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2.5 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE

3.3.2 Ensaios de caracterização

Para o presente estudo, visando abranger da maneira mais coerente e confiável possível a análise das argamassas autonivelantes, foram realizados os ensaios elencados na Tabela 3.9. Assim, busca-se com esses, definir os requisitos de desempenho deste compósito cimentício aqui tratado.

Tabela 3.9. Ensaios de caracterização das argamassas autonivelantes.

ESTADO FRESCO ESTADO ENDURECIDO

Ensaio Norma Ensaio Norma

Densidade de massa e Teor de ar incorporado NBR 13278 (ABNT, 2005) Densidade de massa aparente no estado endurecido NBR 13280 (ABNT, 2005)

Cone de Kantro Kantro (1980) Variação dimensional (Retração) NBR 15261 (ABNT, 2005) Viscosidade dinâmica NBR 15184* (ABNT, 2004) Resistência à compressão axial e à tração na flexão

NBR 13279 (ABNT, 2005)

Tempo de retenção de fluxo C 1708 (ASTM, 2012)

Módulo de elasticidade dinâmico

NBR 15630 (ABNT, 2008)

*Norma adaptada para misturas cimentícias de alta fluidez. Fonte: O autor.

Para cada ensaio será apresentada uma descrição do procedimento de realização adotado, com as devidas adaptações, e a norma que o prescreve – quando houver. Ademais, os ensaios estão referenciados com a característica por ele medida ou analisada e separados entre estado fresco e endurecido, respectivamente.

3.3.2.1 Estado fresco

3.3.2.1.1 Densidade de massa e teor de ar incorporado

A realização desses dois ensaios é regida pelos procedimentos previstos na NBR 13278 (ABNT, 2005). Em relação às adaptações empregadas, não foi necessário realizar o adensamento por golpes para o preenchimento do recipiente de pesagem, tendo em vista à fluidez da argamassa autonivelante – tal como sua própria aplicação impõe. Além disso, o recipiente utilizado foi metálico – com volume equivalente a 399,27 ml. Ademais, os ensaios seguiram as diretrizes apontadas na referida norma, tendo sido realizada apenas uma repetição.

O ar incorporado corresponde aos vazios formados pela entrada de ar no interior do compósito cimentício, sendo que tal fenômeno é ocasionado, principalmente, pelo processo de mistura mecânica – o qual introduz ar na argamassa. Vale ressaltar que o mesmo processo de mistura pode, também, favorecer a remoção deste ar incorporado, de modo que promova a união das inúmeras pequenas bolhas, formando bolhas maiores, as quais tendem a ser carreadas para a superfície da argamassa onde se rompem. O teor de ar incorporado nas argamassas, embora favoreça a trabalhabilidade das mesmas, atua desfavoravelmente no que tange às resistências mecânicas (MANSUR et al., 2007).

A densidade por sua vez, pode levantar características importantes sobre a argamassa, tendo em vista que um material mais denso pode resultar de uma menor porosidade e permeabilidade, conferindo melhor desempenho ao compósito, tornando-o mais resistente a agentes agressivos.

A realização do ensaio é apresentada pela Figura 3.6, com o recipiente metálico utilizado e a balança para aferição do peso.

Figura 3.6. Recipiente metálico do ensaio de densidade.

Ao final, são calculados os resultados conforme as fórmulas elencadas a seguir. a) Densidade de massa 𝐴 =𝑀𝑐− 𝑀𝑣 𝑉𝑟 Onde: 𝐴: 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑐: 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑖𝑙í𝑛𝑑𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑉𝐶 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑎𝑟𝑔𝑎𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑛𝑠𝑎𝑖𝑜, 𝑒𝑚 𝑔. 𝑀𝑣: 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑖𝑙í𝑛𝑑𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑉𝐶 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜, 𝑒𝑚 𝑔. 𝑉𝑟: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑖𝑙í𝑛𝑑𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑉𝐶, 𝑒𝑚 𝑐𝑚3.

O resultado do ensaio deve ser expresso em g/cm³, arredondado para o 0,01 g/cm³ mais próximo. b) Teor de ar incorporado 𝐴𝐼 = 100 × (1 −𝐴 𝐵) Onde: 𝐴𝐼: 𝑇𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜. 𝐴: 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎. 𝐵: 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑔𝑎𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎, 𝑠𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜𝑠. Tal que: 𝐵 =∑ 𝑀𝑖 ∑𝑀𝑖 𝛾𝑖 Onde: 𝑀𝑖: 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑔𝑎𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎, 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑢𝑠𝑖𝑣𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎. 𝛾𝑖: 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑎𝑟𝑔𝑎𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝐷𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑒 𝑁𝐵𝑅 6474).

3.3.2.1.2 Cone de Kantro

Devido à elevada fluidez apresentada pela argamassa autonivelante, os tradicionais métodos empregados para aferir a consistência, tal como o cone de Abrams, acabam não tendo utilidade, portanto, infere-se que os ensaios aplicáveis são os destinados às natas. Dessa forma, o ensaio aqui empregado é o cone de Kantro (KANTRO, 1980), tal como proposto e realizado por Nakakura (1997), Souza

et al. (2012) e Lopes da Silva (2016).

Também conhecido como ensaio de miniabatimento, tendo sido desenvolvido por Kantro (1980), tal ensaio consiste em determinar o abatimento de pequenas quantidades de pasta de cimento, por meio da utilização de um tronco de cone, ou seja, comparar a fluidez da pasta de cimento em ensaios similares ao “slumptest” mas em menores escalas, utilizando um cone de tamanho reduzido (SACHT, 2008). A Figura 3.7 ilustra a execução deste ensaio.

Figura 3.7. Execução do ensaio do Cone de Kantro.

Fonte: O autor.

Conforme ressalta Rossignolo (2003), o material utilizado no procedimento do ensaio é composto por um tronco de cone, de material translúcido, com as seguintes dimensões:

 diâmetro superior: 19 mm;  diâmetro inferior: 38 mm.

Tais dimensões podem ser observadas nas ilustrações da Figura 3.8.

Figura 3.8. Cone de Kantro (dimensões em mm).

Fonte: Kantro adaptado por Lopes da Silva (2016).

O ensaio foi realizado aferindo-se o espalhamento da argamassa autonivelante – conforme procedimento adaptado de Martins (2009). O diâmetro de espalhamento da argamassa é obtido após seu escoamento em uma placa de vidro adequadamente nivelada, determinando-se o diâmetro médio a partir de duas medidas de diâmetro ortogonais entre si, o qual indica a fluidez da argamassa. Além disso, ao passo que se medem os diâmetros, também se avaliam as condições de borda, conforme mencionado anteriormente, permitindo verificar se há uniformidade, além de constatar a ocorrência de exsudação e segregação. Tal avaliação é realizada por análise visual, conforme ilustrado na Figura 3.9 e exemplificado nas Figura 3.10 e Figura 3.7.

Figura 3.9. Condições de uniformidade visual da borda da argamassa escoada.

Figura 3.10. Argamassa autonivelante com segregação no centro e borda irregular.

Fonte: Lopes da Silva (2016).

3.3.2.1.3 Viscosidade Dinâmica

A realização do ensaio de viscosidade dinâmica, por meio do viscosímetro Brookfield, estende-se às pastas cimentícias, de modo que seja aplicável às argamassas autonivelantes. Conforme ressaltam Pileggi e Padolfelli (2003), tal ensaio funciona por meio de rotação controlada, através de um instrumento imerso no fluido – chamado de spindle. Assim, esse ensaio permite determinar a viscosidade aparente associada a uma determinada velocidade angular imposta. Devido à rotação, cria-se atrito entre o fluido e o cilindro, fazendo com que se desenvolva um momento torsor resistente, o qual é registado pelo transdutor (MENDES, 2013).

Para a execução do ensaio, fez-se uso das considerações de Mendes (2013), sendo adotado o spindle nº 5 (Figura 3.11) – indicado para a maioria das pastas cimentícias – para a aferição da viscosidade. Outrossim, o equipamento utilizado – Viscocímetro Brookfield modelo RVDV-II+P – pertence ao Laboratório de Pavimentação Professor Armando Martins Pereira (LAMP), de modo que também foi adotado parte do procedimento utilizado para ligantes asfálticos, o qual é regido pela NBR 15184 (ABNT, 2004). Dessa forma, o tempo de realização adotado para o ensaio foi de 3 min, com leituras de viscosidade a cada 30 segundos.

Figura 3.11. Spindle nº 5 - utilizado para a realização do ensaio.

Fonte: O autor.

Quanto às velocidades empregadas, seguiu-se a indicação do próprio equipamento, que recomenda que seja aplicada – preferencialmente – uma velocidade (em rpm) que resulte num esforço entre 10 e 20% da capacidade do equipamento. Dessa forma, é possível garantir uma maior confiabilidade de resultado. Além disso, o recipiente utilizado foi um Becker plástico de 600 ml – com quantidade de material equivalente à tal volume. A execução do ensaio está ilustrada na Figura 3.12, para o qual apenas uma mistura para cada formulação foi ensaiada – devido à limitação quanto à quantidade de material disponível. Assim, apenas foi repetido o ensaio para a argamassa industrializada, afim de atestar o valor obtido na primeira mistura.

Figura 3.12. Realização do ensaio de viscosidade com Viscosímetro Brookfield.

3.3.2.1.4 Tempo de retenção de fluxo

O ensaio de tempo de retenção de fluxo é prescrito pela C 1708 (ASTM, 2012), o qual permite avaliar a perda de trabalhabilidade do material aplicado. A norma mencionada indica que a avaliação do ensaio seja feita através do escoamento do material, de modo semelhante ao ensaio de consistência, por meio de um “anel de fluxo” – o qual se refere a um cilindro de 30 mm de diâmetro interno e 50 mm de altura. De tal forma, mede-se o diâmetro de espalhamento nos tempos de 0, 20 e 30 minutos posterior à mistura, conforme indicado na Figura 3.13.

Figura 3.13. Ensaio de retenção de fluxo – Obtenção diâmetro médio de espalhamento.

Fonte: Lopes da Silva (2016).

Para o presente trabalho, adotaram-se leituras de espalhamento para os tempos de 0, 15 e 30 minutos – como adaptação ao procedimento padrão do ensaio – visando obter melhor perspectiva quanto ao comportamento da argamassa ao longo do ensaio. Ademais, o anel de fluxo utilizado, fornecido pela Wacker®, possui

dimensões equivalentes às prescritas para tal ensaio.

Assim, três anéis foram dispostos sobre uma superfície adequadamente lisa, de modo que cada um fosse correspondente a um dos tempos de leitura pré- determinados. O procedimento executivo e os materiais utilizados são apresentados na Figura 3.14 e na Figura 3.15.

Figura 3.14. Disposição dos anéis de fluxo.

Figura 3.15. Execução do ensaio após duas leituras de espalhamento.

Fonte: O autor.

3.3.2.2 Estado endurecido

3.3.2.2.1 Densidade de massa aparente no estado endurecido

A norma que rege o presente ensaio é a NBR 13280 (ABNT, 2005). Tal norma prescreve que sejam moldados três corpos de prova prismáticos com dimensões equivalentes a 4 x 4 x 16 cm. Para a execução do ensaio em si, são aferidas as dimensões reais de altura, largura e comprimento (em duas posições cada), aos 28 dias de idade, com uso de paquímetro (conforme Figura 3.16). Posteriormente, determina-se o peso dos CP’s com precisão de 0,1 g.

Figura 3.16. Aferição de medida de comprimento do CP.

Assim, primeiramente calcula-se o volume do corpo de prova: 𝑉 = ℎ × 𝑙 × 𝑐 Onde: 𝑉: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑐𝑚3) ℎ: 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚) 𝑙: 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚) 𝑐: 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑐𝑚)

Finalmente, determina-se a densidade de massa aparente no estado endurecido, arredondando ao inteiro mais próximo:

𝜌 =𝑚 𝑉 × 100 Onde: 𝜌: 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑘𝑔/𝑚³) 𝑚: 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑔) 𝑉: 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑐𝑚³) 3.3.2.2.2 Variação dimensional

O ensaio de variação dimensional está prescrito na NBR 15621 (ABNT, 2005). Tal ensaio prevê a avaliação da variação por meio de corpos de prova (CP) prismáticos com dimensões de 25 x 25 x 285 mm, os quais são moldados com pinos que possibilitarão a fixação do mesmo – já no estado endurecido – em um pórtico com relógio comparador. Ademais, tal norma prescreve também a leitura da massa dos corpos de prova.

Para a realização da leitura no aparelho comparador, faz-se necessária uma calibração prévia do mesmo por meio de uma barra padrão, de tal forma que – quando o CP esteja posicionado no equipamento (Figura 3.17) – o relógio comparador apresente a diferença entre o corpo de prova e a barra de referência. A NBR 15621 ainda indica que sejam efetuadas leituras e pesagens nas idades de 1, 7 e 28 dias contadas da desforma, a qual deverá ser feita 48 horas após a moldagem – sendo

que as leituras devem ser efetuadas para as quatro faces do CP, estando este sempre na mesma posição.

Finalmente, é possível empregar algumas adaptações ao ensaio em questão, conforme executado por Lopes da Silva (2016). Dessa forma, os pontos do procedimento adaptado que diferem do modelo normativo estão descritos a seguir:

a) moldagem de 6 CP’s para cada formulação, selecionando-se ao final os três mais representativos;

b) desmoldagem 24 horas após a moldagem: tendo em vista o rápido endurecimento das argamassas autonivelantes;

c) armazenamento em câmara seca com controle parcial de umidade;

d) leituras e pesagens nas idades de 1, 7, 14, 21 e 28 dias após a desmoldagem, objetivando obter uma melhor análise do fenômeno estudado.

Assim, o cálculo da variação dimensional é dado pela equação que segue:

𝜀𝑖 = 𝐿𝑖 − 𝐿𝑜 0,25 Onde: 𝜀𝑖: 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑚𝑚 𝑚 ) 𝑛𝑎 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 i; 𝐿𝑖 : 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑢𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝑚𝑚); 𝐿𝑖: 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑢𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑝ó𝑠 𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 (𝑚𝑚); 0,25: 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑝𝑖𝑛𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑎 (𝑚).

Figura 3.17. Execução do ensaio de variação dimensional.

De tal forma, este ensaio possibilita obter os valores de expansão ou retração em mm/m no tempo do ensaio. Assim, infere-se que valores positivos de variação dimensional indicam expansão, sendo que – por outro lado – valores negativos indicam a ocorrência da retração. Destarte, é válido considerar o resultado obtido pelo ensaio descrito como um indicador de retração referente à idade de realização do mesmo.

3.3.2.2.3 Resistência à tração na flexão e à compressão

A norma que prescreve esses dois ensaios é a NBR 13279 (ABNT, 2005), pela qual se determina que, para a realização dos mesmos, é necessário moldar 3 corpos de prova prismáticos de dimensões equivalentes à 40 x 40 x 160 mm, por idade, com a argamassa recém preparada.

Ademais, seguindo-se os procedimentos da norma de maneira rigorosa, realiza-se ao final – na idade determinada (sendo necessária haver a idade de 28 dias ao menos) – a ruptura dos CP’s. A determinação das duas resistências segue o exposto a seguir:

a) Resistência à tração na flexão

Para a resistência à tração na flexão, por meio da aplicação de uma carga de 50 ± 10 N/s, leva-se o CP à ruptura e se obtém o valor resistente por meio da equação:

𝑅𝑡 =1,5 × 𝐹𝑡× 𝐿 403 Onde: 𝑅𝑡: 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑛𝑎 𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 (𝑀𝑃𝑎); 𝐹𝑡: 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑠𝑚𝑎 (𝑁); 𝐿: 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 (𝑚𝑚).

b) Resistência à compressão axial

Para a determinação dessa resistência, utilizam-se as metades dos CP’s obtidas do ensaio de resistência à flexão, nos quais aplica-se uma carga de 500 ± 50

N/s até a ruptura do CP em questão. Ao final, a resistência à compressão axial é dada por: 𝑅𝑐 = 𝐹𝑐 1600 Onde: 𝑅𝑐: 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑎𝑥𝑖𝑎𝑙 (𝑀𝑃𝑎); 𝐹𝑐: 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 (𝑁).

A Figura 3.18 apresenta a execução dos dois ensaios de resistência descritos. Figura 3.18. Execução dos ensaios de resistência.

Fonte: O autor.

3.3.2.2.4 Módulo de elasticidade dinâmico

Uma argamassa autonivelante deve apresentar uma capacidade de deformação elástica, de modo que não sofra fissuras quando da ocorrência de solicitações da mesma. O módulo de elasticidade está relacionado ao comportamento elástico do revestimento e pode fornecer informações a respeito da deformabilidade

e da rigidez do mesmo. De tal forma, o compósito em questão deve apresentar um baixo módulo de elasticidade, o que implica em maiores deformações para níveis de tensões consideravelmente baixos. A realização do ensaio é ilustrada na Figura 3.19.

Figura 3.19. Execução do ensaio de Módulo de Elasticidade Dinâmico.

Fonte: O autor.

Assim sendo, faz-se necessário avaliar o módulo de elasticidade, sendo que o ensaio do módulo de elasticidade dinâmico é prescrito na NBR 15630 (ABNT, 2009). Tal ensaio consiste na obtenção da velocidade para atravessar um corpo por meio da propagação de onda ultrassônica de uma extremidade à outra, por meio de um método não destrutivo com uso de um equipamento emissão de pulso elétrico de baixa frequência ultrassônica. Para a execução do ensaio utilizou-se o equipamento “Pundit Lab+” da Proceq®, efetuando as leituras de maneira direta, com auxílio de gel

específico para tal, além da prévia calibração do equipamento. Foram ensaiados 3 corpos de prova para cada formulação de estudo.

Assim, o Módulo de elasticidade dinâmico é dado pela equação:

𝐸𝑑 = 𝜌𝑉 2(1 + 𝜐)(1 − 2𝜐) 1 − 𝜐 Onde: 𝐸𝑑: 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑜 (𝑀𝑃𝑎); 𝜌: 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑎 (𝑘𝑔/𝑚³); 𝑉: 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜 (𝑘𝑚/𝑠); 𝜐: 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑠𝑜𝑛 (𝐴𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 0,2 𝑝𝑒𝑙𝑎 NBR 15630).

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