• Nenhum resultado encontrado

O CONSUMO

ALIMENTAR

55

INTRODUÇÃO

O consumo alimentar é determinado pelas escolhas de alimentos1, que variam amplamente e são influenciadas por fatores intrínsecos e extrínsecos, que vão desde determinantes bioló-gicos, até contextos econômico e social nos quais a pessoa está inserida2. Esses fatores intera-gem de maneira complexa e mutável, influenciando o desenvolvimento e a manutenção dessas escolhas3,4. Para selecionar os objetivos de mudança mais adequados, é importante conhecer e compreender as influências críticas nas escolhas e no consumo dos alimentos e verificar quais delas estão sujeitas a modificação, respeitando o contexto em que a pessoa vive.

DETERMINANTES INTRÍNSECOS

O desejo de comer é influenciado pelas demandas metabólicas e o organismo humano dis-põe de inúmeros mecanismos que regulam o consumo alimentar a fim de manter o balanço energético adequado. As escolhas alimentares são influenciadas por mecanismos fisiológicos, incluindo sinais do trato gastrointestinal e do tecido adiposo para o cérebro, que afetam não apenas a fome e a saciedade, mas também a motivação para comer determinados alimentos e a recompensa que experimentamos ao comer5,6. Infelizmente, frequentemente esses me-canismos se tornam desregulados e levam ao consumo alimentar excessivo, que pode então levar ao ganho de peso7-9.

O controle do apetite é complexo e envolve a integração entre circuitos neurais, incluindo o hipotálamo (controle homeostático), sistema mesolímbico (controle hedônico) e o lóbulo frontal (controle executivo). O “cross-talking” entre os fatores homeostáticos e hedônicos são mediados, principalmente, pelo tecido adiposo, pâncreas e intestino10-14.

Outros fatores importantes são o paladar e a experiência hedônica, que são cruciais para moldar as escolhas alimentares durante os diferentes períodos da vida15-17. Existem compo-nentes químicos e propriedades físicas dos alimentos que terão impacto nessa escolha, via percepção sensorial. Essas propriedades serão percebidas em termos de atributos, como sa-bor, textura ou aparência. A preferência sensorial pelo sabor doce, por exemplo, é inata e pode ser influenciada por fatores genéticos18,19. No entanto, perceber um determinado atributo sen-sorial em um alimento não significa necessariamente que uma pessoa escolherá consumi-lo.

Já a palatabilidade é definida como o prazer ou valor hedônico associado à comida20 e tem sido consistentemente demonstrado que influencia a ingestão de alimentos em curto prazo21.

Os processos hedônicos e a recompensa são motivadores importantes para as decisões e são fortes o suficiente para anular as necessidades homeostáticas. A seleção e ingestão de ali-mentos em seres humanos é amplamente impulsionada por interação de controle homeostá-tico e sinais de recompensa. Essa interação requer o envolvimento complexo de funções cog-nitivas superiores, incluindo memória, aprendizagem e avaliação de diferentes opções22-24.

As pessoas podem usar o conhecimento em alimentação e saúde para mudar seu compor-tamento, mas o conhecimento por si só é improvável que seja eficaz3, não sendo suficiente para alcançar uma mudança comportamental substancial e de longo prazo25. Um estudo que avaliou os determinantes de consumo de fast-food concluiu que. embora o grupo apresen-tasse bom conhecimento nutricional, isto não foi suficiente para dissuadir os indivíduos de comer fast-food. Os participantes relataram ser mais influenciados pela conveniência, satis-fação, família, amigos e outros fatores facilitadores26.

56

CAPÍTULO 4

DETERMINANTES EXTRÍNSECOS

Os hábitos alimentares de um indivíduo também são moldados pelo ambiente em que ele está inserido. O consumo diário é influenciado por um ambiente com maior conteúdo de informações em que as decisões de escolha são situacionais e moldadas pelo ambiente físico (vida urbana vs. rural ou falta de alimentos saudáveis em regiões de pobreza), econômico, social e cultural27,28.

Mudanças alimentares necessitam da aquisição de novos conhecimentos, habilidade, tempo e disciplina, necessários para a preparação de alimentos. Na população brasileira, as escolhas estão fortemente ligadas a fatores socioeconômicos29. Embora o aumento da renda não leve necessariamente a melhorias na qualidade alimentar, o custo influencia claramen-te a escolha de alimentos30. Outros fatores determinantes sobre o consumo são o acesso e a disponibilidade de alimentos, que têm um grande impacto nas decisões alimentares. Por exemplo, alimentos como peixes, carnes magras, frutas e vegetais frescos podem estar menos disponíveis em comunidades urbanas e rurais pobres27,31.

Por outro lado, os alimentos ultraprocessados e com maior densidade calórica estão pron-tamente disponíveis em uma grande variedade de produtos e uma dieta com uma grande proporção desses alimentos aumenta a ingestão de energia, podendo levar ao ganho de peso.

As recomendações para diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados devem levar em consideração o tempo, habilidade, despesa e esforço necessários para preparar refeições a partir de alimentos minimamente processados, recursos que muitas vezes são escassos para pessoas com um baixo nível socioeconômico32. Evidências também associam o maior consumo de alimentos ultraprocessados com um risco aumentado de 20% a 81% de desenvolvimento de várias doenças crônicas não transmissíveis quando avaliado transversalmente em adultos33.

Um outro fator é a arquitetura alimentar, abordagem utilizada para projetar opções em vários ambientes para influenciar decisões e comportamentos das pessoas34-36. A posição dos alimentos, o design e as características dos ambientes de consumo podem influenciar de for-ma positiva ou negativa as escolhas alimentares37-43.

Dentro dos fatores socioculturais relacionados ao comportamento alimentar, estão as influências familiares. No ambiente familiar ocorrem as exposições na primeira infância a diferentes composições dietéticas e hábitos alimentares, podendo a família fornecer pa-drões de referência para avaliar e julgar comportamentos alimentares como “certos”, “nor-mais, “inadequados” ou “aceitáveis”, que serão usados ao longo da vida19,44-47. As pessoas são fortemente influenciadas por decisões e hábitos pregressos, mesmo que estes não te-nham se mostrado ideais15.

De forma conjunta, as condições ambientais e as experiências sociais exercem um impacto contínuo no comportamento alimentar48,49. A maior parte das refeições ocorre na presença de outras pessoas44 e as decisões de escolhas alimentares não são feitas apenas individualmente, mas também por influência do grupo50. Sendo assim, os pares, como amigos ou colegas pró-ximos, podem influenciar nas escolhas alimentares a partir da busca por reconhecimento ou identificação dentro de um grupo específico.

Outro fator importante no consumo alimentar são padrões culturais, que incluem as regras aprendidas pelos indivíduos ao longo da vida e que podem ser compartilhadas com um grupo de pessoas. Por exemplo, a composição de determinadas refeições pode variar

57 CAPÍTULO 4

por razões culturais, pois nem tudo que está disponível para alimentação é culturalmente aceito. Por exemplo, dependendo da localização, as culturas alimentares étnicas estão en-tre os fatores mais importantes que as pessoas relatam como influências em suas decisões de escolha de alimentos51.

Os meios de comunicação, principalmente as mídias sociais, são hoje a principal fonte de informação sobre alimentação e nutrição para muitas pessoas e também podem influenciar o consumo alimentar52. A alta exposição a conteúdo relacionado à imagem corporal perfeita tem impacto negativo sobre o tratamento do indivíduo pela frustação de não conseguir atin-gir essa perfeição. Além disso, há impacto na escolha de alimentos saudáveis da população de adultos jovens por serem vulneráveis à influência das mídias sociais53,54.

Há também um argumento crescente sobre a influência da sustentabilidade como fa-tor determinante do consumo alimentar, através da escolha de uma dieta que promova sustentabilidade no sistema alimentar e limite as emissões de carbono, como a redução do consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas, além da adequação do consumo da carne bovina e laticínios55-57.

CONCLUSÃO

Em resumo, é importante entender exatamente quais são os fatores conscientes e incons-cientes que influenciam as escolhas alimentares. Além disso, como os comportamentos ali-mentares são adquiridos ao longo da vida, o processo de mudança deve ocorrer de forma gradual e promover hábitos que sejam sustentáveis.

58

CAPÍTULO 4

RECOMENDAÇÕES:

Estratégias de Educação Nutricional

Para que ocorra mudança de comportamento, o conhecimento sobre os alimentos, em-bora não seja suficiente, é necessário. Por isso é recomendada a utilização de estratégias de educação nutricional com os indivíduos que desejam modificar o consumo alimentar.

Classe de recomendação I, Nível de evidência A.

Diminuir a densidade energética da dieta respeitando a palatabilidade Fornecer estratégias sustentáveis para moderar a ingestão de energia, enfatizando a qua-lidade da dieta e mantendo a palatabiqua-lidade, pois enquanto o sabor for uma influência primária na seleção de alimentos e no controle alimentar, orientações destinadas a mudar e melhorar o consumo devem considerar as respostas sensoriais aos alimentos. A palata-bilidade, a resposta afetiva ao sabor e a textura de um alimento aumentam o prazer em co-mer e não podem ser ignoradas. Classe de recomendação IIa, Nível de evidência B.

Estratégias comportamentais

Fatores que estão relacionados à adesão em longo prazo de mudanças no consumo ali-mentar incluem mudança de comportamento aliali-mentar, por isso deve-se associar o acom-panhamento nutricional às estratégias de mudança de comportamento. Classe de reco-mendação I, Nível de evidência B.

59 CAPÍTULO 4

REFERÊNCIAS

1. Alvarenga M, Figueiredo M, Timerman F, Antonaccio C. Nutrição Comportamental. Barueri [SP]:

Manole; 2019.

2. Estima CCP, Philippi ST, Alvarenga MS. Fatores determinantes de consumo alimentar: por que os indivíduos comem o que comem? Rev Bras Nutr Clin. 2009;24:263-8.

3. Nestle M, Wing R, Birch L, DiSogra L, Drewnowski A, Middleton S, et al. Behavioral and social influences on food choice. Nutr Rev. 1998;58(5 Pt 2):S50-64; discussion S-74.

4. Shepherd R. Influences on food choice and dietary behavior. Forum Nutr. 2005(57):36-43.

5. Begg DP, Woods SC. The endocrinology of food intake. Nat Rev Endocrinol. 2013;9(10):584-97.

6. Cummings DE, Overduin J. Gastrointestinal regulation of food intake. J Clin Invest. 2007;117(1):13-23.

7. Guyenet SJ, Schwartz MW. Clinical review: Regulation of food intake, energy balance, and body fat mass: implications for the pathogenesis and treatment of obesity. J Clin Endocrinol Metab.

2012;97(3):745-55.

8. Schwartz GJ. Biology of eating behavior in obesity. Obes Res. 2004;12 Suppl 2:102S-6S.

9. Faulconbridge LF, Hayes MR. Regulation of energy balance and body weight by the brain: a distributed system prone to disruption. Psychiatr Clin North Am. 2011;34(4):733-45.

10. Cedernaes J, Waldeck N, Bass J. Neurogenetic basis for circadian regulation of metabolism by the hypothalamus. Genes Dev. 2019;33(17-18):1136-58.

11. Fasshauer M, Bluher M. Adipokines in health and disease. Trends Pharmacol Sci.

2015;36(7):461-70.

12. Secher A, Jelsing J, Baquero AF, Hecksher-Sorensen J, Cowley MA, Dalboge LS, et al. The arcuate nucleus mediates GLP-1 receptor agonist liraglutide-dependent weight loss. J Clin Invest.

2014;124(10):4473-88.

13. Sternson SM, Eiselt AK. Three pillars for the neural control of appetite. Annu Rev Physiol.

2017;79:401-23.

14. Wharton S, Lau DCW, Vallis M, Sharma AM, Biertho L, Campbell-Scherer D, et al. Obesity in adults: a clinical practice guideline. CMAJ. 2020;192(31):E875-E91.

60

CAPÍTULO 4

15. Leng G, Adan RAH, Belot M, Brunstrom JM, de Graaf K, Dickson SL, et al. The determinants of food choice. Proc Nutr Soc. 2017;76(3):316-27.

16. Aikman SN, Min KE, Graham D. Food attitudes, eating behavior, and the information underlying food attitudes. Appetite. 2006;47(1):111-4.

17. Kourouniotis S, Keast RSJ, Riddell LJ, Lacy K, Thorpe MG, Cicerale S. The importance of taste on dietary choice, behaviour and intake in a group of young adults. Appetite. 2016;103:1-7.

18. Hwang LD, Lin C, Gharahkhani P, Cuellar-Partida G, Ong JS, An J, et al. New insight into human sweet taste: a genome-wide association study of the perception and intake of sweet substances.

Am J Clin Nutr. 2019;109(6):1724-37.

19. De Cosmi V, Scaglioni S, Agostoni C. Early Taste Experiences and Later Food Choices. Nutrients.

2017;9(2):107.

20. Yeomans MR. Taste, palatability and the control of appetite. Proc Nutr Soc. 1998;57(4):609-15.

21. Sorensen LB, Moller P, Flint A, Martens M, Raben A. Effect of sensory perception of foods on appetite and food intake: a review of studies on humans. Int J Obes Relat Metab Disord.

2003;27(10):1152-66.

22. Collins R, Stafford LD. Feeling happy and thinking about food. Counteractive effects of mood and memory on food consumption. Appetite. 2015;84:107-12.

23. Mehta S, Melhorn SJ, Smeraglio A, Tyagi V, Grabowski T, Schwartz MW, et al. Regional brain response to visual food cues is a marker of satiety that predicts food choice. Am J Clin Nutr.

2012;96(5):989-99.

24. Boswell RG, Sun W, Suzuki S, Kober H. Training in cognitive strategies reduces eating and improves food choice. Proc Natl Acad Sci U S A. 2018;115(48):E11238-e47.

25. Perez-Cueto FJA. An Umbrella Review of Systematic Reviews on Food Choice and Nutrition Published between 2017 and-2019. Nutrients. 2019;11(10):2398.

26. Dunn KI, Mohr P, Wilson CJ, Wittert GA. Determinants of fast-food consumption. An application of the Theory of Planned Behaviour. Appetite. 2011;57(2):349-57.

27. Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, Atkins VJ, Baker PI, Bogard JR, et al. The global syndemic of obesity, undernutrition, and climate change: The Lancet Commission report. The Lancet.

2019;393(10173):791-846.

61 CAPÍTULO 4

28. Bisogni CA, Falk LW, Madore E, Blake CE, Jastran M, Sobal J, et al. Dimensions of everyday eating and drinking episodes. Appetite. 2007;48(2):218-31.

29. Marsola CM, Cunha LM, Carvalho-Ferreira JP, da Cunha DT. Factors underlying food choice motives in a brazilian sample: The association with socioeconomic factors and risk perceptions about chronic diseases. Foods. 2020;9(8):1114.

30. Garcia-Perez I, Posma JM, Gibson R, Chambers ES, Hansen TH, Vestergaard H, et al. Objective assessment of dietary patterns by use of metabolic phenotyping: a randomised, controlled, crossover trial. Lancet Diabetes Endocrinol. 2017;5(3):184-95.

31. Carlijn B. M. Kamphuis KG, Gert-Jan de Bruijn, Wanda Wendel-Vos, Johannes Brug and Frank J. van Lenthe. Environmental determinants of fruit and vegetable consumption among adults: a systematic review. British Journal of Nutrition. 2006;96:620-35.

32. Hall KD, Ayuketah A, Brychta R, Cai H, Cassimatis T, Chen KY, et al. Ultra-Processed diets cause excess calorie intake and weight gain: an inpatient randomized controlled trial of ad libitum food intake. Cell Metab. 2019;30(1):67-77 e3.

33. Lane MM, Davis JA, Beattie S, Gomez-Donoso C, Loughman A, O’Neil A, et al. Ultraprocessed food and chronic noncommunicable diseases: A systematic review and meta-analysis of 43 observational studies. Obes Rev. 2021;22(3):e13146.

34. Wansink B, Hanks AS. Slim by design: serving healthy foods first in buffet lines improves overall meal selection. PLoS One. 2013;8(10):e77055.

35. Kraak V, Englund T, Misyak S, Serrano E. Progress evaluation for the restaurant industry assessed by a voluntary marketing-mix and choice-architecture framework that offers strategies to nudge american customers toward healthy food environments, 2006-2017. Int J Environ Res Public Health. 2017;14(7):760.

36. Hollands GJ, Shemilt I, Marteau TM, Jebb SA, Kelly MP, Nakamura R, et al. Altering micro-environments to change population health behaviour: towards an evidence base for choice architecture interventions. BMC Public Health. 2013;13:1218.

37. Cohen JF, Richardson SA, Cluggish SA, Parker E, Catalano PJ, Rimm EB. Effects of choice architecture and chef-enhanced meals on the selection and consumption of healthier school foods:

a randomized clinical trial. JAMA Pediatr. 2015;169(5):431-7.

38. Bucher T, Collins C, Rollo ME, McCaffrey TA, De Vlieger N, Van der Bend D, et al. Nudging consumers towards healthier choices: a systematic review of positional influences on food choice.

Br J Nutr. 2016;115(12):2252-63.

62

CAPÍTULO 4

39. Ensaff H, Coan S, Sahota P, Braybrook D, Akter H, McLeod H. Adolescents’ food choice and the place of plant-based foods. Nutrients. 2015;7(6):4619-37.

40. Ensaff H, Homer M, Sahota P, Braybrook D, Coan S, McLeod H. Food choice architecture:

An intervention in a secondary school and its impact on students’ plant-based food choices.

Nutrients. 2015;7(6):4426-37.

41. Skov LR, Lourenco S, Hansen GL, Mikkelsen BE, Schofield C. Choice architecture as a means to change eating behaviour in self-service settings: a systematic review. Obes Rev.

2013;14(3):187-96.

42. Qualls-Creekmore E, Marlatt KL, Aarts E, Bruce-Keller A, Church TS, Clement K, et al.

What should I eat and why? The environmental, genetic, and behavioral determinants of food choice: Summary from a Pennington Scientific Symposium. Obesity (Silver Spring).

2020;28(8);1386-1396.

43. Moore JB, Boesch C. Getting energy balance right in an obesogenic world. Proc Nutr Soc.

2019;78(3):259-61.

44 Sobal J, Bisogni CA. Constructing food choice decisions. Ann Behav Med. 2009;38 Suppl 1:S37-46.

45. Johnson CM, Sharkey JR, Dean WR, Alex McIntosh W, Kubena KS. It’s who I am and what we eat. Mothers’ food-related identities in family food choice. Appetite. 2011;57(1):220-8.

46. Hardcastle SJ, Blake N. Influences underlying family food choices in mothers from an economically disadvantaged community. Eat Behav. 2016;20:1-8.

47. Scaglioni S, De Cosmi V, Ciappolino V, Parazzini F, Brambilla P, Agostoni C. Factors influencing children’s eating behaviours. Nutrients. 2018;10(6):706.

48. Higgs S, Thomas J. Social influences on eating. Current Opinion in Behavioral Sciences.

2016;9:1-6.

49. Higgs S. Social norms and their influence on eating behaviours. Appetite. 2015;86:38-44.

50. Sobal J, Nelson MK. Commensal eating patterns: a community study. Appetite.

2003;41(2):181-90.

51. Barrena R, García T, Sánchez M. Analysis of personal and cultural values as key determinants of novel food acceptance. Application to an ethnic product. Appetite. 2015;87:205-14.

63 CAPÍTULO 4

52. Chau MM, Burgermaster M, Mamykina L. The use of social media in nutrition interventions for adolescents and young adults-A systematic review. Int J Med Inform. 2018;120:77-91.

53. Rounsefell K, Gibson S, McLean S, Blair M, Molenaar A, Brennan L, et al. Social media, body image and food choices in healthy young adults: A mixed methods systematic review. Nutr Diet. 2020;77(1):19-40.

54. Baldwin HJ, Freeman B, Kelly B. Like and share: associations between social media engagement and dietary choices in children. Public Health Nutr. 2018;21(17):3210-5.

55. Siegrist M, Hartmann C. Impact of sustainability perception on consumption of organic meat and meat substitutes. Appetite. 2019;132:196-202.

56. Willett W, Rockström J, Loken B, Springmann M, Lang T, Vermeulen S, et al. Food in the anthropocene: the EAT–Lancet Commission on healthy diets from sustainable food systems. The Lancet. 2019;393(10170):447-92.

57. Perignon M, Vieux F, Soler LG, Masset G, Darmon N. Improving diet sustainability through evolution of food choices: review of epidemiological studies on the environmental impact of diets.

Nutr Rev. 2017;75(1):2-17.

64

CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 5

TRATAMENTO