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Equipamento I Quantidade de equipamentos nas Marcenarias N S

4.9. Fabricação de peças de painéis de madeira

Os painéis de madeira eram fornecidos em dimensões maiores que as pranchas de madeira maciça. As peças feitas de painéis eram utilizadas para fechar vãos, como, por exemplo, portas e prateleiras; ou para funções estruturais, como laterais e tampos. Algumas vezes, eram utilizados painéis de pequena espessura para dar acabamento aos produtos.

O processo de fabricação dessas peças apresentava menor número de etapas, pois não era necessário tornar a peça plana, tampouco ajustar sua espessura.

Os painéis eram cortados nas dimensões necessárias e, ocasionalmente, passavam por outros processos adicionais, como, por exemplo, a usinagem das bordas em tupia, ajustes na plaina, etc. Também podiam ser lixadas, se necessário.

Muitos painéis de madeira utilizados eram decorados, ou seja, já eram comprados com acabamento. Para finalizar o acabamento dessas peças era necessário, somente, colar fitas nas bordas das peças. Isso era feito antes ou depois da montagem, de acordo com a decisão do marceneiro ou com a necessidade da peça.

O fluxograma de produção das peças fabricadas a partir de painéis de madeira está representado na Figura 9.

Figura 9 - Fluxograma de produção de fabricadas a partir de painéis de madeira

4.9.1. Montagem

Consistia em unir as peças fabricadas e montar conjuntos e subconjuntos que compunham o produto final. Dependendo do produto e da forma como era construído, havia uma sequência para a construção dos conjuntos, ou seja, era necessário fabricar alguns conjuntos antes de outros. Verificou-se, também, que os marceneiros faziam isso para garantir o encaixe das partes.

Observou-se que não havia uma sequência fixa para as atividades desenvolvidas na montagem. O marceneiro ora fabricava todas as peças para depois começar a montagem, ora fabricava parte delas e montava um conjunto, fabricava mais uma parte e montava outro conjunto, etc. Verificou-se, todavia, que era mais frequente a fabricação de um grupo de peças seguida pela montagem de um conjunto, posterior fabricação de outro grupo de peças e montagem de outro conjunto. A atividade era assim desenvolvida por dois motivos

principais: fabricar peças para que os ajudantes não ficassem ociosos e garantir que as peças produzidas se encaixassem na montagem dos móveis. Observou-se também, que às vezes se realizava o acabamento de um subconjunto antes de terminar a montagem de outros que compunham o mesmo produto.

Verificou-se que, para unir as peças de madeira, eram utilizadas várias técnicas. As peças estruturais de madeira maciça, geralmente eram unidas entre si através da fabricação de encaixes, posterior colagem e, em alguns casos, utilização de pinos ou parafusos. As peças de painéis, geralmente, eram parafusadas em outras peças, mas também podiam ser encaixadas ou coladas, conforme a necessidade.

As ferragens eram utilizadas como componentes funcionais, mas que também contribuiam para a estética do produto. Verificou-se a utilização de puxadores, corrediças metálicas para gavetas e perfis de alumínio para colocação de vidro e portas de correr. Além desses, verificou-se utilização de grande quantidade de parafusos, pinos, dobradiças, etc., ou seja, intenso uso de ferragens na montagem dos móveis.

Em todas as marcenarias, verificou-se que os marceneiros e ajudantes utilizavam ferramentas portáteis que facilitavam o seu trabalho, tornando-o mais rápido e menos cansativo. Eram utilizadas, principalmente, parafusadeiras elétricas para auxiliar a colocação de parafusos e, muitas vezes, para furar a madeira e pinos metálicos, que possuem a mesma função dos pregos, colocados através de pinadores pneumáticos. As atividades de lixamento, aplainamento, corte e furação também eram realizadas com máquinas elétricas portáteis, quando necessário.

Constatou-se que durante a montagem dos produtos, frequentemente, marceneiros e ajudantes faziam ajustes nas peças e, para isso, utilizavam as máquinas estacionárias. Portanto, era comum que eles parassem a montagem e trabalhassem algumas peças, cortando-as, lixando-as, usinando-as, etc.

Verificou-se também, que sempre que havia uma interrupção do trabalho que não dependia do marceneiro ou ajudante, como falta de material ou espera para secagem, eles concentravam-se na fabricação de outras peças, ou mesmo outros produtos, mas em momento algum se observou ociosidade dos trabalhadores.

Devido ao tamanho dos produtos, a montagem dos móveis, geralmente, era realizada no chão da marcenaria, utilizando-se de apoios quando possível. Em todas elas havia uma área reservada para essa atividade. A montagem dos conjuntos menores que compunham os móveis, como gavetas, era feita sobre bancadas. As bancadas eram utilizadas sempre que a dimensão das peças permitia.

Após finalizar a montagem dos produtos, geralmente, era feita uma desmontagem parcial para realizar acabamento ou transporte para entrega. Em caso de necessidade de acabamento, os conjuntos eram levados até o setor de acabamento.

Na entrega do produto final, o marceneiro deslocava-se até o local em que seria instalado o produto para montá-lo. Alguns produtos não precisavam ser parcialmente desmontados para serem acabados, tampouco para sua entrega.

4.9.2. Acabamento

O acabamento aplicado sobre o produto dependia do material com o qual ele era construído. Madeira maciça e painéis sem revestimentos podiam ser cobertos ou revestidos. Painéis decorados somente tinham suas bordas revestidas.

Para cobrir os produtos eram aplicados vários tipos de tintas, seladoras, vernizes ou lacas. Essa atividade começava com a preparação do produto, lixando-o, para, a seguir, aplicar a cobertura desejada.

O revestimento dos produtos era feito colando-se folhas de revestimento ou chapas de pequena espessura sobre as peças. Às vezes, era necessário, após a colagem de folhas de madeira maciça realizar cobrimento posterior, com seladoras, vernizes, etc.

As peças ou produtos feitos de painéis decorados não necessitavam de pintura ou colagem de revestimento, pois sua superfície já possui acabamento. Portanto, somente era necessário colar revestimento sobre suas bordas. Ressalta-se que algumas peças passavam pelo acabamento antes de serem montadas no conjunto final.