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II. ENQUADRAMENTO LEGAL NACIONAL E DA UNIÃO EUROPEIA

2.1. Quadro de Acção no Domínio da Política da Água e Plano Nacional da Água

2.1.2. Enquadramento legal nacional

A Directiva n.º 2000/60/CE foi transposta para o direito interno pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, que aprova a Lei da Água, estabelecendo as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas, complementada pelo Decreto-Lei

desenvolvimento do regime fixado na Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro. Estes dois diplomas em conjunto procedem à transposição da Directiva, ainda que deixem para posterior regulamentação um conjunto de matérias, entre as quais constam as características do estado de qualidade das águas e o potencial ecológico a atingir, bem como as especificações técnicas e os métodos normalizados de análise e de controlo do estado das massas de água. O Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março, inclui já a lista das substâncias prioritárias no domínio da política da

A Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, contém normas a título de disposições gerais de aplicação, sobre o enquadramento institucional da gestão das águas, sobre o ordenamento e planeamento dos recursos hídricos, sobre os objectivos ambientais e regras de monitorização das águas, sobre a utilização dos recursos hídricos, sobre infra-estruturas hidráulicas, sobre o regime económico e financeiro, sobre info

ainda um regime transitório para a sua aplicação.

São objectivos do diploma o enquadramento da gestão das águas superficiais, a protecção e melhoria do estado dos ecossistemas aquáticos, terrestres e zonas húmidas, a promoção da utilização sustentável da água, a melhoria do ambiente aquático através da redução, cessação e eliminação por fases das descargas, emissões e perdas de substâncias prioritárias, a diminuição da poluição das águas subterrâneas, a redução dos efeitos das inundações e das secas, o fornecimento

superficial e subterrânea de boa qualidade, a protecção das águas marinhas e o cumprimento dos acordos internacionais pertinentes.

A gestão da água deve obediência quer aos princípios da prevenção, equilíbrio, participação, unidade

do as regiões hidrográficas nacionais.

ula-se a elaboração de planos de

critérios exigíveis nestes instrumentos.

s provocados por estações de tratamento de águas residuais, cujos riscos devem ser identificados e avaliados, e contra rotura de infra-estruturas hidráulicas (sobretudo grandes barragens).

Em caso de catástrofes naturais ou acidentes provocados pelo homem que causem um perigo muito significativo de danificação grave e irreparável da saúde humana, da segurança das pessoas e bens e de gestão e acção, cooperação internacional, procura do nível mais adequado de acção, recuperação e responsabilização previstos na Lei de Bases do Ambiente, quer a princípios específicos previstos neste diploma, designadamente o princípio do valor social da água, o princípio da dimensão ambiental da água, o princípio do valor económico da água, o princípio da gestão integrada das águas e dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados e zonas húmidas deles directamente dependentes, o princípio da precaução, o princípio da correcção, e o princípio do uso razoável e equitativo das bacias hidrográficas partilhadas, reconhecendo a região hidrográfica como unidade principal de planeamento e gestão das águas e crian

Designa o Instituto da Água (INAG) como autoridade nacional da água, representando o Estado interna e internacionalmente enquanto garante da política nacional das águas, e assegurando a nível nacional a gestão das mesmas e designa as Administrações das Regiões Hidrográficas (ARH), a quem compete o planeamento, licenciamento e fiscalização da gestão das águas ao nível da região hidrográfica. Fixa ainda as competências destas entidades, articulando a actuação das CCDR com as ARH.

Em matéria de planeamento prevê como instrumentos de intervenção os planos especiais de ordenamento do território, os planos de recursos hídricos e a adopção de medidas de protecção e valorização dos recursos hídricos. Ao nível do ordenamento estip

ordenamento de albufeiras de águas públicas, de planos de ordenamento da orla costeira e de planos de ordenamento dos estuários. Como instrumentos de planeamento são definidos o Plano Nacional da Água, os planos de gestão das bacias hidrográficas e os respectivos programas de medidas e os planos específicos de gestão de águas, de âmbito territorial ou sectorial. Definem-se orientações e

São estabelecidas medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica e zonas ribeirinhas, da zona costeira e estuários, das zonas húmidas, medidas de protecção dos recursos hídricos, das captações de águas, contra cheias e inundações contra acidentes graves de poluição, incluindo acidente

Prevê-se ainda regras específicas quer para as zonas de infiltração máxima quer para as zonas vulneráveis.

do estado de qualidade das águas é prevista a possibilidade de ser declarado em todo o território nacional ou em parte dele o estado de emergência ambiental, caso em que será criado um conselho de

apítulo IV) prevê-se que os

e afectação elevada das massas de água pela actividade humana e nos casos em que o seu estado

nefícios decorrentes das modificações ou alterações da massa de água não possam ser alcançados por outros meios que consubstanciem uma

a os controlos de emissões com base nas melhores técnicas disponíveis e os valores limites de emissão pertinentes e emergência ambiental e durante o qual se pode suspender a execução dos instrumentos de planeamento e dos actos que autorizam a utilização dos recursos hídricos bem como modificar o seu conteúdo, impor comportamentos e aplicar medidas cautelares.

Relativamente aos objectivos ambientais e monitorização das águas (c

objectivos ambientais sejam prosseguidos através da aplicação dos programas de medidas especificados nos planos de gestão das bacias hidrográficas os quais devem permitir alcançar os objectivos ambientais referentes ao bom estado e ao bom potencial das massas de água o mais tardar até 2015, através da adopção, entre outros, de programas de medidas para evitar a deterioração do estado de todas as massas de água superficiais, de limitação de descargas de poluentes nas águas subterrâneas e de elaboração de um registo de todas as zonas incluídas em cada região hidrográfica que exigem protecção especial, admitindo-se a adopção de objectivos menos exigentes nos casos d

natural seja tal que se revele inexequível alcançar os mesmos.

Prevê-se a possibilidade de incumprimento dos objectivos ambientais definidos desde que as razões subjacentes sejam de superior interesse público e que os be

opção ambiental significativamente melhor devendo para o efeito ser tomadas todas as medidas exequíveis para mitigar o impacte negativo sobre o estado da massa de água e as regiões explicarem as alterações aos objectivos no plano de gestão hidrográfica.

Estabelece-se que todas as descargas para águas superficiais são controladas de acordo com a abordagem combinada, estipulando-se nos planos de gestão de bacia hidrográfic

ainda, no caso de impactes difusos, controlos que incluam, sempre que necessário, as melhores práticas ambientais.

Devem ser definidas para cada região hidrográfica redes de recolha de dados para monitorização de variáveis biológicas, hidrológicas e climatológicas, físico-químicas, de sedimentos e da qualidade química e ecológica da água, enunciando-se ainda a criação de um programa nacional de monitorização do estado das águas. As especificações técnicas e os métodos normalizados de análise e de controlo do estado das massas de água deverão ser definidos tendo em consideração as orientações estipuladas nos anexos VI, VII e VII do Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março.

Prevê-se ainda a possibilidade de revisão dos títulos de utilização, dos programas de controlo e a adopção de eventuais medidas adicionais, como resultado dos dados de monitorização e sempre que

ado sempre prioridade à captação de água sobre todos os

io da promoção da utilização sustentável

anos de gestão da bacia hidrográfica e para garantir o acesso a toda a informação.

tência da IGAOT. As entidades sujeitas a medidas de fiscalização devem informar o INAG de estes indiquem que nas condições em causa não será possível alcançar os objectivos definidos. O diploma estabelece o princípio da necessidade de título de utilização, determinando como requisitos e condições dos títulos de utilização a observância das suas normas e princípios e das normas a aprovar, o respeito pelo disposto no plano de gestão da bacia hidrográfica e nos instrumentos de gestão territorial, o cumprimento das normas de qualidade e das normas de descarga bem como a concessão de prevalência ao uso considerado prioritário, no caso de conflito de usos. No caso de conflito de usos serão seguidos os critérios de preferência estabelecidos no plano de gestão da bacia hidrográfica aplicável, sendo no entanto d

demais usos previstos.

O diploma prevê a possibilidade de utilização privativa dos recursos hídricos do domínio público, sujeitando-a, nesse caso, ou a licenciamento prévio ou a concessão. Entre os diversos tipos de utilizações privativas dos recursos hídricos do domínio público sujeitas a licença prévia encontra-se a rejeição de águas residuais. Os títulos de utilização emitidos ao abrigo de legislação anterior mantêm- se em vigor nos termos em que foram emitidos desde que a ARH seja, no prazo de um ano, informada. Em termos económicos e financeiros o diploma prevê o princíp

dos recursos hídricos, cujos instrumentos residem na possibilidade de cobrança de taxas de recursos hídricos e na aplicação de tarifas devidas pelos serviços de águas.

No capítulo dedicado à participação e informação do público o diploma atribui ao Estado, através do INAG e das ARH competências para promover a participação activa das pessoas, singulares e colectivas, na execução do diploma, em especial nos procedimentos de elaboração, revisão e actualização dos pl

A gestão integral das informações sobre as águas é assegurada através de um sistema nacional de informação das águas, devendo a autoridade nacional da água criar uma rede nacional de informações e disponibilizá-la a todas as entidades interessadas, que tenham responsabilidades, que exerçam funções públicas ou que prestem serviços públicos directa ou indirectamente relacionados com as águas.

Em sede de fiscalização, os princípios orientadores são os da precaução e da prevenção, cujo controlo se assegura através de acções de fiscalização, da competência das ARH, ou de inspecção, da compe

todas as situações que constituam causa de perigo para a saúde pública, segurança das pessoas e bens ou para a qualidade da água.

O diploma sujeita a responsabilidade civil pelo dano ambiental aqueles que causem uma deterioração do estado das águas em virtude de utilização em violação do respectivo título de utilização,

de recuperação previstas ou, em

gua e os planos de bacia hidrográfica) e as respectivas

forma estruturada e programática uma estratégia racional de gestão e utilização de responsabilidade que no caso das pessoas colectivas, é extensível aos respectivos directores, gerentes e administradores que respondem solidariamente pelos danos causados.

Após a prática de uma infracção ambiental pode a autoridade nacional da água, directamente ou através das ARH definir um plano necessário à recuperação do estado das águas imputando o respectivo custo ao infractor, determinar a posse administrativa do imóvel onde está a ser cometida a infracção por forma a permitir a execução coerciva das medidas

alternativa, determinar ao infractor que apresente um projecto de recuperação que assegure o cumprimento dos deveres jurídicos exigíveis, bem como o estabelecimento de um sistema de gestão ambiental que preveja a realização de auditorias ambientais periódicas por uma entidade certificada. Na prossecução do Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de Fevereiro, que regula o processo de planeamento dos recursos hídricos e a elaboração e aprovação dos planos de recursos hídricos, foi elaborado o Plano Nacional da Água aprovado pelo Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de Abril, bem como os diversos planos de bacia hidrográfica, actualmente em vigor.

Até à entrada em vigor da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, o processo de planeamento de recursos hídricos e a elaboração e aprovação dos planos de recursos hídricos eram regulados pelo Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de Fevereiro, o qual definia os vários tipos de planos a elaborar (essencialmente o Plano Nacional da Á

entidades competentes. Para além de identificar os requisitos de planeamento, aquele diploma estipulava o conteúdo dos planos, tendo ainda criado o Conselho Nacional da Água.

O Plano Nacional da Água (PNA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de Abril, teve já em linha de conta a Directiva Quadro da Água, consubstanciando um plano sectorial que, assenta numa abordagem conjunta e interligada de aspectos técnicos, económicos, ambientais e institucionais e envolve os agentes económicos e as populações directamente interessadas, tendo em vista estabelecer de

todos os recursos hídricos nacionais, em articulação com o ordenamento do território e a conservação e protecção do ambiente. Para o efeito, o PNA alicerça-se nos vários planos de bacia hidrográfica (PBH) nacionais e internacionais previamente aprovados, sintetizando e sistematizando os respectivos diagnósticos, articulando e hierarquizando os objectivos neles identificados, propondo medidas para a

coordenação dos PBH e estabelecendo uma programação física, financeira e institucional das acções a adoptar.

No essencial, o PNA constitui o acto estritamente necessário à implementação integrada dos PBH provados: trata-se fundamentalmente de sistematizar e sintetizar o conteúdo de todos os PBH se assim, através do PNA, apresentar um diagnóstico da situação existente nas várias bacias hidrográficas que integram o rritório nacional, bem como sintetizar e sistematizar os respectivos objectivos ambientais de curto, ectiva prossecução de forma coerente, eficaz e

vação e requalificação dos meios

rsos hídricos,

oliferação de

m limitações, preço e valor do recurso desajustados, insuficiente qualificação na gestão dos sistemas, insuficiências no modelo institucional e nos sistemas de licenc

técnica in mpenho dos sistemas e se

traduz ideal. a

anteriormente aprovados, conferindo-lhes uma unidade lógica e territorial. Visou-

te

médio e longo prazos, tendo em vista a resp

consequente dos recursos hídricos nacionais, bem como densificar normas de orientação com vista ao cumprimento dos objectivos enunciados.

O PNA incide sobre todo o território nacional e a sua elaboração foi baseada nas seguintes linhas de orientação: aumento da produtividade da água e promoção do seu uso racional, com o máximo respeito pela integridade territorial das bacias hidrográficas; protecção, conser

hídricos e dos ecossistemas associados; satisfação das necessidades das populações e do desenvolvimento económico e social do país; respeito pela legislação nacional e comunitária relevante e satisfação dos compromissos internacionais assumidos pelo Estado português; acesso à informação e participação dos cidadãos na gestão dos recursos hídricos.

Ao nível da síntese do diagnóstico, o Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de Abril, identifica diversos problemas e causas associados ao tratamento de águas residuais urbanas, reconhecendo que embora os investimentos em infra-estruturas tenham produzido melhorias da qualidade dos recu

existem ainda insuficiências nos sistemas instalados, tais como problemas de funcionamento e de exploração e necessidade de reabilitação, as quais acabam por se reflectir no estado da qualidade dos recursos hídricos.

Identifica também a existência de insuficiente aplicação dos instrumentos de monitorização, controlo e autocontrolo, insuficiente taxa de atendimento em drenagem de águas residuais, pr

sistemas de pequena e muito pequena dimensão, entidades gestoras com recursos financeiros limitados e com métodos de gestão co

iamento e enforcement, fraca organização dos consumidores, meios humanos com preparação suficiente, factores que no seu conjunto não favorecem o dese

Contu

identificad portunidades e condições propícias, quer ao nível do desen

gestão ex

Sendo certo que para as actividades utilizadoras de água impõe-se ainda promover a construção de bastan

final de e

de Águas ais (PEAASAR), apresenta um conjunto de soluções que

passam pela criação de sistemas plurimunicipais de abastecimento de água e de saneamento de águas

Ao nível d de tratam 91/271/C sensíveis

15.000 e.p. disponham pelo menos de tratamento secundário e que até finais de 2005, as aglomerações com menos de 15.000 e.p. dispusessem das infra-estruturas de tratamento adequadas.

nas zonas vulneráveis, de maneira que até 2015, as águas que estão em estado hipereutrófico ou eutrófico atinjam o estado mesotrófico e até 2020, as águas que estão em estado

residuais urbanas, e promover o estabelecimento de soluções integradas, aumentando a qualidade da do, é delineado um conjunto de objectivos e medidas no sentido de superação dos problemas

os, face a um conjunto de o

volvimento legal, quer ao nível do desenvolvimento do mercado da água e das capacidades de istentes.

tes infra-estruturas, como por exemplo, no caso de sistemas de drenagem, tratamento e destino fluentes domésticos e industriais, a materialização dos Planos Estratégicos de Abastecimento

e Saneamento de Águas Residu

residuais, constituindo a base de desenvolvimento do sector.

os objectivos específicos estabelece que importará promover a execução das infra-estruturas ento de águas residuais urbanas necessárias para assegurar o cumprimento da Directiva n.º EE, de forma que as aglomerações com mais de 10.000 e.p. descarregando em bacias disponham de tratamento mais avançado que o secundário, as aglomerações com mais de

Pretende-se ainda recuperar a qualidade das águas superficiais com alterações do estado trófico que recebam águas residuais urbanas ou escorrências de solos agrícolas, nomeadamente nas bacias sensíveis e

mesotrófico atinjam o estado oligotrófico.

Pretende-se também evitar a deterioração ou reduzir a poluição das águas marinhas de maneira a garantir qualidade adequada e garantir a qualidade da água em função dos usos actuais e potenciais, designadamente para consumo humano, para suporte da vida aquícola e, ainda, para fins balneares. Relativamente a este último tipo de uso fixou-se que fosse alcançado como objectivo que todos os parâmetros fossem conformes relativamente ao VMA, em conformidade com o Plano Nacional Orgânico para a Melhoria das Zonas Balneares Não Conformes, aprovado pela Portaria n.º 573/2001, de 6 de Junho.

Foram ainda definidos como objectivos assegurar o aumento do nível de atendimento da população com sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais domésticas e promover o tratamento dos afluentes industriais, com soluções técnicas adequadas, visando aumentar para 90% o nível de atendimento da população com sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas

gestão, exploração e manutenção dos sistemas. Por último, foram delineadas medidas que materializassem os objectivos específicos assumidos no diploma dos quais se destaca o Programa de Redução e Controlo da Poluição Tópica.