatado com Express e Unity 3D com apenas 2,06% cada.

Em relação aos bancos de dados requeridos ao procurar por um profissional de desenvolvimento, tem-se os resultados obtidos no gráfico 10.

Gráfico 10 – Resultado relacionado a bancos de dados.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Lideram os bancos de dados mais requisitados: PostgresSQL (24,42%), MySQL (17,44%) e o terceiro lugar empata entre Microsoft SQL Server, ElasticSearch, MongoDB e Oracle com 10,47% cada. Destes, o ElasticSearch é um mecanismo de busca baseado em uma biblioteca, o MongoDB é um banco de dados não relacional e todos os outros são banco de dados relacionais. Em último na lista, encontra-se o Redis (1,28%) que é um armazenamento de estrutura de dados em memória.

A plataforma mais requerida pelas empresas entrevistadas é a AWS com 25,88%, seguida do Docker (22,35%) e do Gitlab (12,94%). Por último tem-se o Microsoft Azure com 4,71%. Os resultados encontram-se no gráfico 11.

Gráfico 11 – Resultado relacionado a plataformas requeridas.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação as ferramentas de comunicação e gestão utilizadas pelas empresas entrevistadas, os resultados encontram-se no gráfico 12.

Gráfico 12 – Resultado relacionado a ferramentas de comunicação e gestão utilizadas.

Fonte: Elaborada pelos autores.

As ferramentas de gestão e comunicação Google Suite, Jira e Slack lideram com 18,42% das respostas. Em último, encontra-se o Confluence com 5,26% das respostas, tratando-se de um wiki corporativo.

Conforme resultados apresentados no gráfico 13, a maioria das empresas utilizam o sistema operacional Windows (38,18%) pelo time de desenvolvimento, seguido de sistemas com base Linux com 30,91%. O sistema MacOS é utilizado por 16,36% das empresas e por último estão as empresas que permitem que o profissional escolha qual sistema operacional deseja utilizar (14,55%).

Gráfico 13 – Resultado relacionado a sistemas operacionais utilizados.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Conclui-se que a maioria das empresas entrevistadas buscam profissionais com capacidade de autodesenvolvimento, criativos e inovadores. É importante que o candidato possua capacidade de desenvolver e gerir dados, inovar no uso de novas tecnologias e muito importante que saiba pensar estrategicamente.

Nota-se uma alta demanda por profissionais de desenvolvimento principalmente na área de Front end, onde JavaScript, HTML/CSS, React.js e Angular lideram nos requisitos dos entrevistados em relação a linguagens e frameworks. Em relação a banco de dados, há uma preferência pelos bancos relacionais.

As plataformas que as empresas da Grande Florianópolis mais requerem conhecimento de seus candidatos são AWS e Docker, sendo a primeira de computação em nuvem e a segunda um conjunto de produtos que usam virtualização de nível de sistema operacional para entrega de softwares em contêineres. Quanto a ferramentas de gestão e comunicação, é importante saber que as mais utilizadas pelas empresas são o Google Suite, o Jira e o Slack.

Por fim, em relação a sistemas operacionais, a maioria das empresas continuam apostando no uso do Windows, seguido de perto de sistemas com base Linux. Ainda há uma quantia considerável de entrevistados que acredita na autonomia do profissional de escolher qual sistema operacional está mais confortável para trabalhar.

7 CONCLUSÃOETRABALHOSFUTUROS

Neste capítulo, demonstra-se a conclusão deste trabalho, a partir dos objetivos propostos no capítulo 1. Apresenta-se também propostas para trabalhos futuros, utilizando-se deste como base.

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