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A part ir do t rabalho realizado pela EM URB em 1970 e da visit a de campo no bairro durant e a realização do t rabalho, foram selecionadas as principais ruas96 e t raçadas regiões consideradas import ant e para esse primeiro levant ament o, com o podemos observar no mapa a seguir:

Imagem 13: Região do Brás: Áreas de est udo em dest aque – edifícios e conjunt os levant ados (círculos verm elhos)

Font e: Google Eart h e Google M aps

Dessa forma, foram selecionados os conjunt os ou edifícios – dest acados com os círculos vermelhos que, at ualment e, ainda apresent am uma ou mais caract eríst icas significat ivas97 para est udo. Esse levant ament o possibilit ou a seleção de duas const ruções, para serem objet os de est udo quant o à aplicabilidade dos preceit os e

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Foram consideradas com o ruas principais, aquelas que apresent aram um m aior núm ero de processos no Arquivo M unicipal Washingt on Luís e as que est avam present es no final do século XIX e início do XX, conform e as plant as da cidade de São Paulo consult adas durant e as pesquisas.

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Foram considerados conjunt os ou edifícios significativos, aqueles que apresent am caract eríst icas const rut ivas represent ativas da industrialização paulist a e guardam unidade arquitet ônica relevante. Caract eríst icas const rutivas principais: m at erial em pregado, t écnica const rut iva, relação com o espaço urbano, est ado de conservação, uso, área, et c.

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diret rizes de preservação e int ervenção desenvolvidos nesse t rabalho.

Imagem 14: Área de est udo. Dest aque em vermelho dos conjunt os do M oinho M at arazzo (acim a) e Tecelagem M ariângela.

Font e: Google Eart h

O final da década de 1890 foi marcado pela const rução do grande M oinho M at arazzo, pela Cia. M at arazzo S/ A, compost o t ambém de depósit os suplement ares para est ocagem da farinha de t rigo.

O conjunt o edificado do ant igo M oinho M at arazzo ocupa t oda uma quadra de format o t riangular, numa área de 5.800m², envolt a pelas ruas M onsenhor Andrade e Florida – at ual Rua do Bucolismo, e t ambém pela Est rada de Ferro Sant os-Jundiai.

Esse conjunt o compost o pelo edifício do moinho, oficinas, almoxarifados e seus depósit os anexos, t eve o início de sua const rução em 1899, com financiament o de Brit ish Bank of Sout h America e ainda apresent a caract eríst icas represent at ivas da arquit et ura do início da indust rialização da região.

At ualment e, o conjunt o apresent a-se em crescent e processo de degradação, principalment e o corpo principal do moinho e os armazéns mais ant igos, próximos à ferrovia, pela falt a de conservação, const ant e vandalismo e seu desuso.

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A Fábrica M ariângela foi um est abeleciment o das Indúst rias Reunidas F. M at arazzo e const ruída no início da década de 1900, com t écnica de alvenaria de t ijolos aparent es. A fachada do edifício principal segue um rit mo de abert uras – janelas e port as, e arcos bem padronizado, com uma linguagem decorat iva bast ant e marcant e, diferent e das const ruções dos inúmeros anexos, que pouco valorizam o edifício principal. O conjunt o est á localizado ent re a Rua da Alfândega, Rua Assunção, Rua Fernandes Silva e Rua M onsenhor Andrade, com área de 28.750m².

At ualment e, o conjunt o da ant iga fábrica abriga um cent ro comercial de at ividade diversa, sob mesma administ ração98. Como pôde ser verificado, a volumet ria não passou por significat ivas mudanças, foi const at ada algumas adapt ações int ernas para at ender aos novos usos, a ret irada do maquinário pert encent e à ant iga fábrica e a colocação de revest iment o cerâmico nas fachadas.

A escolha desses dois conjunt os, M oinho M at arazzo e Fábrica de Tecelagem M ariângela, t ambém se deu a part ir da relação dos conjunt os já levant ados em out ros t rabalhos99 além das pesquisas de campo, já cit adas, na região do bairro do Brás. Esses

exemplares foram escolhidos por apresent arem element os const rut ivos

caract erizadores, represent at ivos do início da indust rialização paulist a e de moviment os operários. Eles t ambém est ão localizados na região cent ral da cidade, próximos à malha ferroviária e a um grande cent ro comer cial e est ão sob grande pressão da especulação imobiliária, fazendo com que a import ância de seu est udo, evidenciando seus element os caract erizadores, e a propost a de diret rizes para

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Apesar de feitos vários cont atos com a adm inist ração do Cent ro Com ercial do Brás, não foi aut orizado o levant am ent o fot ográfico int erno de nenhum tipo do conjunt o, segundo Sr. Ricardo – chefe a adm inist ração, devido ao est at ut o int erno. Para auxiliar a descrição do conjunt o, foram realizadas diversas visit as e anot ações sobre os edifícios, apesar de nenhum a fot ografia t er sido aut orizada.

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Ver: RUFINONI, M anoela Rossinet t i. Preservação do patrim ônio industrial na cidade de São Paulo. São Paulo, FAUUSP, Dissert ação de M estrado, 2004.

SAIA, Helena. Arquit et ura e Indúst ria: fábricas de t ecidos de algodão em São Paulo. São Paulo, FAUUSP, Dissert ação de M est rado, 1989.

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int ervenções fundament adas t ornem -se imprescindíveis.

A pesquisa seguiu as várias fases dos conjunt os selecionados, iniciando-se no final do século XIX, mais especificament e 1899, dat a do primeiro regist ro do conjunt o do M oinho M at arazzo100, primeira década do século XX, 1904, primeiro regist ro da Tecelagem M ariângela101, at é o present e moment o, quando podem os observar seus at uais est ados de conservação, at ravés das descrições e do levant ament o fot ográfico realizados.

Essas const ruções foram selecionadas102, para que sejam est udadas suas especificidades – soluções t écnico-const rut ivas e arquit et ônicas, mat eriais, organização dos espaços, import ância document al e como refer ência para a memória da região e sua inserção no espaço urbano at ual da região. At ravés do regist ro de seu est ado, evidenciando suas qualidades e necessidades, a pesquisa pret endeu most rar que muit os dos conjunt os exist ent es no local, ainda são dignos de preservação e principalment e, merecedores de est udo.

A part ir da Resolução de t ombament o103, foi consult ado o processo de t ombament o nos arquivos do CONPRESP104, que t rouxe novas informações sobre o conjunt o da t ecelagem e t ambém sobre o M oinho M at arazzo. De acordo com a document ação, a primeira propost a de t ombament o t inha como objet ivo a

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Arquivo M unicipal Washingt on Luis. Obras Particulares – Papéis Avulsos 1899 O PA 245 – pp. 82-88. 101

Arquivo M unicipal Washingt on Luis. Obras Particulares – Papéis Avulsos 1904 O PA 391 – pp. 88-93. 102

Após as prim eiras pesquisas no Arquivo Washingt on Luis e CONPRESP e mediante sugest ão da banca exam inadora, no ano de 2010, houve um a m udança de um dos conjunt os eleit os durant e o início das pesquisas de campo do trabalho. Foi realizada a substit uição do conjunt o de Galpões das IRFM localizados à Rua Fernandes Silva inicialment e escolhidos, pelo M oinho M at arazzo, localizado à Rua M onsenhor Andrade. Essa subst it uição se deu em função dos result ados da pesquisa docum ent al e t am bém pela análise do processo de t om bam ent o da Tecelagem M ariângela, que t em t am bém , com o im óvel int egrant e, o M oinho M at arazzo. Dessa forma, a escolha desses dois conjunt os e seu conseqüent e est udo, constit uiu um encaminham ent o m ais int eressant e e produtivo para o t rabalho final.

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Ver Resolução 38/ 92 em anexo, ao fim do capít ulo. 104

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salvaguarda soment e do M oinho M at arazzo que, conforme os est udos de seu conjunt o foram sendo realizados, foi acrescida da Tecelagem M ariângela e edificações vizinhas de import ância ambient al e hist órica.

O Processo de t om bament o desses imóveis t rouxe t ambém informações com o as ruas principais, dat as, e processos do Arquivo M unicipal, o que possibilit ou uma pesquisa mais complet a e direcionada no Arquivo M unicipal Washingt on Luis, em busca dos document os referent es ao conjunt o do moinho e t ecelagem, onde foram encont rados document os105, t ais como: plant as, descrições da const rução, fachadas, et c.

Seguem os primeiros processos consult ados, a part ir das informações obt idas no arquivo do CONPRESP:

OBRAS PARTICULARES Rua M onsenhor de Andrade

Volum e Dat a inicial Dat a final

O.PA 245 (1) 1898 1899

O.PA 391 (2) 1904 1904

(1) Ant igo processo: Obras Part iculares – Papéis Avulsos 1899, volume 24-E-9 229- M pp. 82-85 e pp. 86-88.

(2) Ant igo processo: Obras Part iculares – Papéis Avulsos 1904, volume 18.

Nesses processos foram encont rados os prim eiros regist ros dos projet os referent es ao M oinho M at arazzo e Tecelagem M ariângela, como serão vist os na seqüência.

Foram t ambém pesquisados os demais processos encont rados no relat ório de t ombament o para o M oinho M at arazzo e Tecelagem M ariângela e out ros encont rados

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Processo nº 1898 – Obras Particulares 245; Processo nº 1899 – Obras Part iculares 245. Arquivo

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durant e as últ imas pesquisas no AHM WL e sit e do arquivo106, para a análise e descrição dos conjunt os, conforme relação abaixo:

Notação AHM : OP.1906.001.112 Local: Rua M onsenhor Andrade Int eressado: F. M at arazzo & Cia.

Assunt o: Solicit a const rução de ext ensão da fábrica de t ecidos. Notação AHM : OP.1907.000.111

Local: Rua Assumpção

Int eressado: F. M at arazzo & Cia.

Assunt o: Solicit a ext ensão da fábrica de t ecidos, at ravés da const rução de armazém a Rua Fernandes Silva, esquina da Rua M onsenhor Andrade.

Notação AHM : OP.1907.001.095 Local: Rua M onsenhor Andrade Int eressado: F. M at arazzo e Cia.

Assunt o: Solicit a const rução de ext ensão da Fábrica M ariângela. Notação AHM : OP.1908.001.356

Local: Rua M onsenhor Andrade Int eressado: F. M at arazzo e Cia.

Assunt o: Solicit a const rução de ext ensão da Fábrica M ariângela e a ligação ent re o moinho e a t ecelagem por t ubo de ferro para condução de água.

Notação AHM : OP.1909.001.647 Local: Rua M onsenhor Andrade Int eressado: Francisco M at arazzo Cia.

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A pesquisa foi realizada no Arquivo M unicipal Washingt on Luis e no sit e que est á sendo desenvolvido pela Faculdade de Arquit et ura e Urbanism o – USP em parceria com o AHM WL, sob coordenação do Prof. Dr. Nest or Goulart Reis Filho. At é o encerram ent o das at ividades da Pesquisa Document al, o site ainda não t inha disponibilizado os processos dos anos de 1915 a 1920, que t iveram que ser consult ados e fot ografados soment e no AHM WL.

“ Desde 2003, o AHM WL desenvolve um inst rum ent o de pesquisa inform at izado para as atividades de descrição docum ent al, ancoradas nas norm as int ernacionais cont em pladas na Norm a ISAD-G - o Sist em a de Registro, Cont role e Acesso ao Acervo (SIRCA).

As Séries Docum ent ais de m aior interesse para os arquitet os incluem os projet os arquit et ônicos de obras públicas e particulares (residenciais, instit ucionais, com ércio e serviços), subm etidos à aprovação de 1870 a 1920.

Part e da Série das Edificações Particularese oFundo Part icular Severo e Villares est ão sendo os focos do Projet o de Pesquisa em Políticas Públicas “ Arquivo Hist órico M unicipal: a cidade de São Paulo e sua arquitet ura” , num a parceria ent re o AHM WL e a FAUUSP, financiada pela FAPESP.”

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Assunt o: Solicit a demolição de fachada exist ent e a Rua M onsenhor Andrade nº 64, para reconst rução e adapt ação ao novo prédio para assent ament o de máquina de malharia. Notação AHM : OP.1909.001.640

Local: Rua M onsenhor Andrade Int eressado: F. M at arazzo

Assunt o: Conjunt o de t rês processos dist int os: modificação do projet o do prédio para assent ament o de máquinas de malharia; solicit a colocação de um silo (depósit o de t rigo em grão) próxim o ao exist ent e no conjunt o do m oinho; e aument o de barracão para oficina mecânica anexada à fábrica de t ecidos M ariângela.

Notação AHM : OP.1910.000.236 Local: Rua Assumpção

Int eressado: Francisco M at arazzo e Cia.

Assunt o: Solicit a const rução de ext ensão da Fábrica M ariângela. Notação AHM : OP.1913.003.698

Local: Rua M onsenhor Andrade s/ nº Int eressado: I.R.F.M at arazzo

Assunt o: Pedido de levant ament o de calçament o na Rua M onsenhor Andrade para subst it uição de t ubo.

Notação AHM : OP.1913.003.699 Local: Rua M onsenhor Andrade s/ nº Int eressado: I.R.F.M at arazzo

Assunt o: Pedido de aument o de seu m oinho de t rigo, conforme desenhos em anexo. Notação AHM : OP.1915.002.717

Local: Rua M onsenhor Andrade, 69

Int eressado: Sociedade Anonyma Indúst rias M at arazzo

Assunt o: Solicit a a aprovação da plant a relat iva à reconst rução de part e do edifício de sua Fábrica de Tecidos M ariângela, sit a à Rua M onsenhor Andrade nº 69, dest ruída pelo sinist ro ocorrido.

Notação AHM : OP.1915.002.721 Local: Rua M onsenhor Andrade s/ nº Int eressado: I.R.F.M at arazzo

Assunt o: Solicit a aprovação de duas plant as referent es à ampliação do seu moinho de t rigo, sit o à Rua M onsenhor Andrade.

Notação AHM : OP.1915.002.722 Local: Rua M onsenhor Andrade s/ nº

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Int eressado: I.R.F.M at arazzo

Assunt o: M odificação de projet o ant erior (OP.1915.002.721), com nova plant a para aument o do moinho de t rigo de sua propriedade.

Notação AHM : 010.265/ 20 03-002.965-90* 16

Local: Rua M onsenhor Andrade, 110 Int eressado: I.R.F.M at arazzo

Assunt o: Solicit a a const rução do aument o no armazém das Indúst rias Reunidas F. M at arazzo, à Rua M onsenhor Andrade nº 110, em São Paulo.

Notação AHM : 007.623/ 20 03-002.966-90* 89

Local: Rua M onsenhor Andrade, 110 Int eressado: I.R.F.M at arazzo

Assunt o: Solicit a a const rução de um armazém e de um escrit ório às Ruas M onsenhor Andrade e Florida, para as Indúst rias Reunidas F. M at arazzo.

Notação AHM : s/ nº

Local: Rua M onsenhor Andrade, 110

Int eressado: Indúst rias Reunidas M at arazzo

Assunt o: Const rução de um depósit o para arroz em casca, à Rua M onsenhor Andrade nº 110, no int erior de seu est abeleciment o indust rial M oinho M at arazzo.

No processo de t ombament o desses dois conjunt os107, t ambém foram cit ados processos dat ados da década de 1930, at ualment e localizados no Arquivo M unicipal DAF – 4. Esses processos não puderam ser consult ados pela imposição da apresent ação de uma procuração do propriet ário em nome do pesquisador, o que não foi possível. Abaixo seguem os processos const ant es no Arquivo M unicipal DAF 4:

Número: 03-007.831-84* 99 Processo ant igo nº 79.037/ 35 Local: Rua M onsenhor Andrade, 69

Int eressado: Soc. Anonima Ind. R. F. M at arazzo Dat a: 08/ 11/ 1935

Aut or do projet o: Francisco Verrone 107

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Assunt o: Solicit a o aument o de sobrado na Fábrica de Tecidos M ariângela. Acompanha desenhos de plant a e elevações.

Número: 03-007.834-84* 87 Processo ant igo nº 20.729

Int eressado: S. A. Ind. Reunidas M at arazzo Dat a: 04/ 02/ 1935

Aut or do projet o: Francisco Verrone

Assunt o: Solicit a licença para const ruir prédios para almoxarifado na fábrica de t ecidos M ariângela. Acompanham a plant a com divisões de com part iment os por at ividade e elevação.

Número: 03-007.824-84* 23 Processo ant igo nº 30.229/ 35

Int eressado: S.A. Ind. Reunidas M at arazzo Aut or do projet o: Francisco Verrone

Assunt o: Solicit a licença para aument ar a const rução localizada à Rua M onsenhor Andrade nº 69. Acompanham a plant a e elevações. Obs. No verso do projet o const a sem efeit o para a aprovação.

A part ir da Pesquisa Document al, foi realizada a descrição dos conjunt os do M oinho M at arazzo e Tecelagem M ariângela, baseada nas informações obt idas nos processos que puderam ser consult ados e o at ual est ado dos conjunt os, como novas int ervenções, acabament os, est ado de conservação, dem olições ou subst it uições de mat eriais, a part ir das visit as de campo e levant ament o fot ográfico108.

2.1 O M oinho M at arazzo

O M oinho M at arazzo foi const ruído em um moment o de favoreciment o indust rial nacional crescent e, em virt ude da polít ica alfandegária prot ecionist a

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Além das visit as de cam po, quando foram realizados os levant am ent os fot ográficos e mét ricos dos conjunt os, foram ut ilizados sit es que possibilit aram a obt enção de algum as im agens e inform ações referent es aos objet os de est udo, com o Google M aps, Google Earth e Google St reet View .

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desenvolvida no país na virada do século XX. Ele represent a, de forma marcant e, um regist ro único da formação e est rut uração do bairro do Brás, em um moment o em que a região, em função da ferrovia, const it uiu-se como espaço apropriado para a inst alação das nascent es indúst rias – import ant e t ant o para a memória da indust rialização da cidade, quant o pelo seu significado na const it uição da paisagem.

O conjunt o originado em t orno do moinho é um exemplar de um modelo de organização produt iva part icular do início da indust rialização na cidade de São Paulo, que se caract erizava pela expansão vert ical e pela concent ração dos usos e at ividades em um mesmo espaço. É t ambém represent at ivo de vários moviment os sociais, ocorridos na cidade nas primeiras décadas do século XX, assim como a Tecelagem M ariângela.

Em 1891, a fam ília M at arazzo, em conjunt o com 43 acionist as, organizou um a Sociedade Anônima – Cia. M at arazzo S/ A que, com financiament o do Brit ish Bank of Sout h America, conseguiu implement ar a criação de um moinho de t rigo na cidade de São Paulo. E em 1894, solicit ou à Junt a Comercial de São Paulo o regist ro da firma Francisco M at arazzo e Cia, para comércio de comissão e import ação de gêneros e out ros.109 A I.R.F.M ., no ent ant o, já operava com a import ação e dist ribuição da farinha de t rigo, ent re out ras at ividades.

No fim da década de 1890, mais especificament e em 1898, solicit ou a aprovação de plant as para a const rução de um novo depósit o de farinha de t rigo, no t erreno do fut uro M oinho, confirmando sua int enção de expansão nesse set or.

No ano seguint e a Cia. M at arazzo S/ A formaliza junt o à Int endência de Obras, o pedido de aut orização para a const rução do conjunt o do M oinho, com post o t ambém de depósit os suplement ares para est ocagem da farinha de t rigo.

O conjunt o edificado do ant igo M oinho M at arazzo ocupa t oda uma quadra de format o t riangular, numa área de 5.800m², envolt a pelas ruas M onsenhor Andrade,

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Florida e pela Est rada de Ferro Sant os-Jundiai.

Esse conjunt o arquit et ônico, com post o pelo edifício do moinho e seus depósit os anexos, t eve o início de sua const rução em 1899, por iniciat iva de Francisco M at arazzo e é represent at ivo do início da indust rialização da região.

No processo nº O.PA 245 de 1899, foram encont rados t odos os desenho do projet o da const rução principal do m oinho, como os prospect os principal e lat eral, cort es e est rut ura dos edifícios, implant ação e det alhes const rut ivos, com medidas em met ros e polegadas. (ver Imagem 17 e 18)

Segundo os document os encont rados no Arquivo M unicipal Washingt on Luis110, o aut or do projet o do moinho é Nicolau Spagnolo e t eve suas especificações t écnicas para execução assinadas por Henry Simon e H.A.Jordan encaminhadas diret ament e de M anchest er, Inglat erra. Da mesma forma, os equipament os necessários para seu funcionament o foram adquiridos na Casa Henry Simon, em M anchest er, por M at arazzo durant e sua viagem à Inglat erra.

O edifício do m oinho possuiu fachada principal – prospect o principal, com 42, 20 met ros, dividida em t érreo e mais t rês andares de janelas sobrepost as, com t reze janelas de 2,20 met ros de alt ura e 1,30 de largura, em cada andar, sendo que o peit oril da janela do t érreo est á a uma alt ura de 1,65 m et ros do passeio público. Dest aca-se t ambém um corpo cent ral mais alt o, 5,80 met ros acima da cobert ura, com janelas em

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