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3. METODOLOGIA

3.2 ENTREVISTAS

3.2.3 Entrevista realizada do dia 04/09/2015 às 17h, com a supervisora do PIBID: Ana, da cidade

matemática do IFMG- Campus São João Evangelista.

Entrevistador: Tudo bem Ana? Prazer eu sou Enderson eu sou Mestrando do Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências e em Matemática da Universidade Federal do Paraná. A minha pesquisa é sobre o PIBID e também sobre algumas políticas públicas.

Entrevistador: Você autoriza a gravar essa entrevista?

Entrevistada: Sim

Entrevistador: Depois de transcrito a sua entrevista mandarei para você aprovar se está tudo de acordo conforme você disse.

Entrevistador: Primeiramente eu gostaria de saber qual é a sua formação e como se deu a sua entrada no PIBID?

Entrevistada: A princípio eu sou formada em Bacharelado em Ciências Contábeis, no último ano de faculdade eu comecei a trabalhar com dar aulas de contabilidade num curso técnico, depois surgiu à oportunidade de trabalhar com matemática e eu fiz a complementação pedagógica em matemática da chamada resolução dois. Depois disso eu fiz uma pós-graduação a distância e trabalho com aulas de matemática há 15 anos, com muitos autos e baixos.

Entrevistador: E como se deu a sua entrada no PIBID?

Entrevistada: Eu trabalho em uma escola estadual de Minas Gerais, a nossa escola foi convidada a participar do programa do PIBID do IFMG que tem um campus em São João Evangelista, cidade vizinha de Canta Galo. A minha diretora primeiramente pediu que eu fosse fazer o processo de seleção,

na minha escola eu fui fazer e mais ninguém quis participar. Entrei para coordenação e no segundo momento teve mais dois participantes aqui da escola, mas a maior pontuação fui eu que obtive e estou como supervisora até hoje. Eu estou no PIBID como professora supervisora há três anos.

Entrevistador: Como que funciona o PIBID ai Ana? O que vocês fazem?

Entrevistada: Logo que entramos nós tínhamos mais bolsistas, do começo do ano para cá, não sei se você sabe, mas começou uma reestruturação do programa aonde reduziu o número de bolsistas, por isso teve uma mudança no edital na estrutura, mas a princípio no começo nós tínhamos na nossa escola que é uma escola razoavelmente pequena que tem em média 500 alunos que trabalhamos com turmas de 6º ao terceiro ano do ensino médio. Tínhamos até o ano passado nove bolsistas esse ano já caiu para cinco. Os pibidianos acompanham os professores, a gente faz um trabalho às vezes dentro de sala e às vezes fora, acompanhando e ajudando, para a escola funciona tanto como monitoria quanto tão próximo de um estágio, e para os meninos pibidianos, é toda essa parte do convívio de estar ali junto com o aluno e o professor, tem também toda a parte de pesquisa, o nosso grupo tem que apresentar pelo menos uma vez por mês eles precisam apresentar um relato de experiência ou um artigo ou alguma coisa nesse sentido.

Entrevistador: Anna ocorre reuniões?

Entrevistada: Sim, a gente costuma fazer reuniões aqui na escola no período mais próximo, às vezes com todos, às vezes eu divido partes com uns e partes com outros, porque eu trabalho na escola os dois turnos. Entro às 7h da manhã e saio às 7h da noite. No período da manhã eu sou professora e na parte da tarde eu sou técnica contábil da escola. Os pibidianos podem me ver tanto de manhã quanto a tarde, eu me encontro com os meninos nos dois horários, para mim enquanto professora é muito prático isso, porque eu posso ter contato com eles o tempo todo. Então a gente tem reuniões aqui para decidir alguns projetos, por exemplo, agora nós estamos organizando a segunda-feira de matemática da escola, fizemos uma o ano passado e esse ano agora vamos fazer outra. O trabalho deles nessa feira é muito intenso, é muito eles mesmo que ajudam, eles que se colocam mesmo a fazer até mais do que alguns professores da escola, infelizmente. Com a coordenação Geral

que é a coordenação do Instituto a gente também tem reuniões não tão periódicas, a nossa coordenadora esse ano ela está com uma proposta de vir todo mês participar de pelo menos uma reunião com a gente aqui. Além dessas reuniões nós também somos convocados pelo Instituto a participar de algumas reuniões lá também.

Entrevistador: E as reuniões no Instituto acontecem de quanto em quanto tempo?

Entrevistada: As do instituto são mais espaçadas, costumam acontecer quatro a cinco vezes no ano.

Entrevistador: E a coordenadora de área que é a sua coordenadora ela participa de todas as reuniões?

Entrevistada: Não, ela vem na escola pelo menos uma vez por mês, mas a gente tem contato por e-mail, por telefone. Nós nos reunimos uma vez por mês, ela vem à escola e nós marcamos uma reunião todo mundo junto.

Entrevistada: No estado de Minas tem um encontro anual do PIBID. Daí vem todos os pibidianos do Estado, não só da área de matemática, mas sim de todas as áreas das licenciaturas. No nosso campo do Instituto Federal, nós só temos PIBID de matemática.

Entrevistador: Ana o que vocês discutem nessas reuniões?

Entrevistada: Andamento de projetos, os projetos que têm correlação a gente tenta desenvolver projetos para cada turma específica conforme eles precisam e a gente também desenvolve projetos mais específicos voltados para a OBMEP, para PROEB que avaliação do Estado de Minas, para a SAEB que é a avaliação nacional e também para a própria seleção do instituto. Então a gente tenta fazer um trabalho diferenciado voltado para essas avaliações, para os alunos que têm interesse. Fora isso projetos para recuperar e intervir nas dificuldades dos nossos alunos, que não são poucas. Nós temos recebido alunos que são matematicamente analfabetos.

Entrevistador: Os Pibidianos atuam diretamente com esses projetos?

Entrevistada: Sim, como eu te falei eles acabam fazendo um trabalho que se assemelha bastante com a monitoria, eles ajudam os professores de dentro de sala de aula a trabalhar com esses diferentes níveis de aprendizagem, que a gente tem em sala uma diversidade muito grande, e fica complicado trabalhar com 40 realidades diferentes em 50 minutos.

Entrevistador: E eles chegam atuar sozinhos?

Entrevistada: Não, estão sempre com a gente. Eu não costumo fazer muito isso, mas na escola tem professores que fazem, é quando o aluno tem muita dificuldade o professor retira o aluno de sala de aula e ele fica por conta do pibidano. Nesse momento o pibidiano esta trabalhando sozinho com o aluno, mas com uma orientação previa do professor do que será feito.

Entrevistador: E eles acompanham somente as suas aulas ou eles acompanham as aulas dos professores de matemática também?

Entrevistada: Eles acompanham as aulas de outros professores também, nós somos quatro professores de matemática aqui na escola, e nós temos pibidianos que acompanha os quatro. Tem pibidiano que acompanha mais que um professor, só tem uma que só vem um dia e acompanha uma única professora. Os outros são bem variados acompanham de dois a três professores, um dia para cada. Eu tenho comigo em dias diferenciados três pibidianos trabalhando, cada dia com um e esses mesmos trabalham com outros professores, acho que é até muito interessante para ele ter esse convívio diferente com várias formas, outro momento que eles atuam não sozinho, mas com a gente é quando a gente abre espaço para eles aplicar algum projeto, algumas aulas que eles prepararam uma solução de exercício de uma forma diferenciada, uma explicação de matéria na forma diferenciada, mas daí depende do professor.

Entrevistador: Qual que é o seu papel e do coordenador de área na Escolha das atividades?

Entrevistada: É bem coordenar mesmo, ver as ideias que eles têm ver a viabilidade de aplicação desses projetos ou não, e auxiliá-los no que tiverem dúvidas, na verdade eles me auxiliam, vou ser bem sincera com você, eu acho que eles me passam muito mais do que eu faço para eles, por exemplo, eu acho que o meu papel mais Fundamental e se tivesse alguma coisa algum atrito assim, se algum não tivesse fazendo o seu papel seria o meu papel chamar atenção, supervisão mesmo, eu estando ali acompanhando o papel deles dentro da escola, acompanhando e resolvendo o que precisa ser resolvido, graças a Deus até hoje nunca deu problema, a gente trabalha de uma forma bem tranquila. É mesmo o tempo de aplicação, tempo de duração de uma atividade, escolher com o grupo o que vai ser feito ou não, meu papel

fica bem nisso. Daí já a minha coordenadora de área, o papel dela é me cobrar como anda e ver com os meninos como que está à produção dos artigos dos relatos de experiência, ela tem cobrado muito isso é analisado. A intenção do campus é publicar um livro esse ano, com esses relatos de experiência do pibidianos e essas pesquisas.

Entrevistador: Do seu ponto de vista qual é o papel do PIBID na formação dos futuros professores?

Entrevistada: Do meu ponto de vista o papel mais fundamental do PIBID é dar oportunidade ao pibidiano de vivenciar daquilo que ele vai ele vai trabalhar. De ver na prática como é, porque eu não sei se você concorda comigo, mas no estágio é muito forçado, é aquele negócio muito ensaia Dinho, o professor prepara uma aula o professor vai lá assistir, o estagiário vai lá assistir às aulas e vai tudo tranquilo. O estagiário vai lá prepara uma aula que também vai acontecer tudo tranquilo. Já no PIBID não, o aluno está lhe acompanhando dia a dia, vendo as situações que surgem em sala de aula e vendo como é que cada professor resolver aquilo. Então ele consegue ter esse convívio sem ter o peso da responsabilidade do professor, ele consegue ver como funciona sem ter o estresse que nós temos. Daí ele pode decidir se é aquilo mesmo que ele quer fazer ou não, quase sempre faz com que eles querem continuar, porque como disse um professor meu lecionar vicia, como eu tinha falado quando comecei a dar aula foi no último ano de faculdade, foi mais para terminar minha faculdade mesmo e na faculdade quando eu disse para ele, meu professor de contabilidade, que eu tinha começado dar aulas ele me disse: Ana nunca mais você sai! Meu sonho não era dar aula, e realmente não era, e ele reafirmou dizendo que fazia 15 anos que ele dizia que o dele também não era.

Entrevistada: Na sala de aula tem muita coisa que te desgasta, a sala de aula é muito desgastante, mas na hora que você consegue ensinar, que você consegue transmitir alguma coisa, quando você vê que o aluno aprendeu aquilo que você estava falando é uma sensação muito diferente, é muito boa, então acaba te viciando.

Entrevistador: Como que você vê a sua importância na formação desses futuros professores?

Entrevistada: Nossa eu nunca tinha pensado nisso, você me fez uma pergunta capciosa, eu nunca me analisei nessa situação, eu nunca perguntei isso para os meninos, acho que seria interessante se eu perguntar para ver o que eles acham. Eles elogiam muito essa questão de contato, a maioria também foram meus alunos sabe os cinco pibidianos da escola já foram meus alunos, então que eu tenho com eles é uma relação bacana, a gente conversa, a gente troca experiências, fulano troca eu acho que isso, isso aqui não está funcionando bem. Assim, primeiro foi despertar a vontade neles de estudar matemática, eu tenho uns relatos de alguns deles que eles foram fazer matemática por minha causa, é bacana! Eu falo que é essa sensação que Vicia a gente na sala de aula, você ver que você influenciou alguém, eu tenho graças a Deus essa admiração deles. O que é mais positivo é isso daí, mostrar pra eles que é difícil o dia a dia da sala de aula, e está ficando cada vez mais complicado, mas se a gente persistir um pouquinho ainda vale à pena.

Entrevistador: E você se vê como co-formadora de futuros professores?

Entrevistada: Eu nunca parei pra analisar, mas eu acho que sim!

Porque eu faço parte desse processo. Tem horas que a gente está mais parado, e eles trazem questões da faculdade para mim, pergunta daí a gente vai trocando ideias em relação às disciplinas que eles estudam esse ano menos porque eu estou trabalhando com oitavos e nonos anos, o ano passado só trabalhava com ensino médio daí era mais ainda, sem falar da questão do dia a dia mesmo da sala de aula que eu acabo influenciando muito sim.

Entrevistador: Obrigado Ana, até mais.

Entrevistada: Eu que agradeço por me escolher para fazer parte da sua pesquisa.

3.2.4Entrevista realizada do dia 17/09/2015 às 21h, com a supervisor (a) do