• Nenhum resultado encontrado

O espectro da luz

No documento O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM (páginas 43-47)

86

O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM

87

A

luz se divide em três cores básicas: vermelho, azul e amarelo, formando o triângulo das energias criadoras que chamamos de Tri-Unidade da luz. Sabedoria que as religiões transmitiram na Trindade Divina de Pai, Filho e Espírito Santo.

Na Astrologia, os signos de Fogo são Áries, Leão e Sagitário. O homem que age, que ama e que pensa. Mas não há irradiação sem que os raios de luz se reflitam no sentido oposto e que são os signos de Ar: Gêmeos, Libra e Aquário. O movimento, o equilíbrio, a renovação. Oposto ao signo de Fogo, há o signo de Ar. Fogo sem Ar se extingue e Ar sem calor mata.

Devemos compreender que os signos opostos não são antagônicos, mas os eixos formados por dois raios e signos que se completam. A roda da vida não poderá funcionar somente por raios. Os raios precisam formar os eixos. Trata-se, por consequência, de três eixos formados por seis signos:

88

O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM

89

Azul Leão–Aquário atração e irradiação amar e dar

Aquário–Leão liberdade precisa disciplina progresso precisa governo

Amarelo Gêmeos–Sagitário movimento com direção ao alvo aprender para pensar

Sagitário–Gêmeos evolução, movimento pensar para aprender

Vermelho Áries–Libra ação precisa de medida Libra–Áries harmonia perfeita ativa

Pelos dois triângulos entrelaçados das três cores básicas, formam-se o triângulo de Fogo e o triângulo de Ar, o velho símbolo da estrela de seis pontas das religiões da antiguidade. Entre cada ponta irradiada e refletida, surgem as cores compostas: laranja, lilás e verde, os signos de Terra, que correspondem a Touro, Virgem e Capricórnio e, oposto a eles, Escorpião, Peixes e Câncer, os signos de Água. Terra sem Água é estéril e Água sem Terra inunda. Por consequência, não são antagônicos, mas complementares.

Durante trinta anos refleti sobre essa grande e importante interpretação da vida na base do espectro e apliquei muito em meu trabalho. Ela é a chave para poder entender toda a harmonia que está na aparente dissonância, toda perfeição e inteligência universal.

Se reflete nos dogmas e nas religiões. Nos põe de joelhos diante da Suprema Inteligência em todas as ocasiões.

Há trinta e três anos, um psiquiatra me disse: “eu li os seus trabalhos. A senhora possui o que nos falta. É preciso que estude medicina”. Ao que respondi: eu acabo de ter filhos gêmeos, tenho família grande e não posso revalidar todos os exames para entrar na faculdade brasileira, mas, principalmente, eu não sei o que eu teria de estudar. Acho que seria física nuclear, química, biologia, astronomia, engenharia, mas também agronomia, psicologia, pedagogia, filosofia e teologia. Eu posso fazer uma coisa: estudar, levar adiante, observar a Astrologia e depois dar tudo isso aos que estudam todas as ciências, para que apliquem e aprofundem no seu setor. Disse-me ele: “a senhora é de uma natureza de uma Madame Curie”. Sim, Madame Curie revolveu toneladas de pechblenda em terra nas minas de carvão para encontrar uma partícula de luz tão grande que iluminou todo o galpão onde trabalhava, mas tão pequena que não a tinha visto na última destilação. Sim, eu revolvi toneladas de almas humanas e sempre defronto de novo com o clarão da Luz que existe em toda manifestação da vida. Precisaria de toneladas de papel e de tempo para descrever todas as experiências e argumentações de tantas vidas. Somente posso pedir às ciências que continuem, busquem e, em tudo que pesquisarem, partam do princípio de que tudo vem de uma fonte – que não sabemos ainda – e que, no momento, chamamos de Luz, a luz da vida.

Essa Luz invisível se manifesta por três cores e forma o espectro. O espectro em redor do Sol, da Terra e do homem. Ela se manifesta como uma forma irradiada de dentro para fora e se infiltra de fora para

90

O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM

91

dentro. Repito o que publiquei na primeira apostila Astrodinamismo

e Astrosofia, para os estudantes de Astrologia: hoje, na minha idade de três quartos de século, na constante busca, compreendi as tempestades da minha vida que me obrigaram

a lutar e buscar sozinha, e sem informações por bibliotecas. Nunca teria compreendido o símbolo cosmôgonico da Terra de Mu se o tivesse visto quarenta anos atrás. Teria virado a página do livro de Churchward sem ter dado grande importância a essa curiosidade arqueológica. Quando li o livro O continente perdido de Mu, me deparei com esse símbolo:

Imaginem há 35.000 anos, ou seja, um ano cósmico (25.920 anos) e quatro

meses e meio atrás (cada mês cósmico: 2160 anos), o signo de Aquário estava em plena força com Aquário na nona casa 5. Isso quer dizer que

Aquário era a religião daquela época e já existia essa compreensão que fizeram criar esse símbolo. De maneira alguma teria sentido esse maravilhoso conhecimento da antiguidadese não houvesse compreendido o espectro da vida.

No diagrama do livro de Churchward, no centro acha-se Rá, a Luz que tudo criou, os dois triângulos entrelaçados, formando as doze virtudes, os doze campos magnéticos, constelações, signos e casas, chegando à realização terrestre: as doze tentações. Para responder

5. Refere-se à Era de Gêmeos (N.da E.)

o que a alma deve ter vivido para alcançar as portas do céu, perguntem à Astrologia.

A finalidade, o fruto da vida humana, é chegar à Consciência. A humanidade está, atualmente, após longos períodos de trevas, chegando à consciência do que já sabia, em tempos remotos, na sua infância, conscientizando-se da Luz nela, humanidade existente. O universo é, para mim, o mecanismo criado pela Luz para gerar nova luz. Quando eu ando na escuridão, sempre surge algo para me lembrar disso.

Veja o salmo 139 em São Paulo, quando escreve aos Colossenses: “tudo é gerado por Ele e para Ele”.

A missão do astrólogo não é de culpas e críticas, julgando o próximo, mas a de ser eletricista quando essa luz em mim falta. Também acho que deve ficar proibido de usar Astrologia para magia, porque o homem ainda não é bastante desprendido para usar a magia somente para seu próprio despertar, tendendo a usá-la para forçar os outros e para satisfazer seus próprios desejos.

Certa vez eu estava em uma reunião cercada por muitas pessoas a fazerem perguntas, cada uma queria saber algo essencial para sua vida. Eu respondia a elas conforme a data e a hora de nascimento. Uma pessoa, advogado e psicólogo, curioso de todas as filosofias, me observava e escutava. No fim da reunião ele me disse: “cada um tem algo que esconde diante de si mesmo. O mal que não quer que seja visto e o bem que ele não quer se incomodar para praticar. A senhora tem o poder de puxar para fora o que ele quer esconder diante dos outros e de si mesmo, acende uma luz diante de seus olhos e o obriga-o a combater o mal e a praticar o bem”.

92

O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM

93

Esse poder é o poder da Astrologia. O astrólogo tem que estar

ciente de que, possuindo o saber, tem a responsabilidade, e que a única magia permitida é a maior de todas as magias, o poder do coração: o Amor.

No seu livro Fédon, Platão narra uma conversa entre Símias e Sócrates em que este conta uma lenda da mitologia sobre a parte superior da Terra, debaixo do verdadeiro céu: “dizem, meu excelente amigo – prosseguiu Sócrates – que a Terra, se alguém a observasse do alto, ofereceria o aspecto de uma bola de ouro formada de doze gomos, toda colorida, correspondendo a cada gomo uma diferente cor, das quais são fracas imitações as cores aqui usadas por nossos pintores”. Que maravilhoso conhecimento a humanidade, na sua infância, deixou com essa lenda que nos parece fantasia, mas que é a prova de um fato. A criança nasce com a sensibilidade da Verdade e sabe sentindo, depois perde isso e passa pelo escuro da vida para mais tarde se conscientizar do senso da Verdade que tinha perdido.

No documento O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM (páginas 43-47)

Documentos relacionados