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1 DESCREVENDO O CASO ENEM: OS DESAFIOS EM SER MAIS

1.4 Impactos gerados pelo crescimento do Enem

1.4.6 Fase 6 Pós-aplicação

A sexta e última fase de operação logística, também conhecida como operação reversa, ocorre no mesmo grau de sigilo e segurança exigido no planejamento e na aplicação do exame.

A ideia nesta fase é garantir que todos os malotes retornem ao centro de tratamento do consórcio. No caso das unidades federadas em que a Cesgranrio aplica o exame, o retorno é para a sede da fundação, que fica na cidade do Rio de Janeiro. No caso das unidades federadas em que a Fub/UnB/CESP aplicam o exame, o retorno é para Brasília.

O êxito da operação tem início nas coordenações dos locais de aplicação, as quais conferem os instrumentos de aplicação e preparam a devolução, em malote lacrado. É fundamental a devolução dos seguintes materiais: cartões-resposta, folhas de redação, lista de presença, relação de substituídos e incluídos, declaração de atendimento especializado, relatório da coordenação local, ata de sala utilizada, fichas de ocorrência, entre outros itens administrativos.

De forma sumária, as atividades principais referentes a esta fase são: (i) processamento dos instrumentos de aplicação; (ii) correção das provas objetivas, (iii) correção das redações e (iv) consolidação das bases de dados com os resultados do exame.

a) Processamento de instrumentos de aplicação

Depois de recebidos e checados todos os malotes, os materiais são retirados e encaminhados para a área de digitalização, seguindo alguns critérios de priorização. Por exemplo, o cartão de resposta do segundo dia de prova discursiva (redação) tem prioridade no tratamento, pois ainda passará pelo processo de avaliação/correção, que é descentralizado e individual. Depois, seguem os cartões de resposta dos 1º e 2º dias de provas objetivas, os quais ainda serão processados e requerem várias verificações e validações das marcações, que podem afetar o resultado.

As listas de presença também recebem um tratamento à parte, pois são base de informações para o cruzamento de dados entre presentes/ausentes e inscritos

com nota/sem nota, para os casos de assinatura em local indevido na lista, ocorrência de homônimos (que e muito comum) etc.

As atas de sala recebem uma análise mais qualitativa, passando por um sistema de verificação muito próximo ao das redações. A intenção é extrair informações de ocorrências registradas pelos chefes de sala, tais como: problema de identificação na lista de presença; descumprimento do edital, eliminações etc. Por fim, temos o relatório de aplicação, que trata de forma geral de tudo o que ocorreu na coordenação local de aplicação, normalmente para registro de questões mais graves que possam impactar em uma reaplicação da prova.

b) Correção das provas objetivas e das redações

O processo de correção das provas objetivas corresponde ao processamento dos cartões-resposta preenchidos pelos participantes, os quais resultam em uma base de dados que contém as informações das respostas, conforme especificações do Inep.

O consórcio deve encaminhar ao Inep, de acordo com os padrões definidos pela autarquia, o andamento do processamento das provas objetivas em 2 (duas) etapas: a primeira é a base de dados preliminar com as marcações dos participantes (90% consistida), para fins de retirada da amostra e calibração dos itens; a segunda é a base de dados final, com as marcações e as proficiências calculadas.

A correção das redações tem como base a matriz de referência para a redação divulgada aos participantes e disponível na página do Inep. A nota da redação pode variar entre 0 (zero) e 1.000 (mil) pontos, tendo em vista a pontuação máxima de 200 (duzentos) pontos para cada competência, e deve respeitar os critérios especificados na matriz do Inep.

A redação é corrigida por dois avaliadores de forma independente, considerando-se como discrepância a diferença de mais de 100 (cem) pontos entre as notas totais ou se a diferença entre suas notas, em qualquer uma das competências, for superior a 80 (oitenta) pontos. Portanto, feitas as duas primeiras correções, caso não haja discrepância entre as notas atribuídas por ambos os corretores, a nota final do participante será a média aritmética das notas atribuídas pelos dois.

Caso haja discrepância entre os dois corretores, neste caso, considera-se um procedimento chamado “recurso de ofício” e a redação é corrigida, de forma independente, por um terceiro corretor. Se a nota do terceiro corretor não for equidistante das notas atribuídas pelos outros dois corretores anteriores, ou não apresentar uma nova discrepância em relação a ambos, a nota final do participante será a média aritmética entre as duas notas totais que mais se aproximarem.

Caso a nota total do terceiro corretor seja equidistante das notas totais atribuídas pelos outros dois corretores, ou ele apresentar uma nova discrepância com os outros dois, a redação é encaminhada para uma banca composta por três avaliadores, que atribuirá a nota final, sendo descartadas todas as notas anteriores.

Após todo o processamento do material e correção das provas objetivas e dissertativas, todas as informações são consolidadas em bases de dados com as informações da lista de presença dos participantes e as notas das provas. Além disso, é transmitido também outro arquivo com as imagens dos cartões-resposta das provas objetivas utilizadas e não utilizadas, das folhas das redações utilizadas e não utilizadas, das listas de presença, dos relatórios de ocorrência, das atas de sala, e dos relatórios de ocorrências dos coordenadores de locais de aplicação.

Estes arquivos são fundamentais para o processo de divulgação dos resultados, sobretudo quando são encaminhados recursos dos participantes questionando suas notas ou ações judiciais promovidas contra os resultados da avaliação.